sexta-feira, 13 de maio de 2011

Os EUA acertaram ou erraram?



Osama Bin Laden, a Amazônia e o Onze de Setembro


Professor Nazareno*


        Os Estados Unidos anunciam ao mundo que, enfim, mataram o inimigo público número um do país: o mega-terrorista Osama Bin Laden. Dez anos após os espetaculares atentados terroristas que dizimaram as torres gêmeas do World Trade Center e danificaram parte do Pentágono provocando a morte imediata de quase três mil pessoas em pleno solo norte-americano, o Governo dos EUA, capitaneado agora por um negro de origem muçulmana, tenta convencer a opinião pública mundial de que o fim desta caçada e a conseqüente vitória dos americanos foi um dos maiores feitos do atual Governo. Ledo engano. A forma de como foi obtido este propalado êxito, apenas dá a certeza de que os métodos ainda vigentes na Casa Branca estarrecem o mundo globalizado e não ensina nada a ninguém. O ex-terrorista foi assassinado da maneira mais cruel e desumana possível.
         As Forças Armadas dos Estados Unidos invadiram um país soberano para assassinar a sangue frio um homem já velho, cansado, desarmado e vivendo pacificamente no seio de sua família. Sem nenhum tipo de clemência, homens bem treinados e fortemente armados dispararam na cabeça do velho saudita decretando a sua morte imediata, conforme dizem os relatórios. Além do mais, a forma absurda de como conseguiram pistas e informações do velho terrorista é de espantar o mundo: foi por meio de torturas a inimigos, pessoas suspeitas e presos na base de Guantánamo e em cadeias comuns dentro do próprio país que eles chegaram ao paradeiro numa remota cidade do Paquistão. Trocando em miúdos: o desrespeito às leis internacionais e aos mais consagrados códigos de postura ética foi violado constantemente pela maior potência da atualidade para atingir os seus sórdidos objetivos.
         Os Estados Unidos fizeram por merecer o episódio de dez anos atrás. Sua política externa nunca poupou a vida de ninguém. Desde as duas grandes guerras mundiais, passando pela Guerra Fria, Guerra do Vietnã, Guerra da Coréia, Golpe de 1964 no Brasil, Guerra ao Terror, Guerra do Golfo e tantas outras guerras em que sempre estão ou estiveram envolvidos, os norte-americanos jamais demonstraram qualquer sentimento de culpa ou de solidariedade a qualquer povo ou nação. O onze de setembro foi apenas uma das colheitas malditas que eles próprios semearam. Uma guerra pelo menos por ano é a cota de que a poderosa indústria bélica daquele país precisa para continuar vendendo seus modernos armamentos. Por isso praticamente todo presidente eleito dos EUA, mesmo os que ganharam o Nobel da Paz, “inventa” a sua guerra. Exemplo disso é a atual intervenção militar internacional na Líbia.
         Mas se no atual mundo globalizado não deve haver mais espaço para uma política externa francamente agressiva como a dos Estados Unidos, também não se pode conviver nem tampouco aceitar o fundamentalismo islâmico e a sociedade pregada pelos radicais do Talibã. As massas pedindo democracia no Mundo Árabe são um exemplo claro de que as coisas podem estar mudando e para melhor. Um escândalo absurdo o Secretário Geral do ONU, Ban Kee-Moon, comemorar o feito assim como os norte-americanos saírem às ruas para enaltecer a morte do inimigo. Neste caso não houve Justiça, apenas vingança. Foi esta a lição. E não se podem plantar as bases para uma sociedade mais justa se as ações forem apenas baseadas na lei de Talião. Para evitar massacres como os temíveis carros-bomba que fatalmente já estão explodindo mundo afora e matando centenas de inocentes, o bom senso determinaria que o terrorista devesse ter sido capturado vivo, tivesse o amplo direito de defesa, fosse levado a julgamento, condenado e finalmente executado pelos Estados Unidos. Tudo dentro da lei.
         A tortura deve ser um instrumento amplamente condenado por todas as nações livres do mundo. No Brasil, por exemplo, é crime hediondo, embora tenha sido amplamente ensinada a nós pelos Estados Unidos durante a Ditadura Militar. Assim como toda e qualquer forma de preconceito, discriminação e intolerância para com o próximo deve ser também exterminada do convívio social nas nações modernas. Agindo assim, os Estados Unidos deram uma péssima lição ao mundo globalizado. E talvez tenham deixado claro que por tolos motivos podem intervir em qualquer lugar do planeta se assim julgar conveniente. As queimadas na Amazônia durante o verão podem servir de desculpa para os Tomahawk caírem por aqui. Esta região sempre foi alvo da cobiça internacional e pode ser o ovo da serpente, que se bem adubado, terminaria em tragédia para nós. Por isso, erraram os Estados Unidos e erraram também os radicais islâmicos. Foi a clássica história do sujo falando do mal lavado. O mundo globalizado não precisa de mais guerras e bombas, mas de uma convivência pacífica e harmônica. Difícil será ensinar esta lição aos nossos primos do Norte. Ou então para os extremistas islâmicos.





*É Professor em Porto Velho.

10 comentários:

Péricles disse...

