quinta-feira, 23 de maio de 2013

Mauro Nazif, um Eisenhower injustiçado



Mauro Nazif, um Eisenhower injustiçado

Professor Nazareno*

            Porto Velho, a charmosa e bela capital dos rondonienses, é uma cidade de muita sorte. Um lugar abençoado por Deus. Com pouco mais de 400 mil moradores na sua área urbana, a “capital karipuna” sempre foi muito bem administrada em seus quase cem anos de existência. Aqui, sai um bom administrador e entra outro melhor ainda. Depois de oito anos de bonança e bons tempos, Roberto Sobrinho do PT, uma espécie de JK amazônico, entrega os destinos desta metrópole ao médico Mauro Nazif, que em poucos meses à frente do município, vem se destacando como um dos melhores administradores do Brasil ou de todo o Hemisfério Ocidental. Para começar, Nazif deu um verdadeiro choque de gestão na cidade e por isso, para onde se olhe, percebe-se de imediato a marca inconfundível deste grande administrador que já superou um Pereira Passos no Rio de Janeiro e até o badalado arquiteto e urbanista Jaime Lerner na “desarrumada, atrasada e desorganizada” Curitiba, capital do Paraná.
Como ninguém é bom sozinho, Nazif tem em Dalton di Franco, seu competente e intelectual vice-prefeito, uma de suas inspirações para bem administrar os porto-velhenses. Inteligente e perspicaz, Dalton é uma das maiores cabeças de Rondônia. Outros já falam que Nazif tem mesmo se inspirado é no governador Confúcio Moura ou no intelectual Mangabeira Unger. De qualquer forma, quem ganha com isso somos nós, os felizes moradores daqui. A competência do atual prefeito se percebe nos viadutos e também nas entradas da cidade. Isso sem falar na linda ponte de 300 milhões de reais que se não fosse a Prefeitura ainda estaria inacabada. À noite, Porto Velho, de tão iluminada, se confunde com Paris, a cidade luz. É preciso usar óculos escuros para não irritar os olhos. Buracos, a cidade quase não os tem. Já o asfalto, de tão arrumadinho e nivelado, é de fazer inveja às principais cidades da Europa e dos Estados Unidos. A coleta de lixo e a eficiência dos transportes urbanos lembram o Primeiro Mundo.
Mesmo com tanta chuva, Mauro Nazif é uma máquina de eficiência e luta. Os tratores da Prefeitura estão com os motores ligados desde o dia da posse. O nosso amado prefeito trabalha incansavelmente para o bem de seus munícipes. A rodoviária da cidade, por exemplo, é um primor. Há relatos de pessoas que, mesmo sem necessidade, viajam apenas para poder desfrutar dos bons serviços prestados naquele terminal de passageiros. Guardadas as devidas proporções, pode até ser comparada às muitas estações de trem espalhadas pela Europa. A Hauptbanholf de Munique na Alemanha é um verdadeiro lixo se comparada à “pérola de Porto Velho”. A Câmara Municipal da cidade também tem responsabilidades por esta maravilhosa administração. Eficiente casa de leis, o parlamento mirim é um esmero quando o assunto é trabalhar em benefício do povo da capital. Em tão pouco tempo, já concedeu título de cidadão a várias e ilustres personalidades, além de ter um excelente relacionamento com a mídia.
Mas por incrível que pareça, já há pessoas insatisfeitas com a administração Mauro Nazif: uns dois ou três apressadinhos que querem tudo sem planejamento. Devemos dar garças a Deus que faltam mais de três anos para este médico fluminense administrar a nossa cidade. Quanto mais tempo, mais coisas boas ele fará por nós. Muita gente critica sem conhecimento de causa. Quem não se lembra do começo da gloriosa administração Confúcio Moura no Estado? Era crítica para todo lado e hoje ele é celebrado como um grande líder, um salvador da Pátria, enfim, a “Raposa do Guaporé”. Não há um só funcionário público do município que não louve e aplauda este início de gestão Nazif. De tão importante, indispensável e eficiente para esta cidade, o Dr. Mauro já pode ser comparado a um Dwight Eisenhower ou mesmo a um Abraham Lincoln presidentes dos Estados Unidos em épocas difíceis. Tomara Deus que estes três anos e meio nunca se acabem e que ele, de forma justa e merecida, seja para sempre reeleito.



