sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Vamos brincar de amiguinho secreto?



Festinha de Amigo Oculto”


Professor Nazareno*

         
      Delírios na Corte: com já é de costume há vários anos seguidos, houve num dos mais luxuosos endereços da cidade, outra festinha de fim de ano com a famosa e já tradicional brincadeira de Amigo Oculto. Regada a champanhe francês, vinhos da Toscana, Uísque 50 anos envelhecidos em tonéis de carvalho, caviar de esturjão do Mar Negro, lagosta, camarão, dentre outras finas, raras, caríssimas e deliciosas iguarias, esta confraternização encantou a todos. A alegria era geral. Os convidados se banquetearam e se confraternizaram entusiasmados. Famílias inteiras estavam presentes ao evento formando uma comitiva de ouro. Muitas autoridades representando todos os poderes constituídos, damas, cavalheiros, religiosos e militares. A mídia, óbvio que estava lá também, cobrindo o evento. Jornalistas falavam sobre cultura, outros faziam a biografia dos muitos e ilustres convidados, havia fotógrafos e até cineastas. Porém, curiosamente o maior patrocinador desta colossal festa não estava presente, pois não fora convidado. 
     Como sempre, o ponto alto das comemorações foi a distribuição de presentes e a identificação dos contemplados: “Minha amiguinha secreta é, claro, uma mulher. Ela é uma ex-professora, muito meiga e bondosa, já foi vereadora, é atualmente Deputada Estadual, pertence ao mais ético partido político do Brasil e que já lhe inocentou, quer ser candidata à Prefeita da Capital, tem o total apoio do Prefeito, é sempre testemunha e não acusada em qualquer processo, foi vaiada recentemente numa cantata de Natal e sempre trabalhou em prol dos mais humildes e necessitados. Quem é ela?”. Aplausos e mais aplausos ecoavam no grande salão. “Ela é a nossa heroína, uma verdadeira Santa”, gritavam os mais eufóricos. A alegria foi maior ainda quando alguém anunciou: “o meu amigo é jovem, tem o maior acervo de obras inacabadas do Brasil, é ético, mas não consegue construir um simples viaduto nem limpar corretamente a cidade que diz administrar para o bem de todos. Há oito anos que nos encanta com a sua sapiência”.
    Entre uma porção de caviar e outra, ouviu-se nitidamente, vindo dos fundos do salão uma voz suave que dizia: “meu amigo é um pouco gordo, muito inteligente, conseguiu destruir uma universidade inteira durante o período que a administrou, nunca soube organizar um simples concurso vestibular, tinha padrinhos fortes no Governo Federal, dizem que hoje está sendo investigado por desvios de verbas e todo tipo de falcatruas, reclamou que era perseguido por ser homossexual e que durante uma greve não agüentou a pressão e renunciou ao cargo”. Aplausos ensurdecedores. Apesar da tradicional abstinência alcoólica, havia também muitos evangélicos presentes àquela inusitada festa. “Sem estes irmãos de fé, provavelmente esta confraternização jamais acontecesse”, comentavam algumas pessoas. “Eles têm uma fidelidade canina a todos os que pregam a palavra e por isso são peças importantes para que nós alcancemos os nossos objetivos”, diziam, sem pedir segredo, algumas autoridades.
     A casa de espetáculos quase veio abaixo quando foi anunciado “o mais secreto” de todos os convidados: “ele, que tem advogados que enganam até os ministros das mais altas cortes do país, um incansável batalhador pela causa dos pobres, um homem de Deus e que junto com alguns amigos amealhou uma verdadeira fortuna retirando dinheiro que deveria ser usado no precário sistema de saúde do Estado. Um homem quase santo que recebeu nas últimas eleições mais de vinte e dois mil votos dos despolitizados eleitores deste lugar”, anunciou euforicamente o mestre de cerimônias. Por incompetência da Justiça, deve ganhar o melhor de todos os presentes: a liberdade. Logo após, várias menções honrosas foram lidas para delírio dos presentes. Um apresentador de televisão foi muito aplaudido quando falaram seu nome. Atolado até o pescoço em lama, acusações de todo tipo e corrupção, ainda usa seu programa para ensinar ética e moral ao povo. “Um verdadeiro cara-de-pau”, comentavam alguns.
   A alegria contagiante daquela grande festa foi maior ainda porque, sem que houvesse nenhum anúncio oficial, todos já sabem o final destes episódios: nada. Os envolvidos serão inocentados e receberão do povão simplório, nas próximas eleições, o direito de continuar mamando nas fartas e pouco fiscalizadas tetas do Erário. E, claro, nenhum deles vai devolver sequer um único tostão furado. Incrível, mas para muitas pessoas afortunadas e muitas vezes com a conivência dos poderes constituídos, por aqui o crime compensa. “Para a nossa felicidade, ninguém fiscaliza essa Casa de Espetáculos (ou Casa da Mãe Joana), só prometem e nada fazem de concreto”, dizia uma enorme faixa na entrada. Realmente, uma casa onde ninguém manda, onde não há pulso forte, qualquer um rouba e faz o que quer, diz um ditado popular. No próximo ano haverá novas e concorridas eleições para saber quem pode participar desta grandiosa festa. Muitos já pensam em participar do pleito e já se anunciam candidatos. “Quem dispensa uma boquinha dessas?”. “Se possível, um Feliz Natal para os de fora”, diziam outras faixas. Haverá mais festas, mas sempre sem a presença do patrocinador principal.






