“Porquê a Escola João Bento dar Certo?”
Professor Nazareno*
A divulgação dos resultados do ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, provou mais uma vez o que o país inteiro já sabe há anos: o nosso sistema de educação está completamente falido. Apesar de existirem algumas falhas estruturais, esse processo avaliativo é um dos mais perfeitos do mundo e a escola que obtém bons resultados nele pode ser considerada sim, ao contrário do que muitos afirmam, um ótimo lugar para se estudar. Embora não seja o único item para se avaliar a competência de uma escola, o ENEM é um excelente balizador do desempenho de qualquer estabelecimento de ensino. Porém, numa escala que vai até quase mil pontos, a escola melhor colocada no Brasil chegou a marcar setenta e seis por cento. O fosso entre os sistemas público e privado de ensino no país só aumenta e requer urgentes providências.
Em Rondônia,
apenas foi confirmada a tendência nacional. No entanto, o destaque foi a Escola
Professor João Bento da Costa de Porto Velho. Dentre as escolas públicas
estaduais, o JBC despontou como a melhor do Estado com uma nota de 575 pontos,
onze a mais do que o ano anterior e muito à frente de muitas escolas públicas
tradicionais da Capital. O sucesso desta escola se dá principalmente por
que participou da avaliação com um número de alunos (440) superior à soma das
dez primeiras escolas classificadas de Rondônia no ENEM, incluindo nesse item
as públicas e as particulares. Escola pública à nossa frente só a Marcelo
Cândia (95 alunos), que é conveniada com o Estado e muito bem administrada
pelas irmãs Marcelinas e o Colégio Agrícola de Colorado do Oeste (73 alunos)
que é um estabelecimento Federal.
Além do mais, o
JBC participou do ENEM 2010 com muitos alunos do EJA, Educação de Jovens e
Adultos, fato que notoriamente faz diminuir o índice final obtido pelas
escolas. Conhecidos popularmente como “Eu
Jamais Aprenderei”, os participantes dessa modalidade de ensino têm-se
esforçado muito para contribuir na elevação dos índices de qualquer colégio. A
nota obtida pelo JBC, no entanto, ficou acima das médias nacional e estadual e
a apenas 186 pontos da média da melhor escola do Brasil, o Colégio São Bento do
Rio de Janeiro que obteve 761 pontos e 84 pontos menos do que o Colégio Classe
A, de Porto Velho, apontada pelo ENEM como a melhor escola do Estado de Rondônia
já há uma década e que somou 659. Ainda assim, esses números podem revelar uma
tragédia anunciada no nosso sistema de educação.
O que não se
entende é por que a Escola João Bento da Costa ultimamente tem sido alvo
freqüente de pessoas que querem, por motivos desconhecidos, destruir o Projeto
Terceirão na escola pública. Uma experiência que sempre deu certo não pode
jamais sucumbir à inveja. Diante destes números garbosos, os críticos do JBC
deveriam dar um tiro no coco ou mesmo tomar cicuta. “Árvore que não dá frutos não recebe pedradas”, ensina um velho
ditado popular. Porém, os ventos soprados pelo ENEM indicam que mudanças
precisam ser feitas e urgentemente. A sociedade precisa entender que educação
de qualidade é um direito seu e por isso deve cobrar mais das autoridades. Se
além de participar de Marchas para Jesus, Passeatas do Orgulho Gay, carnaval
fora de época e Banda do vai quem quer o povo exigisse seus direitos, o nosso
Estado seria outro. Em vez da “Banda Calixo” e do “Chibiu” da Joelma, precisamos é de boa cultura.
Sem Educação de
qualidade não há progresso nem desenvolvimento todo mundo sabe disto, mas pouco
se faz para que haja mudanças reais. E infelizmente o que se observa é um
festival de erros e ignorância sem precedentes no país inteiro. Nos comentários
que se postam em textos na internet a Língua Portuguesa é assassinada a cada
palavra escrita. O nível intelectual da maioria dos brasileiros não faz inveja
a nenhum jumento. Será que algum leitor, por exemplo, perceberia os erros
gramaticais no título deste artigo? A própria SEDUC, Secretaria de Estado da
Educação, recentemente grafou errado no muro da escola o nome do João Bento. Em
vez de Professor (Prof.) escreveu Professoro (Profº). Além do ENEM, os alunos
do JBC são preparados também para a vida. Mais de mil cidadãos de todos os
cantos de Rondônia estão hoje cursando uma universidade ou já estão formados
exercendo dignamente suas profissões. O sucesso deste Projeto deveria ser
copiado pelas escolas públicas do Estado. O Exame Nacional do Ensino Médio
funciona apenas como um bom termômetro que indica a febre do paciente. Cabe aos
“médicos” de plantão prescrever os
remédios certos para o mal ser curado definitivamente. De qualquer forma,
parabéns a todos os alunos da Escola João Bento da Costa do ano de 2010.
Sucesso a todos vocês.
*É
Professor em Porto Velho.
