segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Que Independência é esta?




Sete de Setembro: Brasil independente?


Professor Nazareno*


Semana da Pátria, Sete de Setembro. Bandeirolas verde-amarelas enfeitam os pavilhões. Desfiles civis e militares pelas ruas. Pracinhas, ex-combatentes e o pessoal da ativa com os peitos estufados de medalhas deixam o reumatismo de lado e vão às ruas. Aplausos e mais aplausos. As Forças Armadas fazendo a única coisa que sabem fazer: desfilar, engraxar os sapatos e mostrar roupas de gala impecavelmente passadas. A multidão nas arquibancadas delirando de orgulho e ufanismo. Mais um espetáculo circense enchendo os olhos dos incautos, da mundiça ignara, dos abestados de plantão. É a “independência do circo” triunfando sobre a mesmice dos palhaços, a massa.

Se metade dos brasileiros, estes que vão aos desfiles da Semana da Pátria, conhecessem a verdadeira história deste país, ficariam envergonhados em comemorar tal data. Se conseguissem perceber que grande parte das autoridades que recebem aplausos e ovações desse povão são as mesmas que lhes negam os mais elementares direitos, a história deste país certamente seria outra e escrita de modo bem diferente e entendida de modo igualmente diferente. São estas mesmas autoridades que representam este Estado voraz que nos engabela quase 40 por cento em impostos. Como um povo pode tão bovinamente aceitar tudo isto sem a nada reagir? Simples: falta-lhe a consciência crítica e política.

O desfile de Sete de Setembro é um espetáculo triste, patético, medonho, deprimente e acima de tudo falso e alienante. As polícias mostram as armas de última geração com que depois vão bater nesta mesma platéia (aplausos). Como um morador da Vila de Extrema em Rondônia pode aplaudir o pelotão da Polícia Rodoviária Federal, por exemplo? Por que Ivo Cassol e Roberto Sobrinho têm que receber aplausos em vez de estrondosas vaias? Até o Presidente Lula com toda a sua comitiva e ao lado de Fernando Collor enfeitam os desfiles pátrios em Brasília. Não é mau gosto, é estupidez mesmo, cinismo, para não falar outros adjetivos mais depreciativos.

Este país nunca foi independente, pois não pode haver independência com povo no cabresto sendo vassalo da elite, de poucos. Desde a velha e manjada farsa encenada por D. Pedro I em 1822 que a mentira vem sendo mostrada ano após ano nas ruas do Brasil. E a lógica é perfeitamente seguida: se tem espetáculo, tem público. Em vez de perder tempo passando suas roupas ou mostrando suas armas, os nossos militares deviam estar preocupados com outras coisas mais cívicas. As nossas fronteiras estão desguarnecidas faz um tempão. Os Estados Unidos estão se aproximando perigosamente da nossa Amazônia com a instalação de sete bases militares na vizinha Colômbia.

E os nossos políticos? Onde estão eles? Muitos vão aos palanques receber as palmas da platéia porque sabem que neste dia geralmente os eleitores se esquecem das mazelas do Hospital João Paulo Segundo, da gripe suína, dos escândalos da compra de votos a cem reais, das obras inacabadas da cidade de Porto Velho, da Unir, dos incontáveis escândalos no Senado, das espúrias coligações políticas com objetivos imorais, das incontáveis operações da Polícia Federal. Nos confins do Maranhão, a África brasileira, ou no Amapá, Sarney deve ter sido ovacionado pelos seus desdentados e maltrapilhos eleitores. E viva a Independência do “brasil”!


*É professor em Porto Velho. (profnazareno@hotmail.com)


terça-feira, 1 de setembro de 2009

Até quando o nosso céu será sempre azul?




