sábado, 24 de agosto de 2019

Acuaram o “Mito”


Acuaram o “Mito

Professor Nazareno*

            Com apenas oito meses de mandato, o presidente Jair Bolsonaro parece que entendeu qual a verdadeira tarefa de um chefe de nação. Arrogante, brabo, petulante, incitador do ódio entre os governados, grosso com os opositores, mal educado, desrespeitoso, cheio de bravatas e com voz grossa, o líder da maioria dos brasileiros "afinou o canto" e se recolheu à sua insignificância. Precisou o mundo civilizado denunciar a possível extinção da Amazônia com as queimadas, sempre incentivadas pela política maluca do presidente, para ele ficar pianinho, pianinho. A poderosa União Europeia ameaçou boicotar todos os produtos brasileiros e de quebra barrar o acordo comercial com o MERCOSUL, única proeza até agora do presidente incendiário. Pressionado, ele baixou o tom e já se transformou num defensor do meio ambiente.
            Bolsonaro é responsável sim pelo aumento vertiginoso este ano das queimadas na Amazônia. Todas as decisões tomadas pelo seu governo na área do meio ambiente já denunciavam que o “Capitão Motosserra” partiria sem dó nem piedade para cima da maior floresta tropical do mundo. O fogo se alastrou e assombrou o mundo, que o acuou e lhe impôs limite. Nunca antes na História um presidente da república sujou tanto a imagem do Brasil no exterior como esse maluco. Estive recentemente na Europa e percebi que por lá o ódio ao Bolsonaro é comum em todos os países. Suas declarações estapafúrdias e o flagrante despeito à natureza irritaram sobremaneira tanto o cidadão comum quanto os líderes do velho continente. Diante das pressões, o “Mito” ou afina o tom de suas bravatas ou enfia a viola no saco para “bostejar” em outro lugar bem longe.
            A decisão da UE de boicotar os produtos brasileiros e a ameaça de romper tratados traria enormes prejuízos ao Brasil, principalmente ao agronegócio. E como praticamente só exportamos commodities, temos que aceitar calados as imposições dos nossos compradores. O “Mito” com suas declarações e falas desastradas está destruindo a nossa reputação e com isso todo o país perde. Se esses boicotes de fato acontecerem, ele será o único responsável e deve pagar pelas consequências. Terá que renunciar à Presidência imediatamente para não só o Brasil, mas a Europa respirar mais aliviada. Os protestos se espalharam pelo mundo em frente às representações diplomáticas do nosso país. Uma vergonha para todos nós. Graças ao senhor Jair Bolsonaro, a nossa imagem nunca esteve tão em baixa. Até as panelas voltaram quando o infeliz falou na televisão.
            O poder do capital, que elegeu este senhor para governar o Brasil, já deve ter se arrependido amargamente da grande bobagem que fez. Só que tirá-lo agora do poder significa convocar novas eleições. E com a vitória quase certa da oposição, os poderosos não querem pagar para ver. Por isso, vamos ter que aturá-lo até janeiro de 2021 pelo menos, quando ele será escorraçado para o general Hamilton Mourão assumir em seu lugar. Só que fazendo uma besteira atrás da outra é muito pouco provável que ele se mantenha governando o país por mais longos 14 meses. Bolsonaro é para o Brasil uma espécie de câncer em estado terminal. Não desceu ainda do palanque e continua envergonhando a todos nós. Com este choque de realidade, com esta crise ambiental, ele está acuado. Todo o poder agora para o IBAMA, ONGs e ICMBio. O seu desprezo pelo meio ambiente pode lhe custar muito caro. E seus apoiadores estão de “orelhas em pé”. 




*É Professor em Porto Velho.

Nenhum comentário: