Querem
destruir Israel, por quê?
Professor
Nazareno*
“Do
rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas não dizem nada das margens que
o comprimem”. Esta frase de Bertolt Brecht pode explicar um pouco do que
está acontecendo mais uma vez no Oriente Médio quando, na surdina, o grupo
palestino Hamas invadiu o sul de Israel e perpetuou uma das maiores
barbaridades já vistas em tempos modernos. A carnificina desse grupo radical
contra cidadãos pacatos não tem comparação nem no Holocausto. Mas por que o
povo judeu tem sofrido tantos massacres, assassinatos, invasões, hecatombes,
exílios, torturas, guerras e perseguições? Desde a primeira diáspora dos judeus
com Nabucodonosor na antiga Babilônia passando pela segunda diáspora com os
romanos e também na quase extinção deles com Adolf Hitler no Holocausto que
esse povo é vítima de matanças. Por que o Hezbollah, Jihad e Hamas?
Logo
após o genocídio que os judeus sofreram na Alemanha nazista, foi criado o
Estado de Israel. Depois de mais de dois mil anos os judeus têm finalmente o
seu país e voltam a se estabelecer na “Terra prometida”. A nova nação
foi criada em 1948 e teve o aval das principais potências vencedoras da Segunda
Guerra Mundial. Mas e o povo palestino, que estava morando ali há mais de dois
milênios? Sem suas terras, sem suas casas, sem seus patrimônios, eles não
aceitaram, na época, a criação de um Estado só para eles. E as confusões na
região já começaram no dia seguinte com a primeira guerra dos países árabes
contra os judeus. Outras três guerras eclodiriam mais tarde: a Guerra de Suez
em 1956, a dos Seis Dias em 1967 e a do Yom Kippur em 1973. Todas vencidas por
Israel com a ajuda do Ocidente. Desde 1948 a paz nunca mais voltou para aquela
região.
Os
palestinos foram confinados em duas áreas descontínuas: a Cisjordânia, ocupada
por Israel até hoje e a Faixa de Gaza, onde vivem quase 2,5 milhões de
palestinos sob condições desumanas e onde a miséria, a pobreza, o medo e o abandono
fazem parte do cotidiano. A Faixa de Gaza é uma prisão a céu aberto sem nenhuma
qualidade de vida. Já Israel é uma potência econômica e sua qualidade de vida é
comparável à de muitos países europeus. Tem democracia plena, tem boas
universidades e uma máquina de guerra de fazer inveja a qualquer país desenvolvido.
Mas não soube tratar adequadamente os palestinos e por isso paga um preço alto
por essa péssima convivência. Os EUA jogaram duas bombas atômicas no Japão e massacraram
a Alemanha, porém os planos Marshall e Colombo reconstruíram seus antigos
inimigos. O mal deve ser sempre freado com o bem.
Os
israelenses são um povo bom, alegre, amigo, parceiro. Afirmo isso, pois estive
lá em 2022. Os palestinos deveriam ser
melhor tratados. Assim como também os vizinhos árabes de Israel. As relações
entre países no Oriente Médio são muito estranhas. O Irã só sossegará “quando
afogar o último judeu no Mediterrâneo” e Saddam Hussein jurou por Deus
(Alá) que incendiaria metade do Estado Judeu. A convivência pacífica entre
povos é possível, sim! Os muçulmanos são um povo também ordeiro e bom. Judeus,
cristãos e muçulmanos devem viver em harmonia sem carnificinas, genocídios nem
perseguições. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, é o maior
culpado por esta guerra. Com arrogância, prepotência e empáfia ele lidera um
governo de extrema-direita, antiárabe e que promove anexações e desapropriações
contra os palestinos. E isso levou a esta reação violenta. Moisés, Jesus Cristo e
Maomé devem estar muito tristes com mais esta matança.
*Foi Professor em Porto
Velho.
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