“Céus de Agosto”


Professor Nazareno*


Parece até mentira, mas já faz uns trinta anos que o povo rondoniense não via o céu do mês de agosto. Durante todo este tempo, uma vasta extensão do território nacional, do Estado do Pará até o Acre, “o cinturão do fogo” ardia impiedosamente entre os meses de junho e setembro. No verão amazônico, aqui só se via fumaça. As queimadas imperaram durante todo este tempo e pulverizaram grande parte da Amazônia e deram ao mundo a impressão de que nós brasileiros não sabíamos cuidar das nossas florestas.

As pressões internacionais parecem ter funcionado ou então a consciência dos “brasileiros incendiários” mudou repentinamente, devem pensar alguns incautos ecologistas de plantão. Mas nem uma coisa nem outra aconteceu. As autoridades se apressaram em mostrar dados estatísticos comprovando que as queimadas diminuíram sob suas gestões à frente dos inoperantes órgãos de defesa do meio ambiente. Sema, Sedam, Ibama, Sivam, Sipam e muitas outras repartições ligadas ao setor comemoraram os céus limpos de Rondônia fazendo coro ao Hino: “Azul, nosso céu é sempre azul...”. Ultimamente nunca foi, só agora em 2009.

Só que quase ninguém parece ter percebido que praticamente não houve estiagem prolongada este ano na nossa região. Choveu toda semana do mês de agosto, por exemplo, impossibilitando desta forma a prática das queimadas tão rotineiras para nós. No dia vinte e dois de agosto, especialmente dedicado a esta prática pré-histórica de convivência com a natureza, caiu uma chuva daquelas em Porto Velho. O Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira de Oliveira não teve suas atividades paralisadas um único dia por causa da fumaça. Um avanço para ser comemorado.

Além do mais, os hospitais da capital e toda a deficiente rede de saúde da cidade não estiveram abarrotados de pessoas com problemas alérgicos tão típicos desta época do ano. A preocupação maior é com a gripe suína e os seus desdobramentos. Sendo assim, São Pedro, que talvez não entenda nada de meio ambiente, pode ter colaborado para melhorar nossa precária qualidade de vida. Uma ajuda que veio do céu, pois se dependesse das nossas autoridades, certamente a visibilidade e a saúde de alguns estariam muito comprometidas.

Todos os brasileiros temos de entender que a preservação da Floresta Amazônica é um dever para cada cidadão deste país e principalmente para quem aqui reside. Este dever de casa deve ser feito de maneira correta e rotineira. O mundo precisa perceber que temos competência de sobra para preservar as nossas matas. Qualquer deslize de nossa parte pode reacender o delírio da internacionalização desta região que é nossa. Com a iminente falência da política da “guerra ao terror” os Estados Unidos já estão chegando e pretendem instalar sete bases militares na vizinha Colômbia. Todo cuidado é pouco.



*Leciona na escola João Bento em Porto Velho - profnazareno@hotmail.com


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"Rondonha": ainda o brilho ofuscado do falso telurismo....


A infelicidade gera horrendos monstros interiores. A pessoa infeliz é perturbada por uma intenso pessimismo e caminha a passos largos em direção à misantropia. Tudo é feio para quem é infeliz. Tudo é cinza.

É intensa a tristeza de quem está acima do bem e do mal e é obrigado a viver entre seres falíveis, frágeis, propensos à ignorância. Os deuses tendem a ser apedrejados quando falam aos homens. Diante da surdez humana, os olimpianos experimentam a angústia.

Os textos do Professor Nazareno, mestre das letras de nossa cidade, são perpassados por essa amargura. Nada o alenta. Nada o agrada. Tudo é feio em Porto Velho, que não merecia ter, em uma de suas casas, esse herdeiro de Voltaire. Com destemor, esse gigante da retórica, do alto de sua turris eburnea, apedreja os passantes, ridiculariza os seus modos, os seus costumes, e até os nomes que eles escolheram para as suas coisas. Como um chanceler da moralidade e da decência, esfrega nos narizes alheios a verdade (ou o que ele acha ser a verdade). Para isso, empunha, como um escudo, o título de professor: "eu sei, vocês não sabem". E, aplaudido por algumas pessoas sem discurso, grita contra o muro, trazendo ao pescoço o peso de uma melancia lírica.

