quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Porto Velho: sinônimo de sujeira e podridão



Vigilância Sanitária devia interditar Porto Velho


Professor Nazareno*
           

Agentes da Vigilância Sanitária Municipal de Porto Velho interditaram no início da semana o supermercado atacadista Makro, na BR – 364, por tempo indeterminado, sob a alegação de terem encontrado sujeiras, toneladas de produtos alimentícios com o prazo de validade vencido e principalmente muitos ratos dentro daquele estabelecimento comercial. Há denúncias de que, mesmo depois de os responsáveis serem avisados, “havia uma verdadeira praga de roedores” infestando as dependências do lugar, fato ainda verificado após terem sido feitas várias desratizações. Até aí, tudo bem. Nada de anormal em se tratando de funcionários públicos zelosos com a sua função e a preocupação do Poder Público em cuidar da saúde preventiva da população. O problema é que estamos em Porto Velho, comprovada a capital mais suja e imunda do Brasil e que, diante de tanta porcaria, faz o episódio do Makro parecer micro. Se esta discussão não foi motivada pela “guerra da concorrência”, há muito que esclarecer uma vez que ninguém de bom senso coloca de propósito ratos dentro do próprio local de trabalho.
A ação da Vigilância Sanitária devia não causar mais nenhum espanto a nós moradores porto-velhenses, já que sujeira e todo tipo de “seboseira” sempre foram itens mais do que comuns em nossas vidas. Devíamos já estar acostumados com este oceano de podridão que sempre caracterizou a nossa cidade. Sem nenhuma arborização, embora situada em plena floresta Amazônica, com ridículos três por cento de água tratada e com menos do que isso de saneamento básico, a capital dos rondonienses é um paraíso de valas contaminadas enfeitando a paisagem, esgotos a céu aberto e principalmente bichos mortos deixados pelas fedorentas ruas exalando o seu odor característico. O site Rondoniaovivo tem publicado quase diariamente fotos e reportagens denunciando a total falta de zelo e limpeza de nós moradores da cidade. Dos bairros mais periféricos até os mais elitizados e próximos à área central, o que se vê é lixo esparramado pelo chão, restos de comida, carniça, e toda a sorte de podridão e sujeira. Emporcalhamos as ruas e cobramos empenho das autoridades. Devíamos era tomar vergonha na cara.
