Educação brasileira: entre a necessidade e a qualidade
Leudo Buriti*
Segundo dados publicados pela UNESCO, uma grande parcela dos alunos de diferentes níveis educacionais apresenta deficiências críticas no Brasil. É evidente o avanço no âmbito da educação ao longo dos tempos em nosso país. Entretanto, ainda conforme dados do referido órgão e publicados no relatório “Educação para Todos”, o Brasil está entre os 53 países que ainda não atingiram e nem estão perto de atingir os objetivos de “Educação para Todos até
Mesmo sem pretender fazer uma análise profunda sobre o tema (complexo e, ao mesmo tempo, contraditório), alguns pontos merecem ser destacados. Sem ir muito longe, a imprensa do nosso Estado têm noticiado a greve de professores da rede estadual de ensino. De um lado, professores indignados com a proposta de reajuste salarial feita pelo governo, do outro lado, agentes públicos fechados ao diálogo, e no meio disso tudo está quem mais sofre – os alunos das escolas
Não se trata de utopia. Trata-se de necessidade urgente. Levar em consideração tais questões deveria fazer parte de todo e qualquer governo que se preocupa com a educação de seu povo. A “educação para todos” anseia, antes de qualquer coisa, por qualidade. É muito bom saber que pesquisas revelam que o acesso ao ensino fundamental está quase universalizado no Brasil, com 94,4% da população de
E como falar de qualidade na educação sem falar em professores mal remunerados e desestimulados profissionalmente? Paga-se muito pouco àqueles que formam os nossos futuros médicos, advogados e dentistas. É vergonhosa a realidade salarial dos profissionais em educação no Brasil. Entre todas as profissões, esta deveria ser uma das mais bem remuneradas. Negar seus direitos e garantias é contribuir para uma educação fragilizada. Infelizmente não temos outro caminho se não a greve. A luta por uma educação de qualidade e com salário digno não é somente dos profissionais em educação, ela envolve toda a sociedade. O reflexo de uma má ou boa educação incide diretamente sobre todos nós. Não dá para fechar os olhos, assim como não dá para viver apenas de números. E como diz na canção, “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte, a gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte...”.
*Leudo Buriti – é advogado pós-graduado em direito público e constitucional. (www.leudoburiti.blogspot.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário