sábado, 30 de novembro de 2019

Natal Porto “sem” Luz


Natal Porto “sem” Luz


Professor Nazareno*

               
               É dezembro. Cidades cristãs espalhadas pelo mundo inteiro começam a ser decoradas e iluminadas para as comemorações do Natal, o “nascimento” de Jesus Cristo. Paris, a Cidade Luz, está um deslumbre. A capital da França exala romantismo em cada praça, rua e avenida. Neve, odor dos melhores perfumes e vinhos caros dão o toque final. Viena na Áustria tem uma das mais belas decorações natalinas de todos os tempos. Os lindos jardins do Palácio de Schönbrunn dispensam quaisquer comentários. Luzes, enfeites, bom gosto. Milão é um convite para quem gosta de apreciar as coisas boas e bonitas da vida. Este ano os italianos capricharam. Até em Gramado e Canela na Serra Gaúcha é impossível não se encantar com tanta beleza, brilho e lindos enfeites nas decorações. O mundo civilizado não poupa esforços para encantar os seus visitantes.
               Enquanto isso, Porto Velho por incrível que pareça também se prepara para as festas de Natal. Uma cidade totalmente sem vida e sem luz quer aparecer. A suja, fedida, escura, poeirenta e enlameada “capital dos estupros” quer dizer ao mundo que também comemora a vinda de Cristo. E no pior estilo, diga-se. Há três anos que esse arremedo de cidade, essa currutela fedida da Amazônia não comemora o seu Natal. Em vez de neve, alegria e charme teremos só lama, violência e muitos pinguços bêbados no meio das fedidas e emporcalhadas ruas. Mas 2019 é o último Natal antes das eleições do próximo ano. Por isso, a atual administração da cidade, “que não dorme no ponto”, quer impressionar beiradeiros e matutos com algumas lâmpadas velhas colocadas em alguns lugares. Espaço Alternativo e Avenida Jorge Teixeira (BR-319) foram os escolhidos.
               Pior lugar para colocar aquelas luzinhas que piscam não há em Porto Velho. Bem no meio da referida Avenida há uma vala enorme, ainda aberta e cheia de água de esgotos podres, ratos e tapurus que exalam um fedor totalmente oposto ao que acontece na charmosa Paris ou na encantadora Viena. E se chover durante a noite de Natal, coisa que não é difícil, o vexame estará completo. É melhor nem ir ver aquela coisa brega e cafona. Além do mais, ali não existe decoração bonita e muito menos que tenha bom gosto. Apenas foram espalhadas de forma aleatória luzes coloridas sem nenhum significado. É uma presepada “sem-pé-nem-cabeça” que representa muito bem a triste e sinistra Porto Velho. Muito melhor do que esta cafonice, a decoração de pneus, aqueles “cocôs de monstro” do Mauro Nazif, fizeram mais sucesso. Difícil saber o que é pior.
                O Espaço Alternativo, obra eleitoreira e superfaturada que levou um deputado federal para a cadeia, é um lugar lúgubre, patético e sem banheiros. É a rua que dá acesso ao acanhado aeroporto da cidade. Lá tem uma espécie de montanha russa do atraso, um trambolho inútil e sem sentido que só serviu até agora para eleger políticos ruins. Mas estive lá para ver a chegada de um tal Papai Noel e assistir a uma “cantata”. Mas de cara fui logo roubado. É que matutos e cantatas não combinam. Aos domingos e feriados, servem ali churrasco e outras gororobas para quem tem coragem de ir “se divertir”. Em vez de usar estas lâmpadas inúteis, deviam gastar dinheiro com lâmpadas de verdade para iluminar esta cidade que é escura feito breu. Eu, de novo, vou passar o Natal em Porto Velho. Em casa. Espero que a Energisa não deixe faltar energia. E as autoridades da capital, onde vão passar as festas natalinas? Na neve ou na lama mesmo?




*É Professor em Porto Velho.

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