quinta-feira, 21 de novembro de 2019

O marido de Papai Noel


O marido de Papai Noel

Professor Nazareno*

            Descobri por acaso que a peste do Papai Noel além de ser um comunista enrustido é também rondoniense da gema. A praga do velho, que todos juravam ser pedófilo, é na verdade um homossexual assumido. E é casado de papel passado com um ex-funcionário público da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia. Santa Claus e seu esposo já trabalharam também por um bom tempo na Câmara de Vereadores da capital. Todos juram que o “astuto” esposo do “mau velhinho” fora ultimamente o encarregado pela contratação e organização dos transportes escolares da prefeitura de Porto Velho para levar os alunos da zona rural do município para a escola. Os dois já estiveram nos Correios e, claro, são os responsáveis pela seleção de milhares de cartinhas que muitas crianças de Rondônia mandam todos os anos ao infame velhinho.
            Eleitores convictos do Bolsonaro e de todos os candidatos do antigo PSL, o velho Noel e seu marido moram atualmente na Zona Leste de Porto Velho e nas horas vagas ajudam na caótica mobilidade urbana da cidade: um é mototaxista enquanto o outro dirige um enferrujado, sujo e ilegal ônibus de passageiros. Muitos falam que quando eles têm tempo de sobra vão sempre ao “açougue” João Paulo Segundo prestar solidariedade aos doentes lá internados, ajudá-los nas suas dificuldades e lhes contar historinhas e lendas de um novo e mirabolante “açougue” que estão prestes a construir em lugar e tempo indeterminados. No último verão amazônico, quando Porto Velho e toda a região estiveram envoltos na fumaça das criminosas queimadas apocalípticas, os dois distribuíram nebulizadores na periferia para amenizar o tormento dos alérgicos...
            Por ter nascido e viver por aqui mesmo, o “velho patife” e seu cônjuge jamais confundem Rondônia com Roraima ou vice-versa, mesmo sabendo da pouca ou nenhuma importância dessas duas províncias atrasadas, esquecidas e distantes. Só não se entende o porquê de eles não terem ganhado até agora nenhum prêmio por isso. Para não fugir à regra, o “Noel karipuna” também adora dar presentes aos estranhos. Sua maior bonificação aos forâneos tem sido a outrora bela e retumbante natureza local. Assim, ele comemorou a “doação” que a classe política local fez à Energisa, a atual concessionária de energia elétrica do Estado. O pior é que o casal tem reclamado das últimas faturas da conta de energia em sua residência. Óbvio que como bom rondoniense, ele tinha alguns “gatos” em casa. Coisa que recomenda não fazerem mais.
            Passadas as festas de fim de ano, ele volta à labuta lá na Zona Leste. Noel está eufórico com o possível asfaltamento da BR-319 entre Porto Velho e Manaus. Até pensa em grilar, comprar ou mesmo arrendar alguns pedaços de terra ao longo da “nova” estrada, onde pensa em se aposentar e levar uma vida mais tranquila com o seu marido. “Uma nova Rondônia nascerá ali, sem tanto mato e sem tantos bichos selvagens”, diz ele. Politicamente falando, o Noel de Rondônia é um homem de direita e assume isto tranquilamente. Diz que agora o Brasil entrará nos eixos e que Rondônia será uma potência reconhecida por todos, apesar dos muitos políticos ladrões e oportunistas. A única preocupação do nosso “pobre” Noel é com o seu saco, que está velho, puído e todo rasgado. “Mas não tem tanto problema assim, pois dificilmente eu o uso para alguma coisa útil”, costuma afirmar. E se ele fosse candidato a prefeito daqui?




*É Professor em Porto Velho.

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