Porto
Velho limpa? Duvido!
Professor
Nazareno*
Porto
Velho, a suja, fedida e imunda capital de Roraima vive atualmente dias
diferentes. O prefeito Léo Moraes parece que declarou guerra à sujeira e à imundície
tão características da cidade. O atual prefeito foi praticamente eleito quando
denunciou, na noite anterior à votação do segundo turno, o estado deplorável
que a capital mais suja do país sempre apresentou: esgotos escorrendo a céu
aberto. Em um vídeo, Léo “dançou” no meio das águas podres e imundas que
tomavam conta das residências no encontro das ruas Rio de Janeiro e Guaporé no
bairro Nova Porto Velho, zona Leste da capital. “Fazer somente o asfalto sem
saneamento básico, dá nisso” disse o futuro prefeito. O eleitor gostou e já
no dia seguinte deu uma enxurrada de votos ao seu novo “queridinho”.
Foram mais de 135 mil votos dados para eleger um candidato com poucas
esperanças de vitória.
O
otimista e sonhador prefeito acha que vai fazer em Porto Velho o que os outros
mais de cinquenta administradores não conseguiram ou não quiseram fazer nos 110
anos da cidade. Em uma recente reunião com assessores, ele apresentou as metas
prioritárias organizadas por prazos e destacou o lançamento do “Limpômetro”,
uma espécie de ferramenta que contabiliza os resultados das ações de limpeza
feitas na cidade. Só de lixo e de detritos já foram recolhidas mais de três mil
toneladas incluindo a limpeza das bocas de lobo. Léo também vai mandar instalar
várias lixeiras pelas sujas e fedorentas ruas. Parabéns para o prefeito de
Porto Velho pela iniciativa, mas este esforço tem tudo para ser em vão, inútil.
É como enxugar gelo. Porto Velho não é uma cidade suja. São os seus quase 500
mil moradores que a emporcalham todo dia jogando lixo e sujeira em suas ruas.
Segundo
o Instituto Trata Brasil, esta capital é a pior cidade do Brasil em IDH por que
dentre outras coisas aqui não há saneamento básico nem oferta de água tratada
para a população. Apenas limpar a sujeira da cidade não vai adiantar nada, pois
já no dia seguinte o lodaçal começará a crescer e a tomar conta de ruas e
avenidas. Nossa capital precisa de água tratada em abundância e de saneamento
básico e redes de esgoto. Precisa também que seus habitantes tomem consciência
e não sujem tanto o lugar onde moram. Quer um exemplo? A Banda do Vai
Quem Quer vai sair em fevereiro próximo e seus brincantes vão jogar no
meio das ruas milhares de toneladas de lixo e seboseira como fazem todos anos.
Da Marcha do Orgulho Gay à Parada para Jesus, assim
como tantos outros ajuntamentos feitos aqui, o lixão que fica é uma vergonhosa
caraterística do lugar.
Léo
Moraes sabe que não é somente limpando bocas de lobo e tirando sujeiras momentâneas
das valas que Porto Velho vai se tornar uma cidade limpa, aconchegante,
cheirosa e bonita igual a Maringá, Curitiba ou mesmo Foz do Iguaçu no Paraná.
Sua atitude é louvável, mas esta capital precisa ser repensada como uma
verdadeira cidade digna para todos os seus habitantes. Entrou o ano de 2025 e o
que se observa são ruas alagadas todo santo dia. A Avenida Jorge Teixeira, por
exemplo, chamada de BR-319, tem que ser toda limpa, suas valas fechadas e os seus
canteiros adornados com flores perfumadas. Este mês vou pagar quase 800 reais
de IPTU e gostaria de ver esse dinheiro sendo aplicado na melhoria da cidade
como um todo. O lixo recolhido tem que ser selecionado. Os moradores precisam
ser ensinados a viver num lugar limpo e decente. Se outras cidades bem mais
novas conseguem ser como um bonito jardim, por que nós não?
*Foi Professor em Porto Velho.
Um comentário:
É exatamente isso que o Léo já falou , a população tem que se conscientizar e não jogar lixo nas ruas, vai ser difícil, mas o nosso recente eleito prefeito tá com sangue no zóio, é lógico que ele vai transformar essa cidade, força de vontade ele tem de sobra.
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