25 comentários:
FIQUEI PREOCUPADA COM O TÍTULO DO TEXTO QUANDO OBSERVEI A GRAFIA DA PALAVRA PORQUÊ JUNTO E COM ACENTO, O QUAL É UM SUBSTANTIVO, LOGO NO INÍCIO DA FRASE. MESMO COM TAL PREOCUPAÇÃO FIZ A LEITURA DO TEXTO, NO QUAL VI A JUSTIFICATIVA. O nível intelectual da maioria dos brasileiros não faz inveja a nenhum jumento. BELO TEXTO. PARABÉNS PROFESSOR NAZARENO
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Também me assustei com o título! rsrs Mas...porque, porquê, por que ou por quê, não faz diferença para quem escreve dar ou dá, não? :-D
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Amo de coração essa escola.
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esse professor se acha demais!! :P
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Importante o tema, mas provavelmente esse Nazareno não é professor do JBC, já que o título do artigo é uma agressão a Língua Potuguesa (será que não deveria ser: (Por que) separado e o verbo não seria (dá) e não dar certo...?
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É isso ai, Parabéns turma de 2010
Arrasamos ;P
É isso ai, Parabéns turma de 2010
Arrasamos ;P
É isso aí professor! Enquanto o Classe A subiu apenas um ponto,o JBC subiu mais de 10 pontos de 2009 para 2010.Convenhamos que a nota ainda é baixo,mas esse é o retrato da educação no Brasil e a escola particular por contar com estrutura melhor,material didático de primeira qualidade deveria ter uma nota bem maior.O JBC supera-se sempre e ninguém é cego para não ver isso.Parabéns e continuem labutando em prol dessa comunidade carente.Eles merecem e vocês devem exigir da SEDUC que afaste essas bananas podres da Escola que continuam atrapalhando o trabalho de vocês.Destruir um trabalho como esse é mais regressão na educação.Sou professor com muito orgulho,porém reconheço que trabalho numa escola onde ninguém está preocupado em ensinar com qualidade e, nós acabamos entrando no esquema,por isso admiro o trabalho de vocês e sei que se todas as escolas trabalhassem com direções competentes poderíamos ter melhores resultados.
Logo vi Nazareno, "dar"certo, hehehhe antes de ler o artigo. infelizmente existem muitas outras coisas que dão prazer instatâneo e a curto que impedem as pessoas de manter contato com uma boa literatura.
Texto muito bom professor!! e muito obrigado!
continue sempre escrevendo pois seus textos abre os olhos de quem lê.
abraços e continue no projeto terceirao com suas ironias... elas são ótimas kkkk
Pois é Professor. Não há evolução de um país com esse nível educacional e "a grande importância" dada pelos políticos. O Brasil não diminuirá a pobreza e a desigualdade como o modo atual que a educação é tratada pelos governantes.
A escola pública está abandonada e as pessoas, de um modo geral, não se perocupam em reivindicar seus direitos. Há, sem dúvida, cumplicidade nociva entre o governo que não faz nada e o povo que não protesta. Parabéns aos profissionais e alunos do JBC pelos resultados obtidos.
Quando li o título do seu texto, professor Nazareno, desconfiei logo que deveria ser proposital. Achei, sim, os erros gramaticais, mas sou professora da língua portuguesa e isso não é dificuldade para mim. Mas concordo com você quando fala dos comentários escritos na internet e do gosto pelos gêneros musicais e interesses pessoais dos jovens e adolescentes nos dias atuais. Penso que, se "a coisa" continuar assim, não sei o que vai ser do mundo nas próximas décadas.
Com bons exemplos dos professores e da Seduc, o ensino daria mais certo. Há erros de escrita no título: Porquê / dar. O certo seria usar: Por que / dá. Salvem a Língua Portuguesa.
Muito orgulhoso dessa escola!!! =)
O uso das aspas já entrega a ironia do título. O texto do prof. Nazareno, de quem já discordei muitas vezes, está correto. Se há quem discorde do projeto Terceirão, é por causa do zeitgeist: vivemos uma época em que o sucesso, o mérito, o ser bem sucedido, é visto como um traço de arrogância. Estamos nos acostumando a nivelar as coisas por baixo. Uma coisa gostaria de acrescentar: nessa ânsia de formar cidadãos, alguns especialistas em "educação" se preocupam demais em tornar a escola um ambiente "politicamente correto", e se esquecem do essencial: a escola é um ambiente de difusão de saber. A ideologização do ensino é uma realidade forte. Para alguns, a escola deve fazer o que é mister da família, formar o cidadão. E a coisa se resume a isso. Não importa que o aluno saiba fazer cálculos corretos, ou use a ortografia, ou reconheça as funções do aparelho digestivo. O importante é que ele carregue na mente aqueles slogans batidos, ou um discurso politicamente correto. Conheci professores que usavam essa desculpa: o aluno não precisa conhecer o conteúdo de minha matéria - ele precisa é ser um bom cidadão. É de se observar que, quanto mais ideologizado o ensino, pior o desempenho dos alunos. Muita coisa tem de ser repensada na educação...
