sábado, 19 de dezembro de 2015

2015, um ano sem retrospectiva

2015, um ano sem retrospectiva

Professor Nazareno*

         O ano de 2015 está praticamente chegando ao fim e não tem mostrado até agora nenhuma novidade, pois os fatos que aconteceram no Brasil e em Rondônia parecem repetir os outros anos: na política, na economia, no dia-a-dia da sociedade e em quase todos os outros aspectos da vida normal o que se viu foi a continuação do que já se passou. A corrupção e a roubalheira foram a tônica no país no ano que ora se encerra. Não houve mais nem menos roubo ao Erário em 2015. A vergonhosa dilapidação do dinheiro público continuou de forma sistemática mesmo com os pequenos êxitos da Operação Lava Jato. A Justiça até que tentou, mas os ricos e endinheirados ladrões do país continuaram a ter os privilégios de sempre. Pouca coisa foi devolvida aos cofres públicos e os que ainda estão presos serão soltos logo, logo. Só os pobres é que sofrem.
        Em Porto Velho não foi diferente. As fedorentas ruas da capital continuaram sujas e imundas e o prefeito Mauro Nazif, no terceiro ano consecutivo de seu desastrado mandato, ainda não disse a que veio. Desorganização, incompetência e desrespeito ao cidadão comum se repetiram cotidianamente sem nenhuma solução por parte do poder público. As várias greves no horroroso sistema de transporte coletivo acirraram a ganância e a falta de respeito dos mototaxistas e donos de lotação comum. No meio ambiente não foi diferente, a “capital das sentinelas avançadas” durante o logo verão ficou encoberta por uma densa nuvem de fumaça das queimadas. Parecia Pequim ou Xangai. Nenhuma autoridade ou instituição fez absolutamente nada para resolver o horror. A violência continuou e o caos no trânsito seguiu sua rotina macabra de mortes.
       As obras inacabadas de Porto Velho continuaram inacabadas. O Espaço Alternativo “entrou ano e saiu ano” e está lá como a atestar a incapacidade, o pouco caso e a incompetência das autoridades rondonienses. A ponte continuou escura como breu e os viadutos do PT fincados lá, todos destroçados como se estivessem a rir dos tolos transeuntes e otários pagadores de impostos. O “açougue” João Paulo Segundo continuou com a sua triste sina de “campo de extermínio de pobres”. Como não foi ano eleitoral ninguém votou, mas muitos desejariam ter votado nos mesmos políticos canalhas e ladrões de sempre. Uma tosca, caríssima (dois milhões e meio de reais), feia e desajeitada iluminação de Natal, melhor do que a dos anos anteriores, coloriu somente alguns pontos de Porto Velho e desencadeou uma admiração ímpar ao prefeito Nazif.
         O ano de 2015 termina muito pior do que 2014 e certamente bem melhor do que 2016. O cidadão comum de Rondônia se quiser ver o fundo do poço terá que olhar para cima. E não há perspectivas de melhoria em curto prazo. A Assembleia Legislativa do Estado e a Câmara de Vereadores da cidade não se envolveram em roubos no presente ano, algo inédito de se ver. No comércio, a falta de educação de sempre não mudou em nada. Na mídia, as propagandas insossas e a “puxação de saco” aos políticos corruptos continuaram e a TV Rondônia, retransmissora da poderosa Rede Globo no Estado, continuou sem nenhum acanhamento a retransmitir seus telejornais gravados como fazia há mais de 30 anos. Parece que para a Rede Amazônica, o ano de 2015 é igual a 1975, ou antes. Aqui, assiste-se ao Jornal Nacional primeiro na internet e uma hora depois na televisão. Retrospectiva para quê? Rondônia está fora do tempo e do espaço. Feliz 1980.




                       *É Professor em Porto Velho.
 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Um Natal de luxo no lixo



