Viadutos também Abandonados (?)
Professor Nazareno*
O Prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho acaba de anunciar mais um mega-pacote de obras para melhorar o aspecto da cidade, como se isto fosse possível, e uma campanha de conscientização dos moradores, para trabalhar junto com a Prefeitura para o embelezamento da Capital. “Cidade mais limpa para você, mais limpa para todos – Trabalho integrado, melhoria por todo lado.” É o slogan pomposamente anunciado pelo chefe do Executivo Municipal. Estamos já no início do verão amazônico, período em que os prefeitos de Rondônia dizem poder trabalhar mais. Essa operação englobará toda a infra-estrutura da cidade com obras “pra todo lado”, anunciaram ainda os holofotes municipais. Sobre a conclusão dos viadutos da BR - 364, iniciados há mais de um ano, nenhuma linha, nenhum comentário. E isto já está se tornando preocupante.
Ultimamente o número de operários que estavam trabalhando nas obras, entrada da Avenida Jatuarana, Trevo do Roque, e na saída para a Bolívia no Trevo da Campos Sales está diminuindo a olhos vistos. Um frio no pé da barriga começa a ser sentido por todos nós, pagadores de impostos e vítimas destas construções. Até quando vamos nos submeter aos constantes e absurdos desvios? Sobrinho é talvez o Prefeito com o maior número de obras inacabadas do Brasil. A nossa capital está revirada. Os incômodos se espalham por todos os lados. Da Zona Norte, com a famigerada ligação do bairro Nacional à Avenida Farquar, até a Zona Sul passando pelo centro, contornando e seguindo pela agora inesquecível Vieira Caúla, o que se vê são as empresas contratadas pela Prefeitura simplesmente abandonando as obras, a exemplo da Uni – Engenharia.
Em matéria de viadutos inacabados o nosso Estado está se tornando expert, pois já temos os de Pimenta Bueno abandonados há quase seis anos sem que haja nenhuma promessa para a conclusão daquele “elefante branco”. Nem neste ano eleitoral. A irresponsabilidade das autoridades rondonienses é tanta que antes de concluir uma obra, outras já são anunciadas. A ponte sobre o rio Madeira, por exemplo, já vai iniciar sem que a BR – 319 tenha sequer indício de ser asfaltada até Manaus. Talvez só no final do próximo ano saia qualquer decisão sobre isto. Ligará literalmente o nada a coisa alguma. O único trabalho concluído e ainda assim “aos trancos e barrancos” foi a duplicação da BR - 364 entre o Candeias e a Unir. Uma obra atípica, já que fez o contorno da cidade por dentro da própria cidade mesmo. Coisa de rondoniense.
Como se pode observar, em matéria de urbanismo os rondonienses também são um fracasso. Ao duplicar uma rodovia federal, isolaram bairros inteiros, a exemplo do São João Batista e do Tucumanzal e quase não terminavam a obra que fora paralisada várias vezes por “falta de verba”. Teve até torcida organizada (moradores dos próprios bairros citados) para não ser concluída e terminou fora do prazo como de costume. Estas obras faraônicas não têm nenhuma necessidade uma vez que para se resolver os problemas do trânsito é preciso investir na qualidade dos transportes coletivos. Sobrinho e as outras autoridades deveriam saber disto, mas o povo ficou encantado como se nunca tivesse visto “pontes no meio da cidade”, matutos que somos. Um alerta: se estes viadutos não forem concluídos onde vamos abrigar os desempregados do “pós-usinas”? Como vamos dizer aos nossos compatriotas do sul do país que somos um lugar desenvolvido? Onde a “gentalha” vai tirar fotos para colocar nos orkuts da vida?
*Leciona na Escola João Bento
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