Seu ranger de dentes não esconde, porém, o inconformismo, pois se considera um injustiçado pelo destino. Poderia estar agora em uma cidade grande, sentado à mesa com intelectuais da mais alta estirpe, mas quiseram as parcas e o motorista do pau-de-arara, que ele trouxesse a sua rota trouxa para esse rincão perdido no epicentro da floresta: a "Rondonha" (como ele costuma chamar), o eldorado das piritas. A Paraíba perdeu um filho, "Rondonha" ganhou um crítico.

Do subterrâneo de minha insipiência, leio os textos do mestre das letras, professor Naza, aquele que diz. E fico sem saber se o que lhe sobra é coragem ou insensatez. Em suas palavras, porém, perpassa a tristeza de quem é obrigado a caminhar entre os homens.

Brother Bob


Texto retirado do endereço eletrônico (site) abaixo no dia 27 de agosto de 2009:

http://sadcityhappypeople.blogspot.com/2009/07/rondonha-do-tio-naza.html


Brasileiro devia ser extinto da face da terra...


Faz sentido:

(Somos mesmo uma "gentinha" e merecemos os políticos que temos...)


O BRASILEIRO É ASSIM MESMO... (sempre foi)

- Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
- Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas..
- Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
- Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.
- Fala no celular enquanto dirige.
-Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
- Para em filas duplas, triplas em frente às escolas
- Viola a lei do silêncio.
- Dirige após consumir bebida alcoólica.
- Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
- Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.
- Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
- Faz gato de luz, de água e de tv a cabo.
- Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
- Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto.
- Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
- Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20.
- Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
- Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
- Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
- Compra produtos piratas com a plena consciência de que são piratas.
- Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
- Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.
- Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
- Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.
- Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.
- Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.
- Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado...
- Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem...

-Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

-E quer que os políticos sejam honestos.
-Escandaliza-se com a farra das passagens aéreas.
-Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não?

Brasileiro reclama de quê, afinal?

OBS: O autor deste texto não é o Professor Nazareno, dá para acreditar?


domingo, 23 de agosto de 2009

Com Obama, tudo vai mudar?


O “Super-Mouro”

Por Jéssica de Souza

Como uma verdadeira alegoria, o conhecimento mítico é uma narrativa que explica este mundo fazendo referências ao sobrenatural e, através de uma linguagem persuasiva, tem continuidade por gerações. Essa “herança” cultural tem como base a “FÉ”, estrutura de qualquer mito, que quando questionada pode perder a linha de raciocínio rompendo com ideologias milenares.

No mundo contemporâneo os mitos são bem frequentes. Tomada por uma visão ilusória, a mente humana busca confortar-se e, numa metáfora de vida, cria-se um personagem multiuso (seja ele um ser vivo ou simples aparelhos eletrônico) capaz de solucionar qualquer contratempo. Como num “jogo ilusionista” – leiam-se táticas-, trabalha-se os anseios e desejos do psicológico humano.

O recém eleito presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tornou-se símbolo de esperança para o mundo. A questão é: Obama, presidente ou mito?

Vencedor não apenas da cadeira do Salão Oval, mas também de barreiras racistas existentes em todo o mundo, o presidente americano passou a receber as características dos arquétipos do masculino.

Com discursos recheados de promessas, Obama – “O Rei Democrata”- conquistou uma multidão que, desgostosa da administração Bush, passou a venerá-lo, já que se baseia na ideia de democracia com participação social.

Da mesma maneira que um “guerreiro” teria batalhas a vencer, como: reorganizar uma economia devastada- historicamente com a crise de 1929 e a atual Crise Mundial; resgatar um país envolvido em guerras- Afeganistão e Iraque, além de superar o tradicionalismo americano a fim de recompor a nação.