Já que é tão zelosa e competente, a Vigilância Sanitária deveria inquirir as autoridades do município para saber o porquê deste “lixaral” e também interditar a cidade toda. No inverno vivemos com a lama imunda a nos incomodar, no verão é a poeira misturada a fezes que inalamos diariamente. Grande parte da cidade é abastecida por água captada em poços imundos geralmente cavados ao lado de fossas sépticas. Hepatite por aqui é como gripe, quase todo mundo tem ou já teve. Até fossa já estourou em plena sala de cirurgia do Hospital João Paulo Segundo onde o mau cheiro de sangue pisado e de carne crua e insossa é muito comum. O nosso único Pronto-Socorro dispensa qualquer comentário em matéria de higiene e limpeza. O porto que dá nome à cidade é um barranco feio, sujo e cheio de lixo. Até o outrora e imponente rio Madeira tem boiando em suas águas todo tipo de cacarecos: de absorventes femininos usados até garrafas pet e fraldas descartáveis ainda repletas com o seu fétido conteúdo. Essa cidade é uma grande fossa a céu aberto e segundo o Instituto Trata Brasil, em limpeza e esgoto, estamos em último lugar dentre as capitais. Somos campeões em podridão. Vergonha!
Porto Velho além de não ter aterro sanitário, também não tem coleta seletiva de lixo. Nunca teve. A desculpa de que é uma cidade nova e que os incomodados devem se mudar não cola, já que há cidades bem mais recentes e que são exemplos de limpeza e de excelente planejamento urbano. Além do mais, várias pessoas já saíram daqui e nada foi resolvido. Os arraiais que são feitos para divertir o povão broco geralmente são montados em lugares ermos, sujos e sem ventilação nem higiene. A comida é servida em meio à catinga e sem nenhuma instalação decente. O único Shopping Center daqui tem uma madeireira no pátio e que quando vende a madeira “louro-bosta” exala um fedor horrível. Caminhar no Espaço Alternativo ou “Buchódromo” é ter a certeza de encontrar milhares de preservativos masculinos usados. Uma nojeira. Até a Unir fez greve por questões de limpeza e higiene no Campus. Por que essa tal de Vigilância Sanitária não vê tudo isso? Interditar um supermercado por causa de simples e inofensivos ratinhos é um exagero sem tamanho. Será que ela já foi até a Assembléia Legislativa do Estado ou mesmo até a Câmara Municipal? Sujeira é o que não falta nestes ambientes. Deve ser por isso que uma das comidas típicas desta região é o Mandi, uma espécie de pequeno bagre que se alimenta de fezes humanas e é uma iguaria muito apreciada. Aqui só falta chover dejetos humanos, mas antes disso acontecer, as autoridades deveriam colocar uma placa na entrada da cidade avisando do problema ou então erguer uma enorme estátua do Cascão ou do Sugismundo para combinar melhor com essa caótica situação de sujeira em que estamos todos atolados.






