O conhecimento é inútil
Professor Nazareno*
Estudar é uma das maiores besteiras que
um indivíduo pode fazer na vida. A busca pelo conhecimento tornou o homem,
através dos tempos, um perfeito idiota, um sujeito sem futuro, um escravo dos
livros e das enciclopédias, enfim, um “Zé Mané” sem eira nem beira. A
ciência não serve para nada. O saber testado e comprovado é uma tolice sem
tamanho. Ter know-how e amplo domínio da tecnologia é um grande desperdício. A
busca pela leitura de mundo é uma inutilidade sem fim. Conhecer o universo, as
grandes escolas mundiais do saber e as relações que os norteiam, além de caro e
difícil é totalmente inútil. Todas as escolas deviam ser fechadas. Professores
deviam ser criminalizados, perseguidos e queimados vivos em praça pública. “Ler
devia ser proibido” no Brasil e quem fosse flagrado com um livro devia ser
punido e preso.
Todos os países que investiram
maciçamente em seus sistemas de educação estão hoje na miséria e praticamente
sem nenhum reconhecimento internacional. Estados Unidos, Alemanha, Japão,
Coreia do Sul, os países escandinavos e a maioria das nações da Europa Ocidental
têm os piores sistemas de educação do planeta e por isso sofrem agruras irreparáveis
em suas sociedades. Pior, em alguns desses países citados muitos de seus
habitantes são ateus convictos. Abriram mão da religião e abraçaram a ciência,
o conhecimento, o domínio da tecnologia e por isso “se ferraram”. Na
Suécia, por exemplo, 86% de seus cidadãos são ateus ou agnósticos. Os suecos,
coitados, têm uma das sociedades mais problemáticas do mundo. O IDH somado de
Holanda, Noruega, Suíça e Bélgica é bem menor do que o do Estado de Rondônia.
Investir em educação de qualidade é
totalmente desnecessário. Os nossos governantes e parte da sociedade brasileira
sabem muito bem disto. Quase todas as escolas do país só têm um turno diário
para não estressar os alunos. Ir à igreja orar ou assistir aos programas
eleitorais gratuitos, além de navegar horas a fio na internet e nas redes
sociais é o que devia ser incentivado aos nossos “inteligentes e espertos”
jovens. Ler Foucault, Nietzsche, Drummond, Machado de Assis, Clarice Lispector,
Fernando Pessoa, Shakespeare, etc. só dá prejuízo e atraso de vida. Ninguém
consegue aprender nada com estes fracassados autores que, graças a Deus, já
estão mortos e enterrados. O conhecimento deles sempre foi um grande atraso para a
humanidade e o seu legado, uma porcaria. Deviam queimar todos os seus livros.
Mas queimar livros é mesmo bom?
Ser padre, pastor evangélico, ator de
novelas, miss, DJ, designer de modas, cantor de pagode, político ou jogador de
futebol é o que deviam ensinar à nossa juventude. Um país sério só precisa
dessas profissões abençoadas por Deus para se desenvolver com mais paz, bonança
e justiça social. Filósofos, sociólogos, poetas, dramaturgos, escritores,
jornalistas competentes, professores comprometidos deviam ser profissões
proibidas por lei. Toda nação séria devia trocar sua constituição pela Bíblia. E
nada de laicidade. Se só há um único Deus, por que não aceitá-LO logo sem
questionamentos tolos e incorretos? Além de pecado, o termo Estado laico
deveria ser banido do nosso cotidiano. Foi o conhecimento que criou a união
estável, o aborto, a eutanásia, os preservativos e outros modismos difundidos
hoje como aberrações sociais. Por isso, fechem-se todas as escolas e
universidades! “Quem lê muito pode virar ateu”.
*É Professor em
Porto Velho.