Num “passe de mágicas” – assumindo papel de Mago –, o presidente estadunidense conseguiu romper com o preconceito, já que foi o primeiro negro eleito à presidência dos Estados Unidos. Vencendo suas limitações históricas e pessoais (Barack Hussein- bomba aos ouvidos) como espécie de herói, porém, humano.

Com isso é possível confirmar a ideia de mito, pois a partir do momento que vemos todas as promessas de um presidente como suposição, a verdade de seu trabalho pode mudar, quebrando a manipulação indireta, baseada no desejo de melhora, da visão utópica de ser Obama o Super-Mouro e não um ser humano.

Vê-se então que, sem obedecer a uma ordem racional ou científica, Obama ficará marcado na história como mito, numa tentativa de “esquece o Osama e ama o Oba Oba Obama”. Seria ele “O Presidente Negro” de Monteiro Lobato ou “ O Herói de Mil Faces” de Joseph Campbell? Ou simplesmente um homem, capacitado (graduado em Ciências Políticas e formado em Direito) e com um discurso político igual a todos os outros? O “lado negro” da política americana nunca soou tão bem.


sábado, 15 de agosto de 2009

"A fé salva, logo mente" - Friedrich Nietzsche


“É demais cedo”, um homem santo!


Professor Nazareno*


É demais cedo ou é cedo demais. A Rede Globo descobriu tudo. A Justiça está implacável e não dá trégua. A casa caiu, mas ninguém ainda viu nem a metade das falcatruas, desvios de ‘verbas isentas de impostos’ e outras irregularidades que podem estar escondidas nas igrejas de Edir Macedo, o Bispo e homem todo-poderoso da Igreja Universal do Reino de Deus. Um escândalo nacional para uns, uma mera perseguição para outros. E depois da confusão, tudo ficará do mesmo jeito. Apenas o nome do Brasil ficará mais enlameado ainda com esta confusão.

É a Rede Globo de Televisão contra a Igreja Universal do Reino de Deus. Edir Macedo, vivo ainda, contra Roberto Marinho, já morto. A Globo contra a Record. Uma guerra bem brasileira, bem absurda. Depois da questão econômica e social nada mais discrimina neste “brasil” do que a religião. Mais até do que a língua, raça ou etnia. E as duas figuras acima citadas foram e são mestres em “enganar” o povão. Um vende ilusões e o outro, falsas promessas. Ambos falam de algo que jamais poderão dar aos seus “clientes” e que nem sabem se existe mesmo: a vida eterna e o paraíso.

Edir Macedo é um homem santo, pois consegue “tirar dinheiro de pedra” enganando os simplórios, trouxas e otários. A mercadoria que vende não tem devolução e se não der certo, ninguém poderá reclamar de nada: só podia mesmo ficar podre de rico. É um homem astuto e talvez um dos mais ricos do Brasil. A dobradinha vem funcionando sempre assim: um imbeciliza o povo e o outro toma-lhe o dinheiro. Não é à toa que se trata dos dois maiores impérios brasileiros de que se tem notícia. Isso sim, é o inferno na terra. O Brasil é a filial do inferno. Viver nesta naçãozinha periférica é estagiar com satanás.

De maneira geral, os evangélicos estão fazendo hoje o que os reformistas seguidores de Martinho Lutero denunciavam no século dezesseis: estão vendendo indulgências e loteando o céu com um atraso de somente quatrocentos anos. E o pior é que ninguém percebe as mentiras. Fácil reconhecer um brasileiro babaca: após um culto, ele liga a televisão e assiste ao BBB ou a qualquer outra “porcaria” e ainda se sente o máximo. Vota no Sarney ou Marcelo Crivella e acredita que o “brasil” está se tornando uma potência. E se não for verdade, ele “ora” para tudo dar certo. Não é o máximo?