*É Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Neymar! Quem é Neymar? Messi, o rei do futebol



Barcelona e Messi humilham o Brasil


Professor Nazareno*
       
        
          O Santos Futebol Clube perdeu de quatro.  O Barcelona da Catalunha não tomou conhecimento do time brasileiro e aplicou impiedosamente uma fantástica goleada de quatro gols a zero pela decisão do Mundial de Clubes, edição 2011. Essa lavagem humilhante já era de se esperar, pois o futebol brasileiro está em franca decadência no cenário mundial já faz um bom tempo. Perdemos as duas últimas Copas do Mundo e há muito que não nos destacamos em nenhum campeonato de expressão. A mídia, como sempre, não devia ter dado falsas esperanças aos torcedores santistas e brasileiros uma vez que já sabia da força do time catalão. Além disso, o Santos não tem equipe para enfrentar o Barcelona ou qualquer outro time europeu de menor expressão já que no último campeonato brasileiro, um dos mais fracos e menos técnicos do mundo, ficou num modesto décimo lugar atrás de nulidades como Figueirense e Coritiba. Foi o Santos, mas não teria sido diferente com Flamengo, Vasco, Corinthians ou São Paulo. 
       Não se sabe se o time brasileiro jogou bem ou mal porque simplesmente ele não jogou. Foi a típica partida de uma equipe só, o Barcelona. Aos 23 minutos do primeiro tempo os brasileiros já perdiam por dois a zero e tinham levado uma bola na trave. Totalmente dominadas em campo, as apagadas estrelas santistas se limitaram a assistir à habilidade dos adversários. E o massacre dos catalães não parou: final do primeiro tempo e o placar já estava em três a zero. Na etapa complementar não foi diferente: Messi e companhia continuaram com o seu show de bola. Neymar, totalmente apagado dentro de campo, se limitou a colocar as mãos na cintura em sinal de visível cansaço e quase não viu a bola o jogo inteiro. Um confronto limpo, leal e quase sem nenhuma falta mostrou a indiscutível superioridade do melhor time do mundo, que teve um total de quase oitenta por cento de posse de bola. “Uma verdadeira aula de futebol para os brasileiros” e foi o que fizeram Puyol, Messi, Iniesta, Abidal, Xavi e Fàbregas.
     Esta derrota humilhante do Santos e conseqüentemente do futebol brasileiro veio em boa hora e foi uma das melhores coisas que aconteceram no mundo dos esportes. Justiça foi feita, pois o melhor jogador de futebol do mundo na atualidade é o argentino Lionel Messi do Barcelona e não o medroso e desengonçado Neymar, um reconhecido peladeiro e péssimo profissional que por várias vezes tentou humilhar o seu próximo. Evangélico, se recusou a descer do ônibus de sua equipe junto com os colegas Paulo Henrique Ganso, Durval, Léo, André dentre outros, para visitar um orfanato de crianças portadoras de deficiências só porque a instituição é patrocinada por uma entidade espírita, a Casa Lar Espírita Mensageiros da Luz da cidade de Santos. Outra vez, nas redes sociais desdenhou de brasileiros pobres dizendo que “gastava mensalmente de ração para os seus cachorros, o salário que muitos ganhavam num mês inteiro de trabalho duro”. Sem perceber o mau exemplo, o “moicano” já foi pai aos dezoito anos.
     O tosco e ultrapassado futebol brasileiro é igual a Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia: só proporciona tristeza e decepção. Embora no passado já tenha sido um pouco melhor do que é hoje, este esporte até que poderia trazer alguma alegria aos sofridos torcedores. Garrincha era alcoólatra e pouco fez pelo futebol do Brasil. Zico, embora cantado e endeusado por muitos fanáticos torcedores, jamais ganhou uma Copa do Mundo, Gérson, o que criou a famosa lei, só vivia lesionado. Tostão perdeu um olho e abandonou a carreira precocemente, Casagrande entrou no mundo das drogas. Zagalo vivia às turras com a mídia: “vão ter que me engolir”, disse certa vez. Romário, com uma vida particular cheia de problemas, virou político e hoje é Deputado Federal. Enfim, essa derrota humilhante do Santos mostrou aquilo que é o nosso futebol: nada. Diante da anunciada vergonha, o Santos poderia nem ter entrado em campo para evitar o vexame. Perder por W X 0 é menos vergonhoso e humilhante do que perder de quatro.
     Com um jogo limpo, cadenciado, com passes perfeitos e milimétricos, de domínio absoluto e de competência, os catalães poderiam ter aplicado sete ou oito, mas não quiseram. Talvez para não humilhar ainda mais os fracos adversários. Nem de longe o Messi pode ser comparado a qualquer jogador do Brasil. Assim como Pelé não pode ser comparado a Maradona. É um crime admitir que o argentino é pior do que o brasileiro. Assim como “El Pibe de Oro”, o nosso falso rei também não foi um bom exemplo: não reconheceu uma filha de um relacionamento extraconjugal e sempre foi casado com mulheres brancas como se renegando a sua própria etnia só que ambos são reconhecidos no mundo inteiro como dois grandes desportistas. O futebol no Brasil é coisa do passado e caminhamos inevitavelmente para o fracasso total. Neste país só roubalheira e corrupção. Talvez num campeonato mundial para saber quem é mais corrupto, desonesto e ladrão, o Brasil ganhe disparado uma taça. Até a FIFA já expulsou o Ricardo Teixeira da CBF e talvez o país nem seja mais a sede da próxima Copa. O motivo: roubalheira, claro, além da conhecida desorganização dos brasileiros. Incrível, mas o resumo deste fatídico jogo foi resumido pelo próprio e fracassado Neymar: “o Barcelona nos ensinou como se joga futebol”, disse quase chorando, ao final da partida.







