domingo, 30 de janeiro de 2022

Lula e o PT na fila do osso

Lula e o PT na fila do osso

 

Professor Nazareno*

 

A menos de nove meses das eleições presidenciais no Brasil, praticamente todas as pesquisas de opinião afirmam, para desespero dos bolsonaristas e de toda a direita e também da extrema-direita, que Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, será mais uma vez o presidente do país. O ex-metalúrgico já concorreu pelo menos cinco vezes ao cargo e em duas ocasiões foi eleito. Poderia ter ganhado de novo em 2018, mas o ex-juiz Sérgio Moro de Curitiba, a serviço da elite reacionária e atrasada, deu “um jeito” de tirá-lo da disputa. E Jair Bolsonaro foi eleito numa onda de ódio que varreu o país de norte a sul. O fraco e pouco competente juiz do Paraná foi imediatamente recompensado com o cargo de ministro da Justiça do novo governo e sonhava ser indicado para o STF pelo presidente que ajudou a eleger. O restante dessa historinha imoral, todo mundo já sabe.

       Nem é preciso contar mais nada sobre aquela tramoia macabra. Os brasileiros, enganados mais uma vez nas suas aspirações políticas, elegeram um sujeito totalmente desqualificado para lhes governar. Por isso, segundo as pesquisas, querem lhe dar uma surra sem precedentes nas urnas. Porém, o que muita gente talvez não queira admitir é que Lula, quando governou o país nos dois mandatos, nada fez para tirar o Brasil e os brasileiros do atoleiro histórico em que sempre estiveram. É verdade que fez “uma coisinha aqui outra acolá”, mas tudo só no varejo. Óbvio que se comparar com o “genocida” que preside o país hoje, o “sapo barbudo” foi um dos maiores estadistas que já tivemos. Lula e o PT deram o peixe, mas não ensinaram ninguém a pescar. Pior do que isso foram os esquemas de corrupção e de roubo em que seus governos se meteram.

      Dizem que Lula matou a fome de muitos brasileiros. E pode até ser verdade mesmo. Porém, foi só de momento. Os petistas não criaram infraestrutura suficiente e duradoura para que essa vergonha mundial fosse definitivamente abolida entre nós. Por isso, pouco tempo depois, já no governo Bolsonaro, a fome voltou com toda a força e a miséria passou a bater na porta de milhões de brasileiros. Lula, neste aspecto, não foi um bom presidente, pois não criou condições para extinguir em definitivo a histórica desigualdade social dos cidadãos. O Brasil continuou a produzir riquezas e mais riquezas, mas os pobres e os miseráveis nunca tiveram direito a uma vida decente. Hoje, muitos não têm acesso nem à comida. Em todos os governos que o Brasil já teve em seus 522 anos de História, fome e pobreza sempre acompanharam milhões de pessoas.

    Nenhum dos nossos governantes jamais teve que revirar caminhões de lixo para buscar sua comida. Nunca, em momento algum da nossa História, nenhuma autoridade, seja ela militar, da elite, de centro, de direita, de esquerda ou da extrema-direita, se humilhou em uma fila do osso. Ainda assim, votar no Lula e nos petistas é uma saída bem melhor do que ficar com Bolsonaro e suas ideias retrógradas e às vezes fascistas. Durante os governos petistas havia roubo, mas o preço das mercadorias era bem menor. A gasolina, por exemplo, não subia como hoje em dia e a inflação estava sob controle. A falta de educação, a incompetência e as grosserias de Bolsonaro e dos bolsomínions de um modo geral contra os brasileiros durante esta pandemia podem ter uma resposta em breve. Não há mais espaço hoje no Brasil para ódio ideológico e se Lula ganhar, vamos torcer para que ele crie condições de acabar para sempre com a fome e a miséria.


 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Farsas: Deus, Pátria, Família

Farsas: Deus, Pátria, Família

 

Professor Nazareno*

 

    Estas três palavras são quase mágicas na História da Humanidade. Desde tempos remotos até os dias atuais, elas têm sido sempre usadas como a receita perfeita para se construir impérios, conquistar povos, acumular riquezas, semear ódio, promover matanças, oprimir cidadãos, perseguir pessoas e cometer toda a sorte de barbáries e de perversidades. Porém, elas não existem como são apregoadas. Podem não passar de ficção, tolices e invencionices do próprio homem para se perpetuar no poder. Jair Bolsonaro, por exemplo, na última campanha eleitoral que o levou à Presidência da República, foi exímio em usá-las em benefício próprio para atingir seus objetivos. E, óbvio, era tudo mentira. Como pode um ser humano acusado de tendências ditatoriais, machista, misógino, homofóbico, genocida e infanticida ter Deus como maior fortaleza?