É Professor em Porto Velho

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Unir: Greve! Greve! Greve!



Greve na Unir: a Culpa não é só do Reitor


Professor Nazareno*

             
             A Unir, Universidade Federal de Rondônia, está em greve mais uma vez. E muito diferente de outras paralisações anteriores, esta não é por melhores salários para os professores ou funcionários da Instituição: é por melhores condições de trabalho nas dependências dos vários campi espalhados pelo Estado. A discussão que devia existir no ambiente universitário envolvendo melhorias no Ensino, Pesquisa e Extensão cedeu vergonhosamente o lugar para debates mais rasteiros e de importância menos nobre para um centro que se diz de Ensino Superior. Falta de papel higiênico nas imundas privadas daquele Estabelecimento de Ensino, cadeiras quebradas, sujeira abundante por todo o campus, lixo espalhado pelos departamentos, prédios e salas de aula, falta de água, de restaurante universitário dentre outras mazelas fazem a pauta de reivindicação dos grevistas. O descaso, a falta de respeito e a pouca valorização da Educação itens tão comuns na maioria das escolas públicas do Brasil chegam, enfim, à universidade. O Campus José Ribeiro é a imagem de Porto Velho: sujeira, imundície, fedor e lixo.
            Não tenho procuração para defender ninguém nem jamais, talvez, o fizesse, mas culpar apenas uma única entidade por todo este estado de coisas é no mínimo uma injustiça que pode demonstrar a falta de uma visão “macro” daqueles militantes mais exaltados. O Magnífico é, logicamente, parte do problema que afeta esta Instituição de Ensino Superior. Mas há muitos outros culpados por mais esta vergonha. A culpa pode ser também nossa enquanto sociedade, enquanto povo. Nunca fomos ensinados a cobrar nada de ninguém. Os verdadeiros responsáveis somos todos nós brasileiros, alunos ou não, professores ou não, autoridades ou não, que nunca demos o verdadeiro valor que a Educação deste país merece. Os médicos formados nesta universidade vão cuidar da saúde dos meus netos, vão prescrever remédios para o povo, os professores vão ensinar às futuras gerações de rondonienses, os engenheiros vão assinar plantas de edifícios onde meus netinhos vão morar, enquanto muitos outros acadêmicos entrarão na política ou outras atividades afins para futuramente governar os destinos deste Estado.
            E qual o nível de participação do povo e da sociedade neste movimento, já que deviam ser os maiores interessados? Qual o nível de participação do Poder Público? Alguém já procurou saber como funcionam as relações da Unir com a Fundação Rio-Mar? Infelizmente o que se observa também nesta greve é que apenas alguns setores da própria universidade mais interessados e diretamente envolvidos como professores, alunos e funcionários participam da paralisação, ainda assim de forma muito restrita. Lamentavelmente a falência também do Ensino Público Superior no país evidencia uma tendência nacional. A Educação, de um modo geral, não interessa a quase ninguém. Os ensinos Fundamental e Médio públicos já decretaram a sua falência faz tempo. Os vergonhosos resultados do ENEM 2010 são a prova deste gravíssimo fato. Greve de professores nunca causou maiores impactos em nossa sociedade. E os políticos sabem perfeitamente disto e providenciam shows e espetáculos para distrair a massa ignara. É festa: Reginaldo Rossi e a Banda “Calixo” são as mais novas atrações de Porto Velho.
            A desvalorização da Educação e do ensino de um modo geral também é incentivada entre os próprios alunos: como entender por que cursos como Medicina, por exemplo, têm muitas vezes uma concorrência trinta, quarenta ou cinqüenta vezes maior do que Letras/Português, de longe o curso mais importante em qualquer faculdade brasileira? A desorganização crônica observada na única universidade pública de Rondônia também devia ser um problema do povo. A organização de um simples concurso vestibular sempre foi um obstáculo intransponível dentro da Unir. E este ano não foi diferente. Há mais de vinte anos trabalho na preparação de alunos para ingressar no Ensino Superior deste Estado e nunca vi nada que justificasse a árdua tarefa dos futuros acadêmicos de Rondônia. Se não for o desejo de privatização do Ensino Superior público do Brasil que está por trás destas mazelas ou mesmo a incompetência do atual reitor em administrar “as polpudas verbas” que afirmam virem do MEC, fica muito difícil perceber a real dimensão ou a causa deste problema. “Será que esta greve absurda e extemporânea não vai prejudicar a minha viagem de férias no final do ano às praias nordestinas ou atrapalhar a minha ida ao Rock in Rio ainda neste mês?”






