A
Revolução dos Índios
Professor
Nazareno*
Todo
mundo sabe como é a nossa História. Quando Cabral chegou ao Brasil no ano de
1.500, encontrou por aqui pelo menos uns seis milhões de índios já vivendo
tranquilamente em terras tupiniquins. Não se sabe até hoje se esta viagem foi
por acaso ou de forma já antes planejada. O fato é que eles tomaram posse de
tudo isso aqui em nome da Coroa Portuguesa e, aos poucos, os portugueses, dos
quais descendem a maioria dos brasileiros, foram logo tomando conta das
terras, das riquezas e exterminando todos os povos originários. Assim foi feito
também em Israel. Os portugueses encontraram índios, já os judeus encontraram
os palestinos. Israel reivindica direitos religiosos, históricos e culturais
para expulsar o povo palestino de suas terras. Já os portugueses não reivindicaram
nada. Apenas chegaram, invadiram, tomaram tudo e fincaram o pé até hoje.
Os
verdadeiros donos do Brasil são os índios que aqui já estavam muito antes da
chegada desses “descobridores”. Assim como os donos da Terra Santa são
os palestinos, que há mais de dois mil anos estavam morando por lá. Para
expulsar e matar os donos da terra recém “descoberta”, Portugal levou
bem mais tempo do que os israelenses. Os colonialistas lusitanos ainda
trouxeram levas de negros escravizados da África, enquanto os judeus recebiam
do mundo inteiro pessoas convertidas à fé judaica para ajudar na ocupação das
novas terras. Hoje Israel bombardeia hospitais, escolas, mesquitas e creches
para exterminar os palestinos. Já Portugal criou por aqui uma elite fascista e
retrógada, que na maioria dos casos se encarregou de aniquilar “um por um”
todos os indígenas. No Oriente Médio os invasores são chamados de sionistas. No
Brasil chama-se agronegócio.
Tecnologicamente,
os palestinos são bem mais evoluídos do que os índios do Brasil. Por isso,
resistem como podem à agressão sofrida. Mas no final todos eles, palestinos e
indígenas, serão exterminados pelos invasores. O mundo inteiro diz que “Israel
tem o direito de se defender”. Só que ao bombardear instalações civis de
pessoas inocentes, os sionistas não estão se defendendo. Estão é atacando. E
pior: quem matou e trucidou mais de 1400 civis inocentes de Israel não foram
mulheres grávidas, jovens, velhos, médicos, religiosos e crianças palestinas.
Foram os terroristas do Hamas. Até agora, para cada judeu morto pelos
terroristas, pelo menos 100 palestinos já perderam a vida. E como a matança
continua, esse número monstruoso e absurdo só tende a aumentar. Já os índios do
Brasil são hoje pouco mais de 1,5 milhão de indivíduos. E já aculturados.
Se
esses índios resolvessem e pudessem resistir, a primeira coisa que fariam era
expulsar todos os invasores do agronegócio de suas propriedades. A seguir,
fariam como Israel fez e tomariam todas as terras que perderam nesses mais de
cinco séculos de exploração e de roubos praticados pelo homem branco. Os nossos
índios deviam fazer uma revolução: não permitiriam reconstruir a BR-319, pois
ela será o fim do que ainda resta da Amazônia, a sua terra ancestral. Não
permitiriam derrubar a floresta nem tacar fogo nela como se faz todo ano.
Proibiam também envenenar os seus rios com o mercúrio. Todo e qualquer minério
retirado de suas terras deveria ser só com a sua autorização e a negociação
deveria lhe render bons lucros. Se Israel tem direitos totais sobre a Terra
Santa, os nossos índios deviam ter também esse mesmo direito sobre as terras do
Brasil. Os palestinos moram lá há dois, três mil anos. Já nossos índios sempre viveram por aqui.
*Foi Professor em Porto
Velho.
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