terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Carnaval é cultura ou apenas sacanagem?


Carnaval Karipuna ou da Dengue!


Professor Nazareno*


O carnaval é um espetáculo patético, horrendo, deprimente e sem sentido. Nas principais cidades do país é encarado como a síntese cultural de um povo, o brasileiro. Em Porto Velho, o carnaval é a excrescência do nada. Mulheres nuas, drogas, brigas, empurrões e álcool, muito álcool caracterizam esta festa imoral, que corrompe mais ainda os já falidos valores morais da família, é um lugar onde homem se veste de mulher, mulher se veste de homem e a maioria, para o bem comum, se droga escancaradamente no meio da rua e bem na frente de todos, e diga-se também, com a conivência das mais altas autoridades. É a cultura do vale-tudo, do absurdo coletivo, da perversão e do homossexualismo enrustido e latente. Só pobre gosta de carnaval. Pobre de dinheiro ou de espírito. Dá para entender por que no Brasil esta festa é tão popular.

Pode até parecer exagero, mas quem observa as fotos do desfile da “Banda do Manelão” ou de qualquer outro bloco, troça, escola de samba ou sabe-se lá o quê por este país afora não se sentirá surpreso ao ver um amigo, conhecido ou mesmo um familiar, embriagado ou drogado, feliz da vida, pulando e cantando como se a vida, o mundo, se resumissem apenas àquele momento. Os dias de carnaval, pelo menos no Brasil, têm servido para anestesiar a dura realidade com a qual somos obrigados a conviver diariamente. A partir da quarta-feira de cinzas, os noticiários serão inundados com cenas de violência e aberração e muitos ainda vão ter coragem de reclamar.

O carnaval de Porto Velho apesar de ser copiado, brega e estúpido consegue misturar num só ambiente as mazelas de uma cidade que agoniza por falta de bons administradores. E por isso, tudo parece normal. De fato, como não deixar de observar passistas desengonçadas e feias tentando sambar ao mesmo tempo em que mostram suas pernas sapecadas de manchas de feridas das picadas dos insetos? E as ridículas alegorias, fantasias, carros enfeitados e mal feitos que se dissolvem aos primeiros pingos da chuva? Unidos do TNT (tecido feito de papelão) seria um bloco naturalmente aplaudido pela escassa e corajosa platéia que ainda tem coragem de ir aos desfiles na devastada Avenida Imigrantes. Sem identidade cultural, a cidade se espreme entre o boi e a folia. Depois vem o martírio da Expovel e dos desgastados arraiais juninos. E haja festa!

Apesar de aumentar consideravelmente a violência, o consumo de drogas, além de interditar as principais ruas e avenidas da cidade, ninguém tem tempo para se lembrar do trânsito infernal, dos buracos nas ruas e do mau cheiro característico desta cidade. E nem poderia mesmo, pois os políticos estão também festejando os dias de Momo juntinho ali da platéia. Nada mais democrático: exploradores e explorados brincando e ainda tendo as benesses de ter a polícia por perto para dar segurança a todos. Este ano dizem que o dinheiro público foi poupado e não sambou na avenida. Sábia decisão, os governantes já estão sabendo administrar o que é de todos. Rondônia está se desenvolvendo.

Carnaval é uma festa tão democrática e absurda que a grande maioria dos problemas diários da população miserável é esquecida naqueles momentos de euforia. E entrosados ali, pulando no meio da gentalha estão os governantes, como se esta ação grotesca fosse parte do seu 'honroso trabalho'. Político não devia participar de carnaval, pois na nossa política é carnaval todo ano, o ano inteiro. Arquibancadas de tábuas velhas, ornamentadas por xixi humano e caindo aos pedaços fazem um espetáculo à parte. Mas vergonhoso mesmo é ficar alegre com uma epidemia de dengue que assola a população. Em homenagem a este descaso, o mosquito Aedes Aegypti devia ser a mascote principal deste carnaval dos horrores.


* O Professor Nazareno leciona na Escola João Bento da Costa em Porto Velho.


14 comentários:

Valdemar Neto disse...

O carnaval é como a política do 'Pão e Circo' usada na Roma Antiga; momentos de euforia em troca de uma baixa qualidade de vida por um longo tempo. Troca bem injusta, não?

Anônimo disse...

Concordo plenamente professor! A falta de sabedoria, de vergonha na cara e o mínimo censo do ridículo!
Mas, como bons brasileiros, temos esperança que esse quadro mude! "Tá certo....."

Anônimo disse...

