sexta-feira, 15 de março de 2024

Rondônia já prestou um dia

Rondônia já prestou um dia

 

Professor Nazareno*

 

            Por incrível que pareça, Porto Velho e Rondônia já foram lugares bons para se viver e para se morar. E não faz tanto tempo assim. Foi entre as décadas de 50 e 80 do século passado. Naqueles idos e bons tempos quase ninguém confundia Rondônia com Roraima e as pessoas aqui viviam mais felizes, pelo menos aparentemente. A desgraceira começou quando se teve a má ideia de transformar o então Território federal em Estado no início dos anos de 1980, coincidentemente a mesma época que eu passava por estas distantes terras em direção ao Peru. O lugar tinha futebol e dos bons. Quem não se lembra do Ferroviário, do Moto Clube, do Flamengo, o rolo compressor da Arigolândia, do Ipiranga e de tantos outros? O campeonato estadual era concorrido e o Aluizão se enchia em dia de clássico. Hoje, só lembranças! Junto com o território, o futebol também acabou.

            Atualmente nem Porto Velho nem Rondônia têm futebol que preste. Torcedores dos grandes times do sul do país “invadiram” o recém-criado Estado e destruíram o nome do bom futebol que havia aqui. O Porto Velho, criado bem recentemente e cujo escudo é uma imitação tosca do Bayern de Munique da Alemanha, é um time fraco e sem nenhuma tradição. Ganhou em casa por acaso do fracassado Remo do Pará e logo os seus 4 ou 5 torcedores já acharam que era uma boa equipe. Em seguida, perdeu para o Ypiranga de Erechim do Rio Grande do Sul e deu adeus à Copa do Brasil. Outro time de Porto Velho é um tal Genus (sem acento mesmo) que nem merece comentários. O interior tem outras equipes bem fracas e com nomes também surreais: Real Ariquemes, Barcelona, Vilhena, União Cacoalense e o Ji-Paraná. Só seis equipes e um campeonato que se diz de futebol.

            Naqueles bons tempos, a Cachoeira do Teotônio ainda existia e tinha muitos peixes. Lá se pescava até com a mão. O divertimento era garantido durante os finais de semana do verão amazônico. Pescar Jatuaranas, Surubins e Dourados no Cai N’água era também um dos bons programas de domingo com a família. Andar de trem para o Santo Antônio era um divertimento e tanto. A lendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré tinha uma praça linda e grande. Lá havia muitos trens, trilhos e era muito visitada. Uma praça do povo. Antes, Rondônia recebia multidões. Hoje, muitos estão indo embora. Aqui era uma dádiva de Deus: não tinha Assembleia Legislativa e só se elegia a cada quatro anos um deputado federal. Porto Velho até tinha uma Câmara de Vereadores, mas os edis de então nem sempre estavam alinhados com o prefeito. Fato: éramos felizes e não sabíamos!

            E quem não se lembra da Avenida Sete de Setembro repleta de árvores? O calor exista, mas não era tão forte como é hoje. A cidade era bem menor, mas muito mais arborizada. Mesmo sem esgotos, mobilidade, água encanada e sem saneamento básico, o sofrimento nesta capital não era como é atualmente. Violência, só nos garimpos e bem longe do perímetro urbano. Drogas, quase não havia. O governo federal mandava dinheiro aos montes para cá. Naquela época de ouro, a capital rondoniense não vivia sob o risco iminente de uma inundação. Não havia crise aérea nenhuma e muitas pessoas viajavam tranquilamente de avião sem ter que pagar uma fortuna para isso. A mídia da época vivia sob o controle do Estado, é verdade. Mas muitos jornalistas se sobressaiam tentando emplacar suas publicações. Hoje a censura é econômica e poucos podem publicar seus textos sem serem tolhidos pelos donos dessa mesma mídia. Triste, mas o tempo não volta!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 14 de março de 2024

Eu, um prefeito perfeito!

Eu, um prefeito perfeito!

 

Professor Nazareno*

 

            Até hoje, por questões óbvias, só escondi da minha esposa, a Francisca, que eu sempre quis ser prefeito de Porto Velho, a capital de Roraima. Entre a simpática vila de Calama no baixo Madeira e esta cidade, eu já tenho mais de quatro décadas morando e pagando IPTU, além de muitos outros impostos. Sempre foi meu sonho mudar a cara da “antessala do inferno”, da “currutela fedida”, da eterna “latrina do Brasil”. Não vejo nenhuma razão para os muitos estúpidos e ignorantes eleitores daqui não votarem em mim. Com pouquíssima leitura de mundo, direitistas, bolsonaristas, pobres de direita, reacionários e se informando somente pelas redes sociais e através das fofocas, não é muito difícil conseguir votos e apoio dentre eles. Nem vereador eu quero ser. Para mim é um cargo inútil e desnecessário. Dispenso! Vereador é só um. Prefeito, domina todos eles.

