terça-feira, 25 de novembro de 2025

Quem será o novo pateta?

Quem será o novo pateta?

 

Professor Nazareno*

 

            Acabou, porra!”. É desse mesmo jeito que diria Jair Messias Bolsonaro sobre a sua atual situação. O ex-presidente do Brasil foi julgado pelo STF por tentativa de golpe de Estado, foi condenado a 27 anos e 3 meses de cadeia e, a partir de hoje, está preso nas dependências da Polícia Federal em Brasília. Ele e todos os seus cúmplices na empreitada golpista fracassada. Desde o ano de 1930 que mais ou menos a cada 30 anos aparece no Brasil uma figura patética, tresloucada, sinistra e messiânica se dizendo “Salvador da Pátria” e que leva multidões ao delírio e ao êxtase quase total. Rapidamente essa figura ganha multidões de seguidores encegueirados que apoiam ele e logo o levam ao cargo de presidente do país. Foi assim com Getúlio Vargas em 1930. Com Jânio Quadros em 1960. Com Fernando Collor de Mello em 1989 e mais recentemente com o Bolsonaro em 2018.

            Todos esses “quatro patetas” praticamente tiveram um fim desastroso e não resolveram absolutamente nada que juravam que iam consertar no país. Enganaram os tolos e fanáticos eleitores e seguidores e, cada um a seu modo, quase levou o país ao desastre total. O ditador Getúlio Vargas em 1954 deu um tiro na própria cabeça e deixou o país perplexo e meio sem rumo. O suicida falava em umas “forças ocultas” sem dizer quem delas participava e nem o porquê de seu gesto derradeiro. Até hoje é lembrado por alguns saudosistas como um grande estadista. Jânio Quadros, outro lunático, emergiu ao poder no auge da Guerra Fria e foi amado e adorado como um “deus egípcio” ou a própria encarnação de uma grande divindade. A campanha de Jânio foi marcada por um forte apelo popular. “Varre, Varre, Vassourinha” era o seu slogan para acabar com a corrupção.

            Sem acabar com a corrupção e com apenas sete meses à frente do governo, Jânio Quadros renuncia e mergulha o país numa violenta crise política que culminaria três anos depois com o golpe civil-militar de 1964, que instala uma feroz e infame Ditadura Militar que duraria 21 longos anos. Torturas a oposicionistas nos extintos DOI-CODI, exílios de brasileiros, eleições indiretas, censura à mídia, assassinatos e outras brutalidades foi o resultado mais visível dos militares à frente do poder. Quase 500 brasileiros foram mortos naqueles anos de chumbo. A Ditadura Militar acaba em 1985, mas coisas piores ainda estavam por vir. A Nova República, que surgiu com José Sarney, até que criou a atual Constituição, mas nas primeiras eleições diretas para a Presidência da República elege outro pateta do mesmo naipe dos anteriores: Fernando Collor, o “Caçador de Marajás”.

            Collor sofreu um impeachment e renunciou ao poder antes do fim de seu mandato. Hoje cumpre prisão domiciliar em Maceió, Alagoas. E quando muita gente achava que o Brasil já estava curado para esses “Salvadores da Pátria”, eis que surge, quase 30 anos depois, o senhor Jair Messias Bolsonaro da extrema-direita reacionária. Saudosista da Ditadura Militar, o ex-capitão do Exército, chamado por muitos de “Mito” enlouquece multidões e leva os brasileiros ao delírio e à loucura. Negacionista ao extremo, Bolsonaro foi o maior responsável pela morte de mais de 700 mil brasileiros durante a pandemia da Covid-19, quando lhes negou a vacina. O “Mito” termina seu fracassado mandato, mas perde as eleições para a esquerda de Lula, o atual presidente. Bolsonaro tenta dar um golpe de Estado e leva seus fanáticos seguidores à loucura de rezar para pneus e de endeusá-lo como o melhor presidente do Brasil. E em 2048, quem será o pateta da vez?

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Por esse raciocínio o pateta será novamente o povo que acredita nessa Lorota.