*É Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A resposta do JBC à inveja e à trairagem de idiotas: competência!





“Porquê  a Escola João Bento dar Certo?”


Professor Nazareno*


     A divulgação dos resultados do ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, provou mais uma vez o que o país inteiro já sabe há anos: o nosso sistema de educação está completamente falido. Apesar de existirem algumas falhas estruturais, esse processo avaliativo é um dos mais perfeitos do mundo e a escola que obtém bons resultados nele pode ser considerada sim, ao contrário do que muitos afirmam, um ótimo lugar para se estudar. Embora não seja o único item para se avaliar a competência de uma escola, o ENEM é um excelente balizador do desempenho de qualquer estabelecimento de ensino. Porém, numa escala que vai até quase mil pontos, a escola melhor colocada no Brasil chegou a marcar setenta e seis por cento. O fosso entre os sistemas público e privado de ensino no país só aumenta e requer urgentes providências.
Em Rondônia, apenas foi confirmada a tendência nacional. No entanto, o destaque foi a Escola Professor João Bento da Costa de Porto Velho. Dentre as escolas públicas estaduais, o JBC despontou como a melhor do Estado com uma nota de 575 pontos, onze a mais do que o ano anterior e muito à frente de muitas escolas públicas tradicionais da Capital. O sucesso desta escola se dá principalmente por que participou da avaliação com um número de alunos (440) superior à soma das dez primeiras escolas classificadas de Rondônia no ENEM, incluindo nesse item as públicas e as particulares. Escola pública à nossa frente só a Marcelo Cândia (95 alunos), que é conveniada com o Estado e muito bem administrada pelas irmãs Marcelinas e o Colégio Agrícola de Colorado do Oeste (73 alunos) que é um estabelecimento Federal.
Além do mais, o JBC participou do ENEM 2010 com muitos alunos do EJA, Educação de Jovens e Adultos, fato que notoriamente faz diminuir o índice final obtido pelas escolas. Conhecidos popularmente como “Eu Jamais Aprenderei”, os participantes dessa modalidade de ensino têm-se esforçado muito para contribuir na elevação dos índices de qualquer colégio. A nota obtida pelo JBC, no entanto, ficou acima das médias nacional e estadual e a apenas 186 pontos da média da melhor escola do Brasil, o Colégio São Bento do Rio de Janeiro que obteve 761 pontos e 84 pontos menos do que o Colégio Classe A, de Porto Velho, apontada pelo ENEM como a melhor escola do Estado de Rondônia já há uma década e que somou 659. Ainda assim, esses números podem revelar uma tragédia anunciada no nosso sistema de educação.
O que não se entende é por que a Escola João Bento da Costa ultimamente tem sido alvo freqüente de pessoas que querem, por motivos desconhecidos, destruir o Projeto Terceirão na escola pública. Uma experiência que sempre deu certo não pode jamais sucumbir à inveja. Diante destes números garbosos, os críticos do JBC deveriam dar um tiro no coco ou mesmo tomar cicuta. “Árvore que não dá frutos não recebe pedradas”, ensina um velho ditado popular. Porém, os ventos soprados pelo ENEM indicam que mudanças precisam ser feitas e urgentemente. A sociedade precisa entender que educação de qualidade é um direito seu e por isso deve cobrar mais das autoridades. Se além de participar de Marchas para Jesus, Passeatas do Orgulho Gay, carnaval fora de época e Banda do vai quem quer o povo exigisse seus direitos, o nosso Estado seria outro. Em vez da “Banda Calixo” e do “Chibiu” da Joelma, precisamos é de boa cultura.
Sem Educação de qualidade não há progresso nem desenvolvimento todo mundo sabe disto, mas pouco se faz para que haja mudanças reais. E infelizmente o que se observa é um festival de erros e ignorância sem precedentes no país inteiro. Nos comentários que se postam em textos na internet a Língua Portuguesa é assassinada a cada palavra escrita. O nível intelectual da maioria dos brasileiros não faz inveja a nenhum jumento. Será que algum leitor, por exemplo, perceberia os erros gramaticais no título deste artigo? A própria SEDUC, Secretaria de Estado da Educação, recentemente grafou errado no muro da escola o nome do João Bento. Em vez de Professor (Prof.) escreveu Professoro (Profº). Além do ENEM, os alunos do JBC são preparados também para a vida. Mais de mil cidadãos de todos os cantos de Rondônia estão hoje cursando uma universidade ou já estão formados exercendo dignamente suas profissões. O sucesso deste Projeto deveria ser copiado pelas escolas públicas do Estado. O Exame Nacional do Ensino Médio funciona apenas como um bom termômetro que indica a febre do paciente. Cabe aos “médicos” de plantão prescrever os remédios certos para o mal ser curado definitivamente. De qualquer forma, parabéns a todos os alunos da Escola João Bento da Costa do ano de 2010. Sucesso a todos vocês.



*É Professor em Porto Velho.

sábado, 10 de setembro de 2011

Onze de Setembro: os Estados Unidos são inocentes?