         Às vezes me pergunto: que Deus é esse da extrema-direita que compactua com todas essas barbaridades? O país todo sabe que Bolsonaro não quis comprar vacinas a tempo para evitar mortes pela Covid-19. Fala-se que o presidente do Brasil seria o maior responsável pela morte de mais de 200 mil cidadãos brasileiros que não puderam ser vacinados a tempo. O total de mortos pela pandemia até agora já ultrapassa a marca de 625 mil mortes com mais de 25 milhões de infectados. Para vacinar as crianças entre cinco e onze anos, Bolsonaro criou briga com meio mundo e disse publicamente que sua filha não seria vacinada. Mas usar o nome de Deus para matar não é um fato apenas de hoje. Durante as Cruzadas e as guerras de conquistas em séculos passados, milhões de pessoas inocentes foram assassinadas em nome de algo que talvez nunca tenha existido.

        Outra lorota também muito incentivada é o amor à pátria. Ora, se a pátria somos todos nós, como explicar que em nossa nação, que é uma das maiores produtoras mundiais de alimentos, existam pessoas catando o que comer nos carros de lixo? Como explicar a fome, a injustiça, as perseguições, o desemprego, a falta de moradia e de dignidade para a maioria dos nossos cidadãos? Em nome da pátria, nossas Forças Armadas, em conluio com a direita e a extrema-direita, deram um golpe em 1964 para “nos livrar do Comunismo”, mas mergulharam o país num dos piores momentos de sua recente História. Censura, tortura a muitos opositores do sanguinário regime, injustiças, cassações, exílio, perseguições e assassinatos foram o saldo cruel da última intervenção militar que vivemos. A História não registra outra coisa da malfadada aventura fardada.

      Família é a última das tolices inventadas pelos homens para exercer o domínio sobre os mais idiotas. Bolsonaro, o Deus de muitos brasileiros, se disse defensor intransigente da família brasileira. Só que não se sabe de qual família ele estava falando, já que está no quarto ou quinto casamento. Mas muitos acreditaram na fanfarronice do “Mito” e pelo menos 57 milhões votaram nele nas últimas eleições. Um professor de História, amigo meu, disse-me que ia votar nele por que o via como o maior defensor da família brasileira. Família é aquele ambiente onde existe amor, união, afeto, respeito, confiança e fraternidade. Não importa quem sejam seus componentes nem como vivem. Bolsonaro e os bolsomínions de um modo geral enganaram grande parte do Brasil por que as pessoas aqui infelizmente têm pouca ou nenhuma leitura de mundo. E durante a próxima campanha eleitoral, as mentiras, os engodos e as bravatas nos voltarão de novo.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

As vacinas nos salvaram!

As vacinas nos salvaram!

 

Professor Nazareno*

 

            Em meados desse janeiro de 2022, contraí a Covid-19. Eu e todos aqui de casa: minha filha e minha esposa. Com três vacinas já inoculadas nos nossos organismos, a batalha que tivemos pela frente foi até fácil de vencer. Com duas doses da AstraZeneca e mais um reforço da Pfizer/BioNTech, nossas imunidades “tiraram de letra” driblando o mal e por isso quase não tivemos sintomas mais sérios. Uma dor de garganta, um mal-estar passageiro e pouco mais de 37 graus de febre, além de uma tosse seca e coriza foram os maiores problemas da ameaça, antes mortal, do temível vírus desta pandemia. Fomos ao médico, claro. E seguimos todas as recomendações prescritas como isolamento e quarentena obrigatória. Nada de Cloroquina, já que não tínhamos malária, lúpus ou artrite. E nem Ivermectina, pois também não tínhamos vermes. Só o repouso.

            Há um ano, quem contraísse o vírus, tinha contra si quase uma sentença de morte. Não havia vacinas disponíveis no Brasil, não havia tratamento adequado nem remédios para enfrentar a ameaça. Talvez tenhamos contraído a variante Ômicron, que não é menos agressiva do que as outras variantes como erroneamente se afirmam. Os organismos é que estão mais fortalecidos com as vacinas. Muitos negacionistas e bolsonaristas continuam insistindo na absurda tese de que as vacinas não servem para nada e por isso não detêm a doença. Engano: a maioria das pessoas internadas no mundo inteiro são as que se negaram a tomar as ditas vacinas. Por amor ao Bolsonaro, ao bolsonarismo e à estupidez, muitos doentes ainda insistem em fazer o “tratamento precoce” para evitar maiores complicações pelo Coronavírus. Fato: muitos vão a óbito.

