sábado, 30 de junho de 2018

Viadutos desnecessários



Viadutos desnecessários


Professor Nazareno*

            Porto Velho, a abandonada e explorada capital dos roraimenses, tem vários viadutos em sua área urbana. Nenhum deles presta e nem tem a menor serventia. São verdadeiros elefantes brancos que só serviram até agora para desviar dinheiro público,  eleger políticos ruins e infernizar a vida dos habitantes e motoristas da cidade. Criação do PT de Roberto Sobrinho, as obras serviram de túmulo para a administração petista em Porto Velho. Alguns estão com suas obras abandonadas há vários anos, como o da entrada, ou saída, da cidade próximo à Prudente de Moraes. Já outros foram terminados às pressas somente para atender ao calendário das eleições, por isso são íngremes, tortos, cheios de mato, sujos, desnecessários. Estão escuros e sem nenhuma estrutura arquitetônica. É o caso daquelas absurdas “gambiarras” no antigo Trevo do Roque.
            O viaduto da BR 364 com a Avenida Campos Sales na zona sul da cidade está em fase de conclusão. Ironicamente num ano eleitoral em que uma cambada de políticos e candidatos às próximas eleições vão fazer fotos na sua inauguração. Não se sabe ao certo quantos milhões foram investidos naquela obra totalmente dispensável. Pior: ele está ao contrário. Quem o projetou certamente não sabia que o maior fluxo de veículos se dá nos sentidos centro/bairro e bairro/centro e não na saída da cidade. Quem vai para o Campus da Unir, por exemplo, segue por cima da obra tranquilamente enquanto os outros motoristas continuarão se espremendo em congestionamentos monstruosos. Coisa que o polêmico viaduto deveria extinguir. Pior: quem for na direção bairro/centro “ganhará” agora um acréscimo de quase dois quilômetros para chegar ao seu destino.
            Coisas de Rondônia e dos rondonienses mesmo. Outro péssimo exemplo: com a construção da Usina de Santo Antônio, para se chegar à vilazinha do Teotônio ficou muito mais difícil. Agora são quase 20 quilômetros a mais numa estrada esburacada e cheia de onças famintas O que era para facilitar a vida dos moradores ficou mais complicado. É igual à ponte do Madeira que continua escura até hoje. Não serve para nada. Somente para subsidiar a farinha d’água do Projeto Joana d’Arc. Nenhuma casa até agora foi construída do outro lado do rio e a estrada para Manaus, a BR 319, ainda é um sonho inalcançável. Nem vou repetir que liga “o nada a coisa alguma”. A velha balsa era mais prática e devia voltar. Foram mais de 300 milhões de reais jogados literalmente na água. Parece até que Rondônia tem muito dinheiro para desperdiçar.
            Nunca entendi por que construir viadutos se uma boa sinalização tinha resolvido o problema e teria saído por um preço muito menor. Mas a implicância de muitos dos matutos de Porto Velho achando que “aquilo” tornaria a cidade uma metrópole mais bonita e desenvolvida fez com que muitos dos governantes, também cheios de más intenções e compreensivelmente interessados nas obras eleitoreiras, embarcassem na canoa furada. O correto agora seria mandar implodir por completo todos os arremedos de viadutos e pontes da cidade. Sem eles, o trânsito fluiria bem melhor. A cidade precisa de água tratada e de saneamento básico, mas quase ninguém fala sobre isso. Precisa também de mobilidade urbana decente e não de trambolhos desajeitados sem nenhuma utilidade. O viaduto da Campos Sales é tão desnecessário e eleitoreiro que a Procuradoria Regional Eleitoral questionou sua inauguração antes de ele ser concluído.




*É Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Vitória sem nenhum brilho



Vitória sem nenhum brilho

Professor Nazareno*

            Pela decisão do Grupo E da Copa do Mundo da Rússia, o Brasil venceu “a duras penas” o fraco time da Sérvia por 2 X 0 e se classificou incrivelmente em primeiro lugar. Nas oitavas de final deverá encarar o México, que ficou em segundo em seu grupo. Os brasileiros não tiveram alegria nenhuma durante o jogo contra os eslavos. Foi sofrimento o tempo todo. Mesmo depois do primeiro gol, os sérvios quase empatam a partida. Toda a euforia dos “brazucas” ainda era verificada por causa da eliminação precoce da Alemanha. Ou seja, a desgraça alheia, também no futebol, ainda é um forte sinal de otimismo para os iludidos torcedores pentacampeões do mundo. O time do Brasil pode até ganhar esta Copa do Mundo, mas até agora certamente mostrou uma das piores equipes a participar de um campeonato mundial desta modalidade. Um fracasso.
            A seleção brasileira ainda não brilhou nada nesta competição. Os jogadores caem em cada jogada de que participam. Parecem “bonequinhas de argila”. São muito frágeis. É como se todos sofressem de Osteoporose. Não têm garra nenhuma. Marcelo já está contundido. Douglas Costa, também. O nível técnico do time inteiro é sofrível. O elenco não tem conjunto. Não cria jogadas memoráveis. Não encanta ninguém. O tal de Neymar já virou até piada nacional, apesar dos mais de 12 milhões de reais que vergonhosamente ganha por mês. Muito diferente do jogador Mascherano da Argentina, por exemplo, que jogou com a camisa ensanguentada todo o segundo tempo contra a Nigéria. Não há como comparar os atletas brasileiros com os da nossa vizinha. Lá se vê muita garra, determinação, vontade de vencer, amor à pátria e respeito ao torcedor.
            O grupo de que o Brasil participou nesta primeira fase foi muito fraco. Praticamente só tinha “galinha morta”. Muito Diferente dos “Hermanos” que pegaram um “grupo da morte”. Ainda assim sofremos contra a Suíça, quando empatamos na marra e só ganhamos da fraquíssima Costa Rica porque o juiz inexplicavelmente prorrogou a partida até que se observasse a vitória do Brasil. Um escândalo jamais visto. Os gols só saíram nos acréscimos, dados sob medida. Torcer pelo Brasil nesta Copa é pedir para sofrer. E muito. Como para muita gente a Copa do Mundo começará somente agora a partir das oitavas nos jogos “mata-mata”, a fraca, medrosa, covarde e ruim seleção canarinho que se cuide: pode sair da competição a qualquer jogo. E duvido muito que com esse time uma partida vá para os pênaltis ou mesmo para a prorrogação.
Em conversas sobre o futebol hoje, o que se ouve de comentários é sobre a eliminação dos alemães, a quase derrota dos argentinos, o fracasso dos outros e não do desempenho da seleção nacional. Como se isto apagasse os vergonhosos 7 X 1 de 2014. Nesta Copa do Mundo, o Brasil ainda não enfrentou a Bélgica, a Croácia, a Inglaterra, o Uruguai, Portugal ou Espanha. São times mais encorpados e que têm demonstrado um futebol muito superior ao nosso. Muitas dessas seleções se classificaram após a segunda partida e nós tivemos que decidir o nosso grupo num jogo de vida ou morte. Mesmo assim, sem a Itália, que nem foi à Copa, a Holanda e a Alemanha, potências de verdade também no futebol, o caminho estaria aberto para mais um título nosso. Mas não há como acreditar numa seleção que só proporciona alegria com a derrota e o fracasso dos outros. Esse arremedo de seleção não merece ganhar nada. O bom futebol agradeceria.