*É Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

13 de maio: dia de luto




13 de maio: dia de luto


O dia 13 de maio de 1888 foi a pior data para os negros no Brasil: apesar de terem sido libertos, foram jogados e abandonados na rua e ficaram sem casa e comida e à mercê da sorte por um bom tempo. Não foram indenizados e nem pagos pelo trabalho de mais de três séculos que ajudou a enriquecer a elite nacional. Muitos cometeram suicídio e imploraram a seus antigos donos “que voltassem a ser escravos, pois tinham direito pelo menos a um prato de comida.” Fuzilando todos eles nesta data, os negros teriam sido poupados do enorme sofrimento a que foram submetidos depois deste fatídico dia. A elite nacional poderia até se redimir, mas quando pôde contratá-los como homens livres e assalariados, preferiu os imigrantes desempregados da Europa e do Japão. Sem ter onde comer, morar e muito menos onde dormir, os coitados “se viraram como puderam” e hoje ainda são responsabilizados pela enorme desigualdade social e por parte da violência em nosso país. Para o negro, não há o quê se comemorar neste dia. – Professor Nazareno

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sempre amei Porto Velho e Rondônia



Sempre amei Porto Velho e Rondônia


Professor Nazareno*

Eu sempre me considerei um sujeito injustiçado. Muitas pessoas me veem de maneira totalmente errada. Pelo gosto de muita gente, os órgãos públicos já teriam feito uma devassa na minha casa e meus sigilos já teriam sido quebrados há muito tempo. Minhas inúmeras contas bancárias e meu valioso patrimônio já teriam sido vasculhados pelo Poder Público. Não sei o porquê de tanta raiva e desconfianças. Recentemente fui acusado de não gostar de Porto Velho e de Rondônia. Claro que isto não é verdade. Em alguns comentários divulgados nas redes sociais e na mídia até me propuseram sair da cidade, ou seja, “capar o gato”, “montar no porco”. Por que eu faria isso se em nenhum outro lugar do Brasil ou do mundo eu encontraria pessoas tão idiotas, ignorantes, toscas, fascistas e imbecis que se preocupam com a vida alheia achando que a cidade onde moram é propriedade sua e que por isso se acham no direito de opinar sobre onde os outros devem ou não morar?  Onde encontrar tanta coisa errada e aceitável como aqui?
Não posso sair daqui, pois em que outro lugar do mundo eu encontraria uma cidade centenária tão suja, tão imunda, tão fedorenta e tão mal administrada e cujos moradores estamos e somos tão acomodados como em Porto Velho? Uma cidade onde a maioria dos prédios históricos é enfeitada por ratos e urubus? Como não querer morar em uma cidade onde a Prefeitura só trabalha quando não chove? E olhem que aqui chove durante quase 10 meses ao ano. Como encontrar, afinal, um lugar que sirva tão bem para as minhas matérias e crônicas sem ser essa Porto Velho que temos? Além de não ser proibido morar aqui, admiro as pessoas que têm olhos para ver e são ou se fingem de cegas. Onde encontrar tanto puxa-saco de políticos corruptos e desonestos? E onde encontrar tanto eleitor alienado e vassalo? Qual dentre as capitais brasileiras a que não tem estádio e nem se pratica o bom futebol? Laboratório sociológico, Rondônia contraria a própria Sociologia, pois se existisse, até a cultura daqui seria inferior.
 Já fui até chamado de ateu. Um absurdo, uma vez que sonho um dia ser pastor evangélico ou católico, pois creio que dentre tantas coisas boas, a Igreja também inventou a democracia e participou da construção do conhecimento humano. Durante séculos, ela lutou bravamente para implantar a dialética em todas as sociedades de que participou. Sem ela, hoje estaríamos pelo menos uns três séculos atrasados em relação à tecnologia e às novas descobertas científicas. Além do mais, jamais perseguiu qualquer pessoa em toda a sua existência. Por isso, a Humanidade deve este grande favor a ela e aos seus santos e anjos. Não há uma única conquista na ciência moderna que não tenha tido a sua mão milagrosa e sábia. Padres, pastores, papas e outros seguidores são pessoas abençoadas por Deus, o Todo Poderoso. Todos devem ter uma religião e participar de alguma Igreja. Se quiser alcançar a salvação, claro. O céu espera para uma longa e boa vida eterna todos aqueles que tiveram tal percepção e ajudaram para isso.
É um crime sair de uma cidade que tem feira de exposições em um lugar sempre indefinido, Passeata do Orgulho Gay, Marcha para Jesus, Carnaval fora de época, Banda de 150 mil foliões, violência desmesurada, pobreza, saúde e educação públicas caindo aos pedaços, mentiras, lorotas, hipocrisia, escândalos nacionais, desorganização urbana, folclore importado e imprensa “marrom” vendida aos políticos de plantão. Além do mais, existe algum outro lugar onde as pessoas não aceitam críticas? Não, não sou ateu e, além disso, amo de coração este pedaço de Brasil. Saindo daqui, perderei uma chance enorme de estudar e aprender o porquê de tudo isto acontecer em pleno século XXI numa sociedade que se diz civilizada e em plena era da globalização. Não posso sair: como viverei lá fora? Já que pago meus impostos em dia e não devo satisfações a ninguém (ainda bem que a Francisca não lê meus textos), se me expulsarem, faço igual ao sapo cururu: volto de novo, pois amo de coração estes dois, Porto Velho e Rondônia.



*É Professor em Porto Velho.