terça-feira, 27 de agosto de 2019

“Jornalistas” incendiários


Jornalistas” incendiários 

Professor Nazareno*


O Estado Policial voltou. Agora com camionetas, helicópteros, aviões. Ameaça pequenos produtores, aplica pesadas multas. As pequenas comunidades rurais estão em pânico. O desespero toma conta. Com superpoderes, lhes dado por uma legislação imposta pela esquerdalha, que dominou o país durante década e meia e com apoio incondicional de entidades internacionais, como as milhares de ONGs que dominam nossa Amazônia, o Ibama é um Estado a parte, dentro do Estado”. Essas mal traçadas linhas, por incrível que pareça, foram escritas em 2019 por um “jornalista” que reside na Amazônia brasileira, hoje totalmente tomada pela volumosa fumaça das queimadas que levaram o mundo civilizado a protestar e a nos ameaçar via G7 com pesadas sanções comerciais. Romper tratados e boicote a nossos produtos também estão na mira.
 Moro há quarenta anos nesta região e todos os anos a rotina incendiária é a mesma: a fumaça cobre os céus e os transtornos se repetem. Mas o mundo está mudando. Chega! Foi a gota d’água agora. Os europeus, por exemplo, que destruíram todas as suas florestas, hoje são os maiores defensores do meio ambiente. Compram muitos dos nossos produtos agropecuários e parte do seu dinheiro financia projetos ambientalistas na Amazônia. Por isso, não vão permitir a destruição que se faz com a maior floresta tropical do mundo. Defender a extinção da política ambiental em favor dos que destroem a natureza é um equívoco sem precedentes. E muitos “jornalistas” lamentavelmente fazem isso sem perceber que preservar o meio ambiente hoje em dia necessita de uma legislação até mais rigorosa. Seja ela proposta por quem quer que seja.
Defender um bem que é de todos não precisa cor partidária nem posição política. A legislação ambiental tem que ser mais rígida, pois o indivíduo só aprende quando é atacado na sua parte mais sensível: o bolso. Se o sujeito tocasse fogo e segurasse a fumaça... Incentivar o crime ambiental e o enfraquecimento da legislação, como também faz o presidente incendiário, o “Capitão Motosserra”, só piora as coisas. Crime é defender a fumaceira na Amazônia. O Brasil não está preparado para um boicote internacional de seus produtos. Além do mais, uma árvore em pé vale muitas vezes mais do que uma árvore derrubada e queimada. E os europeus pagam para não derrubar. Só que o “esperto” presidente abriu mão do dinheiro da Alemanha e da Noruega. Podia ter atraído mais países para ajudar na preservação da região amazônica. E todos ganhariam.
Se o Brasil quer tanto mostrar ao mundo quem manda na floresta amazônica, terá de assegurar a todos que ela não será derrubada nem queimada como fizeram com as florestas da Europa e do resto do planeta. De pé, a Amazônia promete ser o maior instrumento de barganha política e diplomática do Brasil no século XXI. Mas no chão, transformada em cinzas, seus troncos aprofundarão a cova onde estará enterrada a reputação do único país com nome de árvore”. Por isso, todos nós temos o dever de preservar a Amazônia. Ela é nossa e a nossa soberania sobre ela é algo indiscutível. Pulmão do mundo ou não, é imprescindível para a vida humana e está em nosso solo. Usar a mídia para atacar os países que já estão se reflorestando ou mesmo criticar as leis ambientais nos coloca num triste nível de atraso. Muitos desses países fizeram tudo isso na Idade Média. Época para onde alguns desses “jornalistas” deviam voltar a escrever.





*É Professor em Porto Velho.

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