*É Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Derrota: os 7 X 1 eternos


Derrota: os 7 X 1 eternos


Professor Nazareno*

            Em plena Copa do Mundo de futebol, alguns amigos me perguntam por que não torço pela seleção brasileira. “Não consigo”, respondo laconicamente. Embora torça pelo bom futebol, que é um esporte maravilhoso, vejo o uso político dessa prática esportiva como um acinte à carente e incivilizada sociedade brasileira. Um deboche da classe política principalmente. Se somos Primeiro Mundo neste esporte, a vida diária no país nos diz o contrário. O Brasil há mais de quarenta anos é uma das dez maiores potências econômicas do planeta, mas temos uma das piores qualidades de vida. Produzimos riqueza em grandes quantidades e somos o segundo maior produtor de alimentos da atualidade, mas em contrapartida temos pobreza e desigualdade social como nenhuma outra nação. Só de famintos, temos quase 20 milhões de pessoas.
            Mas você deve estar se perguntando: e o que a Copa do Mundo e o futebol têm a ver com essa triste realidade vivida pelo nosso país? O futebol realmente não pode ser responsabilizado sozinho por esta calamidade, mas contribui de forma decisiva para escamotear a escandalosa situação vivida pela nação. O “esporte das multidões” é o carro chefe da alienação política e social vivida pelos milhões de torcedores. Inebriado, cego e enlouquecido pelos seus “heróis de chuteiras” durante uma competição internacional, o brasileiro comum se desliga da rotina diária e “viaja” num mundo de sonhos impossíveis de lhe acontecer. Veste a camisa amarela da seleção, pinta sua casa nas cores nacionais, enfeita as ruas, prega bandeira no seu carro e passa a adorar os “deuses dos gramados”. Patriotismo de ocasião: isso só existe de quatro em quatro anos.
            O futebol nos deu cinco títulos mundiais, movimenta milhões de reais e nos dá alguma alegria. Porém são poucos os que se beneficiam dessas riquezas. É como perder de 7 X 1 todo dia. Na Copa que o PT e Lula trouxeram para cá em 2014, por exemplo, foram mais de dez bilhões de dólares (quase 40 bilhões de reais) de prejuízo que teremos de pagar somente pelas arenas superfaturadas. Obras inacabadas, corrupção sem controle e roubalheiras completaram o “legado amaldiçoado”. Para o Brasil, Copa do Mundo e futebol só dão prejuízos. E muita alienação. Todo este dinheiro aplicado em educação, saúde, saneamento básico e mobilidade urbana teria mudado muita coisa no país. A Copa do Mundo e as Olimpíadas quebraram o Rio de Janeiro e ajudaram a enriquecer seus governantes. O povo torcedor, como sempre, ficou à margem de tudo.
            Se nossas autoridades políticas e o povo brasileiro de um modo geral amassem e venerassem esse país como o fazem em Copas do Mundo, certamente teríamos outra pátria, outra realidade. O Brasil precisa perder várias vezes e ser goleado para que esse povo explorado acorde para a triste realidade que o cerca. O futebol sozinho não pode nem deve ser a baliza que norteará toda uma sociedade. De que adianta ganhar somente dentro de campo e perder nas outras coisas? E se eu torcer contra o Brasil, o governo vai construir mais escolas, mais hospitais e mais redes de esgoto? Talvez não, mas sabe que não pode contar com a minha idiotice para a roubalheira que faz. Além do mais, não posso ficar alegre nem ser conivente com as desgraças evitáveis que nos acontecem enquanto nação. Os cidadãos brasileiros devem entender que nem vitória nem derrota de sua seleção mudarão suas vidas em nada. E por sinal, o futebol do Brasil está péssimo.




*É Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Copa: vitória arranjada



Copa: vitória arranjada


Professor Nazareno*

            O Brasil venceu a fraca seleção da Costa Rica por 2 X 0 pela Copa do Mundo da Rússia. Uma vitória no sufoco, apática e praticamente na sorte, uma vez que os gols só saíram nos acréscimos. No tempo normal, o empate sem gols só mostrou como está ruim e frágil o nosso time. Sem objetividade, com erros grosseiros dos nossos atacantes e com muito nervosismo, a seleção brasileira só vence esta Copa se acontecer um milagre. México até agora, Portugal, Espanha, França e Croácia são equipes que têm demonstrado muito mais futebol do que os medrosos jogadores canarinhos. Ganhar da desconhecida Costa Rica, e no sufoco, só mostra o quanto ruim está o futebol num dos países mais corruptos e desonestos do mundo. O ideal seria uma derrota para acabar com o sofrimento dos milhões de idiotas que ainda creem nos milionários fracassados.
            O Brasil só ganhou, portanto, por causa dos acréscimos dados inexplicavelmente pelo árbitro da partida. Foram seis minutos que se transformaram em oito ou nove. E talvez até chegassem a vinte ou trinta. O objetivo do juiz era o time sul-americano fazer o gol. Fez dois. O Brasil tinha que ganhar esta partida de qualquer jeito. Uma vergonha, um acinte para as seleções que estão jogando o verdadeiro futebol e não precisam desta sacanagem criada só para se chegar a essa situação ridícula. Sem isso, o jogo teria sido um 0 X 0 e o Brasil teria ficado praticamente fora da Copa. Parece até que a corrupta FIFA e os seus juízes estão querendo ajudar o fraco time do Brasil. Corruptos sempre se entendem. Não duvido até que este torneio tenha a final disputada entre a Rússia e esse mesmo Brasil, dois países recordes na corrupção e na roubalheira em suas sociedades.
            Na terça-feira próxima, dia 26 de junho de 2018, o Lula pode até ser solto pelo STF do Brasil que os trouxas torcedores brasileiros não perceberão nada. Estão todos vestidos com a camisa verde-amarela e felizes. Muitos acham que ganhar no futebol, um esporte apenas, é chegar ao topo do mundo. Vergonha: petistas e coxinhas estão todos juntos e irmanados neste momento de “comoção social”. Estão felizes, sorridentes e acreditando no impossível: a taça de hexacampeão. Se infelizmente o Brasil ganhar esta Copa do Mundo, o Eduardo Cunha, o Sérgio Cabral e os outros muitos corruptos e ladrões do dinheiro público podem até ser libertados que tudo parecerá normal. Para o brasileiro senso comum, o que importa mesmo é só o futebol. Até o imoral e polêmico auxílio-moradia da maioria dos juízes brasileiros parecerá uma coisa compreensível.
            O jogo contra a Costa Rica em si foi uma coisa dantesca de se ver. Visivelmente nervosos, jogando mal, errando passes, totalmente perdidos em campo e tentando evitar uma humilhante derrota que seria fatal, os badalados e adorados pentacampeões do mundo tiveram que contar com o inusitado: a prorrogação do tempo. Jogando ruim e acuada desse jeito, a seleção brasileira pode até receber ajuda externa como nessa partida, que mesmo assim não será campeã de nada. Nossos atletas estavam completamente nulos e perdidos em campo. Esse “timeco” não pode ser beneficiado pela sorte ou por outros fatores externos. Devíamos torcer por outro país, uma seleção que diverte e não angustia tanto como a nossa. Que vantagem tem ganhar uma Copa do Mundo sem jogar o bom futebol? Por que torcer por uma esquipe fraca e medrosa cuja vitória mergulhará o país noutra crise que levaria pelo menos uns 40 anos para acabar?