            Eu sendo alcaide não teria nenhuma dificuldade para administrar a tosca e imunda cidade. De início “compraria”, sem muitas dificuldades, o apoio total da câmara de vereadores. Em Porto Velho eu seria uma espécie de Vladimir Putin e até melhor do que Jesus Cristo, que teve oposição e por isso foi crucificado e morto. Seria um Benjamin Netanyahu desfilando sobre os escombros de Gaza. Claro que eu não seria um ditador, mas daria “benesses” à imprensa e bonificaria os sites, jornais e rádios que mais enaltecessem a minha administração. Mudaria o sentido da Avenida Sete de Setembro e mandava construir, com recursos próprios, dois shoppings: um na Jatuarana e o outro na Avenida José Amador dos Reis. Duplicaria o número de mototáxis da cidade e de imediato já mandava refazer o porto do Cai N’água, que está enferrujando na beira do rio.

            Todas as três praças de Porto Velho seriam floridas, limpas e aconchegantes para os visitantes. A da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré seria um brinco de tão asseada e útil aos moradores daqui. Lá, teria uma espécie de passeio público com porto rampeado, modernas pistas de caminhadas e vários mirantes para os otários verem o espetáculo do pôr do sol. Nenhum urubu nem catinga de peixe. Pitiú seria engarrafado e vendido aos saudosistas. Pagaria por cada pássaro morto, ratazana de esgoto e animais peçonhentos somente para limpar aquele ambiente pútrido e fedorento. Da nova rodoviária, mandava retirar todos os noiados e pedintes. Mas o igarapé dos tanques que a rodeia permaneceria com a mesma aparência e aroma. Os muitos visitantes iriam adorar ao saber que o prefeito eleito caracterizou o nome “capital da fedentina” com o ambiente onde recebe os turistas.

            Comigo na prefeitura, as árvores antigas a cidade não teria mais uma sequer. Mandava arrancar todas elas como foi feito na Avenida Tiradentes e mandava plantar somente mudas de louro-bosta e de Muratinga. Já pensou Porto Velho fedendo a bosta nos primeiros ventos da primavera? E nada de aumentar a oferta de água tratada nem de saneamento básico. A população já está satisfeita com os números que existem. Percebe-se isso nas votações que os nossos políticos recebem todo ano de eleições. Votem em mim, por favor! Como prefeito, determinarei a suspensão imediata da construção do hospital “Built to Suit” lá na zona Leste da cidade. Mandarei construir outro “açougue”, que tão bem tem servido à população pobre e miserável do município. O porto-velhense não aguentaria ver a demolição do João Paulo Segundo, que já faz parte da nossa rotina. Não entendo porque os eleitores não votariam em mim. Professor Nazareno ao seu dispor!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sábado, 9 de março de 2024

Brasil, o novo Evangelistão

Brasil, o novo Evangelistão

 

Professor Nazareno*

 

            Fala-se que religião, política e futebol não se discutem. Bobagem, tolice, asneiras. Discutem-se, sim! Tudo é passível de discussões, pois a dialética sempre fez parte da natureza humana. O que não se devia fazer é misturar essas atividades entre si. No Brasil, já há algum tempo, infelizmente, a política entrou na religião para não mais dela sair. Padres, pastores, bispos e religiosos de um modo geral se candidatam a cargos políticos para continuar mandando em suas ovelhas. Para Sêneca, filósofo da Antiguidade, a religião é vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos inteligentes como falsa e pelos governantes como útil. Muitos desses religiosos perceberam o poder que tinham sobre as pessoas mais incautas e decidiram assim aumentar ainda mais esse poder sobre elas. Entraram na política e passaram a dominar um número cada vez maior de “ovelhas”.

            Hoje, é cada vez maior a influência de pastores evangélicos nos destinos políticos do Brasil. Embora haja também a participação de outras religiões na política nacional, só que em menor escala. Marco Feliciano, Silas Malafaia, R.R. Soares, dentre muitos outros, aparecem diariamente na mídia dando entrevistas e influenciando ainda mais os seus fiéis e agora eleitores. Com a ascensão de Jair Bolsonaro ao poder entre 2019 e 2022, no entanto, essa ingerência e essa mistura de religião com a política se intensificaram. Até no STF, o sisudo Supremo Tribunal Federal, tem hoje um de seus ministros sendo chamado de “terrivelmente evangélico”, embora o Estado seja laico. A direita e a extrema-direita principalmente são o viés ideológico da maioria desses novos políticos. Pautas conservadoras e reacionárias são defendidas por eles. Bem como o negacionismo.