*É Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O Poder Legislativo no Brasil



“Corrupção: o desabafo de Chiquinha Santos”


Professor Nazareno*

         
        O ácido e polêmico discurso da Deputada Estadual Chiquinha Santos do PTBR na Tribuna da Assembléia Legislativa repercute até hoje na mídia. Foram mais de 20 acessos em uma semana e os comentários nas redes sociais viraram uma febre. Não se fala de outra coisa.Uma verdadeira lavagem de roupa suja”, é o que dizem muitos internautas e analistas políticos. A parlamentar não mediu palavras ao se referir aos seus pares acusando-os de ladrões, corruptos, vagabundos, canalhas, cínicos, debochados e acima de tudo insensíveis com o sofrimento do povo que eles dizem representar. “Senhor Presidente, esta Casa de Leis se transformou nos últimos anos na Casa da Mãe Joana, num verdadeiro cabaré sem a madame”, vociferou a combativa deputada. “Isto aqui nunca foi a Casa do Povo como todos insistem em dizer abertamente”, completou.
        Muito irada, a parlamentar afirmou que agindo assim a Assembléia Legislativa não serve para nada e não tem nenhuma função dentro do estado democrático de direito. “Se esta porcaria fosse extinta, não faria falta nenhuma ao povo e seria até uma bênção, pois economizaria dinheiro para ser empregado em benefício da população carente”, disse.  Ela foi mais além e referindo-se a muitos Deputados Estaduais afirmou que os “marmanjos, safados e cafajestes” que infestam a política local deviam tomar vergonha na cara. “Este Estado é conhecido no Brasil inteiro como um lugar onde a roubalheira é institucionalizada e ninguém faz nada para mudar esta triste realidade”. Ela também se referiu ao fato de que nos últimos seis anos foram escândalos e mais escândalos que ajudaram a jogar o nosso nome na lama. “Somos uma terra sem lei”.
        “Até antes do escândalo das fitas mostrando vários deputados pedindo propina ao Governador, que se rouba neste Estado. Depois foi a operação da Polícia Federal quando vários parlamentares foram presos e agora esse novo escândalo”. A deputada reclamou também que quase nenhum envolvido está preso e ninguém, absolutamente ninguém, devolveu um centavo sequer aos cofres públicos. “Nesta Casa de Leis, senhor Presidente, quanto mais ladrão, mais amado. Quanto mais rouba, mais simpático e mais votos recebe na eleição seguinte”. Ela afirmou que o problema da corrupção está no nosso DNA e que em quase todas as casas legislativas do país a situação infelizmente parece ser a mesma. “Até o partido que está no Governo e sempre pediu votos vendendo a moralidade, a honestidade e o zelo com a coisa pública também se corrompeu e viraram traidores da Pátria. Todos agora são corruptos”, sentenciou.
        Foi taxativa ao dizer que “os canalhas são presos numa operação, mas logo dão um jeito de continuar mamando na próxima legislatura. Quando não colocam a esposa, um filho, um parente, ou outro afilhado qualquer para lhe representar, colocam um laranja para se candidatar e recebem quase sempre muitos votos da outra canalhada burra e despolitizada e continuam se enriquecendo às custas do Erário”. E continuou: “Vejam o caso do nobre deputado Albeno Carneiro: vendeu a idéia de que era combativo, consciente e lutava contra os privilégios da Ditadura Militar  e hoje, depois que lhe arrumaram um emprego em Brasília, virou um reacionário de carteirinha. Reage a um simples texto e sem conhecer a realidade dos outros, se mete a dar opiniões contraditórias. Um verdadeiro imbecil”, disse. Chiquinha Santos falou da triste e até agora imutável realidade do “Campo de Extermínio de Pobres” e vaticinou que não entendia como se rouba sem nenhuma culpa o dinheiro que amenizaria o sofrimento daquela gente esparramada pelo chão. “Até agora nenhuma providência foi tomada”.
Falou que se não tomarmos cuidado, as verbas das compensações das usinas serão todas embolsadas pelos canalhas e ladrões e nada sobrará para investimentos. Disse que como sempre nós só ficaremos com o prejuízo ambiental e a ressaca social. “O progresso prometido virou corrupção e desmandos e agora já estão prometendo, de novo, resolver em apenas 90 dias os problemas da saúde que não resolveram em 20 ou 30 anos. Estão mentindo sem nenhum descaramento. Prometem sanear toda a capital e resolver a questão do lixo, da carniça e dos viadutos inacabados”. “Estamos cansados de promessas, senhores. Governem de fato, vossas excelências foram eleitos para isso. Tomem vergonha na cara e respeitem o nosso povo e a nossa gente. Queremos legisladores e governantes sérios, pois é para isso que trabalhamos honestamente e pagamos altos impostos”. “Como vamos brincar o próximo carnaval? Como sairemos na famosa banda?”, indagou de forma veemente. Em silêncio, todos os presentes àquela sessão ordinária se retiraram um a um. Ainda muito emocionada, a Deputada Chiquinha Santos agradeceu ao Presidente daquela Casa de Leis e também se retirou.






*É Professor em Porto Velho.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Roberto Sobrinho, o pai de todos os porto-velhenses!



O povo clama: fica, Sobrinho!