*É Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Cruzada moralista no Brasil

Cruzada moralista no Brasil


Professor Nazareno*

               De uns tempos para cá, muitos brasileiros estranhamente se viram envolvidos em uma cruzada moralista sem precedentes que mais se parece com uma espécie de “caça às bruxas”. Em todos os sentidos busca-se o politicamente correto como se aqui vivessem os mais puros e honestos habitantes do mundo. Com o advento e a popularização das redes sociais, a busca pelos cinco minutos de fama se intensificou de forma assustadora. Dois fatos recentes servem para exemplificar essa mudança radical no comportamento de alguns hipócritas. O primeiro foi dentro de um shopping Center em Salvador na Bahia e o outro na Rússia em plena Copa do Mundo. Em ambos os casos, uma parte da população do país foi tomada de uma hora para outra por arroubos moralistas e pediu punição imediata a todos os envolvidos nos lamentáveis episódios.
            No caso de Salvador, quando um comerciante pagou um almoço para um garoto de aparência humilde que vendia balinhas na porta do estabelecimento, a população se revoltou com o segurança que tentava impedir de qualquer maneira a presença do menor naquele ambiente. Tudo foi devidamente filmado e, claro, o tumulto logo “viralizou” nas redes sociais. Nada aconteceu com o estabelecimento comercial nem com os seus donos. Sobrou tudo para a parte mais fraca: o vigilante. Afastado imediatamente de suas funções, a direção do shopping disse que o mesmo passará por uma “capacitação”. Mas já circulam comentários nas mesmas redes sociais dando conta de que o mesmo fora demitido e na procura de um novo emprego, já foi recusado por três empresas. Por que o cidadão não foi capacitado antes? Será que ele não estava mesmo cumprindo ordens?
        Além do mais, por que um desconhecido estava na companhia de um garoto querendo lhe dar comida? Ninguém questionou nada nem buscou saber o porquê de um menor estar mendigando comida nas ruas quando podia estar em uma escola. E a sua família? O “vilão” já foi punido e isso é o que mais interessa. Todos saíram felizes do episódio, menos o coitado do segurança e de sua família. Já o outro triste e lamentável fato, o caso do vídeo gravado em Moscou, teve muito mais repercussão. Bêbados e vestidos com a camisa da seleção brasileira, alguns torcedores protagonizam o que de pior existe entre nós brasileiros: misoginia, preconceito, machismo e falta de vergonha na cara. Eles fizeram uma sorridente jovem russa pronunciar junto com eles que o seu órgão genital era rosa. “Buc... rosa! Buc... rosa!”, era o refrão. Uma cena dantesca!
    Como não entendia uma só palavra do Português, a alegre jovem achava que se tratava apenas de um grito de guerra dos brasileiros e cantou alegremente com todos eles. Sob todos os pontos de vista, aquela “diversão” de péssimo gosto parecia músicas FUNK cantadas no Brasil. Ninguém gostaria de ver uma familiar ou uma amiga se envolver numa cena absurda desta. Mas as reações por aqui foram imediatas. Feministas e afins passaram a caçar e a identificar os envolvidos na canalhice. Até a rede Globo  faturou com o episódio dando lições de ética. Muitos querem a punição dos infratores. Moralistas e defensores dos “bons costumes” engrossam o coro. Na Rússia, assédio não é crime. Mas a pressão foi tanta que os russos podem investigar o caso. Vai sobrar de novo para a parte mais fraca. Os brasileiros deviam se incomodar também com o roubo na política e com desvios de dinheiro, que são muito mais imorais. Mas todos se calam.




