segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Esse é o mundo real: obscurantismo medieval


Democracia às avessas na Universidade do Taliban


Professor Nazareno*


Em 1985 com a eleição indireta de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral, a Ditadura Militar brasileira chegou oficialmente ao fim. Eram novos tempos aqueles. O mundo respirava ares de final de Guerra Fria. O muro de Berlim cairia pouco tempo depois, a União Soviética com o seu socialismo chegaria ao fim e as liberdades democráticas e de expressão passariam a ser coisas corriqueiras em quase todas as sociedades do mundo. No Brasil, três anos mais tarde, a nossa sociedade ganharia uma nova Constituição. Depois das Diretas Já e da Constituinte ganharíamos enfim a tão sonhada liberdade. Viveríamos num mundo de coelhinhos saltitantes e borboletas azuis.

Engano. Tudo parece que era de mentirinha. Mudaram-se muitas das opiniões políticas, é verdade. Os militares voltaram para os quartéis, o mundo e o meio ambiente ganharam novos defensores e as palavras de ordem agora eram liberdade e democracia. Só que grande parte da opinião pública que apoiara os regimes ditatoriais ficou escondida como o gato que espera a hora certa de dar o bote. E de vez em quando ela “coloca as suas mangas de fora”. Ataca em bandos como vespas assassinas, tenta impor a sua moral a todo custo e vibra com “a fumaça que emana dos campos de extermínio”. São os neonazistas a serviço da estupidez e do obscurantismo.

Recentemente esta moral torta e falsa veio à tona em São Paulo na Universidade Bandeirantes (Uniban – Taliban) quando uma jovem foi execrada publicamente por se vestir, segundo os preceitos morais dos seus algozes, de maneira inapropriada. “Esta sociedade de Taliban em que se vive hoje no Brasil impede não apenas nosso olhar, mas nossa voz. É um fundamentalismo de terceira que parece querer engolfar a chance de um mundo livre”, escreveu o professor Carlos Moreira em um artigo. Essa opinião pública fajuta avança contra roupas curtas, artigos, livros, publicações e tudo o que signifique liberdade de expressão.

Confesso que às vezes tenho medo de escrever artigos no meu Blog. Algumas reações fascistas me dão o receio de ser atacado em praça pública, de ser queimado vivo nas fogueiras da hipocrisia. E esta talvez seja a pior doença do mundo moderno: a hipocrisia. Uma sociedade que fala mal da Ditadura Militar, mas que a apoiou. Um povo que precisa de falsos líderes e os enaltece publicamente. Essa mesma opinião pública é muito perigosa, pois se houver uma reviravolta na nossa política ela será a primeira a dar apoio e condenar “os infiéis” à fogueira medieval da inquisição, pois se dizem cristãos, mas apenas agem como os muçulmanos fundamentalistas Talebans do Afeganistão.


*Leciona em Porto Velho


3 comentários:

Unknown disse...

Verdade, adorei o texto. *-*

Anônimo disse...

Ô Jeca Tatu "paraibano"! Vc, como retirante daquelas "bandas", vem a PVH sobreviver. Em assim agindo vc só contribui e reforça o preconceito que os paraibanos sofrem Brasil afora. Nunca conseguira se libertar dos "coronéis"! São mediocres, uma sociedade medieval. Uns parasitas que se vendem aos coronéis e (sobre) vivem das esmolas dos políticos da região.
Demonstra não está preparado para viver sociedade cosmopolita, como é PVH. Não destile seus infortúnios ínsitos aqui...ou volte para onde vc não deveria nunca ter saído.
Aliás, vc é tão medíocre que mesmo naquelas placas não encontrou espaço...

Joice Brandão disse...

Nossa anônimo!

Acho que você postou no texto errado... Esse daqui está tão civilizadinho... Tão bonitinho... Eu gostei, achei muito bem feitinho...