Orgulho
dos porto-velhenses!
Professor
Nazareno*
O
resultado das eleições para prefeito de Porto Velho no segundo turno das
eleições em 2024 trouxe várias lições. A primeira delas foi compreender que a
maioria da população da cidade não mais aceita calada uma candidatura “empurrada
de goela abaixo” pelos poderosos. Mariana Chaves não perdeu esse pleito
apenas para o Léo Moraes. Ela perdeu para as circunstâncias que foram
acontecendo durante toda a sua campanha. Os dois candidatos que foram para o
segundo turno têm praticamente a mesma origem na política. São filhos de poderosas
dinastias locais, ricas e abastadas, da direita e da extrema-direita
reacionárias. Ambos nasceram em outras cidades fora do Estado de Rondônia, mas
vivem e moram aqui desde pequenos. Léo foi preterido pelos poderosos de plantão
enquanto Mariana teve o apoio irrestrito de todos: prefeito, governador e
mídia.
O
problema é que esses endinheirados se esqueceram de combinar com o povo, o
cidadão eleitor da cidade, o sujeito humilde da periferia, que é quem decide de
fato toda e qualquer eleição. E pelo menos desta vez, a maioria desses
eleitores de Porto Velho merece os parabéns. Não só porque votou no Léo
Moraes e rejeitou a Mariana Carvalho, mas principalmente porque não aceitou uma
decisão tomada antes pela elite lá nos bastidores. O que o atual prefeito, Dr.
Hildon Chaves, fez de tão bom e tão excepcional para que Porto Velho em peso
votasse na sua candidata, a Mariana? Não acabou sequer com os alagamentos da cidade,
que ainda continuam. Prova disso foi o forte temporal que se abateu sobre a
cidade na noite anterior ao segundo turno. Léo Moraes saiu às ruas e denunciou
ao vivo o absurdo de uma administração de oito anos que nada fez pela cidade.
Os
eleitores de Porto Velho, pelo menos agora, estão de parabéns com a sua escolha.
Superaram em visão política os eleitores de São Paulo, por exemplo. Lá o atual
prefeito, Ricardo Nunes, que deixou a cidade às escuras depois de uma chuva,
recebeu um turbilhão de votos e foi devidamente reeleito. Superaram também os
eleitores de Porto Alegre no Rio Grande do Sul. Na capital gaúcha, o atual
prefeito Sebastião Melo, deixou a cidade ser toda inundada e mesmo assim, foi
também reeleito tranquilamente. Aqui, os eleitores, de um modo geral, viram que
a administração Hildon Chaves foi uma farsa. No verão é só
problema com poeira e fumaça. No inverno, a mesma coisa, só que com lama e
alagações. Nada mudou, portanto, na capital dos rondonienses. E o eleitor viu
isso. Já o governador do Estado sequer construiu o “Built to Suit”.
Por isso, foi derrotado também.
Claro
que nem tudo são flores. Esse mesmo eleitor de Porto Velho elegeu todos os 23
vereadores ligados à direita e à extrema-direita reacionárias. Léo pode ter
problemas para administrar com uma Câmara de Vereadores tão conservadora assim.
Mas enfim, as “promissórias” existem para quê? E o senhor
Leonardo Barreto que se cuide: foi eleito com os votos também da esquerda
local, que não está morta. Ele tem que reconhecer isso. Além do mais, se ele
nada fizer pelos porto-velhenses nos próximos quatro anos, pode dar adeus à
política. Léo fez aliança com o povo, como ele mesmo diz. Um hospital de
pronto-socorro municipal, mais saneamento básico, mais mobilidade urbana, mais
esgoto, mais arborização, menos fumaça das queimadas nos próximos verões, mais
água tratada, mais remédios nos postos, dentre outros benefícios para quem
sempre sofreu por ter que morar aqui. Se não fizer nada disso, já era! Vai se
afogar no mesmo esgoto que o elegeu.
*Foi Professor em Porto
Velho.
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