Nem
Léo Moraes nem Mariana
Professor
Nazareno*
Terminada
a votação das eleições 2024 no primeiro turno em Porto Velho e nenhuma novidade
se apresentou. A extrema-direita reacionária faturou tudo nas urnas. “Fez
barba, cabelo e bigode” como se diz na gíria. Das 23 cadeiras para a câmara
municipal da cidade, por exemplo, elegeu “somente” todos os 23
vereadores. Os dois concorrentes a prefeito(a) no segundo turno são
respectivamente Mariana Carvalho e Léo Moraes. Ambos pertencem à elite
endinheirada, abastada e rica e sempre foram pessoas privilegiadas dentro da
nossa paupérrima sociedade. Mariana é paulistana de nascimento, já Léo é
paranaense, nasceu em Foz do Iguaçu. Porém, os dois devem ser “rondonienses
de coração”. E o eleitor porto-velhense, de certa maneira, não decepcionou:
manteve tradicionalmente a sina de eleger só pessoas nascidas fora da cidade
para lhe administrar.
Léo
Moraes foi diretor-geral do Detran/RO no atual governo Marcos Rocha. Já a Mariana
Carvalho é apoiada publicamente pelo mesmo governador. Como haverá debates de
verdade entre os dois nesse segundo turno? Como eles vão se enfrentar
politicamente já que ambos pertencem à mesma vertente política e ideológica?
Léo Moraes falando mal de Mariana e vice-versa será apenas um jogo de
faz-de-conta. Desses que servem para enganar os otários. Léo Moraes é da
direita e Mariana também. Os dois até se parecem com Marcos Rocha e Marcos
Rogério, os dois bolsonaristas que disputaram o governo de Rondônia em 2022. E
agora, quem vai vencer os debates para prefeito(a) de Porto Velho? Aquele que
mais adular o governador Marcos Rocha e o seu guru Bolsonaro ou o que mais
apresentar propostas para administrar a pior capital do Brasil em qualidade de
vida?
Abonados,
opulentos, endinheirados e filhos de famílias poderosas, Léo Moraes e Mariana
Carvalho parece que ainda não perceberam o “rabo de foguete” que vão
herdar. Porto Velho é uma latrina suja e imunda e cuja maioria de seus
habitantes sacia a sede literalmente com merda, pois a cidade, com mais
de meio milhão de habitantes, não tem sequer água tratada para os seus moradores.
Aqui se bebe água de poços imundos cavados ao lado de fossas rasas. Rede de
esgotos, a cidade também não tem. Bosta escorre a céu aberto diariamente
pelas fedorentas ruas da cidade. E isso do centro à periferia. Temos o pior
hospital público do Brasil, o “açougue” João Paulo Segundo. E de quebra,
temos também o pior ar para se respirar no país. Este ano mesmo, desde o mês de
julho, que estamos respirando fumaça com monóxido de carbono e outras
substâncias cancerígenas.
Já
que são do mesmo “ninho político”, tanto Léo quanto Mariana tinham que
fazer um acordo entre eles para não se desgastarem em debates e brigas estéreis
e de mentirinha. Para que enganar o povo ainda mais? Os problemas de Porto
Velho têm que ser atacados de forma séria e precisam ser resolvidos
independente de engodo e escolhas ideológicas. O governador Marcos Rocha, já
que se dá bem com os dois “concorrentes de araque”, devia lhes ensinar
como se faz um bom hospital “Built to Suit” para a maior
tranquilidade do eleitor pobre de Porto Velho. A cidade sempre esteve
abandonada desde 1914. E atualmente está insatisfeita com a política, mesmo
sendo um lugar dominado pela direita e pela extrema-direita reacionárias. A currutela
tem hoje uns 520 mil habitantes. Mariana obteve 111.329 votos. Léo 64.125.
Mas a abstenção, votos brancos e nulos foi o maior vencedor com 112.235 votos.
Nasceu aqui? Escolha Porto Velho, descarte Léo e Mariana!
*Foi Professor em Porto
Velho.
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