            Muitos dos cidadãos, recém-convertidos à fé evangélica, seguem fielmente seus líderes sem nenhum questionamento de suas posições. Muitos deles fazem exaltação a Israel sem perceber que o país do Oriente Médio é formado majoritariamente por judeus. E que foram eles, os judeus, que mataram Jesus Cristo, o maior líder desses mesmos cristãos evangélicos. A Talmude, coletânea de livros sagrados dos judeus, por exemplo, diz que Jesus Cristo ainda arde no fogo do inferno. E que o mesmo não é filho de Deus, mas apenas um simples profeta. Mesmo Israel moderno é uma nação democrática e livre onde o aborto é legalizado e que tem em Tel Aviv, sua capital, a maior parada gay de todo o Oriente Médio e talvez uma das maiores do mundo. Em Israel todas as religiões são permitidas e a democracia faz parte da realidade de toda a sua gente. Como entender isso?

            Mas não compreender a História faz parte da maioria das pessoas sem leitura de mundo e sem nenhum conhecimento da realidade que os cerca. Seguir a filosofia de Jesus Cristo e fazer exaltação ao Estado judeu ao mesmo tempo são coisas incompatíveis, sem nenhum sentido. Os judeus foram o carrasco do Salvador e filho de Deus! “Mas se o padre ou o pastor quer e manda, não há problema nenhum”. O Brasil é e sempre foi uma nação “onde os loucos estão guiando os cegos” como na fábula de Shakespeare. Todo mundo tem o direito de seguir uma religião, mas jamais impor seus conceitos e suas crenças a ninguém. E quando se mistura religião com política, como se vê em alguns países muçulmanos, geralmente o que se obtém é uma sociedade baseada no preconceito, na intolerância, na homofobia e na perseguição. São fatos que não podem prosperar num país moderno com Estado laico. Não se pode voltar no tempo. Brasil: um país de “todes”.

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Devo votar, mas não queria!

Devo votar, mas não queria!

 

Professor Nazareno*

 

            Este ano de 2024 haverá eleições no Brasil. E isso é muito bom, pois em uma democracia essa prática é uma doce rotina. Só não entendo porque ao contrário das principais democracias do mundo por aqui o cidadão é obrigado a ir às urnas, mesmo sem querer. Segundo Aristóteles, a política é a mais importante ciência da sociedade. Por isso, votar e ser votado é algo salutar e até prazeroso. Se não houvesse eleições, seríamos uma ditadura cruel e sanguinária como foi a Ditadura Militar instalada em 1964 com a ajuda e a conivência da elite fascista do país, quando os fuzis e as baionetas ditavam as regras. Sem democracia, por exemplo, Bolsonaro e a sua turma de aloprados terraplanistas e negacionistas teriam anulado as últimas eleições e na maior cara de pau poderiam ter dado um golpe e tomado o poder. Porém, as nossas instituições impediram essa violência tosca.

            Agora as eleições serão só nos municípios. Vamos escolher os novos prefeitos e vereadores das nossas cidades. Mas o pleito continua equivocadamente polarizado. De um lado, a turma da extrema-direita com as suas ideias ultrapassadas e seu projeto de poder sem democracia. É a terra plana, negação às vacinas e à ciência, pena de morte, ausência total de direitos humanos, garimpo ilegal, BR-319, Neoliberalismo, destruição das florestas, ataques ao meio ambiente, demonização do comunismo, privatizações, exaltação a Israel, dentre outras tolices. Do outro lado estão os partidos de esquerda com sua agenda também ultrapassada e com propósitos de fazer o poder público sempre dar esmolas e benesses ao cidadão comum, a vítima da sociedade. Votar num ambiente desses é corroborar e aceitar as sandices discutidas em rede nacional. Um escárnio à inteligência.

            Se na realidade nacional não há bons motivos que nos façam ir às urnas, imagine-se em Porto Velho, a eterna capital de Roraima. Aqui a classe política é uma das piores do mundo. Acredita-se que uns 80 por cento desses políticos não servem para nada. Já os outros 20 por cento para nada servem. São vacas de presépio colocados lá pelo povão que entra ano e sai ano sofre feito sovaco de aleijado. Porto Velho não tem sequer um hospital de pronto-socorro, embora as promessas mentirosas de se construir um sejam diárias. Cadê o “Built to Suit” que seria construído pelo Estado? O pobre eleitor da “capital das sentinelas avançadas” tem mais é que se conformar com o velho “açougue” lá da zona sul. Por que a prefeitura do município não tentou construir um pronto-socorro decente para os seus eleitores pobres? Por que os vereadores e os políticos nada dizem ou falam?

