domingo, 23 de agosto de 2009

Com Obama, tudo vai mudar?


O “Super-Mouro”

Por Jéssica de Souza

Como uma verdadeira alegoria, o conhecimento mítico é uma narrativa que explica este mundo fazendo referências ao sobrenatural e, através de uma linguagem persuasiva, tem continuidade por gerações. Essa “herança” cultural tem como base a “FÉ”, estrutura de qualquer mito, que quando questionada pode perder a linha de raciocínio rompendo com ideologias milenares.

No mundo contemporâneo os mitos são bem frequentes. Tomada por uma visão ilusória, a mente humana busca confortar-se e, numa metáfora de vida, cria-se um personagem multiuso (seja ele um ser vivo ou simples aparelhos eletrônico) capaz de solucionar qualquer contratempo. Como num “jogo ilusionista” – leiam-se táticas-, trabalha-se os anseios e desejos do psicológico humano.

O recém eleito presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tornou-se símbolo de esperança para o mundo. A questão é: Obama, presidente ou mito?

Vencedor não apenas da cadeira do Salão Oval, mas também de barreiras racistas existentes em todo o mundo, o presidente americano passou a receber as características dos arquétipos do masculino.

Com discursos recheados de promessas, Obama – “O Rei Democrata”- conquistou uma multidão que, desgostosa da administração Bush, passou a venerá-lo, já que se baseia na ideia de democracia com participação social.

Da mesma maneira que um “guerreiro” teria batalhas a vencer, como: reorganizar uma economia devastada- historicamente com a crise de 1929 e a atual Crise Mundial; resgatar um país envolvido em guerras- Afeganistão e Iraque, além de superar o tradicionalismo americano a fim de recompor a nação.

Num “passe de mágicas” – assumindo papel de Mago –, o presidente estadunidense conseguiu romper com o preconceito, já que foi o primeiro negro eleito à presidência dos Estados Unidos. Vencendo suas limitações históricas e pessoais (Barack Hussein- bomba aos ouvidos) como espécie de herói, porém, humano.

Com isso é possível confirmar a ideia de mito, pois a partir do momento que vemos todas as promessas de um presidente como suposição, a verdade de seu trabalho pode mudar, quebrando a manipulação indireta, baseada no desejo de melhora, da visão utópica de ser Obama o Super-Mouro e não um ser humano.

Vê-se então que, sem obedecer a uma ordem racional ou científica, Obama ficará marcado na história como mito, numa tentativa de “esquece o Osama e ama o Oba Oba Obama”. Seria ele “O Presidente Negro” de Monteiro Lobato ou “ O Herói de Mil Faces” de Joseph Campbell? Ou simplesmente um homem, capacitado (graduado em Ciências Políticas e formado em Direito) e com um discurso político igual a todos os outros? O “lado negro” da política americana nunca soou tão bem.


Um comentário:

CFT disse...

divino!!!
soube passar a informaçao
para o leitor muito bem!