Por isso o Brasil não pode ser considerado apenas uma nação de jecas, mas de abestados mesmo. O recente episódio da bispa Sônia Hernandez da Igreja Renascer em Cristo e de seu marido quando cumpriram prisão de um ano nos Estados Unidos por terem mentido às autoridades americanas é o retrato mais fiel destas religiões de mentirinha que prometem de tudo e nada fazem de concreto a não ser enriquecer os seus pastores e fundadores. Se o Estado no Brasil não fosse laico, “É demais cedo” se tornaria presidente facilmente com o voto da mundiça ignara. Pobres de nós.


*Leciona na Escola João Bento da Costa em Porto Velho

domingo, 9 de agosto de 2009

Sarney governando "rondonha"? Santo Deus!


Fica, Sarney!


Professor Nazareno*


Há uma campanha nacional em quase toda a mídia pedindo o afastamento ou a saída definitiva do ex-presidente Sarney do Senado. Uma injustiça, um descalabro, uma falta de reconhecimento da nação a este grande brasileiro. José Sarney é o presidente que “nunca governou tão mal tão bem” segundo o humorista Millor Fernandes. De tudo ele já foi um pouco e ocupou quase todos os cargos públicos da nação. Foi aliado de primeira hora dos militares, presidiu a Nova República, esteve com Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e hoje é protegido do Lula e amigo (de novo) do agora senador Collor. Embora seja do Maranhão (a África brasileira), muito dizem que é o contrário: o Maranhão é que é dele. E desde algum tempo, o Amapá também.

Político muito hábil e de qualidade camaleônica insuperável, a biografia deste maranhense não pode ser jogada no limbo da História. Ele é muito igual à maioria dos seus pares. Não está inventando nada nem cometendo qualquer pecado que desabone a sua conduta irreparável, segundo os padrões deste “brasil”. Então por que puni-lo? Por que execrá-lo publicamente? Ele é o político certo, pois representa, e muito bem, o povo que o colocou lá. E não adianta reclamar, já que todos os brasileiros também são amapaenses e maranhenses. Quem irá substituí-lo? Um político honesto? Um político que ouse trabalhar em benefício do povo? Um absurdo já que seria o contrário dos brasileiros, pois somos quase todos, corruptos, ladrões e desonestos.

Sarney é a cara do Brasil e por isso deve ficar. Mas admitindo a bobagem de tirá-lo do poder, ele poderia ser muito bem aproveitado em outros afazeres por este Brasil afora: poderia ser governador de Rondônia, por exemplo. Aqui ele não compraria votos a cem reais, mas a mil, dois mil, três mil reais. Melhoraria a economia local. Poderia ser Prefeito de Porto Velho e quem sabe daria continuidade ao rol de obras inacabadas? Como reitor da Unir, a falida Universidade Federal de Rondônia, talvez ele divulgasse editais de vestibular mais confiáveis e em tempo hábil. Não faria a comunidade de idiota e talvez até nem censurasse livros uma vez que quando foi Presidente do país comandou o fim definitivo da censura imposta pelos militares.

Já como Superintendente da Polícia Rodoviária Federal por estas bandas, “Sir Ney” não veria tantos Bin Laden nem células terroristas em meio a brasileiros honestos. Usaria a filosofia da diplomacia nacional, pois tem experiência nisto. E para não gerar crise institucional, também não usaria liminares caducas para justificar massacres nem tentava recriar “Corumbiara”. José Sarney em Rondônia seria um estadista. Infinitamente melhor do que muitos políticos locais. Por isso devemos defender a sua permanência. Além do mais é um dos únicos políticos que tem cara de hiena comendo carniça e não nos faria tanta vergonha, pois dizem que até Shopping Center particular ele tem. Ilha, todos conhecem: é Curupu no Maranhão. Por tudo isso: FICA, SARNEY!


*É professor na Escola João Bento da Costa em Porto Velho.