É Professor em Porto Velho.

domingo, 17 de junho de 2018

Brasil: fiasco na estreia


Brasil: fiasco na estreia


Professor Nazareno*

            
              Estou muito chateado: a Suíça “só empatou” com o Brasil na estreia da Copa do Mundo de futebol na Rússia. Era para ter saído vitoriosa. O placar de 1 X 1 foi de bom tamanho para os molengas jogadores do Brasil. Pelo que jogou nosso time, esse resultado foi para nós uma espécie de vitória contra a aguerrida seleção alvirrubra. Os suíços dominaram a partida do começo ao fim e se o seu técnico, e dirigentes, tivessem acreditado que os brasileiros são medrosos e covardes também dentro do campo, poderiam ter nos dado uma goleada histórica. Nenhum jogador brasileiro se destacou em campo, apesar dos milhões que ganham de salário. O nosso gol foi de pura sorte: Philippe Coutinho, atacante do nosso time, chutou meio sem querer da entrada da área. A bola bateu na trave e por puro capricho, e sorte nossa, foi para dentro do gol suíço.
            Os suíços empataram logo no início do segundo tempo. Gol legal do forte e viril zagueiro Steven Zuber. E não foi falta no Miranda como muitos disseram erradamente. O juiz não viu nada de anormal, o bandeirinha também não viu, os juízes de vídeo não viram. A FIFA não viu. Ninguém viu. Só alguns brasileiros viram. A disputa foi normal. Havia nove brasileiros e o suíço (veja foto). No escanteio, o europeu subiu mais alto do que todo mundo e cabeceou com convicção. A culpa foi da zaga brasileira e também do goleiro de 90 milhões de reais, que ganha 450 mil reais por mês e não sabe sair do gol. Como muitos brasileiros são ladrões e desonestos, acredita-se piamente que todo mundo também rouba só para nos prejudicar. Inclusive os juízes de futebol. Se o Brasil tivesse jogado bem melhor, teria dominado os suíços e metido uma enxurrada de gols neles.
Levando-se em consideração o que são os dois países no cenário internacional, era para nós termos levado uma goleada da Suíça. Aliás, perdemos em tudo e só ganhávamos no futebol. E agora nem isso acontece mais. Neymar ganha por mês “somente” doze milhões de reais e o “cara” que fez o gol do Brasil ganha 4,5 milhões. Os dois e todo o time nacional era para ter jogado bem mais. Miranda, o que disse ter sido empurrado, ganha na Inter de Milão mais de 1,3 milhão de reais. Adenor Leonardo, o risível técnico da nossa seleção, é uma lástima. Pode entender de dominó, sinuca ou baralho, mas de futebol está nos devendo muita coisa. É um falastrão que só sabe usar a retórica. Fez três substituições que em nada contribuíram para melhorar a equipe. Ele é tão ruim e ultrapassado em futebol que devia ser treinador do Genus de Porto Velho.
Pelo que vi neste jogo, duvido até que o Brasil possa passar dessa primeira fase. E se não ganhar da “galinha morta” que é o time da Costa Rica, já era. Esses jogadores milionários deviam ser punidos quando não ganhassem. “Cada ponto perdido, vocês passarão uma semana morando em Porto Velho, capital de Roraima”. Com um castigo desses eles poderiam se empenhar mais nos jogos. Ganhar milhões para não jogar nada é mole. Quero ver ganhar um salário mínimo do Brasil e render o que muitos dos nossos trabalhadores rendem. “Venham ser professor em Rondônia para ver o que é bom pra tosse”. Os caras ganham “rios de dinheiro” e moram na civilizada Europa para fazer este papelão? Só não estou mais feliz porque a Alemanha perdeu para o México. Os brasileiros precisam agora voltar a gritar “Fora Temer” e “Lula Livre”, pois o futebol é como religião: “vital para os tolos, bobagem para os sábios e útil para os governantes”.




*É Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Vou torcer pela Suíça

Vou torcer pela Suíça


Professor Nazareno*

            A Suíça é um país do centro da Europa. É menor do que o Estado do Espírito Santo e tem uma população de pouco mais de oito milhões de habitantes. A qualidade de vida é uma das melhores do mundo. Suas cidades despontam todos os anos como os melhores lugares para se viver. Sem violência, apesar de ser uma nação formada por povos diferentes, os suíços sempre sediaram as principais organizações mundiais. “A Confederação Suíça tem uma longa história de neutralidade, não estando em estado de guerra internacionalmente desde 1815. O país é sede de muitas organizações internacionais como o Fórum Econômico Mundial, a Cruz Vermelha, a Organização Mundial do Comércio, a União Postal Universal, a Organização Internacional para Padronização e é sede oficial do segundo maior escritório das Nações Unidas”.
Em nível europeu, foi um dos fundadores da Associação Europeia de Comércio Livre e é parte integrante do Acordo de Schengen. Em termos desportivos, o COI, a FIFA e a UEFA possuem as suas sedes localizadas no território suíço”. O pequeno país já ganhou 26 vezes o Prêmio Nobel. Tem um dos melhores sistemas de educação do planeta. Suas escolas e universidades são reconhecidas no mundo inteiro. Seus habitantes são fluentes em vários idiomas como o Inglês, o Francês, o Alemão, o Italiano e o Romanche, língua minoritária falada nos Grisões montanhosos. Se o Paraíso na terra existe, com certeza ele se localiza na Suíça. Enquanto isso, o Brasil é o Inferno na terra e não se destaca em absolutamente nada. Nosso país é uma piada de mau gosto e tem apenas “bunda de mulher” e “perna de jogador” como seus principais produtos.
Nunca ganhamos um Prêmio Nobel sequer. Nunca conquistamos um Oscar. Internacionalmente nunca fomos nada. Temos um dos piores sistemas de educação do mundo. Nossas escolas não ensinam nada a ninguém. Nossos alunos, de um modo geral, ao terminar o Ensino Médio, não sabem ler nem escrever em língua pátria, a única falada por estas bandas. Aqui se fala um dialeto sem nenhuma importância que é muito parecido com a língua falada em Portugal. Na política somos o campeão da corrupção e da roubalheira. Nossos hospitais são como “açougues”. Somos campeões em violência com mais de 60 mil assassinatos ao ano. Não nos destacamos na cultura. Nos esportes, perdemos feio também para a Suíça: com uma população 25 vezes menor do que a do Brasil, eles já ganharam 181 medalhas em Olimpíadas contra apenas 128 do Brasil.
A Suíça não tem um centímetro sequer de litoral e com um território mais de duzentas vezes menor do que o do Brasil recebe mais turistas por ano do que nós. São mais de oito milhões de visitantes contra os seis milhões que ainda têm coragem de vir presenciar tiroteios em favelas, se arriscar a sofrer um assalto ou ser assassinados. Brasil e Suíça são duas nações completamente diferentes no cenário mundial. Uma com muita importância, outra sem o menor reconhecimento. No futebol a nossa seleção pode até ganhar dos suíços, mas por uma questão de justiça, não posso torcer pelos “canarinhos subdesenvolvidos e incivilizados”. A vitória brasileira neste caso seria uma das maiores injustiças do futebol e do esporte levadas para a vida real. Se o Brasil não passasse para a fase seguinte do torneio ou então caísse no mata-mata seria um alívio. Teríamos mais tempo para discutir política e a nossa cruel realidade. Perder: será um choque dos bons!





*É Professor em Porto Velho.

sábado, 9 de junho de 2018

Porto Velho tem “geito”!



Porto Velho tem “geito”!


Professor Nazareno*

Óbvio que eu não sou prefeito de Porto Velho, a eterna capital de Roraima, nem de nenhum outro lugar do mundo. Mas se o diabo protegesse e os anjos dissessem amém e eu pudesse administrar este arremedo de cidade, juro que “ageitava” muita coisa nesta currutela inóspita. A primeira obra que eu faria como administrador “disto” aqui não seria beijar nem acariciar, já que não teria coragem de me abraçar com carniça. Eu mandava arrancar todo o asfalto das ruas, pois essa primeira ação acabaria de imediato com todos os buracos da cidade. O calor infernal diminuiria consideravelmente e as pessoas viveriam bem melhor sem o nosso mormaço característico. Água encanada não haveria mais. Mandava cavar buracos nas ruas só para abastecer as residências. Distribuiria cabaças e potes de barro para todos. Como chove muito, água não faltaria.
Cuidaria também da mobilidade urbana, que na capital sempre foi uma desgraça. Trocaria todos os carros movidos à combustão por carroças puxadas a burros e cavalos. O ar, sem o odor típico da queima de gasolina, álcool ou do diesel, ficaria bem mais respirável. Se tivesse pensado nisto antes, a greve dos caminhoneiros, por exemplo, não teria nos afetado em quase nada. Mandava destruir todos os elevados do antigo Trevo do Roque e de outras áreas da cidade que os matutos e as autoridades locais chamam de viadutos e mandava retirar todo e qualquer “bico de luz” que tivesse na ponte escura no rio Madeira. Nas escolas do município eu inovaria e só contrataria professor que tivesse uma religião para evitar que os nossos meninos fosses ateus. Antes de cada aula, os alunos marchariam e deveria ser cantado o hino nacional e também Céus de Rondônia.
Uma vez eleito prefeito da “capital das sentinelas avançadas”, colocaria logo um nome no Espaço Alternativo: Centro de Lazer Deputado Lúcio Mosquini (CELADELUMO) em homenagem a um dos criadores daquele recanto popular. O deputado, além de muito trabalhador, é um ícone para os habitantes da capital e será reeleito sempre que quiser, com toda a certeza. O lugar que os porto-velhenses usam para tirar “fotinhas” é um marco na arquitetura de toda a região Norte do país. Comigo na prefeitura, eu municipalizava imediatamente o “açouge” João Paulo Segundo. Construiria em cada bairro da cidade uma filial daquele procuradíssimo e exemplar centro de saúde. O porto rampeado do Cai N’Água seria desmontado e vendido ao ferro velho, já que não serve para nada mesmo. Subir e descer o barranco é mais romântico.
A Expovel, claro, voltaria a ser um dos espetáculos grandiosos de Porto Velho caso eu fosse uma autoridade por aqui. Desfiles pelas ruas da cidade não faltariam. O “assa xereca” deslumbraria as moçoilas casadoiras todo ano.  Toneladas de bosta de animais encantariam a todos os orgulhosos moradores. E nada de distribuir aos participantes sacolas para o lixo, pois não há espetáculo maior em Porto Velho do que ver o “lixaral” esparramado pelas ruas e avenidas depois de um “ato cultural”. Festas como Flor do Maracujá e Flor do Cacto, que homenageiam a exuberante flora local, seriam incentivadas. Parada para Jesus, Marcha do Orgulho Gay e Banda do Vai Quem Quer participariam todos os anos de um concurso para ver quem mais sujava a cidade. O prêmio seria o “Urubu de Ouro”, uma espécie de Oscar da sujeira. Porto Velho tem “geito”, sim! O que falta aqui é criatividade... E também o conhecimento da gramática.




*É Professor em Porto Velho.

domingo, 3 de junho de 2018

Outra derrota das “viúvas”


Outra derrota das “viúvas”


Professor Nazareno*

            A greve do setor de transportes no Brasil chamada romanticamente pela população incauta de “greve dos caminhoneiros” acabou de vez com a vitória dos motoristas e empresários sobre toda a população brasileira que paga impostos. Um governo golpista, corrupto, fraco, na lona e em fim de mandato não teve como negociar de forma satisfatória para que nenhum dos lados saísse perdendo. Temer e sua turma, para salvar a própria cabeça, fez cortesia com o chapéu alheio. Acuados e sem a menor possibilidade de endurecer o jogo com os grevistas, os golpistas capitularam vergonhosamente. A brincadeira custou ao país quase 200 bilhões de reais. Só a perda no valor das ações da Petrobras soma mais de 100 bilhões enquanto o subsídio forçado ao diesel e os prejuízos com o movimento em si ajudaram a quase duplicar a conta.
            A greve, no entanto, mostrou infelizmente a verdadeira face ditatorial, burra e anacrônica de muitos brasileiros. A mentalidade golpista aflorou em alguns cidadãos e em vários casos nos próprios grevistas. O clamor por uma intervenção militar ou mesmo um golpe nos moldes de 1964 ganhou facilmente as ruas para envergonhar a nação inteira. Cartazes e faixas pediam descaradamente a quebra de uma das mais importantes cláusulas pétreas da nossa Constituição. Talvez preocupado com o caos iminente, até o próprio candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro, informou que “se os militares quiserem voltar ao poder tem que ser pelo voto”. Sem a menor vergonha na cara e sem consultar ninguém, cidadãos comuns e mal intencionados pediam a volta do arbítrio. As “viúvas da Ditadura” ficaram órfãs mais uma vez, pois a democracia venceu de novo.
            A História nos mostra que o remédio para os males da democracia é sempre mais democracia. “Se um paciente está com problemas é preciso buscar sempre outros remédios diferentes e não mandá-lo para a câmara de gás a fim de executá-lo”, ensina o professor e historiador Leandro Karnal. E continua: “a democracia nunca deve ser questionada, mas aperfeiçoada”. A nossa democracia embora seja jovem já passou por vários testes e este é apenas mais um. O mundo globalizado não admite mais regimes de exceção e o Brasil não pode ser um grotão subsaariano, embora muitos de seus cidadãos ainda raciocinem como se fôssemos uma república bananeira. O próprio ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, afirmou que falar em intervenção militar é assunto do século passado. “E estamos vivendo no século XXI”.
            Se tivessem ido à escola e estudado História e Economia, por exemplo, as malditas “viúvas do arbítrio” deveriam saber que a culpa por esta crise é de todos os governos: Dilma e o PT subsidiaram os preços do combustível para ganhar as eleições. Temer, o demissionário Pedro Parente e o PSDB não tiveram consciência nem visão política e tentaram reverter os números da estatal aumentando todo dia os preços dos combustíveis. Ou seja, sem popularidade e odiado por todos, o governo golpista de Michel Temer sucumbiu antes da hora e quase leva o país ao caos. A função constitucional dos militares é defender o território nacional e assegurar o equilíbrio da sociedade para assim evitar rupturas. Fora, viúvas agourentas! Golpear as instituições democráticas é coisa de ignorantes, alienados e despolitizados. Pedir ditadura vivendo em uma democracia é fácil. Quero ver pedir a democracia vivendo em uma ditadura.