            O Ministério da Saúde do Brasil, sob as ordens de Queiroga e de Bolsonaro, ainda hoje assina nota dizendo que para enfrentar a Covid-19, a Cloroquina salva vidas e as vacinas, não. O meu caso específico não pode servir de parâmetro para comprovar a cura de doença alguma. Mas os dados no mundo inteiro de pessoas vacinadas já comprovam a eficiência desses imunizantes. A atual variante é muito mais contagiosa do que as outras, mas o número de pessoas internadas e também o total de mortes é infinitamente menor. E por quê? Por causa das vacinas que já estão mostrando os seus efeitos benéficos. Negacionista e antivacinas, o presidente Jair Bolsonaro diz que não se vacinou e nem vacinará a sua filha de onze anos. É um direito dele, mas tomara que eles não sejam infectados pela nova variante viral e nem precisem ser internados às pressas.

            Com relação à atual pandemia, Bolsonaro e os bolsonaristas também estão na contramão do restante do país, pois pelo menos 94,5 por cento dos brasileiros, sejam bolsomínions ou não, são favoráveis às vacinas e quase 80 por cento já disseram em recente pesquisa que pretendem vacinar seus filhos menores de onze anos. O que não se entende por enquanto é por que o “Mito” ainda tem cerca de 20 por cento das intenções de votos para as próximas eleições presidenciais. Nessa pandemia, Jair Messias Bolsonaro e parte de seus cegos e reacionários seguidores são sinônimos de morte e de infecções. Insistem em tratamento precoce, mas o povo prefere se vacinar. Insistem em remédios ineficazes para a Covid-19 como Cloroquina, Azitromicina e Ivermectina, mas o povo quer Coronavac, AstraZeneca/Oxford, Pfizer/BioNTech, Moderna, Sputnik e Janssen.  Eu não tenho outra certeza: foram as vacinas que salvaram todos aqui em casa.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

domingo, 23 de janeiro de 2022

O “Mito” e o novo léxico

O “Mito” e o novo léxico

 

Professor Nazareno*

 

O governo de Jair Messias Bolsonaro pode estar já se encaminhado para o seu melancólico final em outubro deste ano com as eleições, mas não há como negar que, por pior que tenha sido, deixará para os brasileiros uma infinidade de palavras novas que podem ser incorporadas ao vocabulário nacional. Com a sua bisonha e equivocada eleição em fins de 2018, que novas palavras e expressões passaram a fazer parte das conversas do dia-a-dia de muitos brasileiros seguidores ou não das ideias desta figura mais do que folclórica. Desde a “vassourinha mágica” de Jânio Quadros, que varria a corrupção, até o “Caçador de Marajás” incorporado por Fernando Collor, que não nos divertíamos tanto com as leseiras e as bizarrices de um presidente da República. O apelido do cidadão já dá pistas para esta verdadeira excrescência gramatical: o “Mito”.

Ele mesmo chegou a insinuar, em meio às gargalhadas, que colocaram este nome nele talvez por que ele gosta muito de palmito. Já Bozo, um antológico palhaço da televisão, foi outro nome que também serviu para apelidá-lo. Porém, a palavra gado foi amplamente usada para designar todo aquele cidadão seguidor do político. Gado seria então o indivíduo que segue a manada sem pensar, sem questionar. Apenas obedecendo a ordens superiores vindas não se sabe de quem. Enfim, gado são todos os sujeitos, alienados ou não, que seguem alegres e felizes para o abate no matadouro. Mas a denominação “Rachadinha” se popularizou no país inteiro como sendo algo muito inerente ao presidente Bolsonaro e a toda a sua família, principalmente seus filhos. Rachadinha é contratar funcionários para “trabalhar” nos gabinetes e dividir o salário.

Negacionistas é outro termo muito usando para designar Bolsonaro e seus seguidores. Negam a ciência, as pesquisas, as vacinas, o conhecimento, a História e tudo o que se baseia em evidência científica. O que vale para um negacionista são suas opiniões velhas e ultrapassadas. E gripezinha entrou para os anais da língua como sendo toda e qualquer doença que é assintomática ou apresenta sintomas fracos. Para muitos dos seguidores de Jair Bolsonaro, os bolsomínions, a Terra ainda é plana. Por isso, “terraplanistas” lhes caiu como uma luva. E durante a pandemia do Coronavírus, remédios sem nenhuma eficácia científica como Cloroquina e Ivermectina, foram prescritos para combater o vírus. Muitas mortes por isso. Assim, Genocida foi muito usado. E diante dos obstáculos criados para vacinar as crianças, apareceu o infanticida.

Muitos outros nomes e expressões surgiram e ainda surgem para delírio dos aficionados nas letras: mamadeira de piroca, Jesus da goiabeira, Globolixo (a Rede Globo de Televisão), antivacinas, Centrão (antes execrado e hoje endeusado), Xandão (o desafeto ministro Alexandre de Moraes do STF), excludente de ilicitude, Marxismo cultural, vitimismo, Escola sem partido, extrema-direita, ideologia de gênero, “passar a boiada” (expressão do ex-ministro do Meio Ambiente para devastar e incendiar a Amazônia e outros biomas nacionais), despetização, extrema imprensa (para designar e atacar a mídia contrária à ideologia do governo). Tratamento precoce para combater um vírus. Fascista, Golden Shower, Kit Gay (dito falsamente que era usado em escolas primárias), Posto Ipiranga, o ministro Paulo Guedes da Economia. Fakeada (a falsa facada). Assim, engana-se quem diz que Bozo em nada contribuiu para o Brasil, talkey?

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

A suruba dos gabintes

A suruba dos gabinetes

 

Professor Nazareno*

 

              Em tempos de internet e de redes sociais, a notícia correu na velocidade da luz: a casa de leis de Cu do Mundo acabara de aprovar, dois anos depois, uma infalível receita de medicamentos que vai acabar de uma vez com o Coronavírus e a Covid-19. Embora a OMS e vários laboratórios de renome mundial não reconheçam esta prescrição, os parlamentares cudemundenses estavam eufóricos com mais esta surreal façanha deles. “Somos homens honrados e comprometidos com os nossos cidadãos”, diziam sorrindo vários desses “homens do povo”. Entre gargalhadas, que pareciam ser de escárnio e de deboche, completavam animados: “tudo faremos por Cu do Mundo e por sua sofrida gente. Não mediremos esforços para salvar o nosso povo. Por isso, nossos gabinetes não se fecharão nem à noite para poder trabalhar incansavelmente”. E eles trabalham à noite.

              Uma outra imoralidade, sem provas, oriunda daquela casa de leis confirmava que havia muita suruba dentro de alguns gabinetes da instituição. Porém, para muitos cudemundenses, é a própria casa de leis por completo, e não apenas um ou outro gabinete, que mais se parece com uma suruba. Como vivemos numa democracia, essa casa é muito importante para Cu do Mundo, mas só no papel mesmo por que na prática para nada tem servido a não ser para surrupiar dinheiro público e aumentar com isso a pobreza e a miséria. Sem ela, a população pobre e necessitada viveria muito melhor e talvez até com uma qualidade e vida bem maior, é assim que algumas pessoas pensam. Com a pandemia da Covid-19 e da gripe Influenza em alta sobraria mais recursos para enfrentar o caos dessa terceira onda. Mas falam que Cu do Mundo terá o NHEURO, um hospital de ponta.

             Infelizmente Cu do Mundo praticamente sempre viveu nas últimas quatro décadas com um velho “açougue” que só serviu para dar vergonha a algumas pessoas que nunca dele precisaram. Desespero, medo e morte para quem usou os seus serviços porcos e indiferença para muitas autoridades que poderiam ter mudado a triste realidade. De fato: em meio à sordidez de mais uma campanha eleitoral, autoridades engravatadas de Cu do Mundo foram às mídias avisar que daqui a uns três ou quatro anos, o lugar terá, enfim, um hospital de primeiro mundo que custará umas dez vezes mais ao sofrido contribuinte. Se todos já lucram somente com as promessas, imagine-se quando esse NHEURO estiver de fato funcionando. Se estiver... O problema nunca foi físico, mas tão somente de gestão e de consciência. Nem Cu do Mundo nem suas cidades já foram seriamente administradas.

          Aprovando Cloroquina, Ivermectina e tantos outros placebos sem nenhuma eficácia comprovada para tentar combater a Covid-19, e ainda com atraso, a Casa de Leis de Cu do Mundo pensa estar se igualando a um parlamento de verdade. Porém, ela apenas mergulha ainda mais na sua conhecida insignificância e atraso como uma verdadeira casa legislativa. Do alegado bacanal dos gabinetes, até agora sem provas de ter existido, muitos parlamentares entusiasmados querem exportar agora a dita orgia para o restante da sociedade, como se viver em Cu do Mundo não fosse por si só já uma grande sacanagem. Mas parece que a devassidão cudemundense já chamou a atenção de outros lugares igualmente afeitos à putaria: já há notícias de que políticos de outros Estados querem concorrer a pleitos representando Cu do Mundo. É a bandalheira e a libertinagem fazendo escola. Será que somos um cabaré sem a madame e teremos uma pandemia de gonorreia?