[i]sim o carnaval é como os tempos antigos eram se comemoradas as festas para esquecer as dividas que eram bastante altas. Mas uma boa foi que como o JBC faz o arraial pra arrecadar dinheiro.O carnaval da Zona sul foi feito pra arrecadar dinheiro para as pessoas de grande necessidade da zona sul.Entaum ta ai o carnaval não e so uma desgraça como dito. mais sim servil de algo pra nossa sociedade.

Beto disse...

Concordo com vc Professor, muitas pessoas abrem mão até da comida dos filhos para ir para esses blocos de carnava.

Antônio de Souza Alencar disse...

Carnaval é cultura, sim. Esse professor está desenformado e com inveja. Dengue tem em todo canto e aqui não é diferente.Carnaval tras muito dinehrio e diversão para o povo sofrido. Todo mundo deve ter sua opinião só acho que este site não devia dar espaço a um sujeito que so sabe falar mau do nosso povo e da nossa terra. O carnaval daqui não pode ser igual ao do rio de janeiro, sem sentido é querer comparar os dois.É muita cara de pau falar mal de uma coisa que nem viu e não participou. Lamentável esse artigo mais uma vez. O carnaval de Porto Velho não é isso quem foi lá sabe que não é nada disso.

Paulo Araújo da Silva disse...

Muito bom seu texto professor, o carnaval é mesmo uma festa horrivel, que destrói vidas e desvirtua o coração já deteriorado das pessoas. Não há o que se defender numa festa como essa, pois, até o dinheiro que se gera nisso é imundo. A cultura é algo bem mais profundo que isso, algo que até acredito que temos, mas que fazemos questão de tentar esconder.

Janete disse...

Caro Senhor Antonio de Souza Alencar, peço desculpas ao Senhor antes de mais nada, pois seu comentário é o extremo da ignorância e da cegueira será que só o Senhor não percebe o estado que está nossa cidade? a sua rua está asfaltada? o trecho em que o Senhor e sua família percorrem para ir ao trabalho a escola não tem buracos? sua rua é limpa? o senhor não sente o cheiro da cidade? o senhor não viu ninguém "encher" a cara de bebida alcoolica ou se drogando nesse carnaval? ou o Senhor simplesmente não quer enchergar a realidade onde o Senhor e a sua família moram e pagam seus impostos? não critique as pessoas que mostram a realidade as pessoas que não gostam da realidade é porque estão aproveitando das beneces de um governo corrupto. Deus abençõe o Senhor e sua família para que não peguem dengue como as 7000 pessoas que moram aqui e já pegaram, dentre essas, 3 já morreram o Senhor sabia desses dados? Parabéns Professor Nazareno pela sua coragem.

Danilo disse...

Verdade.
Tem gente que chega a se privar de bens basicos para poder comprar abadá de carnaval.
Tudo bem as pessoas quererem se divertir, é um direito do trabalhador, mas em carnaval acontece um exagero estupido.Além de abafar tantas outras coisas.Dia desses tinha 40 pessoas com denguem hemorrágica em PVH!

Joice Brandão disse...

"É a cultura do vale-tudo, do absurdo coletivo, da perversão e do homossexualismo enrustido e latente."

Concordo com muita coisa, mas o comentário acima foi patético. por que perversão e "homossexualismo" na mesma categoria?
Aliás, devo lhe informar que esse termo, "homossexualismo" já foi suprimido e só é usado pelas instituições falsamente moralistas desta sociedade, pois "ismo" indica doença, coisa que a HOMOSSEXUALIDADE não é.

Promiscuidade no carnaval é óbvia... Mas ao especificar "homossexualismo" em uma crítica à cultura imbecil da festa da carne, o sr. foi nitidamente intolerante.

Se informe!

Samanta Carvalho disse...

Nossa professor, muito bom
concordo plenamente, Carnaval e um jeito que o governo tem para enganar os "tolos",as desgraças acontecendo,e os "ridículos" caindo na "arapuca" dos nossos governantes, se todos pensasem como o sr. Porto velho seria um lugar melhor!

Samanta Carvalho disse...

Alias profe, pq o senhor nãao reponde esses comentários absurdos, onde essas pessoas vivem???
dentro de uma cúpula onde não veem nadaa???

Natan Castelano disse...

Eu ri , mas é a verdade ._.'

Fladson B M Freitas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fladson B M Freitas disse...

O Nazareno é realmente uma pessoa exótica. No país do carnaval, o cara parece não gostar muito de festa (...). Você já sabe, Naza, é claro, e nem precisava lhe lembrar, que seus textos causam muita polêmica! Mesmo discordando de algumas opiniões suas expressas aqui no blog ("TU É PESSIMISTA PRA CARAMBA!"), sinto-me motivado a parabenizá-lo pelo coragem de fazer o diferente em um local onde infelizmente muitos ficam acomodados (...). Parabéns, professor!