Onze de Setembro: Uma Década sem Arrogância


Professor Nazareno*
           

Pode até parecer ironia, mas o mundo ficou infinitamente melhor depois dos ataques às torres gêmeas nos Estados Unidos há exatos dez anos. Única superpotência do planeta após o fim da Guerra Fria, os norte-americanos mereceram todo o sofrimento imposto pelo fundamentalismo islâmico naquele fatídico dia: “quem semeia ventos, colhe tempestades”. As autoridades, a sociedade e os Governos daquele país, durante toda a História, nunca colocaram em prática uma política externa que não fosse apenas para defender os seus próprios interesses. Ficaram ricos, muito ricos mesmo impondo sofrimento aos quatro cantos do mundo. Praticamente não há um único país ou região do planeta que não tenha sido vítima do tacão desse maldito povo a exemplo das duas Guerras Mundiais, a Guerra Fria, a Guerra da Coréia, a Guerra do Vietnã dentre outras.
Nestes dez anos, no mundo inteiro há muito que se comemorar. A arrogância e a prepotência, tão comuns entre os nossos “primos do norte”, praticamente caíram por terra. Além do mais, a reação aos acontecimentos serviu para dar um empurrãozinho a mais na derrocada do país. Hoje os Estados Unidos não são nem a sombra daquela poderosa nação do final do século passado. Falaram que gastariam “apenas” 50 bilhões de dólares para vencer o terror. A conta já chega a quase quatro trilhões de dólares, ou seja, 80 vezes mais ou duas vezes e meia todo o PIB do Brasil. Invadiram o Afeganistão e o Iraque, mataram até agora cerca de 900 mil pessoas, mais de 300 vezes os mortos dos ataques de 2001, estão metidos em dois atoleiros sem fim na Ásia, envolveram outros países e podem ser responsabilizados também pelos ataques a Madri e Londres.
A cantilena dos muitos idiotas que defendem com unhas e dentes que os Estados Unidos foram as grandes vítimas do Onze de Setembro, uma vez que morreram quase três mil inocentes, cai totalmente por terra quando se observam as atrocidades cometidas pelas Forças Armadas norte-americanas em países pobres que foram injustamente invadidos e tiveram parte de suas populações morta e dilacerada pelos bombardeios da mais poderosa máquina de guerra do planeta. O massacre sistemático de pessoas inocentes em vilarejos perdidos, a arrogância na prisão de Abu Ghraib no Iraque e o desrespeito a toda e qualquer forma de direitos humanos aos presos de Guantánamo dão a exata dimensão da maldade e da crueldade que o Governo e os militares norte-americanos impuseram a pessoas que apenas julgavam serem culpadas.
Mas a opinião pública ocidental, controlada pelos interesses capitalistas dos Estados Unidos, assegura de forma convicta e tenta inclusive incutir a idéia de que o World Trade Center foi uma grande covardia, uma espécie de Pearl Habor moderno e que o mundo inteiro deveria prestar condolências aos norte-americanos. Tolice, eles apenas colheram o que plantaram durante muitos anos no mundo inteiro. Essa sua colheita maldita é resultado de suas próprias ações e eles deviam saber disto quando se envolveram, treinaram, armaram e foram os responsáveis diretos pela criação de gente da espécie de um Saddam Hussein ou de um Osama Bin Laden. Quando foi interessante, usaram essas pessoas a seu bel prazer para apenas satisfazer suas vontades. Por isso, não podem reclamar: “quem dorme com cachorros, amanhece com pulgas”.
As emissoras de televisão, assim como grande parte da mídia, criam noticiários tendenciosos, inventam mini-séries, fazem programas sensacionalistas, entrevistam pessoas e autoridades, divulgam depoimentos, deslocam seus correspondentes, festejam a data e espalham a idéia equivocada de que o povo norte-americano é de índole boa e que foi a grande vítima do fundamentalismo terrorista. Claro que a verdade não é esta. Nunca foi. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, eles pressionaram o Japão até a exaustão e não deram outra opção aos japoneses senão atacar as ilhas havaianas e depois venderam ao mundo a falsa idéia de que eram as vítimas. Mataram covardemente mais de duzentas mil pessoas com os ataques nucleares a Hiroxima e Nagasaki e declararam cinicamente que fizeram isso para evitar a morte de pessoas. Como precisavam do petróleo do Mundo Árabe e não mantinham boas relações com alguns países da região, criaram as guerras contra o terror apenas para justificar a odiosa permanência no Oriente Médio e movimentar a sua poderosa indústria bélica. Por tudo isso, o Onze de Setembro veio numa boa hora e pode ser um marco positivo na nossa História: o começo do fim de mais um império. A serpente do mal teve uma de suas cabeças arrancadas e o ódio antiamericano no mundo pode criar outras datas como esta.




*É Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Vamos pesquisar estes temas, garotada!