Professor Nazareno*

         
          Recentemente, uma juíza de Porto Velho condenou o Prefeito da Capital, Roberto Sobrinho, à perda da função pública e à suspensão dos seus direitos políticos por cinco anos. Ele teria sido condenado em uma ação civil pública de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público de Rondônia por ter doado um terreno ao Sindicato dos Taxistas e autorizado edificações em área verde do Conjunto Santo Antônio, Zona Norte da capital. O Sindicato foi condenado na mesma ação e cabe recurso da decisão. Claro que este fato não preocupou e nem fez o nosso ilustre Prefeito deixar de tomar a sua costumeira cervejinha de fim de semana. Absolutamente nada vai acontecer com a sua gestão à frente do Executivo municipal. O motivo? Ora, a punição foi determinada no Brasil e levando-se em conta a credibilidade que o nosso Poder Judiciário tem  junto à opinião pública para punir autoridades e ocupantes de cargos públicos em geral, já se sabe qual será o desfecho de mais este caso: nada.
         Sem querer discutir as justas, corretas e pertinentes razões que levaram a egrégia magistrada a tomar esta decisão, é interessante observar que Roberto Sobrinho não é qualquer um. Trata-se de um “JK da Amazônia”. Uma espécie de Pereira Passos ou um Jaime Lerner à frente da administração da nossa capital. Ninguém jamais viu este eminente líder usando o “Leva Eu”, almoçando no restaurante popular, dando aulas, apostando na mega-sena, assistindo a um programa policial ou fazendo algo que o identificasse como um homem simples. Sobrinho é uma estadista de primeira grandeza. “A luz de Porto Velho”, uma espécie de líder carismático ao qual todos de bom senso deviam seguir. A História de Porto Velho se divide em duas fases bem distintas: antes e depois de Roberto Sobrinho. Com o dinheiro que está entrando nesta cidade é impossível não perceber o grande canteiro de obras em que este lugar se transformou: maternidade, viadutos, asfalto, regularização fundiária, saneamento básico, restaurante popular, arborização, coleta seletiva de lixo, coletivos exemplares, habitação, lazer...
Recentemente um pseudo “carteiro gaúcho” teria dito que a nossa linda e aconchegante cidade era um esgoto a céu aberto e que também era um lugar cheio de defeitos, pessoas preguiçosas, lixo, carniça e sujeiras. Claro que ele estava falando da Porto Velho pré-Roberto Sobrinho. Além do mais é incompreensível que um indivíduo que tenha vindo da Serra Gaúcha, Porto Alegre ou Curitiba consiga ver tantas coisas ruins por aqui. A capital de Rondônia é uma espécie de paraíso na terra. E foi graças ao espírito empreendedor e arrojado de Roberto Sobrinho que esta cidade se transformou na formosura que é. O povo de Porto Velho adora Sobrinho. Eu particularmente se fosse uma mulher, e ele aceitasse, seria sua amante de tanto que o admiro. Ele é o meu guru. O PT, Partido dos Trabalhadores, ao qual ele pertence, é o meu guia. Nem leio mais a Bíblia nem Machado de Assis, apenas o Estatuto do PT. Gosto deste partido porque ele vê inocência em tudo. Epifânia, não. Santa Epifânia. São Nereu, São José Dirceu, Santa Fátima Cleide, São Lula. E o santo maior, uma espécie de Deus: São Roberto Sobrinho.
         As principais diretrizes do PT foram retiradas da Bíblia, tenho certeza. E para trabalhar tanto em benefício do povo só sendo algo divino mesmo. Um partido totalmente sem defeitos. E qualquer deslize, “a culpa é toda da mídia, que distorce os fatos”, como diz um intelectual, cientista social e militante das primeiras horas da agremiação. Em Porto Velho o povão está ao lado de Sobrinho e saberá, nas próximas eleições, reconduzir ao poder pela terceira vez consecutiva, o partido que mais se identifica com os anseios populares. “O indicado de Sobrinho, será o próximo Prefeito desta cidade”, é a cantilena que se ouve comumente do centro à periferia. Nunca, em momento algum, nenhum único centavo foi desviado da Prefeitura de Porto Velho para outros fins que não fosse para benefício do povão, dos desassistidos, dos carentes. 
           O nosso carismático e estimado líder sairá da Prefeitura muito mais pobre do que entrou, é a certeza que todos têm. “Robertópolis” ou “Sobrinhópolis” que nomes lindos para esta cheirosa e bem cuidada cidade. Por isso, meu grande líder e benfeitor dos humildes, não se preocupe com esta decisão de uma “vara qualquer”. Tudo passa. E isto só pode ser inveja ou perseguição de alguns poucos inconformados com a sua grande e majestosa administração. Até a Câmara Municipal lhe dá todo o apoio necessário. Os bons e honestos vereadores daqui o amam. Os porto-velhenses deviam fazer uma passeata para manifestar a admiração por este grande homem. Entenda que no mundo só existem duas pessoas importantes e sérias: a primeira é você, claro, e a segunda, quem você indicar. Por tudo isso, insubstituível companheiro, peça para a Justiça me punir em seu lugar e se algo acontecer a você, juro que me mato, pois não suportaria tamanha agonia!






*É Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Dois países, duas realidades diferentes.


Quando ocorreu a independência dos Estados Unidos da América, o discurso do seu primeiro presidente George Washington era taxativo em relação ao modelo de Estado que nascia ali, no momento da independência. Ele afirmou: O Estado que nasce hoje, nasce com o objetivo de liderar o mundo na política, economia e cultura. Seremos mais fortes se o Estado existir para fortalecer seu povo, somente assim, seremos os líderes do novo mundo que surge com a nossa independência. Quanto mais rico e culto for nosso povo, mais condição terá de liderar o mundo”. O discurso ecoou e todos os demais presidentes e líderes seguiram o caminho apontado na origem. Os Estados Unidos se transformaram na potência que conhecemos. O Estado, lá, existe para responder aos anseios do povo que ele representa.
Na independência do Brasil, o nosso patrono, José Bonifácio de Andrada ao lado de duas dúzias de latifundiários e escravocratas, mais nosso Imperador “português” Dom Pedro I, também lançaram um modelo de Estado. Afirmando: Hoje, sete de setembro de 1822, nasce o Estado Independente do Brasil, mais poderosos seremos nós, proprietários de terras e escravos se dominarmos e explorarmos profundamente nosso povo. Mantemos a escravidão, mantemos o latifúndio, mantemos o povo distante das decisões políticas”. O Brasil se transformou na “república das bananas” e o Estado existe unicamente para concentrar renda explorando como se tornando um eficiente parasita em nossas vidas, existimos, cidadãos brasileiros, para alimentar esse monstro criador de desigualdades sociais. Todos os governantes posteriores, desde, a camarilha de nosso patrono José Bonifácio e Pedro I até nossa “presidenta” Dilma, aplicaram a teoria presente naquele momento, teoria responsável pelo terrível abismo social brasileiro existente.

Leia o artigo completo no site www. rondoniadinamica.com.br

Professor Emmanoel Gomes, historiador e membro da Academia Vilhenense de Letras.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Nós, os otários de sempre!