            Eu, como eleitor, não tenho nenhum incentivo para ir votar nessa gente que nada fez nem faz em benefício dos que mais necessitam. O porto rampeado da cidade continua parado enferrujando vergonhosamente lá na beira do rio Madeira. A Praça da E.F.M.M, por exemplo, foi abandonada pela prefeitura sem nenhuma desculpa ao tolo cidadão que paga impostos. A atual crise aérea é uma miséria sem fim para todos nós. E as autoridades se calam. A falta de água tratada, de saneamento básico, arborização, ônibus urbanos e esgotos é uma desgraça que sempre nos acompanhou e que nenhum prefeito ou vereador daqui consegue resolver. Ou não conseguem ou não querem. E a política serve exatamente para que essas demandas sejam resolvidas ou amenizadas pelos que são eleitos a cada quatro anos. Não entendo: por que somos obrigados a votar se não temos respostas para todos esses problemas? E enquanto parte da mídia endeusar esses políticos, nada mudará.

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

O Brasil ainda cria ratos

O Brasil ainda cria ratos

 

Professor Nazareno*

 

Foi no distante ano de 1904 que Oswaldo Cruz, o sanitarista brasileiro de reconhecimento internacional, declarou guerra à peste bubônica, uma doença infecciosa transmitida pela picada de pulgas infectadas por ratos. O raciocínio de então era o governo pagar às pessoas para caçar e entregar ratos para serem mortos. De início, a campanha deslanchou: muita gerente caçava ratos para vendê-los. O negócio prosperou e logo apareceram os intermediários que compravam esses roedores por um preço menor e os revendiam ao Estado. Com os ratos mortos, a doença logo diminuiu e o negócio de caçar roedores entrou em decadência. Mas por pouco tempo. Alguns espertalhões revolveram criar ratos em casa só para continuar vendendo-os e assim o já lucrativo “negócio” não entrava em falência. Essa prática, que sempre existiu na nossa sociedade, é vista até hoje.

De Pedro Álvares Cabral até o terceiro mandato de Lula, ou seja, de 1500 até 2024, o negócio de se criar ratos sempre fez parte da rotina da maioria de nossos cidadãos. Na mídia, na política, nos negócios, na Igreja, no governo, nas universidades, escolas, hospitais, Forças Armadas e em quase todos os setores da nossa sociedade o importante “é levar vantagem em tudo”. Golpe sempre foi a palavra mais em voga em nosso país. Aqui sempre se roubou de tudo: de casca de ferida a grandes quantias em dinheiro. Criar ratos é uma triste especialidade da maioria dos brasileiros. Sejam eles pobres, médios ou ricos. Porém, é na política que mais se observa esta prática antiética e abominável. Talvez seja por isso que não existe no Brasil uma definição clara do que seja direita nem do que seja esquerda. No nosso país nunca existiu uma ideologia nem na política nem em nada.

O que sempre existiu e existe por aqui é a ideologia de se dar bem e de se ganhar dinheiro a qualquer custo. Sem nenhuma ética e nem amor pelo próximo, o ideal é passar a perna nos outros. Sem nenhuma ideologia nem vergonha na cara, a maioria dos nossos políticos geralmente se elegem para roubar e desviar o dinheiro e a riqueza que os pobres contribuintes produzem. Uma vez eleito, o sujeito logo se alia ao Poder Executivo para ter mais “empatia” com as verbas e a distribuição dos recursos do Estado para o seu bolso. Governadores, prefeitos e até mesmo o presidente da República quase não têm oposição. Conheço um lugar em que os 21 vereadores da cidade, apesar de serem de alguns partidos diferentes, todos eles aderiram ao prefeito em todas as usas decisões. Ouvi de um vereador: “ser da oposição não dá dinheiro nem prestígio”. Criar ratos é o nosso destino.

Durante a pandemia do Coronavírus em pleno século XXI, por exemplo, os bolsonaristas, exímios criadores de roedores, negaram a eficácia das vacinas e também prescreviam remédios ineficazes para combater o vírus. Já muitos dos atuais petistas, com ou sem pandemia, são quase todos eles conhecidos como sendo os próprios ratos. Bolsonaristas e petistas são tudo farinha do mesmo saco, ou seja, ratos de uma mesma ratoeira. Nessa grande caverna de ratos sujos e camundongos ladrões quem sempre mandou em tudo e em todos foi a elite reacionária. Porto Velho não tem porto rampeado no rio Madeira, não tem infraestrutura de cidade, não tem mais voos no seu acanhado aeroporto, não tem nada além de sujeira e muitas imundícies. Mas os ratos, quer dizer, os políticos estão sempre em alta no lugar. E Rondônia é a latrina do Brasil: um lugar de ratazanas imprestáveis. Só falta Porto Velho, Rondônia e o Brasil passarem a criar pulgas.

