terça-feira, 24 de março de 2020

O mundo está de joelhos


O mundo está de joelhos

Professor Nazareno*
                                                                                    
Por causa da crise do Coronavírus, o mundo inteiro está de joelhos. E não é para rezar ou pedir algo. Os prejuízos já são incalculáveis. As nações mais ricas do mundo estão vivendo o horror com números cada vez maiores de infectados, doentes e mortos. O número de óbitos pela atual pandemia do Covid-19 pode até superar algumas guerras. Sem saídas, governos pedem ajuda ao mundo. A Rússia enviou para a Itália aviões com médicos e equipamentos. Cuba também mandou um grande número de profissionais de saúde como enfermeiros e clínicos. A Espanha está em desespero. Nos Estados Unidos se anuncia o Armagedon com cada vez mais infectados. O território americano pode se tornar brevemente o novo epicentro da catástrofe. Bolsas caem no mundo inteiro. No Brasil, o horror apenas se anuncia. E dias tenebrosos já são esperados em nosso país.
As Olimpíadas de Tóquio foram adiadas por pelo menos um ano. O caos está presente no mundo inteiro. Cidades estão vazias. A quarentena de cidadãos e o toque de recolher são medidas cada vez mais incentivadas. Mas apesar desse cenário sinistro e aterrador, muitas pessoas não mudaram suas rotinas. O cara que “está presidente” do Brasil, por exemplo, continua falando suas tolices e bravatas. Ele e muitos dos seus fiéis seguidores continuam fazendo declarações absurdas como de costume. Os petistas e outros oposicionistas continuam com suas imbecilidades e sendo aplaudidos pelos seus seguidores. Muitos candidatos para as próximas eleições estão se aproveitando do momento e já fazendo as suas campanhas sem nenhum problema. Todos indiferentes ao avanço aterrador do vírus mortal. Os golpes continuam na internet. Os ladrões nem aí...
Fazer campanhas eleitorais numa crise dessas é o suprassumo da sacanagem e da falta de bom senso. Políticos malditos que não respeitam sua gente, seus eleitores. Muitos só pensam em si mesmos. As fakenews são outra desgraça. Elas mostram situações que não existem só pelo prazer de se espalhar desnecessariamente o pânico numa população já assustada pelo caos que estamos vivendo. A falta de bom senso parece divertir os canalhas. Muitas religiões também se aproveitam do pânico alheio. Aliás, essa sempre foi a sua característica maior: dominar os incautos pelo medo e pelo terror. Alguns líderes religiosos se aproveitam da caótica situação, claro, para auferir sempre mais lucros e poder para as suas Igrejas. Nessas horas caóticas, todos deviam se unir para enfrentar o inimigo comum. O vírus não tem ideologia nem nenhuma crença.
Religião, política e ideologia à parte, esse vírus pode ser apenas uma “singela” resposta da natureza às agressões que sempre sofreu por parte do “bicho homem”. Por que se desmata tanto e se toca fogo na Amazônia todos os anos? Por que a Banda do Vai Quem Quer produz tanto lixo nas ruas de Porto Velho quando desfila? Por que os oceanos e mares estão tão poluídos? Por que o uso de tantos agrotóxicos e pesticidas nas lavouras? Esse vírus deve ser uma resposta a tudo isso. Não é à toa que hoje a poluição na China e em algumas regiões da Europa diminuíram aos níveis de 20 ou 30 anos atrás. As ruas de várias metrópoles do mundo quase não têm mais monóxido de carbono ou de dióxido de enxofre dentre outros gases letais. O Covid-19 ironicamente está fazendo a natureza respirar mais um pouco. A busca incessante pelo lucro e a ganância acima de tudo têm que ser repensados diante dessa atual hecatombe. Senão, o vírus pode piorar.



*Foi Professor em Porto Velho.

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