Quem
será o novo pateta?
Professor
Nazareno*
“Acabou,
porra!”. É desse mesmo jeito que diria Jair Messias
Bolsonaro sobre a sua atual situação. O ex-presidente do Brasil foi julgado
pelo STF por tentativa de golpe de Estado, foi condenado a 27 anos e 3 meses de
cadeia e, a partir de hoje, está preso nas dependências da Polícia
Federal em Brasília. Ele e todos os seus cúmplices na empreitada golpista
fracassada. Desde o ano de 1930 que mais ou menos a cada 30 anos aparece no
Brasil uma figura patética, tresloucada, sinistra e messiânica se dizendo “Salvador
da Pátria” e que leva multidões ao delírio e ao êxtase quase total.
Rapidamente essa figura ganha multidões de seguidores encegueirados que apoiam
ele e logo o levam ao cargo de presidente do país. Foi assim com Getúlio Vargas
em 1930. Com Jânio Quadros em 1960. Com Fernando Collor de Mello em 1989 e mais
recentemente com o Bolsonaro em 2018.
Todos
esses “quatro patetas” praticamente tiveram um fim
desastroso e não resolveram absolutamente nada que juravam que iam consertar no
país. Enganaram os tolos e fanáticos eleitores e seguidores e, cada um a seu
modo, quase levou o país ao desastre total. O ditador Getúlio Vargas em 1954 deu
um tiro na própria cabeça e deixou o país perplexo e meio sem rumo. O suicida
falava em umas “forças ocultas” sem dizer quem delas participava e nem o
porquê de seu gesto derradeiro. Até hoje é lembrado por alguns saudosistas como
um grande estadista. Jânio Quadros, outro lunático, emergiu ao poder no auge da
Guerra Fria e foi amado e adorado como um “deus egípcio”
ou a própria encarnação de uma grande divindade. A campanha de Jânio foi marcada
por um forte apelo popular. “Varre, Varre, Vassourinha” era o seu
slogan para acabar com a corrupção.
Sem
acabar com a corrupção e com apenas sete meses à frente do governo, Jânio
Quadros renuncia e mergulha o país numa violenta crise política que culminaria
três anos depois com o golpe civil-militar de 1964, que instala uma feroz e
infame Ditadura Militar que duraria 21 longos anos. Torturas a oposicionistas
nos extintos DOI-CODI, exílios de brasileiros, eleições indiretas, censura à
mídia, assassinatos e outras brutalidades foi o resultado mais visível dos
militares à frente do poder. Quase 500 brasileiros foram mortos naqueles anos
de chumbo. A Ditadura Militar acaba em 1985, mas coisas piores ainda estavam
por vir. A Nova República, que surgiu com José Sarney, até que criou a atual
Constituição, mas nas primeiras eleições diretas para a Presidência da
República elege outro pateta do mesmo naipe dos anteriores: Fernando Collor, o
“Caçador de Marajás”.
Collor
sofreu um impeachment e renunciou ao poder antes do fim de seu mandato. Hoje
cumpre prisão domiciliar em Maceió, Alagoas. E quando muita gente achava que o
Brasil já estava curado para esses “Salvadores da Pátria”, eis
que surge, quase 30 anos depois, o senhor Jair Messias Bolsonaro da
extrema-direita reacionária. Saudosista da Ditadura Militar, o ex-capitão do
Exército, chamado por muitos de “Mito” enlouquece
multidões e leva os brasileiros ao delírio e à loucura. Negacionista ao
extremo, Bolsonaro foi o maior responsável pela morte de mais de 700 mil brasileiros
durante a pandemia da Covid-19, quando lhes negou a vacina. O “Mito”
termina seu fracassado mandato, mas perde as eleições para a esquerda de Lula,
o atual presidente. Bolsonaro tenta dar um golpe de Estado e leva seus
fanáticos seguidores à loucura de rezar para pneus e de endeusá-lo como o melhor
presidente do Brasil. E em 2048, quem será o pateta da vez?
*Foi Professor em Porto
Velho.

Um comentário:
Por esse raciocínio o pateta será novamente o povo que acredita nessa Lorota.
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