segunda-feira, 22 de julho de 2013

Edward Snowden devia vir para Rondônia



Edward Snowden devia vir para Rondônia


Professor Nazareno* 
        
         O ex-consultor norte-americano Edward Snowden pediu asilo temporário à Rússia depois de passar quase um mês na área de trânsito de um aeroporto da capital, Moscou. Procurado pelo governo dos Estados Unidos por ter violado segredos de Estado envolvendo casos vergonhosos de espionagem norte-americana a vários países, inclusive o Brasil, Snowden teve o seu passaporte cassado pelo Governo de seu país e se voltar à América pode ser condenado à pena de morte por traição à pátria. Mesmo assim, já recebeu propostas de asilo político da Venezuela, da Nicarágua e da Bolívia, cujo presidente, Evo Morales, teve recentemente seu avião impedido de sobrevoar o espaço aéreo de vários países europeus sob a suspeita de estar com o norte-americano a bordo e causando com isso um frenesi diplomático entre o MERCOSUL, bloco do qual os bolivianos fazem parte, e várias nações europeias.
No entanto, Edward Snowden deveria receber asilo diplomático do Governo da Cooperação e voar direito de Moscou para o aeroporto internacional Governador Jorge Teixeira de Oliveira e fincar definitivamente suas raízes nas terras de Rondon. A língua não seria obstáculo para ele, nem para nós, afinal já convivemos com Mangabeira Unger há tanto tempo que nem notaríamos o seu sotaque. Hábil em desvendar segredos, ele seria muito útil por aqui. O mundo inteiro ficaria sabendo, por exemplo, por que as tantas operações policiais em terras karipunas quase sempre dão em nada. É como “enxugar gelo” ao sol. Os presos de cada uma dessas operações, que jamais ficam mais do que poucos dias em cana, saem tranquilamente da cadeia, não devolvem um único centavo ao Erário Público e em alguns casos reassumem postos nos governos e ainda têm amplo espaço na mídia local para dar aulas de ética e se defenderem “de graça”.
Snowden diria ao mundo que em Rondônia, também conhecida por Roubônia, ninguém nunca governou de fato. Entra governo e sai governo e a única preocupação das autoridades parece ser apenas dilapidar os já esgotados cofres públicos sem nenhum acanhamento e mesmo tendo Justiça, tribunais, juízes, desembargadores, OAB, Ministérios Públicos, polícias e toda a parafernália de uma sociedade dita organizada, a roubalheira e a corrupção não param e já fazem parte da rotina do lugar, pois pouco tempo depois todos os corruptos estão soltos, ricos e o pior: rindo da cara do povo, que nada reclama e aceita tudo tranquilamente. Incrédulo, o mundo talvez perguntasse: por que é tão fácil roubar em Rondônia? Ele finalmente poderia descobrir o segredo do Prefeito da capital, que insiste em não trabalhar, mesmo já tendo parado de chover faz uns dois meses. Como ganhar 21 mil reais de salário mensal e não fazer absolutamente nada em prol dos sofridos habitantes do lugar?  Nem faz, nem dá explicação nenhuma.
Talvez o espião americano tivesse mais trabalho se bisbilhotasse a papelada da Assembleia Legislativa do Estado e da Câmara de Vereadores da capital. Provavelmente o mundo não gostaria de saber o que se passa dentro destas duas casas legislativas de Roubônia, já que poucas e raras pessoas aguentariam ver tanta sacanagem e sujeira. Sem surpresas, todos veríamos que a nossa sociedade vive bem melhor sem estas duas excrescências legislativas. Com Snowden saberíamos, finalmente, o porquê da briga entre os vários poderes “roubonianos”. Por que a cada operação, eles “guerreiam” entre si? Porém, quem perde com esta guerra absurda já se sabe: somos nós, os pagadores de impostos. Enfim, saberíamos por que parte da imprensa local, mesmo conhecendo o “trabalho” destes políticos insiste em noticiar diariamente fatos que enaltecem a imagem deles. Devíamos sair às ruas e pedir a vinda de Edward Snowden para cá. Além de ele ter um “bom e luxuoso apartamento” para morar de graça, aqui não teríamos mais tantos segredos. Pelo menos até o próximo ano, quando elegeremos novas e inocentes “ratazanas” para nos ajudar a comer do nosso queijo. E esperaremos outras operações.




*É Professor em Porto Velho.

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