"Pearl Habor" em Rondônia


Professor Nazareno*


Há exatos 70 anos, em plena Segunda Guerra Mundial, o dia sete de dezembro de 1941 entrou para a História dos Estados Unidos como o “Dia da Infâmia”. Sem uma declaração formal de guerra, tropas japonesas atacaram de surpresa a base naval norte-americana de Pearl Habor nas ilhas havaianas no Oceano Pacífico. Ao raiar do dia, exatamente às 7 horas e quarenta minutos da manhã, quase quinhentos caças e aviões de combate liderados pela Marinha Imperial do Japão bombardearam sem dó nem piedade as tropas americanas causando quase três mil mortos entre civis e militares além de provocar sérias avarias a então máquina de guerra dos Estados Unidos e forçando o país a entrar em definitivo naquele conflito mundial. Sete de dezembro de 2011 o STJ, Superior Tribunal de Justiça, defere liminar em favor de Valter Araújo, Deputado Estadual de Rondônia, preso na Operação Termópilas e acusado dentre outras coisas de formação de quadrilha, peculato, roubo de dinheiro público e obstrução de provas. Ele estava enjaulado desde o dia 18 de novembro e passou apenas 19 dias na cadeia.
Se o traiçoeiro ataque japonês à frota norte-americana serviu para levantar o ânimo da população dos Estados Unidos a exigir vingança a qualquer custo, a liberdade, em Rondônia, de mais um ladrão do nosso dinheiro serviu para nos calar ainda mais diante da impunidade que se anuncia. Uma vergonha de proporções oceânicas tomou de assalto todos os rondonienses e brasileiros sérios que ainda restam neste mar de corrupção e lama. Estou com vergonha de dizer que sou morador deste Estado e deste país depois desta afronta, desta traição, deste deboche. Parece até um complô das autoridades contra o povo honesto, trabalhador e fiel pagador de impostos. Porém Valter Araújo não está sozinho nestas ações, ele conta com a burrice de alguns irmãos evangélicos que lhe defendem a qualquer custo, dos bajuladores de plantão, dos muitos pastores que receberam adiantado para pedir votos para o “irmão de fé” e de uma legislação brasileira frouxa, elitista e muitas vezes conivente. Não nos enganemos: os oito deputados acusados desta infâmia receberam de nós, despolitizados eleitores rondonienses, o total de quase cem mil votos nas últimas eleições. Ou seja, aqui elegemos pessoas para nos roubar. Não são só 3 ou 4 ladrões. Muita gente os colocou lá.
Muito diferente dos japoneses da Segunda Guerra Mundial, Valter Araújo ainda vai exigir o rótulo de inocente e perseguido político, ajudado por bons advogados e por uma campanha de marketing direcionada a todos nós, estúpidos eleitores, e quer voltar a dirigir a ALE. O povo esquece muito rápido. A Operação Dominó, em agosto de 2006 na mesma Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia já caiu no esquecimento de quase todos os eleitores deste Estado. E até hoje, não foi devolvido um centavo sequer do que foi surrupiado dos pobres e miseráveis. E o pior: ninguém está preso. No Brasil, para os políticos, o crime compensa. O restante dos presos na Operação Termópilas da Polícia Federal será solto em breve, nenhum deles vai devolver um único centavo aos cofres públicos e todos sairão com a ficha mais do que limpa depois de todos estes escândalos que mancharam para sempre o já sujo nome de Rondônia no cenário nacional. Se fosse na China, depois de julgados e condenados à morte, a família dos acusados pagaria a bala que certamente tiraria a vida destes patifes. Nos Estados Unidos ou num país sério seria prisão perpétua para cada um destes miseráveis ratos catitas.
As nossas históricas cegueira e burrice parecem querer nos condenar ao eterno sofrimento e à vergonha. Já perdemos a pouca capacidade que tínhamos de nos indignar. Falta-nos, enquanto povo, enquanto sociedade, a consciência política que sobrou aos universitários da Unir quando expulsaram Januário da reitoria. Falta um Governo de fibra a este Estado e a este país. Falta Justiça de verdade para caçar e cassar todos aqueles que dilapidam o Erário. Falta, enfim, vergonha na cara. Rondônia, neste fim de ano de 2011 é o caos completo, um lugar quase inabitável: polícia amotinada, caçambas no meio da principal avenida da capital, viadutos e outras obras totalmente paralisadas e sem data para terminar, caos no trânsito, hospital João Paulo Segundo ainda com pacientes esparramados pelo chão e sem perspectivas de melhorar, roubos e assaltos se multiplicando por todas as cidades do Estado, insegurança, medo, desespero, calamidade. Por isso, Rondônia devia colocar na sua curta História o sete de dezembro como o “Dia da Vergonha”. O dia em que o mal venceu. O dia em que fomos feitos de trouxas e rimos da nossa própria desgraça feito hienas. Os Estados Unidos sofreram o baque do dia da infâmia, mas o usaram para ir à forra. Venceram, se vingaram e depois se tornaram uma grande potência. O nosso dia foi para ficarmos mais pobres e burros.





*É Professor em Porto Velho.

Inernauta explica por que Valter Araújo já foi solto




Francisco Carlos · Quem mais comentou  (Comentário extraído do site www.rondoniaovivo.com.br)

O que esperavam, algo diferente? para aqueles que ainda não sabem, vai uma leve explicação de como são nomeados aqueles que têm por "missão" julgar políticos:

Ministros dos Tribunais: NOMEADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, APÓS RECEBER LISTA TRÍPLICE E DEPOIS DE SEREM SABATINADOS POR SENADORES E DEPUTADOS FEDERAIS;


Procurador geral de Justiça da República (que oferece denúncia de crime contra Presidente da República e demais entes políticos com foro especial:

 

NOMEADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, APÓS RECEBER LISTA TRÍPLICE E DEPOIS DE SEREM SABATINADOS POR SENADORES E DEPUTADOS FEDERAIS;

Desembargadores dos Tribunais Estaduais: NOMEADOS PELO GOVERNADOR DO ESTADO, APÓS RECEBER LISTA TRÍPLICE E DEPOIS DE SEREM OBVIAMENTE, "DE ALGUMA FORMA, ENTREVISTADOS";


