domingo, 4 de abril de 2010

A verdadeira "História Política" de Rondônia


Rondônia, Terra de Poucos Governadores!


Professor Nazareno*


Todos os estados brasileiros têm entre os seus milhões de cidadãos vários deles que já foram ou são governadores. Do Próprio Estado ou de outras unidades da Federação. Rondônia é quase uma exceção a essa regra. Criado em dezembro de 1981 e não no ano seguinte como há muito tempo se comemorava por aqui, o nosso jovem Estado já teve exatos nove governadores entre interinos e titulares. E quase todos os chefes do Executivo local são de fora: Rio Grande do Sul, Paraíba, São Paulo, Goiás, Paraná e Santa Catarina, são os lugares até agora que “emprestaram” alguns de seus cidadãos para serem nossos governantes.

A incrível seqüência de governadores ruins em nosso Estado começou com Jorge Teixeira de Oliveira, o Teixeirão. Com nome de estádio de futebol, esse gaúcho foi um preposto da Ditadura Militar em Rondônia. Nunca recebeu um único voto em toda a sua vida. Por ser aparentado do ex-ministro do Interior, Mário Andreazza e com a missão de transformar o então Território Federal em Estado, Brasília deu-lhe além de muito poder, dinheiro aos montes. Com tantas benesses assim, dizem as más línguas que qualquer administrador de fundo de quintal teria feito muito mais do que ele. Numa despedida patética, deixou Rondônia sob vaias.

No início da Nova República em 1985, Sarney apeou-lhe do cargo. E não por ser apenas um Coronel. Mesmo que fosse General ele teria saído. Eram os novos (e maus) tempos. E parece que o Coronel não deixou boas lembranças por aqui. Até a Avenida que levava seu nome foi transformada em BR na atual administração municipal. Coube a ele, no entanto, indicar para governar o Estado durante exatos 42 dias, a advogada paraibana Janilene Melo. Dizem que foi nesse período que houve a maior “enxurrada de paraíbas desempregados” vindos para ocupar cargos públicos em Rondônia. Foi a primeira mulher a governar um Estado. Apenas isso.

Ângelo Angelim, outro preposto, só que da oposição, assume também de forma biônica como o terceiro governador do Estado. Com nome de dupla caipira, esse professor paulista só governou por causa de sua ínfima votação para deputado estadual e de sua conhecida incompetência para administrar algo. Professor nunca administrou nada mesmo. Assume um mandato tampão à espera do titular Jerônimo Santana, o Bengala. O mais catinguento de todos, Jerônimo terminou sua desastrada administração sitiado, junto com o seu Secretário da Fazenda, fugindo dos servidores públicos que estavam há três meses com os salários atrasados.

Por causa da morte de Olavo Pires, metralhado em plena via pública, é finalmente eleito após o segundo turno, Oswaldo Piana, o primeiro e único até hoje governador nascido em Rondônia. Sua administração foi também mais outro desastre. Achatou os salários do funcionalismo e pintou de cor-de-rosa o Palácio Presidente Vargas. Foi em seu mandato que a sede do Executivo rondoniense virou “a casinha da Barbie”. Depois dele, Valdir Raupp, de sotaque caipira e hoje Senador, governou o Estado, porém o seu maior feito foi a falência do Beron, uma instituição que todos acreditavam ser um Banco. Pagamos até hoje por isso.

José Bianco sucede a Raupp e de início demite dez mil servidores públicos estaduais. Foi apedrejado por professores na sede social do Sintero e usava como primeira-dama a esposa do então Vice-governador. Entrega o cargo a Ivo Cassol, o que recebeu flores dos educadores. Acusado de comprar votos a cem reais, Cassol se livra de cassação certa pelo TSE e entrega o poder a seu vice João Cahulla que inicia os trabalhos com o palácio quase ocupado por grevistas num sururu daqueles. Este ano elegeremos o décimo governador de Rondônia. Todo cuidado é pouco, pois “na pisada que vai” o Saci-Pererê, o Jeca Tatu, o Boitatá ou qualquer outra assombração vai querer mandar nos rondonienses. Vamos acertar dessa vez?


*O professor Nazareno leciona em Porto Velho.


11 comentários:

Valdemar Neto disse...

Administrar é uma tarefa árdua. Administrar com maestria e competência é mais difícil ainda. Será que algum governador de "Rondonha" conseguirá esse feito? Aguardemos as cenas dos próximos capítulos...

Anônimo disse...

Infelizmente estes maus politicos são eleitos pelos "analfabetos politicos", aqueles que batem no peito e dizem detestar a "politica", no entanto na época de eleições vendem seus votos a CEM REAIS, ou por qualquer promessa futura!!! é absurdo um candidato gastar uma fortuna em uma campanha, muito mais do que ele ganharia nos quatros anos administrando.... AI TEM COISA!!!!

Sérgio Tavares disse...

TIRANDO O "TEIXEIRÃO" CONCORDO COM O RESTANTE!

Anônimo disse...

Vamos votar no Suammy

Ivanilson Frazão Tolentin disse...

Gostei do texto, em especial, pela forma bem humorada que é tratada essa questão política. Texto de política não precisa ser aquela coisa massante, monotóna e com cara de release ou puxasaquismo. Aliás, esse último é uma caracterísitca comum nos textos de política da imprensa rondoniense. Um exemplo é elogiar prefeito, governador, deputado ou vereador pelo trabalho que desenvolvem, quando, na verdade, só estão cumprindo com o mínimo que deveriam fazer em seus mandatos. Afinal, temos no Brasil, os políticos mais caros do mundo e que,mesmo assim, nos dão pouquissímas alegrias como cidadãos.

Antônio de Souza Alencar disse...

Texto muito bom professor. 30 anos de historia o senhor destruiu com poucas palavras e lança um novo desafio para os eleitores daqui. Será que vamos escolher um bom governo daqui pra frente? e o Beron será quer era mesmo banco? Espero que o senhor não faça a biografia da minha vida. Texto muito ácido mais que conta a verdade.Parabéns

EU disse...

Legal o texto. Mas o problema não é onde fulano nasce, cresce e morre. O negócio é caráter. Dizem as "boas bocas" que o pessoal de RO paga um pau desgraçado pro Cassol só porque ele faz asfalto. Manda essa cambada de idiota ir comer asfalto; quando ficar doente se esfregarem no asfalto pra ver se melhora; se não sabe falar ou escrever direito, vau aprender no asfalto.

José Barbosa disse...

Professor, um retrospecto muito proveitoso, isso é faz refletirmos sobre o que evoluiu no aspecto globalização mundial e o que evoluiu além, mas acho que o governo de Ivo Cassol merecia uma atenção especial já que foi dois mandatos o estado passou por uma transformação muito grande principalmente na saúde e na educação.

Jorge Santos disse...

JOSÉ BARBOSA, VAI CATAR COQUINHO... VC VEM DIZER QUE ESSE CARA VALORIZOU A EDUCAÇÃO E A SAÚDE! VC DEVE SER UM DAQUELES QUE VEIO JUNTO COM ELE "MORDER" NOSSA GRANA POR AQUI

Jakeline Sá disse...

Grandes transformações sim, com CASSOL, as escolas estão em ruínas é só visitar o JBC e ver que o prédio está abandonado e quando chove alaga tudo! Os sálarios dos professores está perdendo até para o PIAUI o estado mais pobre do Brasil.... grandes transformações,,,,,,,
valeu professor pelo texto!!!!

FCO ERNANDO MATEUS SILVA disse...

Com excesão ao saudoso TEIXEIRÃO, os demais estão BEM qualificados.