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

 

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Casamento do ano em Porto Velho

Casamento do ano em Porto Velho: um resgate de valores em tempos de descrença
Jovens casais optam por tradição e compromisso, desafiando ideias "modernas"

Casamento do ano em Porto Velho: um resgate de valores em tempos de descrença

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Drones na famosa banda

Drones na famosa banda

 

Professor Nazareno*

 

            Faltam poucos dias para a “explosão da cultura” em Porto Velho, Roraima. Todo sábado de Carnaval à tarde, religiosamente, a Banda do Vai Quem Quer desfila pelas sujas e imundas ruas da capital da seboseira. Desde o já longínquo ano de 1980, essa espécie de agremiação carnavalesca já tem um encontro marcado com os foliões. Mais de 150 mil pessoas em números atualizados devem desfilar. Essa quantidade de gente é quase metade de toda a população da “capital das sentinelas avançadas”. O delírio toma conta dos “bobos da corte”. Extasiados, alegres, eufóricos, com a cabeça cheia de cachaça barata e vinho de baixa qualidade, eles esquecem por um momento suas miseráveis vidas para se lançarem à brincadeira momesca. Este ano, no entanto, a BVQQ se modernizou e vai levar drones à avenida no intuito de contar os foliões e assim lhes dar mais segurança.           

    Não se sabe em outros lugares mais civilizados, mas em Porto Velho quando vários pinguços correm bêbados atrás de um carro de som tocando músicas carnavalescas isso se chama estranhamente de cultura. Outra coisa: a Banda do Vai Quem Quer não suja as ruas da cidade. Ela só emporcalha ainda mais o que já é sórdido e nojento. No domingo pela manhã, após o desfile, muitas toneladas de sujeira podem ser vistas nas ruas por onde os brincantes passaram. É só imundície “adornando” o que já era promíscuo e seboso. O chão fica repleto de garrafas de bebidas vazias, de preservativos usados, cacos de vidro, muito papel molhado, sacos de plástico, restos de bebidas escorrendo e toda sorte de lodo e carniça. Não se vê por ali nenhuma caçamba para a recolha da podridão produzida pela famosa banda e por seus adeptos. E a prefeitura manda limpar depois as fezes e os dejetos.

Mas mesmo que tivessem essas lixeiras onde se coloca o lixo para não sujarem tanto as ruas, de pouco elas adiantariam, pois a educação da maioria dos brincantes é coisa rara em Porto Velho. Aqui, muitos moradores não têm educação suficiente para conservar sua própria cidade. Esses drones deveriam fiscalizar todas as pessoas que estão ali na avenida. Todo lixo devia ser colocado no lixo e não jogado no meio da rua. Infelizmente, o pensamento da maioria é “se não tiver nada de lixo pelo meio das ruas, os garis ficarão desempregados”. Por isso, “é muito importante sujar tudo para os órgãos públicos limparem depois”.  Há no Espaço Alternativo uma “caixa” instalada para recolher o lixo já selecionado. Se essa ideia for realmente aprovada, em breve deveríamos ter várias dessas espalhadas pelas ruas para tentar mudar o visual carnicento da porca e suja cidade.

Apesar de ser uma festa dantesca, o Carnaval porto-velhense tem o dom de “unir” num mesmo ambiente os governantes e os governados. Une também a Casa Grande e a Senzala, que se confraternizam como se Porto Velho e Rondônia fossem um paraíso com coelhinhos saltitantes e borboletas azuis. Com menos de três por cento de saneamento básico e apenas uns 30 por cento de água encanada, a cidade deveria ter mais ideias para tentar resolver esse caos, já que nenhum prefeito em mais de cem anos nunca conseguiu tal proeza. Como de costume, eu não vou à Banda do Vai Quem Quer. A dengue está se alastrando como nunca em nossa cidade e a Covid-19 voltou a dar as caras. As infecções já aumentam como se fosse uma nova pandemia. Aqui não há o que se comemorar. Por isso, é bem melhor evitar que a desgraça piore ainda mais. A banda se moderniza, mas a mentalidade continua a mesma. Custava conscientizar os seus foliões a não sujarem tanto?

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Eu votaria na Fátima Cleide

Eu votaria na Fátima Cleide

 

Professor Nazareno*

 

            A corrida eleitoral para as prefeituras ainda nem começou. Não houve nenhuma convenção para a indicação de nenhum candidato, mas eu já me antecipo. Para ser prefeita de Porto Velho entre 2025 e 2028 eu votaria tranquilamente na professora e ex-senadora Fátima Cleide do PT. Nem se sabe ainda se o seu partido vai indicá-la para concorrer à prefeitura da “capital das sentinelas avançadas”, mas ela certamente é o melhor nome da esquerda não só para derrotar a extrema-direita porto-velhense, mas principalmente para fazer uma administração “diferente” das que temos visto nos últimos 110 anos por aqui. Professora atuante, formada em Letras e ligada aos movimentos sindicais dos professores, Fátima Cleide é da esquerda raiz e já foi secretária do forte SINTERO, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia. Portanto, ela é um nome fortíssimo.

