domingo, 7 de janeiro de 2018

Direita x Esquerda: estupidez?


Direita x Esquerda: estupidez?


Professor Nazareno*

            A luta ideológica entre progressistas e conservadores que aparenta existir no Brasil é uma farsa. Fala-se que as eleições presidenciais deste ano prometem um embate feroz entre os dois grupos. Ledo engano. Com menos de 20 por cento de seus eleitores conscientes e devidamente politizados, o pleito será marcado pelos candidatos que melhor souberem enganar seus eleitores. “No Brasil não existe direita nem esquerda, mas um punhado de políticos ladrões que sempre se juntam para roubar o Erário”, disse certa vez o colunista Diogo Mainardi.  Nem Lula é da esquerda e muito menos Jair Bolsonaro é da extrema direita. E tudo indica que os dois se engalfinharão na luta pela preferência do eleitorado. Isso se a elite do país permitir a candidatura do petista, que será julgado proximamente ou a mídia não destruir as pretensões do capitão reacionário.
            Pobre Brasil, que terá um dos dois como o próximo presidente da República. A ignorância de grande parte do eleitorado não consegue ver nada melhor para votar. E o pior é que parece não existir opção melhor do que eles. Bolsonaro é a medida certa para os eleitores desesperados e sem nenhuma leitura de mundo. Assim como o Collor iludiu grande parte dos brasileiros dizendo que era o caçador de marajás, Bolsonaro acena para os mais radicais e burros dizendo que vai fazer de tudo se eleito. Nem Collor caçou marajá nenhum nem o chamado “Bolsomito” vai prender qualquer corrupto. Já Lula é a panaceia milagreira dos esquerdistas. O homem que não vai mais roubar e vai governar para os pobres. Coisa que não fez em oito anos. E nenhum deles governará para os mais necessitados. Nenhum está preocupado com o povão e os brasileiros de um modo geral.
            Nem Lula muito menos Bolsonaro fará jorrar mel e leite das ruas como seus eleitores tolamente acreditam. A campanha eleitoral ainda nem começou e muita gente já está escolhendo suas preferências sem nem observar a viabilidade das propostas apresentadas por cada um deles. Qual dos dois promete, por exemplo, criar sistema de educação integral nas nossas escolas? Qual dos dois promete investir em educação de qualidade? Embora se diga que estão subestimando a popularidade do ex-militar, não creio que ele tenha mais eleitores do que o petista. Quem vota no Lula tem a mesma massa cinzenta do eleitor do Bolsonaro. Ninguém quer pensar no Brasil, apenas em suas próprias necessidades. Sem nenhuma ideologia ou convicção política, os eleitores mandarão de novo para o Planalto um presidente sem nenhuma identidade com o país.
            O Brasil não precisa de salvadores da Pátria, mas de alguém que tenha a vontade de resolver os problemas seculares que enfrentamos. E isso se faz com tenacidade e empatia com o próximo. Se o futuro governante não tiver espírito coletivo, seriedade e honestidade, de nada adiantará ficar quatro anos fingindo nos governar. Vivemos um hiato político perigoso: o desprestígio da classe política fará aparecer “um Deus” que tudo resolverá. A vitória de Jair Bolsonaro ou de Lula apenas adiará a concepção de uma nação justa para com os seus habitantes. Estamos vivendo em uma “sinuca de bico” e não sabemos o caminho que devemos seguir. “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Nem direita, nem esquerda. Nada de extremismos tolos, nem de vinganças premeditadas e inócuas. O Brasil precisa de ações que possam fazer uma das maiores economias do mundo ser um lugar próspero e justo. Lula e Bolsonaro sabem disto?




