domingo, 16 de fevereiro de 2020

Ilusões: Flamengo e Brasil


Ilusões: Flamengo e Brasil

Professor Nazareno*

            Jogando contra o “poderoso” Athlético de Curitiba, o Flamengo do Rio de Janeiro ganhou a Supercopa do Brasil. Sem dó nem piedade, meteu 3 X 0 no seu adversário e conquistou mais um título para o clube. Eufóricos e enganados, os torcedores do time carioca nem perceberam que mais essa conquista não passa de uma enganação, de um embuste, de uma mentira: seu time do coração é apenas mais uma enrolação que não representa o verdadeiro futebol. Por isso, em dezembro passado foi dominado e perdeu o último mundial de clubes para o Liverpool da Inglaterra, um verdadeiro time de futebol. Ganhar do inexpressivo “Furacão” deu a falsa impressão de que o Flamengo é imbatível. Assim como os brasileiros, que depois de terem colocado Bolsonaro na Presidência da República, creem que o país virou uma potência mundial.
            Nem o Brasil muito menos o Flamengo têm qualquer importância na atual conjuntura internacional. Há muito tempo que o nosso país deixou de ser uma potência no futebol. Depois dos 7 X 1 na Copa de 2014, a credibilidade do nosso futebol caiu por terra. Desde 2002 que não ganhamos uma Copa do Mundo e não temos resultados satisfatórios neste esporte. Além do mais, a corrupção, a roubalheira e o superfaturamento do PT e do governo Lula nas construções dos estádios colocaram o Brasil no lugar de sempre: sem a menor credibilidade no cenário mundial. Pior: no campo da política, a eleição de um governo de viés fascista em 2018 tirou do nosso país qualquer possiblidade de ser levado a sério pelas principais potências econômicas da atualidade. Como se não bastasse, as queimadas na Amazônia nos colocam como vilões.
            Até que prove o contrário, o Flamengo é uma vergonha nacional, assim como o atual governo do país. Os dois juntos só trazem humilhação para os brasileiros. O time de futebol carioca, endeusado por grande parte de nossos desinformados e tolos cidadãos, sequer pagou a indenização aos familiares de seus dez jogadores mortos no vergonhoso incêndio no Ninho do Urubu. E isso depois de anunciar aos quatro cantos do mundo que faturou quase um bilhão de reais com a conquista de alguns de seus últimos títulos. Torcer por um time de futebol com essa postura absurda deveria ser uma desonra inominável para qualquer cidadão de postura correta. Já no governo Bolsonaro, os vexames se sucedem no dia a dia. O Brasil, que nunca teve nenhuma admiração no exterior, tem servido de chacota em todos os fóruns e cúpulas de que tem participado.
            Quando viajo ao exterior, evito falar em Português em público e me viro com o meu “Inglês” ou o meu “Espanhol” macarrônico para não ter que passar tanto vexame. Como explicar aos meus interlocutores que moro num país que já teve o melhor futebol do mundo e hoje tem apenas esse tal de Flamengo para me representar? Como explicar a um estrangeiro com boa leitura de mundo e conhecimentos que em pleno século XXI pelo menos 57 milhões de meus conterrâneos escolheram “isso que aí está” para governar o meu país? Eles não iriam entender de maneira alguma como optamos em voltar para a Idade Média. Como lhes dizer que num mundo assustado com o Coronavírus, os brasileiros vão sair às ruas em multidões para brincar o Carnaval? Quem vai entender que estamos “comemorando” as 42 mil mortes em 2019 como uma vitória? Prefiro ser uma doméstica a ter que torcer por um time e viajar para o exterior.



*Foi Professor em Porto Velho.

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