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


sábado, 15 de janeiro de 2022

Todo bolsonarista é honesto


Todo bolsonarista é honesto

                                                                                                                         

Professor Nazareno*

 

       A  Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia foi manchete nacional mais uma vez por causa de seus parlamentares. Desta vez, o deputado estadual Jhony Paixão foi acusado, talvez injustamente, de fazer “coisas erradas” na política. A Operação “O Chamado” da Polícia Civil acusa o nobre político bolsonarista de fraude, corrupção, de fazer rachadinhas e de ter funcionários fantasmas em seu gabinete. As investigações policiais apuraram que até o momento o valor desviado, via emendas, soma mais de um milhão de reais e que pode chegar a uma cifra muito maior. Um ultraje, uma injustiça, algo surreal em Rondônia e na ALE/RO, pois mesmo que “a unanimidade seja burra”, qualquer bolsonarista é honesto. E um deputado estadual de Rondônia jamais iria se envolver em falcatruas, roubos ou desvios de dinheiro público. Só pode ser um engano.

       Eleito na estúpida onda bolsonarista que varreu o país em 2018, o ilustre e ilibado parlamentar tem a sua base eleitoral em Ji-Paraná e preside atualmente o honestíssimo Conselho de Ética daquela casa legislativa. Até que se prove o contrário, ele é correto, probo, ficha limpa e trabalhador incansável pela melhoria do povo pobre e humilde. Dessa forma, é quase impossível ele se meter em rolos. Por isso, o Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, a Polícia Civil e o Ministério Público deveriam examinar melhor e ver que na Assembleia Legislativa deste Estado nunca, ninguém em tempo algum se envolveu em qualquer escândalo de desvio de dinheiro ou verba pública. Jamais um deputado estadual daqui se envolveu em roubalheiras. Foi por isso mesmo que todas as “ilações” contra o deputado Lebrão foram devidamente arquivadas.

         Nem na Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia muito menos nas hostes bolsonaristas se viu qualquer indício de gatunagem ou de coisa mal feita. Durante os quase trinta anos que nosso presidente foi deputado federal, por exemplo, nunca se ouviu falar de qualquer conduta dele que desabonasse a sua ilibada e honrada reputação. Nunca houve “rachadinha” ou outra coisa do gênero. Nem dele nem dos seus três filhos que são políticos. E dos bons! São todos honestos e ficha limpa. Nenhum deles jamais comprou uma mansão de seis milhões de reais, se envolveu em ações desonestas, nem sequer responde na Justiça a qualquer processo. Nem a família Bolsonaro, nem seu amigo Queiroz, muito menos seus fieis seguidores como o querido Cabo Jhony Paixão. Ser bolsonarista é sinônimo de ser honrado. Por isso, eles têm tanta simpatia popular.

        Em termos de política e de bons políticos, morar em Rondônia é como morar na Suíça ou no paraíso. Nossos representantes sempre foram grandes exemplos a serem seguidos. Principalmente dentro da Assembleia Legislativa. Aquilo ali é uma casa quase santa. Jamais entendi por que o Vaticano nunca quis canonizar qualquer um de seus integrantes. E a cada legislatura por lá, a honestidade e a transparência tomam conta e contagiam a todos. O Cabo Jhony Paixão é íntegro, verdadeiro e decente. Por isso, Porto Velho tem excelente hospital de pronto socorro, tem água tratada e também boa rede de saneamento básico. Por essas coisas, Jair Bolsonaro certamente neste ano de eleições vai dar uma surra no petista de nove dedos. Não por que ambos sejam dignos e idôneos, mas por que o “Mito” e todos os seus seguidores são pessoas do bem. Força, manos! Rondônia só nos dá orgulho. “Brasil acima de tudo. Hitler e Mussolini acima de todos”.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

A temível volta das férias

 


A temível volta das férias

 

Professor Nazareno*

 

      Estamos em pleno mês de janeiro. E boa parte dos rondonienses natos ou mesmo aqueles que se consideram “rondonienses de coração” e que geralmente têm dinheiro e condições “montam no porco” e vão passar as férias nos lugares mais paradisíacos do país. Da Serra Gaúcha às praias do Nordeste, o que se observam são pessoas postando fotos nas redes sociais. Em Rondônia, definitivamente não há o que fazer num período de férias. Em Porto Velho é pior ainda. Só um louco das ideias ou um liso, como é o meu caso, é que tem coragem suficiente para ficar neste lugar infernal para gozar o seu  merecido descanso. Porém, é preciso ter muito cuidado em tempos de pandemia. A variante Ômicron do Coronavírus está infectando a todos e os casos aqui, que já estavam aumentando devido às festas de fim de ano, podem ter um avanço exponencial.

       Durante o verão amazônico em meados do ano, é Rondônia que sacaneia com o sul e o sudeste do país mandando para lá a fumaça tóxica e a conhecida chuva ácida oriundas das muitas queimadas da região. Mas o Brasil dá o troco no final do ano quando recebe multidões de matutos rondonienses buscando os encantos de Curitiba, da Serra Gaúcha, das chapadas do centro-oeste e das encantadoras praias nordestinas. Fazer fotos comendo camarão, lagosta ou outras iguarias é um hábito quase certo dessa gente deslumbrada. O fato é que todos estão certos. Ficar na chuvosa e enlameada Porto Velho neste período para ver o quê? Aqui não tem turismo e nem atrações importantes que se possam visitar. Um sujeito de juízo não vai à Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Ali é onde se tem a maior concentração de fezes humanas por metro quadrado.

    Para muitos é melhor correr o risco de se infectar pelo Coronavírus do que ficar na imunda capital de Roraima sem ter o que fazer. Nesta época pré-eleitoral, a cidade vira um verdadeiro canteiro de obras. A atual administração municipal teve a “brilhante” ideia de colocar asfalto sobre asfalto para que todos vejam o quanto se trabalha aqui. Mas nada se fala sobre a falta de esgotos, de água tratada e de saneamento básico da cidade porca onde vivemos. Nada se diz também sobre a falta de áreas de lazer, de praças floridas ou parques cheios de árvores. As poucas que ainda existiam em Porto Velho foram arrancadas pela raiz e nada colocaram no lugar. O exemplo maior foi aquele arcabouço vegetal que havia na Avenida Tiradentes. Árvores frondosas com sombra abundante. Ali está hoje o maior deserto. A feiura de lá espanta até morcegos.

    Por isso, senhores “turistas” rondonienses: tenham muito cuidado ao voltar das suas férias. Façam uma quarentena de pelo menos cinco dias antes de ter contato com qualquer pessoa que teve a infelicidade suprema de ficar por aqui. A pandemia da Covid-19 ainda não acabou e a terceira onda que se anuncia pode ainda ser mortal. Além do mais, não agindo assim seria castigar duas vezes as pessoas que não viajaram. Isso sem falar na gripe influenza que está a todo vapor nestas terras karipunas. Em Porto Velho e Rondônia, mesmo antes da pandemia, nunca houve dias bons e os que se anunciam parecem ser mais tenebrosos ainda com recordes de infecções para continuar castigando a ineficiente e quase inexistente estrutura de saúde pública. Tenham coragem suficiente para encarar também a dengue, malária, chikungunya e zica que nunca diminuíram por aqui. E ganhem muita grana para gastar tudo de novo lá fora em 2023.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


sábado, 8 de janeiro de 2022

Rondônia a todo vapor

Rondônia a todo vapor

 

Professor Nazareno*

 

O ano de 2022 mal começou e o progresso, a modernidade, o desenvolvimento e a bonança, não se sabe ainda o porquê, já deram as caras na “nova estrela no azul da União”. Apesar de estarmos em um ano de eleições, as notícias alvissareiras não param de encantar a todos neste “fim de mundo sem eira nem beira”. Com apenas meio por cento do PIB nacional e uma população minúscula de menos de um por cento do total de habitantes do Brasil, o jovem e promissor Estado de Rondônia, o novo eldorado para os idiotas, desponta nos cenários nacional e internacional como uma verdadeira terra de oportunidades, emprego, pujança, qualidade de vida, investimentos e riqueza. Empresas do mundo inteiro começam a se interessar pelo Estado e já avisaram às autoridades locais que montarão filiais e subsidiárias nas terras de Rondon em muito pouco tempo.

A Samsung, multinacional sul-coreana, já disse que construirá uma fábrica por aqui gerando milhares de empregos. No internacionalíssimo e aconchegante aeroporto coronel Jorge Teixeira vê-se todos os dias o burburinho de empresários do planeta inteiro chegando a Porto Velho. O mundo desenvolvido e civilizado quer investir em Rondônia. Acho que deve ser por causa da mão de obra muito qualificada que temos, da abundante matéria prima e da energia barata e em abundância existentes neste Estado. Ou talvez até pela proximidade com os grandes centros consumidores do Brasil e do mundo. Guayaramerín, Humaitá e Rio Branco no Acre estão bem ali, às nossas portas. Além da Samsung, provavelmente a Hyundai, a LG além de outras grandes corporações da Europa e dos Estados Unidos também vão querer se instalar por aqui. É o progresso.

Porto Velho terá linhas de metrô. A empresa Bombardier, a japonesa Hitachi e a chinesa BYD Company já anunciaram que poderão construir em breve linhas de metrô subterrâneo em Porto Velho, Ji- Paraná, Vilhena, Cacoal e até em Jaru. Os velhos ônibus do Hildon Chaves farão parte da História. “Trens modernos e limpos carregando a gente por baixo da terra, mano”! Do centro da capital rondoniense até a zona leste ou a zona sul em um pulo. Também na saúde há boas notícias: os hospitais Sírio-Libanês, Albert Einstein e a prestigiada rede de saúde Prevent Senior de São Paulo podem ter filiais nas principais cidades de Rondônia. O governador Marcos Rocha modernizou o Estado e plantou as bases para o desenvolvimento e o futuro. Quando vier nos visitar, o presidente Bolsonaro poderá comer sem medo até camarão. Só não poderá comer Lula.

Até mesmo as fedorentas, mal arrumadas, feias e grotescas madames da capital terão a partir de agora seus dias de tormento chegando ao fim. Yves Saint Laurent, Gucci e Zara já disseram que querem terrenos na Rua José Amador dos Reis e também na Avenida Jatuarana. Óbvio que a famosíssima Louis Vuitton não vai perder a oportunidade de embelezar as nossas assanhadas tribufus. Seria possível? “Oi, mana! Vamos fazer compras na zona leste, hoje”? Aqui, a Dolce & Gabbana, por exemplo, pode produzir perfumes de açaí e de cupuaçu. A sofisticada Galeries Lafayette de Paris pode querer abrir sucursais nos bairros Nacional, Planalto ou mesmo na Cidade do Lobo em Porto Velho. Dizem até que a Covid-19 nem existe mais por aqui. E tudo isso não se trata de fake news. São alguns “jornalistas” que divulgam mentiras. E os nossos “bons” políticos não economizam promessas em tempos de eleição. Venham todos a Rondônia!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

O Cazaquistão não é aqui

O Cazaquistão não é aqui

 

Professor Nazareno*

 

            O Cazaquistão é um grande país da Ásia Central. Integrante da ex-União Soviética, o lugar tem uma população de aproximadamente 19 milhões de habitantes e a nona maior área em quilômetros quadrados do mundo. Os cidadãos cazaques estão revoltados com a política de aumento de preços do governo local e por isso, indignados, ocupam as ruas das principais cidades da nação. O banho de sangue foi inevitável e já há muitos mortos e feridos. Almaty, ex-capital e maior cidade, está em estado de sítio e o presidente, Kassym-Jomart Tokayev, acuado e com muito medo, prometeu abaixar o preço dos combustíveis pelos próximos seis meses para “garantir a estabilidade do país”. Mas manifestantes não param e já responderam com a invasão do gabinete do prefeito de Almaty, incendiando o local. Tropas da Rússia podem intervir no caos local.

            O atual presidente do Cazaquistão é uma espécie de “Salvador da Pátria” e foi eleito há três anos prometendo acabar com a velha política do país. Durante a campanha mentiu descaradamente para os seus tolos eleitores e usou em demasia as fakenews para conseguir se eleger. Além do mais, conseguiu que um dos líderes da oposição fosse preso e não concorresse com ele ao cargo de presidente. Durante seu governo à frente do país, criou brigas institucionais com os outros poderes e quase todo dia ameaçava romper com a frágil democracia. Com medo de ser afastado pelo Congresso Nacional, aliou-se a um grupo de deputados notadamente corruptos para se garantir no poder. Na pandemia do Coronavírus, por exemplo, negou o tempo todo o visível perigo do vírus e insuflou uma parte da população a se contaminar para atingir a imunidade de rebanho.

            Kassym-Jomart também prescreveu por conta própria remédios sem nenhuma eficácia para combater o temível vírus. Não comprou vacinas a tempo de imunizar sua população e cria barreiras o tempo todo para iniciar a vacinação de crianças entre cinco e onze anos. Segundo alguns parlamentares do país, ele é o responsável direito pela morte de muitas pessoas. Numa das maiores cidades deixou de forma irresponsável que muitas pessoas contaminadas morressem por falta de oxigênio. Os técnicos do Ministério da Saúde enviados para esta cidade, só prescreviam Cloroquina e Ivermectina para combater a Covid-19. Muitos secretários de Saúde e governadores das províncias também seguiram o roteiro do líder da nação, que também incentiva a aglomeração das pessoas dizendo que essa doença não passava de “uma gripezinha”. Muitos acreditaram.