O senhor Willian Luiz e a Larissa ou são muito burros ou não sabem ler um simples texto: o título está entre aspas e além do mais, dentro do próprio texto, no último parágrafo, há a informação de que o título tem erros gramaticais e desafia os leitores a identificá-los. Pelo visto estes dois intelectuais de proveta não perceberam este detalhe.Por isso que o professor Nazareno "deita e rola" com a burrice dos seus leitores. Imagine-se estas pessoas lendo algo mais complexo. Voltem para a escola para aprender a interpretar um texto, seus cavalos. Engraçado é que o Willian usa paletó e gravata indicando que não é uma pessoa comum e devia ter mais informações. Quanto a Larissa, tem internet, mas como o Willian, não sabe usá-la. Onde será que eles estudaram? Na escola João Bento é que não foi.
É.... meu amigo Willian Luiz: agora que você viu que foi infeliz no seu comentário, lhe resta só alegar racismo. Hahaha! Os textos do Profº Nazareno são caracterizados principalmente pelo conteúdo irônico – para opinar, tem que ler antes, amigão.
A leitora Valéria Ximenes se assutou com o título por que é burra e não consegue entender um simples texto. O título está entre aspas e no último parágrafo o professor Nazareno desafia os leitores a encontrar os erros do título. Parece que ela não percebeu isto e não conseguiu entender ou interpretar o texto. Ela não estudou no João Bento pelo visto. Por isso que o Professor Nazareno zoa e sacaneia com os seus leitores. Imagine essa figura lendo um texto mais complexo. E ainda confessou publicamente a sua burrice. Volte para a escola, guria. KKKKKKKKKKKK
Quando li o texto, não iria fazer comentários para não dar o IBOPE que o autor tanto procura, porém, não dá para deixar passar em branco várias observações. Na 9ª linha diz que a JBC foi a melhor do Estado, contradizendo a 12ª linha que diz que ficou atrás da Escola Marcelo Cândia.Concorrer com 440 alunos é a mesma coisa do que concorrer com 10 alunos pois é feito a média da notas. Ademais, todas as escolas entram com os alunos do EJA ( Educação de Jumentos e Antas ). Outra coisa, dizer que ficou a 186 pontos da melhor escola do Brasil é a mesma coisa que dizer que ficou a anos-luz da melhor escola do Brasil. Então, vamos dizer que o JBC obteve somente 54 pontos a mais que a Escola Osvaldo Piana, do bairro Nacional! Daqui a pouco vai cair um monte de burrões em cima do meu comentário, chamando de invejoso e tudo mais,semelhante ao que aconteceu outro dia em relação a outro comentário parecido, que enxerga o que realmente é e não cai nas conversas falsas que giram em torno dessa escola.
Pior do que saber que o Governo oferece pouco, é saber que o pouco oferecido a sociedade não aproveita. Melhor do que o João Bento foi a escola Marcelo Cândia, e ela nem faz alarde com os seus resultados. O JBC não aparece entre as 20 melhores do estado, mas lá está o Marcelo Cândia...
Uma raridade sendo desperdiçada e alfinetada...
(projetos como esse)
Olá, professor Nazareno!
Sempre leio seus textos. Admiro a forma realista com a qual trata os mais diversos assuntos, desde política até aos referenciais "culturais" de Porto Velho.
Não posso deixar de cumprimentá-lo pelo “Porquê a Escola João Bento dar Certo?”. Sou funcionário da área administrativa em uma escola municipal e, ao mesmo tempo em que me alegro com os resultados da Escola João Bento, entristeço-me pelo que vejo na maioria das escolas: professores que não leem, aulas improvisadas e gestores sem a mínima capacidade de gerir um estabelecimento de ensino. Sem contar no alheamento da mente de nossos alunos, vítimas de ilusões midiáticas e apreciadores de valores totalmente deturpados.
Aguardo os próximos textos!
Adriano Alexandre por e-mail
Só para informar ao prof. do JBC (Nazareno) : a ESCOLA MAERCELO CÂNDIA - SUBSEDE I NÃO É CONVENIADA, É ESTADUAL. Conveniada é Casa de Saude Santa Marcelina, ok.
Rozângela Rodrigues · UNIR- Porto Velho Rondônia - pelo Facebook
Não podem acabar com o projeto terceirão já que muitas pessoas dependem de um ensino como esse para ter um futuro de sucesso.
Esse povo só sabe reclamar, reclamar ao invés de estudar...
'’É por causa de pessoas como essa que o mundo não vai para frente. ’’
Enquanto muitos querem só uma vaga para estudar em UM LUGAR BOM, uns filhos da mãe conseguem e não sabe aproveitar.
-Vão estudar povo!
Com essa média os alunos não conseguem nem mesmo meia bolsa pelo PROUNI. Não vamos comparar uma escola na qual possui 100000000 de alunos com outras escolas que possui apenas uns gato pingado... sOU estagiário dessa escola, e sei do que eu to me referindo. Sistema de EDUCAÇÃO É PRECÁRIO EM TODO O PAÍS, ESPECIALMENTE NA REGIÃO NORTE. jbc SÓ TEM UM DIFERENCIAL DAS DEMAIS ESCOLAs: Os prof. alertam que existe vestibular(existia), agora existe a prova do ENEM e assim os alunos podem cursar o que desejam...
fato
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