Um Natal de luxo no lixo

Professor Nazareno*
           
Porto Velho é um lixo, disso quase todo mundo que mora aqui sabe muito bem. Dentre as 27 capitais é a pior colocada quando se fala em desenvolvimento humano e qualidade de vida, segundo a revista Exame. Das cem maiores cidades do país, ostenta a ridícula posição de número 97. Ganha apenas de Duque de Caxias e Belford Roxo, ambas na região metropolitana do Rio de Janeiro. E de nada adianta tentar mudar esta triste sina da “capital das sentinelas avançadas”. A decoração de Natal deste ano, por exemplo, continua feia e toda sem jeito. Fala-se em gastos de mais de dois milhões e quatrocentos mil reais. Ou seja, mais de 80 mil reais para cada noite de “brilho”. Melhor do que os pneus “cocô de monstro” do ano passado e do “mijo de rato” de 2013, o prefeito Mauro Nazif, pressionado pela tola opinião pública, resolveu mostrar serviço.
Mas não adiantou muita coisa. A cidade continuou feia, fedida e totalmente desarrumada. Algumas lâmpadas são até bonitas, mas não combinam com ruas repletas de obras inacabadas. A Avenida Jorge Teixeira, que começa nas carcaças dos viadutos do PT e termina no Espaço Alternativo abandonado, não poderia receber nenhum tipo de enfeite até ser arrumada para isso. Torrar dois milhões e meio de reais numa cidade sem nenhuma infraestrutura é uma estupidez sem limites. E depois por que gastar tanto dinheiro para celebrar o nascimento de Jesus num Estado que é laico? Dinheiro público não deve comemorar o nascimento de Maomé, nem de Buda, muito menos de Cristo. Deveria ser usado para resolver os problemas sociais que são muitos. Os ribeirinhos desabrigados da última enchente histórica do rio Madeira já foram todos realocados?
Com bem menos grana do que isto, cidades pelo Brasil afora até maiores do que Porto Velho ficaram um verdadeiro brinco de tão enfeitadas e tão bem iluminadas. A capital dos rondonienses não tem jeito mesmo. A falta de energia constante na “cidade das hidrelétricas” é um problema sério e coloca em risco o que poderia ser um sucesso. Enfeites de Natal não combinam também com ruas escuras, pútridas, fétidas e enlameadas. Se essa tosca e horrorosa iluminação fosse colocada na ponte escura (a que liga o nada a coisa alguma) até que tinha alguma serventia. A Avenida Sete de Setembro ficou feia, a Carlos Gomes ficou feia, a Jatuarana ficou feia e a José Amador dos Reis também. Em uma área atrás do Shopping Center colocaram um pouco mais de enfeites só para enganar os trouxas. “Árvores com lágrimas” homenageiam os portovelhenses.
Passar o Natal nesta sofrência miserável é um tormento, uma agonia. Por isso quem tem dinheiro e pode “monta no porco” e vai para as paradisíacas praias do Nordeste, para Curitiba ou mesmo para a Serra Gaúcha ver festas natalinas e decorações de verdade. Alguns mais sortudos vão para a Europa e para os Estados Unidos ver neve e degustar bons vinhos e comidas caras no frio aconchegante do mundo civilizado. Aqui é muita lama, calor, chuva, podridão, escuridão e pessoas mal arrumadas, fedidas e bêbadas. Ninguém merece passar o Natal na zona Leste ou na Rua Jatuarana de Porto Velho chupando cabeça de mandi frito e bebendo cachaça de péssima qualidade. Essa desgraça toda se não faltar energia na cidade como já é de costume. Mas o povão ignaro aplaude a tolice e se encanta com o que não tem utilidade. Já ouvi muita gente dizendo que reelegerá Nazif em 2016 só por que ele “sabiamente” trouxe o luxo para o lixo.




*É Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Macaquinhos no teatro dos CUpins



Macaquinhos no teatro dos CUpins

Professor Nazareno*

            Depois do falso terremoto que teria sacudido a cidade de Porto Velho e causado “sérios danos” aos seus belos viadutos e ao Espaço Alternativo, a notícia de maior repercussão ultimamente, no entanto, veio de fora. Foi a apresentação da peça teatral “Macaquinhos” no Teatro do SESC em Juazeiro do Norte lá no longínquo Ceará. Baseada no livro “O povo brasileiro” de Darcy Ribeiro, a polêmica peça envolve nove atores, que dentre outras coisas, ficam em cima do palco cutucando e cheirando a BUNDA um do outro. A plateia delira e fica em êxtase. Porém, os fiscais de CU alheio espalhados pelo Brasil não gostaram da performance artística e desabafaram sua ira nas redes sociais. Sem entender absolutamente nada de arte, muitos internautas de Rondônia disseram que mexer no TOBA do outro não pode ser considerado nada artístico.
            A peça Macaquinhos deveria ser apresentada em Porto Velho. Primeiro por que a cidade é um verdadeiro ÂNUS, então combinaria. Se o Brasil fosse um corpo humano já se sabe qual o órgão que Rondônia representaria. Porto Velho seria pior ainda: ficaria localizado no FIM DA TRIPA GAITEIRA, o ESFÍNCTER ANAL. Uma capital repleta de obras inacabadas, sem água potável e sem rede de esgotos só pode ser comparada mesmo a um FIOFÓ. Lixo, podridão, fedentina e carniça espalhada no meio das ruas, a “capital das sentinelas avançadas” fede muito mais do que qualquer FURICO. Isso sem falar nas últimas decorações natalinas a que a cidade foi covardemente submetida. Além do mais, a referida criação é a síntese do povo brasileiro: levando no RABO e cantando alegre e feliz. Aqui é todo mundo botando no FRESADO do outro sem acanhamento.
A peça não é imoral como muitos pensam. Imoral e indecente é a nossa política partidária. Existe algo mais ridículo do que a bancada BBB do Congresso Nacional? E o PMDB, o PT e outras indecências? Alguém vai jurar que Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados é um cidadão íntegro e probo. O Mensalão e o Petrolão são bem piores do que qualquer BUFANTE e quase ninguém reclama de nada. A Câmara de Vereadores de Porto Velho e a Assembleia Legislativa do Estado, por exemplo, não são instituições que possam ensinar moral e ética a ninguém. Imoral, fedorento e abominável é o aumento, de novo, nas contas de energia elétrica e também a novela dos transportes coletivos de Porto Velho e a corrupção e roubalheira escandalizada do dinheiro público que parecem até coisas legais, decentes e moralmente aceitáveis.
Num país com hábitos culturais exóticos como o Brasil onde 92,5% não costumam ir a exposições de arte, 91,2% não vão a espetáculos de dança, 88,6% não frequentam teatro, 80,6% não vão a shows e mais de 70% não leem livros é absurdo e totalmente descabido e inconsequente se fazer crítica a qualquer peça teatral. Alguém pode até dizer que há dinheiro público patrocinando estes artistas. E de onde sai o dinheiro que banca os nossos políticos? Rompimento de hidrelétricas em Porto Velho, terremoto fictício, e agora uma peça teatral bolinando o ORIFÍCIO DA MALDADE dos outros. Ninguém devia se preocupar com o RETO alheio nem com mentiras e invenções tolas quando se têm tantas coisas mais importantes para se discutir em todo o país. Não assisti à peça, mas acho que ela vai ficar “ANOS” em cartaz. O BUTICO do próximo sempre foi algo artesANAL. Quem não se lembra da famosa EXPO-CU de Paris?




*É Professor em Porto Velho.