            A atual política econômica do Cazaquistão é uma desgraça. Só os ricos é que têm vez. A inflação voltou com força total e a fome passou a ser rotina no país. A “Fila do Osso” com pessoas pobres disputando comida nos caminhões de lixo é a marca maior de um governo desorganizado, despreparado e incompetente. Pessoas morrem à míngua nas portas dos hospitais sem nenhuma assistência oficial. Porém alguns jornalistas da extrema-direita e muitos cidadãos alienados e puxa-sacos ainda continuam defendendo as ações governamentais. Nas províncias do interior o caos já tomou conta de tudo. Numa das mais atrasadas e incivilizadas, existe um hospital de pronto socorro que mais se parece com um “açougue”, embora haja na cidade prédios de luxo para abrigar setores da Justiça e do governo. O Cazaquistão está uma desgraça e esse seu presidente é uma espécie de castigo para todos. Mas o povo nas ruas pode mudar tudo.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

domingo, 2 de janeiro de 2022

“Senador” Jair Bolsonaro?

Senador” Jair Bolsonaro?

 

Professor Nazareno*

           

O Brasil já teve pelo menos quatro conhecidos idiotas na presidência da República. Este sinistro fato tem acontecido em média a cada 30 anos. E todos eles chegaram ao poder como “salvadores da Pátria. O primeiro foi o ditador Getúlio Vargas em 1930. Com um golpe, ele exerceu o poder durante 15 anos quando foi afastado em 1945 para depois ser eleito pelo voto direto em 1950, mas terminou de forma dramática sua participação na política: suicidou-se dando um tiro no peito. A segunda figura folclórica na presidência do Brasil foi Jânio Quadros, outro metido a “salvador” da Pátria e que renunciou em 1961. Fernando Collor, o terceiro, assume o Planalto em 1990 prometendo “caçar todos os marajás”. Foi cassado pelo Congresso. O quarto e último dos patetas é o atual presidente, Jair Bolsonaro, que deve sair este ano.

O Bozo, chamado de “Mito” pela maioria dos seus imbecis seguidores, chega ao poder em 2019 também prometendo consertar o Brasil e anuncia na campanha que “vai enterrar de vez a velha política”. Outra vez os estúpidos eleitores do Brasil acreditaram na lorota de sempre e colocaram esse fracassado militar do Exército no poder. Deputado Federal entre 1991 e 2019, Bolsonaro nada fez durante o tempo em que representou o Estado do Rio de Janeiro na Câmara Federal. Fora seus discursos de ódio enaltecendo a cruel e assassina Ditadura Militar e as homenagens que prestou a torturadores como o coronel Brilhante Ustra e a milicianos e bandidos comuns, o desastrado e incompetente presidente também nada fez de proveitoso durante a sua triste passagem pelo Planalto. Bolsonaro criou crises institucionais ao brigar com o STF e ameaçou nossa democracia.

Jair Bolsonaro enquanto presidente protagonizou inúmeras brigas com os outros poderes e por isso quando deixar a presidência poderá ter que responder a vários processos na Justiça. Sem nenhuma imunidade do cargo que exerce, caso não seja reeleito, poderá ser processado e ir para a cadeia pagando assim pelos inúmeros crimes que cometeu quando esteve no poder. Muitos dos ministros do STF não vão perdoá-lo tão facilmente. Alexandre de Moraes é um deles. O “Mito” é corresponsável até agora pela morte de quase 620 mil cidadãos brasileiros durante a pandemia do Coronavírus além de inúmeros outros crimes. E todas as pesquisas de opinião, hoje, dizem que o “Mito” não passa dos 20 por cento enquanto Lula, o “intrujão de nove dedos”, desponta com quase 50 por cento. O “sapo barbudo” seria eleito ainda no primeiro turno, fala-se.

A derrota quase certa do “Mito” nas próximas eleições pode levá-lo para o xilindró ou então para o ostracismo e o total esquecimento. E se isto acontecer, a choradeira dos bolsomínions e a alegria dos brasileiros serão históricas. E para se livrar dessa humilhação, ele pode sair candidato a deputado federal ou a senador, afinal já foi eleito quase dez vezes consecutivas lá no Rio de Janeiro. E assim ganharia a tal da imunidade parlamentar e se livraria de maiores problemas pelos próximos quatro anos. Em Rondônia eu já vi um senador da República virar deputado estadual. E no nosso país, hoje, quem governa é o Centrão. Afinal, isso é o Brasil, país da impunidade. Aliás, dos quatro presidentes palermas que já tivemos pelo menos três deles nunca foram rebaixados oficialmente de poder. O “Mito” seria o primeiro. Um se matou, outro renunciou e o terceiro foi oficialmente cassado. Bozo, faça algo útil na vida! Caia fora!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.