Procurador Geral de Justiça dos Estados (que oferecem denúncia cont
ra Governador e Autoridades com foro privilegiado nos Estados): NOMEADOS PELO GOVERNADOR DO ESTADO, APÓS RECEBER LISTA TRÍPLICE E DEPOIS DE SEREM OBVIAMENTE, "DE ALGUMA FORMA, ENTREVISTADOS";

(ministros) Conselheiros do Tribunal de Contas da União(que analisa e julga o uso de dinheiro público por políticos): Indicados por políticos, vagas reservadas para partidos, nomeações sempre de políticos, parentes ou parceiros de políticos mais fortes do cenário nacional;

Conselheiros dos Tribunais (de faz) de Contas dos Estados: Nomeados Pelo Governador, depois de serem indicados pela Assembléia Legislativa, pelo próprio Executivo. Geralmente ou sempre, são políticos ardilosos, astutos que de alguma forma, CONSEGUEM SER INDICADOS PARA A VAGA ABERTA, sabe-se lá por quais métodos, em Rondônia, é púiblico as qualificações de alguns conselheiros!

Então senhores abstinados comentaristas, COM UM SISTEMA DESTES, ARQUITETADO E PLANEJADO PARA PERMITIR A FRAUDE, O ROUBO, A DILAPIDAÇÃO, os senhores acham mesmo, QUE POLÍTICOS, JUDICIÁRIO, EXECUTIVO E LEGISLATIVO IRÃO CRIAR UM CÓDIGO DE LEIS QUE OS IMPEÇAM DE ROUBAR E CONTINUAR NA TOTAL IMPUNIDADE!!!!!

 E TEM MAIS,

Para aqueles que ainda têm alguma esperança de que, POLÍTICO LADRÃO SEJA PUNIDO NESTE PAIZINHO DE FAZ DE CONTA, VAI UM DADO REAL:


Desde a Constituição de 1988, APENAS DOIS DEPUTADOS FEDERAIS FORAM CONDENADOS PELOS TRIBUNAIS SUPERIORES DE NOSSA (SIC) JUSTIÇA!!!!!!!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Deus não é brasileiro. Ou é?



Deus é mesmo brasileiro?


Professor Nazareno*


       Muitos afirmam que religião não se discute. Eu, como não tenho e nem sigo nenhuma crença, evito polemizar sobre o assunto. Porém fico imaginando quando alguns religiosos afirmam com absoluta certeza que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Pode ser, não duvido de tal afirmação, embora não creia no fato. Porém acreditar que Deus fez muitos brasileiros à sua imagem e semelhança é no mínimo forçar a barra. Que Todo Poderoso é esse que pode ser comparado a um indivíduo que, na sua grande maioria, é ladrão, corrupto, preguiçoso, indolente, crápula, desonesto, ambicioso, violento e cheio de vícios e manhas? O conceito que tenho do Criador é bem diferente destas terríveis qualidades. Óbvio que Ele, na sua infinita bondade e misericórdia, deve ser um sujeito inteligente, justo, honesto, bondoso e que encarna o bem. Por isso, sempre achei que Deus fosse mulher. Somos uma criação divina? E ainda dizem que a melhor coisa que Ele fez foi o homem. Imagine-se a pior.
Dizer que o rondoniense, uma espécie de brasileiro menos afortunado e, portanto alguns deles com tendência a ter mais imperfeições, foi também criação divina é no mínimo não compreender nada de religião ou mesmo de antropologia já que ambos, rondonienses e brasileiros, com raras exceções, são quase tudo de ruim e imperfeito que existe na criação. Fala-se sem nenhuma culpa que muitos brasileiros são corruptos e ambiciosos, que adoram dinheiro, principalmente o público e que tudo fazem para “passar a perna” nos outros. Geralmente entram na política, fazem discursos otimistas e mentirosos, criam partidos políticos cujos slogans parecem ter sido retirados das Sagradas Escrituras só para enganar o seu semelhante ou para continuar roubando tudo e a todos. Até um tal PC do B, partido formado por comunistas visionários, adaptou-se bem rápido às regras vigentes. Aprendeu com o PT e ambos ensinarão ao PSOL. E todos quase sempre acabam roubando descaradamente o Erário. É a política do Brasil.
O ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, foi pela terceira vez consecutiva fraudado. Outra vez em menos de cinco anos, a Polícia Federal desbarata uma quadrilha que agia de dentro da Assembléia Legislativa de Rondônia. E o povo ficou feliz. Quase todos os estádios de futebol que estão sendo construídos ou reformados para a Copa do Mundo de 2014 apresentam sérios problemas de orçamento. Em Londres, por exemplo, todos os estádios e locais onde serão realizados os Jogos Olímpicos de 2012 já estão prontos e tudo dentro do orçamento previsto. Do ponto de vista do planejamento, da organização e da lisura, a Copa do Mundo de 2002 realizada na Coréia do Sul o no Japão foi um sucesso. A ponte Rio Negro em Manaus, a exemplo da que estão construindo sobre o rio Madeira em Porto Velho e que também liga o nada à coisa alguma, encantou e encheu de orgulho muitos amazonenses, foi superfaturada e custou bem mais do que fora previsto. E todo mundo vibrou de alegria na sua inauguração. E eu sempre achei que os únicos brasileiros honestos eram os políticos. Praticamente neste país nada se constrói que não tenha um percentual, um agrado, uma grana “por fora”.
Se não é brasileiro, rondoniense Deus também não pode ser. A construção das hidrelétricas, por exemplo, prometia fazer jorrar mel e leite das fedorentas ruas de Porto Velho e o que se vê hoje é abandono e um descaso maior ainda para com a cidade. É mais um dos intermináveis ciclos que vêm e vão embora sem deixar nada de positivo para o lugar. Além de uma penca de políticos mais ladrões ainda e com desmesurada ambição pelo dinheiro em jogo, o que ganhamos com estas construções? Trânsito caótico, violência, prostituição, roubalheira, inflação, drogas, sujeiras e todo tipo de descasos não podem ser criações divinas. Investimentos em saúde, segurança e educação públicas de qualidade ou outras áreas cruciais para o nosso desenvolvimento  ninguém ouve falar, só tapeação de autoridades picaretas.  Está na hora de se criarem mais carnavais fora de época ou campeonatos brasileiros de futebol por ano para alienar ainda mais o povão idiota. Deus nunca veio aqui. Só o diabo e para construir a ferrovia que dizem ser dele. Um país ou um Estado onde humoristas são levados a sério e os políticos na brincadeira, não pode ser a terra de Deus. É preciso reinventar o brasileiro e o rondoniense. Talvez em outras encarnações e com muitos esforços possam dar certo. Enquanto isso, Operação Termópilas, caçambas na Sete de Setembro, viadutos parados.