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Problema social se resolve com diálogo


A Ponta do Abunã não é questão de Polícia


Professor Nazareno*


A recente “Guerra no fim do mundo” da PRF, Polícia Rodoviária Federal e os moradores de alguns vilarejos localizados numa estreita faixa de terra entre as divisas dos estados de Rondônia, Acre, Sul do Amazonas e a fronteira com a Bolívia expôs para a nação e a opinião pública através da mídia falada e escrita, de maneira vergonhosa e deprimente, a pífia atuação das autoridades dos estados envolvidos, o descaso de políticos interesseiros que tudo prometem em épocas de eleições e principalmente a falta de estratégia, bom senso e competência da soldadesca envolvida nos lamentáveis conflitos que ocorreram há pouco mais de uma semana na Ponta do Abunã.

Além da velha, ridícula e esfarrapada desculpa de desbloquear a BR 364 e garantir o direito constitucional de ir e vir, mantra adotado por toda espécie de polícia do Brasil, a PRF inovou no seu repertório de sandices ao anunciar através do seu Superintendente Regional RO/AC, André Santos, que a atuação se deu também para evitar possíveis atos terroristas que seriam perpetrados contra instalações do Governo Federal como torres de energia que abastecem o vizinho estado do Acre além de outros possíveis alvos. “A operação foi um êxito”, anunciou o policial. Só faltava esta: além de toda a sorte de desgraças, Rondônia agora também virou o Oriente Médio.

O policial se esqueceu de informar que quando acabou a munição, os seus 40 homens ficaram à mercê de mais de duas mil pessoas enfurecidas que estavam lá apenas para reivindicar os seus mais elementares direitos. A isso certamente se chama falta de estratégia para lidar com distúrbios sociais. Além do mais, chamar de terroristas pessoas trabalhadoras, honestas e de boa índole é tão absurdo quanto querer medir forças com quem não as tem. Pior ainda é uma corporação como a Polícia Rodoviária Federal ignorar que aquela gente é sofrida, humilhada e esquecida pelas autoridades e pelo Estado e que em vez de “porradas” merecem apenas mais atenção.

Com a absoluta certeza, a população daquela área é constituída de gente boa, ordeira e politizada na sua grande maioria. Não só deram um bom exemplo ao restante do Brasil de como se deve lutar pelos seus direitos e pressionar um Estado inoperante como praticamente garantiram a vida dos policiais envolvidos nos conflitos. Se a contenda fosse numa favela do Rio de Janeiro, por exemplo, a corporação estaria agora contando os seus mortos. Os habitantes de Extrema e Nova Califórnia agiram certo. Eles querem apenas sair do absurdo isolamento a que são submetidos. Querem serviços básicos que lhes foram prometidos em campanhas eleitorais e nunca foram cumpridos.

No Brasil, a idéia absurda da elite, que sempre teve o comando de todas as corporações, é a de que qualquer problema social deve ser resolvido no “ponta-pé, no soco e na força bruta”. Isto, felizmente, já faz parte do nosso passado recente. É preciso usar o diálogo até a exaustão para só em último e extremo caso usar a força policial. A lei e o bom senso devem prevalecer sempre e em qualquer circunstância. E para que isto aconteça tanto Porto Velho quanto Rio Branco devem envidar esforços para tentar resolver os problemas daquela gente. Polícia tem que agir para garantir a ordem enfrentando bandidos, ladrões e terroristas, quando de fato estes existirem.


*O professor Nazareno leciona em Porto Velho.


sábado, 1 de agosto de 2009

A vida não é um "mar de rosas"...

Bill Gates - A escola não ensina tudo –

Aqui estão alguns conselhos que Bill Gates recentemente ditou em uma conferência em uma escola secundária sobre 11 coisas que estudantes não aprenderiam na escola.

Ele fala sobre como a política educacional de vida fácil para as crianças tem criado uma geração sem conceito da realidade, e como esta política tem levado as pessoas a falharem em suas vidas posteriores à escola. Muito concisos todos esperavam que ele fosse fazer um discurso de uma hora ou mais, ele falou por menos de 5 minutos, foi aplaudido por mais de 10 minutos sem parar, agradeceu e foi embora em seu helicóptero a jato...


