A
fumaça voltou, apesar do PT
Professor
Nazareno*
A
vitória de Lula e do PT nas últimas eleições presidenciais deu uma tênue
esperança aos defensores do meio ambiente de que a questão ambiental na
Amazônia seria resolvida de uma vez por todas. As ações do atual governo com
relação aos yanomamis aumentou ainda mais esse otimismo. Mas tudo não passou de “fogo de palha”. E há mais de 70 anos é assim. Em todo verão a
ladainha é a mesma: cortinas de fumaça fecham aeroportos, entopem os hospitais
com crianças e velhos e o caos se instala. A Amazônia arde de forma inclemente
trazendo ainda mais preocupações para o planeta inteiro com relação às
devastações na maior floresta equatorial do mundo. Em todos os governos, sejam
eles democráticos ou ditaduras, de direita, de esquerda ou até da
extrema-direita, no verão amazônico o fogo e a fumaça se repetem e trazem
problemas na região.
Isso sem que haja
qualquer combate efetivo aos incendiários. Jair Bolsonaro foi acusado de não
ter muitas preocupações com o meio ambiente. O que foi uma verdade absoluta.
Falou-se até que no ano de 2019, início do seu desastrado governo, os incêndios
na Amazônia alarmaram o mundo. Outra verdade. Mas com o governo petista tudo
iria ser resolvido. Mas não foi! Porto Velho, por exemplo, amanheceu esta
semana coberta de fumaça e de fuligem num ambiente em que as temperaturas
dispararam. Em alguns pontos da cidade os termômetros chegaram perto dos 40
graus à sombra com sensação térmica de quase 45 graus. Os atuais incêndios no
Havaí e no Canadá e o forte calor na Europa parecem fichinha diante de tanta
quentura na “capital dos destemidos pioneiros”. Isso sem falar que não
chove por aqui há quase três meses. Sujeira, lixo, carniça e muito calor.
Vivendo
tranquilamente com os seus luxuosos aparelhos de ar condicionado e em casas
devidamente climatizadas, a classe política local está pouco se lixando para o
meio ambiente e para o sofrimento do povo que vota neles em todas as eleições.
Para completar a desgraça, o rio Madeira está repleto de balsas de garimpeiros,
que jogam mercúrio no já contaminado curso de água. Durante um recente voo de
reconhecimento, o IBAMA teria contado mais de 400 balsas no velho Madeira. O
superintendente regional do órgão em Rondônia disse em entrevista que os
garimpeiros desrespeitam o poder público e que medidas serão tomadas em
breve. Já com relação aos incendiários da
floresta, até agora nenhum pio. Só que toda essa fumaça denuncia o marasmo do
Estado para salvar o que ainda nos resta de florestas e de cobertura vegetal.
O PT não resolve o
problema da fumaça porque nunca teve competência para fazê-lo. Em todos os três
governos petistas os incêndios nessa região sempre foram uma constante. É que
esse partido parece ser apenas mais um lacaio nas mãos do establishment e da
elite reacionária do país. Assim como foi Bolsonaro e todos os outros
ex-presidentes. Logo, logo, poderemos ver alguns petistas já comendo nas mãos
do agronegócio. Certamente o atual governo esquerdista vai ceder às pressões e
vai liberar o asfalto da BR-319 decretando dessa forma o fim imediato de toda a
rica floresta amazônica. E provavelmente será no governo do PT que vão explorar
petróleo na sensível região da foz do rio Amazonas. Porém, a fumaça anual na
Amazônia já tem um fim previsto: quando não existir mais nenhuma árvore, não
haverá mais fogo nem fumaça. Vamos nos livrar da fuligem e vamos ganhar um
deserto com uns 60 graus. Com IBAMA, Bozo, PT e tudo.
*Foi Professor em Porto
Velho.
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