*É Professor em Porto Velho.

Quem não se orgulha deste Estado?



Rondônia, estado pujante: a locomotiva do Norte

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sábado, 3 de dezembro de 2011

Essa garotada devia invadir a Assembléia Legislativa do Estado





Resistimos, Lutamos, com a greve triunfamos!

No dia 23 de novembro os bravos estudantes e professores da Universidade Federal de Rondônia culminaram sua luta com a derrubada do professor José Januário de Oliveira Amaral do cargo de Reitor. Saudações a todos que permaneceram firmes e que enxergaram no caminho da combatividade a única maneira de lograr vitória.
José Januário, durante todo o período em que esteve na Administração Superior agiu de forma anti-democrática, aplicando autoritariamente todos os projetos devastadores do Governo Federal, que são responsáveis pelo caos que se instalou em várias universidades federais Brasil afora. Ele também se envolveu em esquemas obscuros e de acordo com o promotor do Ministério Público Estadual de Rondônia, Pedro Abi-Eçad, liderou uma organização criminosa. Em entrevista a revista VEJA, Abi-Eçad declarou que “Toda organização criminosa tem um líder. E o líder, nesse caso, era o reitor”.
O ex-REitor fez declarações a imprensa em que nos acusava de “bandidos, dignos de Urso Branco”, em uma frustrada tentativa de criminalizar e isolar o Movimento Estudantil. Mas as denúncias de corrupção em que está envolvido provam justamente o contrário! Não somos bandidos! Lutamos contra os bandidos, estes que exploram e roubam o povo acobertados pelo manto da democracia e da legalidade!
Lutamos de forma aguerrida por uma universidade pública de qualidade, que sirva ao povo trabalhador e não aos interesses de grandes empresas, grupos políticos ou interesses pessoais. Por isso não aceitamos os desmandos do professor Januário e levantamos a bandeira do “FORA JANUÁRIO!” até derrubá-lo. Que o Januário sirva de exemplo a todos os grupos que pretendam se apoderar da UNIR. Na UNIR não há espaço para corruptos, oportunistas, autoritários, demagogos, políticos eleitoreiros ou qualquer grupo dessa espécie, serão todos escorraçados de nosso meio. Avisamos também que não admitiremos que tentem se aproveitar desta luta para fins eleitorais ou de promoção pessoal.
Nesses 77 dias de greve e 56 dias de ocupação nos deparamos com grandes desafios. Permanecemos em um prédio sem energia (que foi cortada por capachos do ex-REItor, logo no primeiro dia), matamos um leão por dia para conseguirmos diesel para o gerador, alimentação para dezenas de pessoas, produtos de limpeza e etc. Fomos seguidos, vigiados, hostilizados e ameaçados diversas vezes. Foram noites sem dormir por conta da iminente ameaça de reintegração de posse e sabotagens afins. Mas tudo isso foi vencido pela organização, combatividade e resistência dos estudantes em luta.
Enfrentamos a repressão policial com grande clareza do papel do Estado, que é reprimir os que o desafiam e exigem tomar em suas mãos o futuro. Estudantes e professor foram presos, intimidados, agredidos e perseguidos, mas todos mantiveram a histórica postura dos que lutam. Ergueram as cabeças, imbuídos da certeza da consequência e justeza de sua luta.
Além de conquistarmos a vitória em nosso principal ponto de pauta, que era o afastamento do professor José Januário do cargo de REItor, driblamos sua tentativa de golpe ao dar posse a vice-reitora Maria Cristina e conseguimos montar uma mesa de negociação com o MEC que tem discutido todos os nossos pontos de pauta. Pretendemos arrancar do Governo Federal um por um dos nossos direitos!
Obrigamos o MEC a se posicionar e resolver os problemas causados pelo projeto demagógico de reforma universitária do governo federal, que tem como fundo o sucateamento das universidades e a privatização da educação.
Em nossas negociações com o MEC conquistamos direitos como:
Hospital Universitário: O MEC aportará os recursos financeiros necessários à IMPLANTAÇÃO do nosso HU.
Restaurante Universitário: O RU da UNIR, com capacidade de 1.000 lugares, foi uma conquista da greve. O orçamento destinado a construção e implementação do RU é de 4,5 milhões de reais, sendo que a licitação da empresa responsável pela obra será lançada até 02/12/2011.
Aquisição de novos livros para a biblioteca: Os departamentos deverão apresentar a administração uma lista com os livros necessários para cada curso.
Contratação de técnicos: Até o final do ano, de forma emergencial, o MEC e a Reitoria lançarão o Edital para a contratação de 27 servidores técnicos administrativos em nível superior (arquiteto; engenheiro elétrico, civil e mecânico) e 13 servidores técnicos administrativos em nível médio.
Laboratórios de Informática: O MEC está realizando a compra de novos equipamentos de informática nas próximas semanas. Para o próximo ano, o Campus de Porto Velho, que conta atualmente com apenas um laboratório de Informática, passará a contar com 4 laboratórios e cada Campus do Interior também terá um Laboratório.
Essas são apenas algumas das nossas conquistas. E as negociações continuam até que sejam atendidas as pautas de reivindicação de todos os cursos e campi da UNIR.
Vamos garantir nossa participação efetiva em todos os espaços e decisões da universidade. Permaneceremos de punhos erguidos! Nenhum direito a menos!
Esta vitória não é apenas dos estudantes, professores e técnicos da UNIR, é uma vitória do povo. Uma vitória da ciência, pesquisa, ensino e extensão. É a vitória do novo Movimento Estudantil, combativo e independente, exemplo para todas as universidades e escolas do país. Apresenta perspectivas para todos os outros movimentos populares, porque nesta greve, escolhemos o caminho da luta e não o da conciliação e neste caminho trilhamos até o triunfo. Este foi o primeiro passo para a construção de uma universidade verdadeiramente democrática, que produza ciência e técnica em prol do povo trabalhador.
Agradecemos a todo o povo de Rondônia e do Brasil. A todos que escreveram mensagens de força em seus carros, a todos que fizeram doações de dinheiro, alimentos ou diesel, a todos que nos defenderam quando fomos acusados de bandidos, a todas as organizações, entidades e sindicatos que enviaram notas de solidariedade, a todos que ajudaram a propagandear nossa luta através dos sites, blogs, muros e jornais impressos e televisionados. Agradecemos as mães e pais que apoiaram e hoje sorriem orgulhosos de seus filhos. Esta vitória só foi conquistada porque o povo está conosco e é nele que depositamos nossas esperanças de transformar esta sociedade, colocamos nossos braços a disposição de quem tem em suas mãos a história.

