domingo, 11 de agosto de 2024

Brasil: vergonha olímpica

Brasil: vergonha olímpica

 

Professor Nazareno*

 

            Terminaram as Olimpíadas de Paris/2024. Ainda bem: eu já não conseguia mais ver tanto fracasso dos atletas brasileiros nos jogos e disputas. Em praticamente todos os esportes em que competiram, a frustração e a derrota já certa dos nossos atletas era uma triste rotina. Com somente 20 medalhas conquistadas, sendo apenas três de ouro, o Brasil ficou numa ridícula posição na classificação geral dos jogos olímpicos atrás de países sem nenhuma tradição e de população bem minúscula como Irlanda, Suécia, Nova Zelândia, Quênia e Hungria. Só empatamos com Irã, Geórgia, Bulgária e Ucrânia (um país que está em guerra há quase três anos). Ficamos atrás até de um tal Uzbequistão. Alguém sabe por acaso onde fica essa nação de nome exótico? O Brasil fracassou em tudo. Foi um fiasco total nas competições. Devia não participar mais de Olimpíadas nem de Copa do Mundo.

Aliás, na última Copa de que participou lá no Catar em 2022, foi eliminado precocemente nos pênaltis pela fraca seleção da Croácia. Uma vergonha e tanto! Uma humilhação. O hoje frágil futebol brasileiro sequer foi classificado para competir em Paris e dessa forma nos poupou de morrer de tanta raiva e de vergonha. Os fracos jogadores de futebol de campo foram até bons conosco, pois nos pouparam de ver mais vexames. E provavelmente também não vão se classificar para a próxima Copa do Mundo na América do Norte. Os poucos cidadãos do nosso país que tiveram paciência e tempo suficientes para ver o Brasil competindo “quebraram a cara” com tanta frustração e tantas derrotas. Na verdade, o cidadão comum deste país só entende mesmo, e muito pouco, de futebol. Deve ser por isso que não quis perder tempo vendo as competições na televisão. Um saco!

O futebol feminino ganhou “uma prata que vale ouro”. As outras medalhas: uma foi da desconhecidíssima lutadora de judô Bia Souza. Mulher, negra e pobre ela foi uma heroína e desbancou a elite branca, machista e rica. Já o ouro de Rebeca Andrade pode ter sido uma espécie de “bonificação” da ginasta americana Simone Biles, sua amiga. Rebeca, também mulher, negra e pobre teve competência para ganhar outras medalhas e assim o fez. Porém, a brasileira ainda está muito longe do nível de uma Simone Biles ou da premiadíssima Nádia Comaneci da Romênia em Montreal e Moscou. O outro ouro foi no vôlei de praia. Mesmo assim, os atletas tupiniquins são uns heróis desconhecidos que praticamente não têm patrocinadores. Por isso, cada medalha conquistada é um milagre. Diferente dos atletas de países ricos, que têm no esporte e na escola a redenção dos jovens.

As nossas escolas não treinam os seus alunos para esporte nenhum. A iniciativa privada praticamente só dá patrocínio se o atleta ganhar antes medalhas olímpicas. Por isso, é comum ver em Porto Velho, por exemplo, atletas pedindo esmolas em sinais de trânsito para participar de competições em outros lugares. Deve ser assim também em outras cidades e estados do Brasil. Mas o presidente Lula do PT teve uma “grande ideia”: dispensou os 27,5% que a Receita Federal queria taxar nos raros prêmios recebidos pelos pobres atletas. Lula não é uma maravilha de pessoa? O handball falhou, o vôlei de quadra feminino falhou, o vôlei de quadra masculino foi eliminado, o boxe só apanhou, o Isaquias Queiroz não ganhou o ouro, a natação foi péssima e no basquete fomos arrasados pelos Estados Unidos. O Brasil só triunfa mesmo é na corrupção, na desigualdade social, na habilidade de tocar fogo na Amazônia e na fome. Já o brasileiro só é bom em dar golpes.

 

 

. *Foi Professor em Porto Velho.

 

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