Regra 1- A vida não é fácil acostume-se com isso .

Regra 2- O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele antes de sentir-se bem com você mesmo.

Regra 3-Você não ganhará R$ 20.000 por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição, antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

Regra 4- Se você acha seu professor rude, espere até ter um Chefe. Ele não terá pena de você.

Regra 5- Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.

Regra 6 -Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.

Regra 7- Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos”. Então antes de salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.

Regra 8- Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola, está despedido, RUA !!! Faça certo da primeira vez.

Regra 9- A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

Regra 10 - Televisão NÃO é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.

Regra 11- Seja legal com os CDFs (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas). Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para um deles.


Dono da maior fortuna pessoal do mundo, e da Microsoft, a única empresa que enfrentou e venceu a Big Blue (IBM) desde a sua fundação em meados de 1900... A empresa que construiu o primeiro Cérebro Eletrônico (computador) do mundo. Imprima, releia, repasse e mostre a todos que você sinceramente acreditar que possam ser seus amigos, ou que mereçam uma aula, muito particular, dada por quem entende do assunto ...E se tiver a graça e bênção de ainda tê-los por perto e coragem para tanto, mostre a seus pais e aos filhos quem tiver.


sexta-feira, 31 de julho de 2009

E a falta de organização continua...


“Na Unir é assim mesmo...”


Professor Nazareno*


Existe um ditado popular afirmando que teoria é quando se sabe tudo e nada funciona. Prática é quando tudo funciona e ninguém sabe o porquê. Na Unir, Universidade Federal de Rondônia, conjugam-se teoria e prática, pois quase nada funciona e ninguém sabe por que. Esta universidade só podia ser mesmo do Estado de Rondônia, a latrina do Brasil, afinal ninguém sabe quem merece quem, porque se fosse de um estado desenvolvido e sério, quase todos os seus dirigentes, reitores, professores e demais funcionários já teriam sido punidos. Se fosse uma universidade dos Estados Unidos ou da Europa, fato absolutamente impossível, cadeira elétrica e prisão perpétua seriam castigos rotineiros para coibir tanto descaso.

Quase todos os anos, a Unir enfrenta sérios problemas para realizar o vestibular anual da instituição. Realizar, não. Pagar para outras universidades fazer todo o serviço como se em Rondônia não houvesse profissionais competentes para organizar um simples processo seletivo. Até os acreanos, na UFAC, realizam o seu próprio método de ingresso na universidade. Dizer que é mais seguro elaborar as provas fora do estado é pura tolice. Seria, em tese, admitir que não há corrupção no vizinho estado. Vazamento de gabaritos em provas de vestibular e concursos públicos já virou rotina em qualquer estado da federação. Nenhuma novidade nesta periferia de capitalismo.

Além do mais, para organizar um simples concurso vestibular a Unir sempre foi um fiasco. A desorganização sempre foi a marca da instituição. E este ano não foi diferente. No ano passado, por exemplo, foram dez erratas no edital com direito até a censura do livro ‘O Matador’ de Patrícia Melo. No último dia 07 de julho foi publicado um edital para o Vestibular 2010, só que ninguém conseguiu se inscrever na data anunciada. Era um documento de mentirinha. Mudaram as datas das inscrições e da realização das provas. Como se pode observar, a nossa única universidade pública nunca esgota seu repertório de sandices, desrespeitos e absurdos contra a comunidade local. Pelo visto, muitos dos sábios do Campus José Ribeiro Filho, os “professores–doutores” ainda têm muito que aprender sobre ensino, pesquisa e extensão.

