Porto Velho, a “cidade-lixo”!
Professor Nazareno*
Porto Velho, a eterna
capital de Roraima, é a pior capital do Brasil em IDH. E muita gente sabe
disto. Aqui nunca existiu qualidade de vida para os seus quase meio milhão de
moradores e essa evitável desgraça já faz muito tempo. É uma espécie de
maldição a que somos submetidos desde que este “arremedo de cidade”
virou município ainda no distante ano de 1914. Somos muitos os habitantes desta
maldita “currutela fedida” que pagamos anualmente vários
tipos de impostos caríssimos para a prefeitura e tendo do poder público
municipal praticamente nada de benefícios em troca. Este ano de
2025 mesmo, eu paguei ainda em janeiro a quantia de quase quinhentos reais só
de TRSD, a Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares, uma espécie de imposto do
lixo que se paga todo ano. Tributo este que deveria ser cobrado para recolher a
imundície produzida aqui.
O coitado do eleitor
porto-velhense, que vota em toda eleição nestes políticos, não quer saber das
brigas muito menos das demandas judiciais entre a empresa contratada para
recolher o lixo e a prefeitura da cidade. O contribuinte é obrigado a pagar
estes impostos e por isso quer ação do poder público e dos seus
administradores. O lixo esparramado abunda na cidade e suja ainda mais o que já
é sujo, porco e imundo. Porto Velho é um lodaçal fedido e promíscuo que
envergonha praticamente a todos os seus desafortunados moradores. São mais de
cem anos que se vive nessa latrina que parece não ter solução à vista. Entra
prefeito e sai prefeito e nenhuma medida é apresentada. Somente a exposição
inócua e deprimente nas redes sociais não vai trazer nenhuma solução para a
pior capital do país em saneamento básico, limpeza urbana e água tratada.
Seria muito bom que esta insalubre,
inabitável, tosca e distante “curva de rio” tivesse
somente esse problema do lixo para ser resolvido. As deficiências daqui são muitas
e praticamente existem em todos os setores da administração pública. Porto
Velho é um porto, mas não tem porto. Não é surreal esse absurdo? O barranco
íngreme, sujo, liso e escorregadio está lá na beira do rio Madeira desafiando
um prefeito que tenha a habilidade de resolver aquilo. Aliás, na beira do rio o
que tem muito são urubus e ratos dando as boas-vindas a quem chega de barco a esta
cidade. Com o lixo se acumulando pelas ruas, os urubus “fazem a festa”.
Ratos, maruins, bichos-de-pé, percevejos, carapanãs e outras pragas urbanas
habitam os vários igarapés contaminados ajudando dessa forma na desgraça
coletiva. E Leonardo Barreto ainda não disse a que veio. Estamos é ferrados!
Fato que era para ser discutido com muita
seriedade: Porto Velho não devia mais ser a capital de Rondônia.
Está localizada geograficamente muito longe de todos os outros municípios. E há
cidades no interior do Estado que são muito mais limpas, organizadas e que
poderiam ser uma verdadeira capital como Rolim de Moura ou Ji-Paraná. Esta capital
já teve 111 anos para se organizar e até agora não deu certo em nada. Além do
mais, a “currutela fedida”, por estar distante do centro geográfico
de Rondônia, dificulta a vida de quem mora lá no Cone Sul, por exemplo. E quando
será que Leonardo Barreto vai fazer pelo menos um metro a mais de rede de
esgotos e aumentar o acesso da população daqui à água tratada? Em Porto Velho
só falta mesmo é dar uma boa chuva de bosta. E os porto-velhenses
que se preparem, pois a natureza, que também é muito agredida por aqui, já deu
sinais de revolta com tornados e ciclones. Todo cuidado é pouco!
*Foi Professor em
Porto Velho.

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