segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Promessa nova: educação integral



Promessa nova: educação integral


 Professor Nazareno*

            Em um recente discurso, a candidata do PT, Partido dos Trabalhadores, à Presidência da República, Dilma Rousseff, anunciou solenemente que “Nenhum país do mundo virou um país rico sem escola em tempo integral.  Nós temos que dar escola em tempo integral para todas as crianças desse país”. Sábias e corajosas palavras estas da nossa Presidente se ela e o seu respectivo partido não estivessem no poder deste país há longos doze anos e com possibilidades de estender até os dezesseis. Imediatamente os partidos de oposição e parte da opinião pública questionaram o porquê de não já ter sido implantado em todo o país este sistema de educação que não chega a ser novidade nos países mais desenvolvidos e civilizados do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, já existe desde o século dezenove enquanto na Europa data de antes da Segunda Guerra.
            O Brasil infelizmente possui um dos piores sistemas de educação do mundo. Aqui, a escola pública principalmente não ensina nada a ninguém nem consegue incluir socialmente grande parte da população carente. Essa incompetência e descaso, como pouca gente poderia pensar, também são verificados na maioria das escolas particulares. É muito difícil se aprender algo em escola de turno único. E parte da nossa elite pensa que se protege do mau ensino matriculando seus filhos na rede privada. Engana-se, infelizmente. O brasileiro de modo geral procura mascarar as coisas. Criamos o EJA (Eu Jamais Aprenderei), e não Educação de Jovens e Adultos. O nosso velho e surrado supletivo nunca ensinou nada a ninguém. E na contramão da história, nem os nossos políticos e muito menos a população reivindica ou quer melhorias na Educação.
            A educação em tempo integral pode não ser a “panaceia milagreira” que vai resolver todos os problemas do Brasil, mas nunca é tarde tentar implantá-la por aqui. Se a partir de 2003, quando o PT assumiu o Governo Federal tivesse sido implantada somente nas primeiras séries do Ensino Fundamental, hoje todas as turmas e séries até o fim do Ensino Médio já estariam sendo trabalhadas com esta modalidade de ensino. Praticamente onde foi implantado, esse sistema de educação só trouxe bons resultados e colheitas satisfatórias. A escola de excelente qualidade tira jovens das ruas e das drogas, trabalha e fortalece habilidades das nossas crianças, cria e incentiva futuros atletas e artistas. Com alimentação de boa qualidade dentro das escolas, atendimento médico, psicológico e odontológico diminuiria a procura pelos lotados hospitais públicos.
            E isto não é sonho, pois não estou no Sudão e nem na Etiópia. O Brasil se gaba de ser uma das maiores potências econômicas do mundo. E como é ano de eleições (e de promessas) já prometem universidade estadual em Rondônia, implantação no Estado do modelo da escola João Bento da Costa de Porto Velho, educação em tempo integral no país, valorização dos professores e tantas outras lorotas e promessas vãs que jamais serão realizadas. O povo não cobra educação de qualidade aos seus representantes e eles também não são “bobos de fazer o que não lhes é pedido”. Todos os candidatos à Presidência da República sabem que resolveriam ou amenizariam os eternos problemas do Brasil se investissem em educação de qualidade. Quem quer ser Governador também sabe disso. Mas qual deles vai “remar contra a maré”? Ninguém é contra a educação neste país, mas por que nenhum governante até hoje quis fazê-la a salvadora dos povos?





*É Professor em Porto Velho.

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