   Numa recente enquete feita pelo site RondôniaDinâmica, o nome da professora do PT foi muito bem lembrado pelos internautas na corrida para o Palácio Tancredo Neves. Concorrer a um cargo político pela esquerda num lugar onde a direita e a extrema-direita sempre dominaram não é para qualquer um. Em Porto Velho, por exemplo, não existe nem nunca existiu esquerda de verdade. Já vi muitos candidatos daqui dizerem que são esquerdistas e tal, mas na verdade quase todos eles são muito ricos, conservadores, abastados e bem de vida. Geralmente são oriundos das fileiras direitistas e apenas estão de olho nos poucos votos que o PT e outros partidos de esquerda ainda têm. Se for mesmo indicada para concorrer à prefeitura, a professora Fátima pode dinamizar e até mudar a rotina da imunda e suja cidade, cujos problemas nunca foram enfrentados com seriedade.

A praça da EFMM, marco histórico de Porto Velho e de Rondônia, pode ser administrada de forma mais profissional e ser logo entregue à população sem nenhuma enrolação. O porto do Cai N’água, doado pela Santo Antônio Energia, deixaria de ser um presente de grego sem nenhuma serventia. O saneamento básico e a água tratada desta capital são brigas que o PT poderia comprar para beneficiar os coitados moradores. Fazer redes de esgotos com o PAC do governo federal é moleza. Com Lula na Presidência e Fátima Cleide prefeita de Porto Velho, as coisas podem acontecer a favor da “capital dos destemidos pioneiros”. A professora do PT é amiga do Presidente da República e tem muitos contatos em Brasília. Além do mais ela participou, como convidada especial, da equipe de transição do novo governo a convite de Geraldo Alkmin. A petista é autoridade.

A professora Fátima Cleide Rodrigues da Silva é uma democrata de carteirinha. Duvido que ela como prefeita de Porto Velho iria aceitar passivamente que todos os 21 vereadores da Câmara Municipal lhe dessem apoio irrestrito. Ela sabe muito bem como funciona o contraditório na política e possivelmente não faria coligações espúrias visando apenas ao poder. E todo político sabe: só se governa e administra bem quando se tem oposição séria que faz cobranças diárias. Como senadora da República por oito anos ela demonstrou na prática o que é democracia e como isso funciona. Já o IPTU pago com antecedência, voltaria a ter os antigos 20 por cento de desconto para não punir os bons pagadores. Isso se chama respeito aos munícipes. Por enquanto Fátima Cleide ainda não é candidata a nada. Repito: não houve convenções dos partidos e as campanhas eleitorais nem começaram. Tomara que ela seja indicada para ser a nossa prefeita. Já tem meu voto.

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

domingo, 28 de janeiro de 2024

Mentiras que nos confortam


Mentiras que nos confortam

 

Professor Nazareno*

 

            A mentira sempre existiu em quase todas as sociedades. Não é um pecado capital, talvez por isso sempre foi usada sem nenhum remorso pelos humanos. O nazista Joseph Goebbels disse certa vez que “uma mentira contada mil vezes se transforma em uma verdade”. Não muito diferente do pensamento dos nazistas, quase todas as civilizações ditas modernas de hoje têm a mentira como um dos pilares que sustentam a sociedade. Do simples homem comum aos mais respeitados chefes de Estado, reis, imperadores, ditadores, presidentes e autoridades em geral, quase todos usam a mentira como regra de vida. A mídia de hoje, por exemplo, é uma das maiores disseminadoras das inverdades. Associada à hipocrisia, os mentirosos a usam no dia a dia para governar os alienados, estúpidos e conformados. E são as fake news atuais que ditam as regras em que vivemos.

            Vamos começar por Rondônia. Todo mundo diz que o melhor governador daqui foi o coronel Jorge Teixeira. Só que ninguém leva em conta que o mesmo foi apenas mais um preposto da infame e assassina Ditadura Militar em terras karipunas. Tinha muito dinheiro, mas nada fez para garantir o futuro do novo Estado. Já Porto Velho, a suja e imunda capital de Rondônia, tem em Chiquilito Erse talvez o seu melhor administrador. Tolice, balela, mentira pura! Se foi, o que ele deixou de legado para os porto-velhenses? NADA! E por que Porto Velho tem hoje um dos piores IDH’s e é a pior dentre as capitais do Brasil para se viver? Sem água encanada nem saneamento básico, a capital karipuna não passa de uma reles “currutela fedida e imunda” que nada oferece aos seus moradores. Então Chiquilito Erse não previu nada disso para o lugar que ele “tão bem” administrou?