Sugestões de temas para a Redação do ENEM: (pesquisar e desenvolver)
  
            O tema da redação do ENEM em geral procura abordar um assunto relacionado a acontecimentos atuais no país. Geralmente é um problema nacional. Como exemplo o tema de 2008 que foi sobre a preservação da Floresta Amazônica, um fator que tem relação direta com as causas do aquecimento global (assunto muito discutido atualmente). Em 2009 foi um tema filosófico e versava sobre a questão da ética (O indivíduo frente à ética nacional). No ano passado, o tema foi "meio sociológico": (O trabalho na construção da dignidade humana). Procure estar ‘antenado’ aos temas atuais de grande polêmica e impacto no país e/ou no mundo. Fatos ligados ao aquecimento global tendem a ser cada vez mais abordados em provas de vestibulares e temas de redações. Você pode procurar saber a opinião do seu professor de português ou redação sobre o assunto, ou também pesquisar os temas das redações de provas anteriores tanto do ENEM como também de outros vestibulares para ter uma base dos assuntos mais abordados neste ano de 2011. É claro que estes temas sugeridos podem não ser o tema da Redação, mas a pesquisa deles ajudará e muito na realização do tema que de fato aparecerá na prova. Quando o indivíduo lê um determinado tema, quando faz uma boa pesquisa, alguma informação fica retida em sua mente e ele consequentemente aumenta a sua leitura de mundo e consegue fazer o "link" com o tema solicitado. Então, vamos lá. Sejamos uma “mãe Diná” e boa sorte para todos nós. Sucesso, galera Classe A e galera JBC.


01.   Violência doméstica: Lei Maria da Penha.

02.   Situação da Reforma Agrária no Brasil: O MST e a luta pela posse de terra. Os mártires do campo: Chico Mendes, Dorothy Stang, Ezequiel Ramin e tantos outros mártires.

03.   Turismo sexual e prostituição infantil: um grave problema nosso.

04.   A situação dos índios no Brasil: a Funai e a política indigenista.

05.    O Petróleo e a extração na camada Pré-sal: como se beneficiar desta riqueza?

06.   MSN, Orkut, twitter, blogs, downloads, e-mail, Hotmail: novas formas de comunicações no mundo tecnológico.  As conseqüências para o jovem que usa a internet. Escravidão tecnológica: por que não conseguimos mais viver sem a internet e o telefone celular?

07.   A nova regra do acordo ortográfico: valeu a pena uma vez que o próprio Portugal protestou? Quem leva vantagem?

08.   Como salvar vítimas de uma epidemia como a gripe Suína em meio ao caos na saúde pública brasileira?

09.  O sistema de cotas nas universidades brasileiras: justiça ou humilhação?

10.  Consumo consciente: uma solução para o combate à grande produção de lixo.

11.   Etiqueta urbana: como conviver bem na sociedade.

12.   Diante de tantos problemas sociais, de tanta corrupção e desmandos, como anda a auto-estima do brasileiro? Será que já estamos precisando de uma nova Constituição para encarar estes problemas?

13.   A corrupção na política brasileira: um mau exemplo para a sociedade.

14.   Redução da maioridade penal: uma solução para o combate à violência? A adolescência na linha de frente do crime: de quem é a responsabilidade?

15.   Voluntariado: será essa a receita para mudar o Brasil?

16.   Casamento entre pessoas do mesmo sexo: fim do preconceito por parte do STF?

17. O Novo Código Florestal: quem leva vantagem? Como produzir sem devastar ainda mais?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Viva a Independência do Brasil. Independência?