Esquisitices sempre aconteceram na Unir, mas a situação está tão decadente que quando algum funcionário metido a filantropo promove gincana para ajudar os famélicos do lixão, todos já acham que se trata de extensão. Localizada entre um cemitério e o lixão da capital, a nossa universidade parece que é administrada por Roberto Sobrinho, o prefeito campeão em obras inacabadas, ou mesmo o governador Ivo Cassol que está na iminência de ser cassado. Realmente: qual a pesquisa levada a cabo pelos técnicos daquela instituição pública de ensino que teve ou tem destaque ainda que regional? Até no curso de Medicina há denúncias de aprovações ilegais e de repercussões corporativas por parte dos alunos, os futuros médicos aqui formados.

Apontada como uma das piores instituições públicas de ensino superior da Região Norte perde feio para a UFPa, a Universidade do Amazonas e a Unitins, do Estado do Tocantins, segundo publicação da revista Guia do Estudante da Editora Abril Cultural. A Universidade Federal de Rondônia e o seu meio acadêmico ainda precisam aprender muito sobre sua relação com a comunidade onde está inserida, pois ao mudar constantemente seus editais de forma maniqueísta e anti-popular ela comete um erro imperdoável e erram também os que compactuam com estas atitudes nefastas. Se a nossa justiça não fosse tão desacreditada, elitista e morosa certamente este ano já seria acionada antes mesmo de começarem as provas do próximo vestibular já que muitos vestibulandos se programaram “com base no outro edital". Pobres futuros acadêmicos.


*É professor em Porto Velho

terça-feira, 21 de julho de 2009

O Brasil nunca foi um país sério (E haja bagunça...)


(Sobre)Viva Brasil!

Valdemar Neto*

Era uma manhã ensolarada do mês de junho. Levantei-me, fiz todo aquele ritual matinal que todos conhecem e me dirigi imediatamente para o computador. Nas primeiras horas do dia havia o anúncio: “ENEM 2009, faça sua inscrição aqui.” Assim o fiz. Animado pelo êxito da minha inscrição imprimi o boleto e pedi que minha mãe o pagasse. No final do dia ela me devolveu o comprovante e, definitivamente, estava inscrito no mais novo processo seletivo unificado brasileiro, o ENEM.

Um mês e dois dias depois daquela manhã de junho, prazo final para as inscrições, me deparei com a seguinte notícia: “INEP adia inscrições do ENEM até o próximo domingo.” No mínimo engraçado. É engraçado ver como neste país os alienados têm vantagens. É revoltante perceber que uma prova, substituinte total ou parcial do vestibular de vários Institutos Federais, tornou-se uma simples brincadeira.

Cadê o respeito em relação aos outros candidatos já inscritos? Cadê a dignidade dos organizadores? As respostas pra essas perguntas são simples: num país onde predomina o caos, o respeito e a dignidade não existem. O termo mais adequado para este dilema seria falta de seriedade. Pois, bastou que alguns estudantes reclamassem alegando não conseguir se inscrever para que o governo brasileiro cedesse e adiasse o prazo. Mais uma vez o jeitinho brasileiro prevaleceu para os coitadinhos.

Uma vez um professor me disse que o Brasil é um país onde o paternalismo sobressai. Agora vejo que é verdade. É este paternalismo que atrasa e destrói nosso país. Sempre que algum brasileiro errar vai ter alguém ao seu lado lhe dando uma chance. Passando, literalmente, a mão em sua cabeça e lhe dizendo que vai ficar tudo bem. Curioso ver que em países desenvolvidos isso quase não acontece. Ao contrário disso, nestes países quem erra é punido para que, no mínimo, nunca mais venha a errar. No Brasil isso parece que não é válido.

Em relação ao ENEM, este adiamento pode ser considerado símbolo máximo da mediocridade da maioria dos brasileiros. Um povo que nasceu num ambiente nada favorável e que, ao mesmo tempo, não faz praticamente nada pra mudar esta situação. Este é o nosso ‘maravilhoso’ Brasil. País que, por sua vez, está fadado ao fracasso e a mediocridade de seu povo. Gritemos em uníssono: (Sobre)Viva Brasil!!


*Vestibulando da cidade de Porto Velho/RO