            A maior prova de que a mentira, a hipocrisia e a falsidade acalmam e tranquilizam as pessoas é a atual situação de Porto Velho e de Rondônia como um todo. A pobreza e a miséria aqui sempre fizeram e ainda fazem parte do cotidiano, mas muitos insistem em negá-las e se enganam ao dizer que também não as veem. Por isso que é bom mentir e ser hipócrita: muitas pessoas preferem ficar no conforto da tosca mentira a ter que serem confrontados com uma verdade que incomoda. Assim, todos mentem descaradamente sem nenhum peso na consciência. Não houve golpe de Estado no 8 de janeiro de 2023. Muitas pessoas que estavam lá e foram presas eram apenas “curiosos” e “velhinhas” que estavam com a Bíblia nas mãos e só queriam fazer protestos. É muito mais romântico acreditar nisso do que admitir que havia bastante gente graúda por trás das manifestações.

            Na atual guerra da Ucrânia em que a Rússia invadiu “do nada” o país vizinho, entre os russos é proibido se falar no nome guerra. Assim, a mentira corre solta: aquela invasão dantesca é, para o povo russo, apenas uma “intervenção militar especial”.  Já em Israel, todos são obrigados a acreditar que os judeus não estão praticando um genocídio contra os pobres palestinos. Embora o Exército judeu já tenha matado quase 30 mil indefesos civis da Faixa de Gaza. A maioria mulheres, velhos e crianças. “Israel tem todo o direito de se defender” diz a mentira e a hipocrisia propaladas no mundo inteiro. Mas o Estado judeu não está matando os terroristas covardes que assassinaram mais de mil e duzentas pessoas inocentes em território israelense no sete de outubro de 2023. Dessa forma, o importante é só mentir. Muita gente, por não ter uma boa leitura de mundo e nem conhecer a realidade, crê. Porto Velho, melhor lugar do mundo. Verdade ou mentira?

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sábado, 20 de janeiro de 2024

O Irã tem armas nucleares?

O Irã tem armas nucleares?

 

Professor Nazareno*

 

            Tomara que sim! Parece que a República Islâmica do Irã já tem armas atômicas em seu arsenal. Que bom! Graças a Deus! Graças a Alá! Na sexta-feira passada no Fórum Econômico Mundial em Davos na Suíça, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Raphael Grossi, afirmou ter sérias preocupações com o programa atômico do Irã. Ele falou que a República dos Aiatolás pode ter mais de 130 quilos de Urânio já enriquecido que daria para fabricar várias ogivas nucleares. Os iranianos não permitem que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) fiscalize as atividades nucleares do país. Com armas de destruição em massa em suas mãos, o Irã equilibraria o jogo político naquela tensa e conflagrada região do mundo. Israel não admite, mas falam que os judeus possuem hoje mais de 90 ogivas nucleares em seus arsenais. Dará empate!

          O Clube Nuclear do Mundo é muito restrito. Só Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França, Índia, Paquistão, Coreia do Norte e Israel possuem essas armas. E agora, se os deuses quiserem, o Irã entrará para esse diminuto time de potências nucleares. Para se ter uma ideia da importância dessas armas, apenas os cinco primeiros países a possuir tais meios fazem parte do Conselho de Segurança da ONU. Em tese, são eles que sempre mandaram no mundo. Pior: de posse de tais armamentos criaram mecanismos para que nenhum outro país pudesse ter acesso à energia nuclear para fins bélicos. É um perigo que apenas poucos e raros países possam ter armas nucleares, já que quem não possui será sempre dominado por um vizinho mal intencionado que detém o poder de destruir populações inteiras com um simples ataque. Veja-se o caso da Índia e Paquistão.

        Depois que o Paquistão teve acesso à bomba atômica, os indianos pararam de provocá-lo e o equilíbrio político voltou ao sul da Ásia. O mesmo deve acontecer no Oriente Médio. Israel, por possuir um arsenal nuclear, manda e desmanda na região como está fazendo agora contra os coitados dos palestinos. Já matou quase 30 mil deles em pouco mais de três meses. Nesse ritmo de matança, em menos de seis anos não restará um único cidadão palestino vivo. Falam que foi Albert Einstein que repassou para os soviéticos os segredos nucleares dos Estados Unidos para “equilibrar as decisões políticas mundiais” depois da Segunda Grande Guerra. Para o cientista, o poder não pode jamais ficar de um lado só. Com ogivas nucleares à disposição dos aiatolás, os seus inimigos pensarão agora duas, três vezes antes de iniciar um genocídio qualquer. Chega!

