Bolívia: “país hermano, pueblo amigo”
Professor Nazareno*
O Pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, acusou o Presidente da Bolívia, Evo Moralez, de ser cúmplice do tráfico de drogas realizado na fronteira entre os dois países. A Chancelaria do país vizinho através do porta-voz Felipe Cáceres, vice-ministro de Defesa Social, respondeu que se tratava de uma declaração política e não merecia resposta. Dilma Roussef, candidata petista e oponente de Serra, afirmou que as declarações do tucano só contribuem para criar conflitos armados e demonstrar a soberba do nosso país frente aos vizinhos. Para ela, “Serra mexe com a soberania do povo boliviano e demoniza a gestão de Moralez”. A Bolívia virou tema preferencial do duelo verbal entre os presidenciáveis no Brasil. Baixamos o nível.
Não se sabe quem tem razão nesta pendenga, mas mexer com os bolivianos não será lucrativo para nós rondonienses. A Bolívia nos ensinou muita coisa e ainda continua exercendo fortes influências no nosso povo. O uso de moto-táxi, que Porto Velho aprovou recentemente, é um exemplo. Somos agora uma cidade chique com este tipo de transporte que copiamos dos nossos “hermanos” e vizinhos. Imagine-se uma vitória tucana no Brasil e o possível fechamento da fronteira. Um desastre para o povo daqui. Que experiência internacional teríamos? Guayaramerin é a Europa de Rondônia. Os colhas e cambas, parecidos com o povo daqui, são os austríacos, escoceses, alemães, belgas ou suecos que não estamos acostumados a ver. Por isso adoramos os bolivianos.
Além disso, a Bolívia é muito mais politizada do que nós. O civismo deles é muito melhor do que o nosso. As Forças Armadas de lá é um colosso. Não podemos enfrentá-los num campo de batalha, perderíamos feio. E depois, não podemos nos meter em encrenca com os nossos "irmãos andinos" por que Rondônia ficaria isolada para sempre do resto do mundo. Onde compraríamos os muitos produtos chineses que eles 'gentilmente' nos vendem? Por que será que tantos chineses cruzam a fronteira entre os dois países? Simplesmente por que os bolivianos têm certeza de que amamos os produtos feitos lá no Oriente. Então, agora vêm os próprios chineses. Pedimos para que isto acontecesse. Reclamar agora é tarde. Vamos fazer compras internacionais, é bom.
A sujeira e a breguice existentes por aqui podem ter sido importadas do outro lado do Guaporé. Os bolivianos são bonzinhos, sim. Quando os ladrões brasileiros roubam um veículo, logo os nossos vizinhos dão um jeito de acertar tudo. Muitos viciados tupiniquins do Rio de Janeiro e de São Paulo, por exemplo, estranhariam a droga de outro lugar. Por ser mais longe, o produto ficaria mais caro. Serra não pode ganhar esta eleição. Lula já presenteou os irmãos bolivianos com duas refinarias prontinhas. O desenvolvimento do Brasil depende muito do gás extraído de solo boliviano. Só os petistas entendem as necessidades daquele povo sofrido. Vão até fazer uma ponte no rio Mamoré ligando as duas nações. “Vamos hablar castelhano!”
Por isso, os habitantes de Rondônia deveriam se mobilizar para impedir qualquer tipo de ameaça ao nosso “povo irmão”. Não viveríamos sem eles. Talvez José Serra não entenda tanto de Rondônia como se imagina. Com uma população seis vezes maior que a deste Estado e um PIB quase oito vezes superior, os bolivianos têm muito a nos ensinar ainda. A saltenha, tão apreciada em terras rondonienses, veio mesmo de que lugar? Como viveríamos sem a imundície e as “gororobas” típicas de lá? Precisamos reinventar o Tratado de Petrópolis e dar-lhes outras oportunidades para que sejam reconhecidos no mundo exterior. Se eles acreditam que nos deram o Acre de presente, porque não lhes damos em troca outro Estado da Federação? Se Rondônia servisse de oferta, nem colocaríamos um cavalo no negócio, já que somos bons parceiros e amigos.
*Leciona
4 comentários:
Deveria ter ficado quieto, Nazareno. Teríamos asneiras a menos na Internet.
Comentário extraído do site www.rondoniaovivo.com.br
Prof. Nazareno O senhor é um iluminado. Os bolivianos não tem nada de amigos de brasileiros, muito menos irmãos. Pelo menos irmãos amigos meus não são. Haja vista, o tratamento que é dado quando algum idiota brasileiro se dirige a Guayará para comprar alguma buginganga de fabricação chinesa. Temos que ter mais brio, vergonha na cara e não propalar-mos uma amizade com um país que só nos quer mal, vide exemplo das Refinarias da Petrobrás.
Comentário extraído do site www.rondoniaovivo.com.br
senhor daniel parece que o senhor não entendeu o texto ironico do professor. ele faz sempre textos cheios de ironia e o senhor caiu direitinho. Não vejo elogios a Bolivia no texto do professor. so o senhor viu. Povo imundo e brega. Povo que roubou a Petrobras e inventou o mototaxi. Falar sobre bolivia é baixar o nível. O texto do professor esculhambou com os bolivianos e e o senhor ainda acha que elogiou? Acho que lemos textos diferentes. Colhas e cambas são de baixo nível, etc etc. OBRIGADO
comentário extraído do site www.rondoniaovivo.com.br
Professor Nazareno, sempre leio os seus textos e gosto do nível e da sua visão à cerca de determinados assuntos. Porém, nesse texto, o que vi foi um tremendo e perigoso preconceito contra os nossos países vizinhos. Foi essa mesma visão que levou aos absurdos cometidos durante a Segunda Guerra Mundial. Essa xenofobia que o senhor expressou mostra, lamentavelmente, que os brasileiros precisam evoluir e muito. Isso não apenas para nós, mas para toda a América Latina. Nesse texto, o senhor citou alguns povos europeus como sinônimo de civilidade e de alto nível cultural, econômico e social. Pois bem, saiba que a Europa é o que é hoje porque se uniu e perceberam que sem a integração entre esses diferentes povos, não fariam frente as transformações que o mundo passou e está passando. Além, de não poderem concorrer com os Estados Unidos na liderança mundial, tanto econômica como cultural. Por isso criaram a União Européia, deixando de lado todos os preconceitos, superando os desafios e pensando unidos e grande. Isso é o que nós, sul americanos, precisamos vermos e tomarmos como exemplo, respeitando a diversidade e as características de cada povo. Com certeza quando isso ocorrer, seremos fortes e não mais vistos como quintal do mundo desenvolvido ou como vira-latas. Espero que essa sua visão, por sinal curta e preconceituosa, não esteja sendo repassada aos seus alunos em sala de aula. Apesar do desabafo e de discordar desse texto continuo achando que o senhor é uma exceção nesse deserto cultural em que se encontra a imprensa rondoniense.
comentário extraído do site www.rondoniaovivo.com.br
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