*É Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Bairro São João em Calama/RO


Bairro São João em Calama/RO


Professor Nazareno*

           
           Falar sobre o bairro São João de Calama/RO, a “Veneza esquecida do Madeira”, é falar sobre a própria vila. Distrito mais antigo de Porto Velho, a capital de Rondônia, a vilazinha remonta aos idos do antigo Primeiro Ciclo da Borracha ainda no século dezenove. Situada estrategicamente entre três rios, o Madeira, o Machado e o Maici e a floresta amazônica, tem seu nome provavelmente ligado às “palmeiras calamenses” que são abundantes na região. Outros dizem que o nome da vila se refere às iniciais de uma companhia de látex, a Companhia de Látex do Madeira, de Ji-Paraná. De qualquer forma, Calama é um desses paraísos ainda não descobertos da Amazônia Ocidental. Tem seu povo constituído na maioria por pessoas simples e humildes, gente boa como pescadores, agricultores, funcionários públicos e ainda alguns descendentes dos índios Parintintins.
            O bairro São João é o núcleo principal da vilazinha. É onde se situa a igreja de São João, padroeiro do lugar. E é a própria história de Calama. De frente para o imponente rio Madeira, a meia distância entre o rio Machado e o paradisíaco rio Maici, o bairro é o retrato mais perfeito da comunidade. Por displicência das autoridades, perdeu recentemente o casarão histórico que adornava o barranco agressivo. Hoje a vila corre o risco de desaparecer sob as águas caudalosas do rio que lhe banha. O barranco avança sem piedade, mas seus moradores são heróis esquecidos que não arredam pé dali e sem recursos, lutam como bravos guerreiros para manter tudo aquilo preservado. Mas a vila não pode desaparecer, jamais. O bairro São João assim como a vila inteira têm muitas histórias. Seus moradores, suas pontes, seus personagens deixaram marcas indeléveis e inesquecíveis.
O fim de Calama, entretanto, seria o fim de uma época. O começo da História de Rondônia está testemunhado naquelas barrancas, outrora repletas de “pelas” de borracha e outros produtos amazônicos e hoje essas mesmas barrancas estão quase esquecidas pelo poder público. Os velhos casarões do Segundo Ciclo da Borracha e hoje caindo literalmente aos pedaços dão pena a quem os observa. A construção das hidrelétricas no Madeira também não trouxe boas notícias para aquele povo ribeirinho: entre Porto Velho e o distrito de São Carlos em breve ficarão bem pior as condições para a navegabilidade. Dificuldades aumentarão e pode demorar ainda mais a viagem de barco até a capital. Por conta do “estupro” sistemático do rio Madeira, a oferta de peixes e outros produtos diminui a cada ano e não se veem medidas efetivas de compensação para a população carente.
            Impossível não se lembrar da Calama do Senhor Benjamim Silva, o “médico” da região. De Alfredo Teles, um grande batalhador dos ribeirinhos e administrador do distrito.  Do professor Goldsmith Correa Gomes, que poderia ser o nome da escola. Do comerciante Joaquim Pires, da Dona Mercedes, do Chico Prestes, do Ivo Santana, do Santa Bárbara, do Pedro Silva, dos Botelhos, dos Pantojas, do Torquato, do Caíco, do Caboclinho Neves, do Balbino, do Sr. ZUI, do Padre Vitório e de tantos outros heróis lembrados pelos moradores. Como esquecer o bom futebol de Calama que já exportou craques até para a Europa? O clássico local Remo X Ponte Preta que já não existe mais? O São Francisco e tantos outros bons times? O peixe com farinha, a carne de caça, o encontro das águas, o fenômeno das terras caídas, as enchentes e as muitas pessoas que se perderam em suas traiçoeiras matas?
A secular Calama é assim mesmo: combina o velho com o novo sem perder o seu charme, o seu encanto. Luta para ter internet de qualidade. Resiste a toda forma de agressão e não se deslumbra com o moderno. Suas duas pousadas: a do Domingos e a do Abelha refletem a tranquilidade local. Mãe de toda a Rondônia e de partes do sul do Amazonas, a pacata vilazinha observa atentamente, como uma verdadeira matriarca que é, o desenvolvimento dos filhos e pede para viver confortavelmente no seu anonimato para que possa ter mais alguns anos de vida. Existe progresso melhor do que ter uma vida pacata? Mas a violência, as drogas, a pressa, e as mazelas de um mundo dito desenvolvido e civilizado já insistem em dar as caras por lá, infelizmente. Porém a vila e o seu bairro São João resistirão bravamente a tudo. Prova disso foi a heroica resistência à enchente histórica de 2014. Ela não assusta com nada. Prossegue sua vida mostrando bravura ao mundo.




*É Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Lula, o anticristo endeusado


Lula, o anticristo endeusado


Professor Nazareno*

            
         O Brasil decididamente nunca foi um país sério. Não há um único setor em que tenha destaque internacional. Somos a chacota do mundo. Ninguém nos leva a sério. Somos a vergonha do planeta na economia, apesar de figurar entre as dez maiores, somos “um nada” na educação, não temos política externa eficiente, pois somos “um anão diplomático”, não temos a bomba atômica, não temos Forças Armadas decentes e na política, damos aulas de corrupção, de roubalheira e de como não respeitar os cidadãos que pagam impostos. Pior: não sabemos escolher os nossos representantes. Este ano, as pesquisas dizem que Lula, o “sapo barbudo”, ganhará as eleições se for candidato, apesar do sítio de Atibaia, do tríplex do Guarujá e outros escândalos. Agora em janeiro será julgado em segunda instância e se condenado pode ficar fora do páreo.
            Lula foi na política nacional uma das piores desgraças que nos aconteceu. Semianalfabeto, o sindicalista do ABC paulista entrou na política prometendo distribuir as riquezas nacionais entre a população mais carente. Crítico feroz da rica elite do país, o metalúrgico mudou de opinião e para chegar ao poder se aliou covardemente a todos aqueles que criticou. Os seus governos foram uma farsa sem tamanho. Com trânsito livre entre os menos privilegiados, soube como ninguém prometer “mundos e fundos” aos necessitados. Era outra mentira dos petistas: como distribuir a renda dos seus novos e ricos amigos àqueles que os elegeram? Lula se aliou a José Sarney, a Jáder Barbalho, a Antônio Carlos Magalhães, a Collor e a Paulo Maluf, que hoje está preso em Brasília. Pelo poder, o sindicalista virou elite e se deleitou em explorar os pobres pelo país afora.
            O eleitor do Lula e do PT de um modo geral é tão simplório e cego que não percebe o mal que eles, os petistas e esquerdistas, também fizeram ao país. Pior do que se unir à elite rica foi a transformação do Estado brasileiro em uma ala do seu partido. O Mensalão explodiu já em 2005 e o Petrolão pouco tempo depois. Além do mais, o PT se uniu às empreiteiras e a seus executivos para dilapidar os cofres da nação. Hoje, muitos petistas estão atrás das grades ou respondendo a processos na Justiça e na Lava Jato. Não se sabe quanto de dinheiro sujo circulou pelos esgotos clandestinos do PT. Lula não investiu em educação de qualidade muito menos distribuiu riqueza como havia falsamente prometido. O pouco que fez foi só no varejo. E mesmo assim, algumas ações típicas para enganar os babacas que ainda insistem em votar nele e em seu partido.
            Os treze anos em que o Partido dos Trabalhadores esteve no poder foram iguais aos outros 504 em que a elite mandou. Os pobres ficaram mais pobres e os ricos mais ricos. É a síndrome da Casa Grande e Senzala. A distribuição de renda é uma promessa só para ganhar o voto dos mais incautos. Lula hoje toma vinhos caros e vive muito melhor do que qualquer metalúrgico. Não entendo por que quer governar de novo o país se já o fez desgraçadamente por duas vezes seguidas sem realizar o que havia afirmado. Lula é corresponsável pelo golpista Michel Temer e por toda esta crise política e econômica que vivemos hoje. A ideologia do PT é só o poder, nada mais. Só os seus seguidores que não conseguem ver. “Os companheiros”, cegos pela ideologia e querendo vingar o golpe sofrido, ao votar nele não veem o mal que vão fazer ao Brasil e ao seu povo. Fato: a esquerda no poder roubou tanto quanto a direita. Credo em cruz!




*É Professor em Porto Velho.