            Não fosse o poderoso arsenal atômico da Coreia do Norte, este país já teria sido invadido, destruído e aniquilado por forças da Coreia do Sul ajudadas pelos Estados Unidos e seus aliados. Por isso que as potências ocidentais não querem que o Irã tenha acesso a armas de destruição em massa. Os americanos gostariam de continuar mandando nos destinos e também nos campos de petróleo dos persas como sempre fizeram quando o Xá Mohammad Reza Pahlavi governava aquele país. Os norte-americanos sempre foram o câncer do mundo, mas agora com a China emergindo como superpotência econômica, eles têm que moderar sua ganância e seu imperialismo demoníacos. Cada país tem sua maneira de viver, seus princípios, sua religião, seus recursos, sua soberania. Nada de se curvar a ninguém. O único medo de o Irã possuir tais armas é querer agora “afogar o último judeu no Mediterrâneo” ou “incendiar Haifa”. Quem vai parar os aiatolás xiitas?

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

O mundo é contra a BR-319

O mundo é contra a BR-319

 

Professor Nazareno*

 

Atualmente o mundo inteiro está muito preocupado com as mudanças climáticas. O ano de 2023, por exemplo, foi o mais quente de toda a História. A Amazônia enfrentou nesse ano uma seca fora de série. São os efeitos das devastações ambientais que já estão castigando a todos com as suas terríveis consequências. Por isso, reuniões, encontros, congressos, simpósios, seminários, conferências do clima, debates, discussões, concílios, são realizados para enfrentar a questão. Mas parece que em Rondônia, um fim de mundo inexpressivo e distante, essa discussão ainda não chegou. Nas terras de Rondon, discute-se abertamente sobre a recuperação da BR-319, que liga Porto Velho ao Careiro da Várzea no Amazonas. Uma extensão de 900 quilômetros rasgando a intacta floresta amazônica e que certamente vai decretar o melancólico fim do que ainda resta de mata nativa por aqui.

Em 2008, o presidente Lula criou o Fundo Amazônia para captar recursos de outros países a fim de monitorar e combater o desmatamento na região. Esse Fundo foi paralisado em 2019 no governo Bolsonaro e retornou agora. Vários países desenvolvidos contribuem com a ideia. Dinamarca, Estados Unidos, Suíça, Noruega (maior doador), Alemanha, Reino Unido e até a União Europeia como um todo. Desde que foi criado, o Fundo Amazônia já arrecadou quase seis bilhões de reais. Mas um deputado federal de pouquíssima expressão do União Brasil de Rondônia é autor de um projeto de lei que permitirá o uso dos recursos desse Fundo para asfaltar a assassina e antiambiental BR-319. Ou seja, segundo esse parlamentar, o dinheiro que seria para proteger a Amazônia deve ser usado para fomentar as invasões de terras protegidas causando mais destruições.

O Fundo Amazônia foi criado exatamente para proteger a floresta amazônica contra o desmatamento e a desertificação crescentes. Óbvio que ao asfaltar de novo esse trajeto, aumentarão a grilagem de terras, o desmatamento ilegal e as queimadas danosas. Podem até asfaltar com o dinheiro público, mas usar o Fundo Amazônia seria um deboche sem tamanho. Além do mais, Porto Velho, Manaus, Rondônia e Amazonas não têm importância nenhuma na já tosca realidade nacional. Essa fatídica estrada nada vai trazer de desenvolvimento nem de progresso para ninguém daqui. Só desmatamentos, invasões, grilagem, mortes, garimpos e mais destruição e danos à natureza. Por isso, Alemanha e EUA se preocupam com a volta dessa BR. Os doadores do Fundo estão alertando contra os planos de pavimentá-la com o dinheiro deles. E todos já estão observando “de perto”.

Um porta-voz do governo alemão, o segundo maior doador do FA, já disse que o apoio a um projeto deste tipo “não é possível” de acordo com as regras estabelecidas. E os EUA entendem que o Fundo utilizará os recursos “de forma consistente com os seus regulamentos”. Ambientalistas temem que projetos assim provoquem uma explosão na destruição da floresta, ao facilitar o acesso de madeireiros ilegais a áreas remotas. O investimento em projetos de infraestrutura de grande escala não está previsto entre as ações do decreto presidencial de 2008, que diz como o Fundo deveria gastar seu dinheiro. A discussão sobre o destino da BR-319 já chegou a Porto Velho: integrantes de um grupo de trabalho do Ministério dos Transportes apresentou à sociedade local os principais pontos da proposta estudada para pavimentar a rodovia, como se meia dúzia de brasileiros ignorantes pudessem decidir o destino de toda a Amazônia, que tem importância mundial.

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.