*É Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Jesus não combina com lixo



Jesus não combina com lixo


Professor Nazareno*

            Não fui à Marcha para Jesus este ano nem em outras edições anteriores, assim como também não fui à Banda do Vai Quem Quer nem vou à Parada do Orgulho Gay em Porto Velho. Mas por acaso passei pela manhã nas avenidas que serviram de palco para algumas destas demonstrações populares e o que vi de podridão foi de espantar qualquer pessoa. Vejo todas estas “manifestações” muito carnavalizadas, apesar de que a Banda do Manelão em fevereiro é Carnaval puro. Em todas estas festas, “mundanas ou não”, o que se vê são toneladas de lixo nas ruas já sujas. Penso que se levando em consideração a sujeira e a imundície encontradas depois desses eventos, Porto Velho é uma cidade muito odiada por quase todos os seus habitantes. Carnavalescos e religiosos em geral se comportam da mesma maneira porca em relação a sua judiada capital.
            Porto Velho é a cidade mais suja do Brasil segundo o Instituto Trata Brasil e ainda assim a maioria de seus moradores não tem dó e a sujam à vontade como se o lugar fosse uma fossa a céu aberto ou mesmo um lixão. Em qualquer manifestação ou ajuntamento de pessoas por aqui o que se vê é uma total falta de respeito pela higiene. Custava aos pastores e organizadores da Marcha para Jesus, por exemplo, pedir um pouco mais de educação e boas maneiras aos seus religiosos participantes? Custava a Ciça, da famosa Banda de Carnaval, distribuir saquinhos de lixo para guardar a sujeira produzida durante a passagem da folia? Custava aos organizadores da parada dos gays exigirem um pouco mais de educação dos participantes do evento? Parece que todos só estão preocupados com o seu próprio ego a fim de colocar o maior numero de pessoas.
            A cidade que se lasque, uma vez que não temos nada a ver com isso”, deve ser o pensamento de todos eles. Os garis servem para quê, não é mesmo? O problema é que limpeza e higiene têm sido só demonstrações de pessoas mais civilizadas das cidades do Primeiro Mundo, infelizmente. Por aqui neste grotão subdesenvolvido e atrasado o lodaçal já faz parte da paisagem. A Marcha para Jesus de Porto Velho é só lixo e imundície pelas ruas. Assim como o Carnaval ou qualquer outra manifestação popular. Do Espaço Alternativo nas proximidades do aeroporto às ruas do centro da cidade, tudo dá nojo. E convenhamos, Jesus não combina com lixo. É e sempre foi sinônimo de pureza, de higiene e de bons costumes. Se Ele voltasse hoje a terra, como muitos ainda insistem em acreditar, duvido que quisesse passar um minuto sequer em Porto Velho.
            As autoridades locais deveriam criar uma espécie de “Museu do Lixo” na cidade. Material não iria faltar, com certeza. E a iniciativa seria única. De absorventes e preservativos usados passando por garrafas pet, garrafinhas de água, sacos de lixo, cadernos de cânticos religiosos, folhinhas de orações, pedidos escritos de fiéis a Deus, comida estragada, sobras de bebidas alcoólicas e outras coisas mais como restos de drogas e cigarros adornariam o insólito museu. Afinal só temos 2% de saneamento e quase não há água tratada por estas bandas. Então deve ser por isso que sujar e emporcalhar as ruas faz parte da nossa cultura. Absolutamente nada contra esta ou aquela demonstração de fé, orientação sexual ou de cultura. Mas a cidade é de todos os seus moradores e nem todos participam destas “gincanas do lixo”. Pastores, padres, gays e carnavalescos, tenham mais cuidados de outra vez, por favor! A cidade agradece.




*É Professor em Porto Velho.