O Brasil administrado de fora
Professor Nazareno*
Desde o seu
descobrimento em 1.500 que o nosso país sempre foi pessimamente administrado.
Disso quase todo mundo sabe. O Brasil além de ser uma porcaria, uma espelunca
como nação independente, sempre foi um dos piores lugares para se viver. E com
razão: embora sejamos uma das maiores economias do mundo, ostentamos uma
qualidade de vida pior do que muitos países miseráveis da África. O que muita
gente não sabia é que todos estes problemas têm jeito: basta entregar a
administração deste país aos estrangeiros. Norte-americanos, franceses,
japoneses ou alemães poderiam nos governar de agora em diante que todos os
entraves nacionais seriam resolvidos e passaríamos então a gozar de um alto IDH
e fazer inveja a muitos lugares como Zaire, Uganda, Sudão do Sul, Eritreia,
Serra Leoa e até a Bolívia, a nossa vizinha pobre. Nas nossas próximas
eleições, brasileiros natos não poderiam se candidatar a nada.
O Brasil sempre foi mal administrado porque grande parte dos
homens públicos que estiveram no poder são ladrões, corruptos e facínoras que
só pensam em ficar ricos à custa do sofrimento da população que trabalha,
muitas vezes honestamente. Por isso que existe tanta violência, pobreza e
miséria entre nós. Para acabar de vez com todos estes escândalos na política e em
quase todos os outros setores da vida nacional, colocaríamos pessoas de “cultura superior” à nossa como os já
citados anteriormente. Claro que os estrangeiros, como já administram bem as
suas nações, não nos decepcionariam em nada. O Poder Executivo do Brasil teria
um sujeito de nome Theodore, François, Gerhard ou Yamamoto. Bem melhor do que
os ridículos nomes de Lula, Dilma, Itamar, Fernando Henrique ou mesmo Getúlio.
Todo o Ministério seria composto também de cidadãos civilizados que não
costumam roubar (muito).
Com a eleição dos estrangeiros substituiríamos todos os
políticos canalhas que temos. Os novos mandatários mudariam também a estrutura
administrativa do país. O Acre, por exemplo, seria devolvido de imediato aos
bolivianos e para ficar no lucro, pediríamos de volta o cavalo que demos em
troca do nosso vizinho e charmoso Estado. Como não serve para nada além de dar
vergonha e prejuízos à Federação, Rondônia seria rifada entre o Haiti e a
própria Bolívia. Pediríamos apenas algumas cabras em troca. A Paraíba seria
extinta para sempre. Outros estados que não conseguissem se sustentar sozinhos
teriam idêntico fim. O Nordeste faria o papel que a terra de Fulgencio Batista
fez para os Estados Unidos antes da década de 1960 e somente algumas províncias
do Sudeste e do Sul do país teriam vida própria. A Amazônia seria finalmente
administrada pelos estrangeiros. Autoridades sérias nos governando seria algo
inédito. E para felicidade geral, usar-se-ia a Bíblia em vez de Constituição.
Como o nosso Hino Nacional é muito feio e complicado,
claro que seria mudado de imediato. Em vez de Ordem e Progresso, a bandeira
teria “aos trancos e barrancos”. O Ministério Público seria desativado,
pois tem sido muito rigoroso ultimamente, mas o Poder Judiciário continuaria
funcionando para poder dar lições à Suprema Corte dos Estados Unidos ou aos
Tribunais da União Europeia. O STF, por exemplo, ensinaria como julgar e
prender mensaleiros e a Justiça comum, nos Estados, mostraria como punir
corruptos. No entanto, alguns políticos brasileiros, por serem probos e
competentes, seriam aproveitados na nova administração para ensinar malandragem
aos estrangeiros. Os petistas assumiriam qualquer Ministério cujo orçamento
fosse superior a 27 milhões de reais. Já a OAB de Rondônia só lidaria com
precatórios. Votando em pessoas de outros países para governar todos nós pelos
próximos anos, talvez tivéssemos melhores resultados do que temos agora com
brasileiros administrando brasileiros. Será que a ONU ou outro organismo
poderia nos ajudar nesta árdua tarefa?
*É Professor em Porto
Velho.
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