terça-feira, 17 de junho de 2014

Vergonha no país do futebol




Vergonha no país do futebol
Professor Nazareno*

            O vergonhoso empate da seleção brasileira de futebol diante da fraca equipe do México pelo insosso placar de 0 X 0, pela primeira fase da Copa do Mundo de 2014, pode mostrar uma nova realidade que poucos brasileiros, ainda otimistas a essa altura do campeonato, insistem em não acreditar: o futebol pentacampeão do mundo está em franca decadência e caminha inexoravelmente para o buraco, ou seja, o fundo do poço. Correndo risco de não conseguir a classificação para a fase seguinte da competição, fato verificado pela última vez na distante Copa de 1966 na Inglaterra, o outrora imbatível time de futebol do Brasil passa agora a depender vergonhosamente de uma combinação de resultados. O fracasso e a decepção no futebol, no entanto, são dois fatos que combinam, há tempos, com a precária situação política, social e econômica da nação.
            Ao observar o ranking da FIFA, se o México, que ocupa uma posição pouco invejável, consegue meter medo e fazer resultados satisfatórios na badalada seleção canarinho, é de se imaginar o “pavoroso estrago” que equipes de ponta como Alemanha e Holanda poderão fazer se jogarem contra os fracos brasileiros. Com um time bem armado, disciplinado e compacto, os germânicos já impuseram no seu jogo de estreia uma vergonhosa derrota a Portugal de Cristiano Ronaldo, considerado o melhor jogador de futebol da atualidade, pelo folgado placar de 4 X 0. O hábil e perigoso atacante Thomas Müller fez três belos gols e já desponta como o artilheiro maior da competição. Os holandeses, liderados por Robben e Van Persie, não ficaram por baixo: aplicaram uma humilhante goleada de 5 X 1 na poderosa Espanha, última campeã do mundo.
            O jogo contra o México foi um fiasco brasileiro do começo ao fim. E só não perdemos por que os atacantes mexicanos Guardado, aos 44 minutos do segundo tempo, e Jimenez aos 45, desperdiçaram o que seriam gols certos. Para sorte do goleiro Júlio César e também da seleção brasileira a bola, num dos lances, passou raspando o travessão nacional. A nossa pusilânime seleção de futebol foi salva por um empate com sabor de vitória. Desta vez, a sorte beneficiou os comandados do fraco técnico Felipão. Parece que não temos mais bons jogadores. O Hulk é literalmente “um bundão” e como não joga absolutamente nada, foi poupado desse triste jogo. São raros os paraibanos que sabem jogar futebol. Fred devia jogar no Genus de Porto Velho de tão ruim que é. Ninguém se destaca nesse tosco elenco. Percebe-se que esse time é um fracasso só.
            O hábil técnico dos mexicanos, Miguel Herrera, durante todo o jogo deu um xeque-mate na seleção pentacampeã do mundo: ocupou muito bem os espaços do campo e com isso neutralizou a criação de qualquer jogada dos fracos atletas anfitriões. Além do mais, o Brasil não tinha meio de campo criativo e o ataque não funcionou praticamente em nenhuma jogada. Os lances de maior perigo vinham quase sempre dos jogadores da nossa defesa. E como o juiz não deu aquela imoral ajuda, igual ao jogo anterior, não conseguimos mexer no placar. E antes de afirmar que o goleiro mexicano foi o melhor em campo é preciso primeiro analisar a falta de pontaria dos nossos péssimos atacantes. Pelo visto, o país da falta de educação, da saúde pública decadente, da corrupção, da injustiça, da violência, da desigualdade social e da falta de estrutura agora é sério candidato a ser o país onde o futebol também é de péssima qualidade.



*É Professor em Porto Velho.

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