Sete de Setembro: Civismo Carnavalesco



Professor Nazareno*



      A farsa da Independência se repete no Brasil ano após ano sem que nada de prático mude na vida dos brasileiros. Desfiles patrióticos e totalmente estéreis são realizados em todas as cidades do país com o objetivo de comemorar absolutamente nada. As autoridades aliadas aos militares de plantão encenam pateticamente algo que, pela sua pouca importância, já deveria ter saído de cena há muito tempo. É mais dinheiro público gasto desnecessariamente. O desfile de Sete de Setembro, guardadas as devidas proporções, pode ser comparado a uma Passeata do Orgulho Gay, a uma Marcha para Jesus ou a um simples carnaval fora de época: servem apenas como ostentação sem acrescentar nada de importante a ninguém. De fato, o que mudaria em nossas vidas se estes tristes espetáculos que só sujam as ruas não acontecessem?
Em Porto Velho, incrivelmente também há desfile de Sete de Setembro. Só que aqui os marmanjos saem às ruas logo cedo, a partir das sete e meia da manhã quando o sol ainda está ameno. Com seus sapatos engraxados e suas roupas impecavelmente passadas, eles não se acanham por não dar a vez às crianças das escolas públicas que têm de desfilar com o “sol a pino”. Muitos alunos, coitados, desmaiam. O espetáculo circense começa logo cedo com aviões teco-tecos, talvez sobras da Segunda Guerra, sobrevoando a cidade e despejando ferrugem, porcas e parafusos sobre as pessoas. Um perigo se uma dessas geringonças, cuja função ninguém sabe qual é, cair sobre a multidão. Porém, são estas máquinas ultrapassadas e sem nenhuma utilidade que têm a missão de nos defender de um ataque aéreo. Mas, quem nos atacaria? Os bolivianos?
O Estado se aproveita da data para mostrar ao povo as armas mais modernas que tem em seus arsenais. Todos são calorosamente aplaudidos por uma multidão de incautos e ignorantes em sua grande maioria e que mal conhecem a função de alguns órgãos públicos que são sustentados com o nosso suado dinheiro. Uma ironia, já que a violência campeia numa das mais violentas sociedades do mundo. Muitas destas mesmas armas vão, infelizmente, cair em mãos erradas futuramente e armar o crime organizado como estamos fartos de ver em noticiários na mídia. O cidadão comum que observa tudo aquilo devia se perguntar por que tantas firulas, homens bem treinados e autoridades responsáveis não conseguem nos dar a segurança de que tanto precisamos. Qual o sentido de tanta “rompança” por parte de quem devia nos proteger e não o faz?
As autoridades e os políticos devem adorar esta patetice que encenam para a plebe. É mais uma forma de anestesiar o já alienado povão. Quem numa hora dessas lembra que, apesar de menos fumaça, a Amazônia voltou a ser desmatada com força total neste ano? Quem se lembra dos viadutos que ainda não tiveram sua construção recomeçada pela Prefeitura de Porto Velho? Quem se lembra do Hospital João Paulo Segundo que, apesar de tantas falácias e promessas, ainda não deixou de ser o açougue que sempre foi? Ninguém lembra a educação de péssima qualidade que o Brasil tem. Na América Latina, ficamos bem atrás de países como Chile e Argentina. Nunca ganhamos um Prêmio Nobel, diferente dos nossos vizinhos que já faturaram essa comenda pelo menos sete vezes nas mais variadas áreas do conhecimento. Uma vergonha para nós!
            Se o Brasil é um fracasso onde quer que se imagine, por que então comemora a Independência de forma tão frenética e entusiástica? Ora, é porque é uma festa, um carnaval e só falta distribuir cachaça e drogas para atrair mais pessoas. Um país só é verdadeiramente independente quando seu sistema de saúde pública é impecável, quando investe numa educação de eficiência e quando dá aos seus cidadãos, de um modo geral, uma vida com bons padrões de qualidade. E isto são coisas que a nossa nação ainda deve a todos nós. A nossa desigualdade social é uma das maiores do mundo, embora sejamos a sétima economia do planeta. Temos 16 milhões de pessoas passando fome quando somos o segundo maior produtor de alimentos da terra. A nossa violência urbana não fica a dever nada aos países conflagrados por guerras. Por tudo isto, é cinismo puro sair de casa com bandeirinhas, acenar para políticos em palanques, cantar hinos e festejar uma falsa independência que este país nunca teve de verdade.



*É Professor em Porto Velho.