(Texto e foto retirados do site www.orondoniense.com.br)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Por que Rondônia é o fim do mundo?



Rondônia, o Legislativo e a Mídia


Professor Nazareno*


Rondônia ou Roubônia fica muito perto do fim do mundo. Disso todo mundo já sabe, não é nenhuma novidade. Confundida geralmente com Roraima, outro fim de mundo também pouco conhecido, “a mais nova estrela no azul da União” foi emancipada erroneamente por forâneos no início da década de 1980 do século passado e até hoje coleciona um rol de esquisitices e fatos bizarros que a faz se distinguir da maioria dos outros Estados brasileiros. Não há um único item em que ”a antiga terra karipuna” não seja destaque negativo dentro do cenário nacional. Em qualquer lugar do país, os “feios” habitantes daqui são facilmente reconhecidos por suas características exóticas, seu falar estranho e suas peculiaridades inconfundíveis, mas é no campo da política e da comunicação de massa que esse lugar ganha farto conhecimento nacional.
Com duas horas de atraso em relação ao fuso horário de Brasília, a programação local da televisão é repassada diariamente para os rondonienses depois que o Brasil inteiro já está cansado de saber dos fatos. Dia de jogo no meio da semana é um caos. A bola começa a rolar em Porto Velho só no segundo tempo de qualquer partida e isto com direito a um jornalista de Manaus, quando se trata da TV Rondônia, anunciar o contratempo. São poucas as emissoras que transmitem em Full HD, ainda assim com uma imagem deplorável. Na verdade, não se sabe qual é mesmo a função da televisão neste rincão esquecido: não há nada de grande relevância que seja transmitido de forma correta pelas emissoras locais. De um modo geral, a mídia rondoniana é eivada de notícias tendenciosas. “Informar formando” parece que nunca foi um objetivo claro.
Foi assim quando os rondonienses quiseram mostrar ao restante do país a situação calamitosa do seu “Campo de Extermínio de Pobres”, a última greve da Unir e a recente, mas já conhecida dos habitantes locais, Operação Termópilas para desbaratar mais uma quadrilha formada por alguns Deputados Estaduais, empresários e funcionários que assaltava os cofres públicos usando como base a Assembléia Legislativa do Estado. É incrível, mas as notícias por aqui só se tornam oficiais depois que as emissoras de fora as divulgam. Há até torcida organizada para programas como Fantástico ou o Jornal Nacional da Rede Globo mandarem seus repórteres para cobrir as desgraças locais. A relação de confiança do público com a mídia daqui inexiste totalmente. De fora, parece que só a repórter Eliane Brum da Revista Época é odiada.
Além do mais, a maioria dos jornalistas dos meios de comunicação de Rondônia não tem diploma superior, muitos foram formados em beira de barranco, têm pouca ou nenhuma leitura de mundo e são um desastre quando tentam exercer a primária função de informar o seu público. Aqui há jornalistas de todos os tipos: os que amam hinos, os que defendem o Papai Noel, os que ainda se baseiam na Bíblia para escrever seus textos cheios de erros gramaticais, os que conseguem enxergar cultura telúrica num lugar totalmente aculturado, os que rasgam livros porque têm preguiça de ler e “por aí vai”. Porém o mais inusitado é saber que muitos sites eletrônicos, remando na contramão da História e sujando ainda mais o meio ambiente, estão se transformando em jornais impressos só com o objetivo de arrecadar mais dinheiro, já que a Operação Termópilas pode ter cortado involuntariamente uma de suas únicas fontes de rendimentos.
Se na área da Comunicação Social, as coisas em Rondônia são feitas na base do improviso, da gambiarra, do jeitinho, do faz-de-conta, diferente não poderia ser na política. Aqui existe um Poder Legislativo que dispensa quaisquer comentários. A Câmara de Vereadores de Porto Velho, por exemplo, é uma verdadeira piada. Concorda com tudo o que o Prefeito da cidade, uma espécie de “JK da Amazônia”, determina. O Poder Legislativo municipal é como o próprio PT, Partido dos Trabalhadores: vê inocência em tudo. Já na esfera estadual “o negócio” é mais profissional: nos últimos anos, dificilmente houve uma legislatura que não andasse estampada nas páginas policiais. Porém já ouvi muita gente dizer que a Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia é apenas uma parte de tudo que há de podre neste Estado. Haja carniça e podridão, então. Deve ser por isto que as ruas de Porto Velho fedem tanto. Estamos fritos. De fato, com jornalistas que defendem abertamente a censura, baseiam-se ainda em livros dogmáticos para fundamentar suas teses malucas, ignoram a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a própria Constituição Federal, o que se esperar de uma sociedade como esta? Pensando bem: por que Rondônia não volta a ser Território?






*É Professor em Porto Velho.