1) Osama Bin Laden não era idoso. Ele tinha 53 anos; 2) Ele não estava vivendo em paz com a família. Ele estava escondido, ainda tinha muita influencia na Al-Qaeda e preparava novos atentados. Como ele era milionário ele financiava o terrorismo deles. Sem a grana dele a Al-Qaeda vai acabar ou diminuir muito a sua capacidade de terror, pode ter certeza; 3) Se ele fosse preso e julgado, durante o julgamento dele a Al-Qaeda iria promover uma série de atentados para chantagear os EUA; 4) Um crime como o 11/09 só merece uma pena: execução sumária. Sua catilinária é típica de subdesenvolvidos e eivada de anti-americanismo. Os EUA erram e muito, mas neste caso agiram certíssimo.

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Igor Trivério disse...

Caro Professor, realmente a PE dos EUA desde a virada do século XIX para XX, foi uma PE agressiva, sempre com intuito de defender seus interesses, mas realmente as relações internacionais são assim, nesse jogo do tabuleiro internacional, somente nações que estejam avançadas na sua própria economia e política interna podem galgar espaço mundial. No caso deles são quase a "polícia do mundo" e sempre vai ter pessoas que vão abençoar ou almadiçoar o PE deles. Mas o nosso mundo está mudando, com o advento da multipolaridade, muitas açoes do tempo da guerra fria já não serão mais aceitas pela comunidade internacional, além do fato que a globalização econômica está mais forte do que nunca, e muitas ações tem que ser pensadas inúmeras vezes antes de serem executadas.

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Samuel L. Silva disse...

concordo com vc perecles... bin laden bom é bin laden MORTO. os EUA deviam ter feito com ele o que o brasil fez com lampiao. cortar-lhe a cabeça pra demostrar que quem pregar terrorismo merece ser MORTO sumariamente. eu sou anti americano pois eles pensan que sao donos do mundo mas... e as pessoas que morrenram nas torres??? bin laden... JA FOI TARDE!!!!!!

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Francisco Chagas disse...

Que pena que vc pensa assim. Que tal lembrar das famílias que foram atingidas covardemente por esse pobre velhinho, pai de família exemplar.Foram milhares de mortos sem chance de salvação. Eles também estavam desarmados e trabalhando para a familia. Sua soberania também foi invadida, mortos sem clemencia. Quando vc diz: "os Estados Unidos fizeram por merecer", está dizendo bem feito que aquelas pessoas morreram. Não quero com isso dizer que os EUA estão certos por terem agido da forma que agiram, mas penso que se fosse aqui no Brasil? o que faríamos? Achar inocência em um terrorista, mesmo que ele defenda um ideal, me parece hipocresia.Ele também não tem o direito de sair por aí matando inocêntes em nome de sua crença ou condição política. São covardes! isentos de sabedoria. Se queremos mostrar indignação, voltemos os olhos para o nosso próprio pais,onde a corrupção, e a lei dos mais expertos condenam pessoas menos abonadas ao abondono, ao confisco de direitos, pois apesar de modernas, não são aplicáveis em sua escência.Pense nisso.

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Al Cruz disse...

Sábias palavras. Os EUA precisam praticar os armamentos que desenvolve. Nada melhor do que inventar um motivo para treinar os soldados e as armas por eles criadas. O terrorismo está mais próximo do que imaginamos. Não acredito nessa morte do Osama Bin Laden. Ou ele já estava morto ou então criaram um personagem para ser morto no lugar do Bin Laden e, assim, fortalecer o governo Obama. Daquele país pode-se esperar de tudo, até forjar "um pequeno passo para o homem e um grande salto para a humanidade".

Jorge Santos disse...

Pessoal, o PROFESSOR COMEDIANTE aí gosta de ser contra para chamar a atenção e, com isso, chover comentários, vocês ainda não perceberam isso?

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Jerson da Silva Lopes disse...

Caro professor o senhor tem razão. o Estados Unidos é um país opressor em todos os pontos. A principal industria deles é a de produção bélica, e por essa razão eles procuram sempre estarém em guerra para venderem suas armas. A respeito do Bim laden no qual eu chamo de burro, quis apenas matar alguns americanos e não atingir o ocidente.Pois se quisesse tinha jogado um avião em cima de uma usina atômica, o estrago seria sem prescendentes. Agora a bricadeira: Os americanos demoraram dez anoa para pegar o bim laden mais agora estão procurando primo dele o seu RABIN com certeza o seu RABIN vai ser fácil e rápidinho para pegar. ha,ha.ha.

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Dr. Marcelino M. Rego disse...

Que os yankes não são santos, todo mundo tá careca de saber. Mas o que seria do Brasil e do mundo, se quem estivesse mandando fosse Stalin e seus filhotes? Até papel para limpar a bunda seria racionado, logicamente para o povão. A nomeclatura comunista não esses são semi Deuses. Caro Nazareno, não sejamos hipocritas, desde Roma e Cartago a politica é a mesma. Então sempre existirá uma potencia dominante, e ela terá a maravilhosa indolé humana. A não ser que a proxima será de origem ET, ou criaram um ser humano novo em laboratório??

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Ronaldo Villar disse...

Todo mundo tá careca de saber, que O.B. Laden é só mais um dos trocentos e poucos mulsumanos pronto para explodir em algum lugar. Estados Unidos, como sempre maquinando para tentar engodar a mente mundial. Assim como os fatos que marcaram o fim de uma era, "a pedra lascada" "invenção da escrita" "queda de Roma" a derrubadas das duas torres marcou o fim do império "Norte Americano".

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Dream Lusec, Inácio disse...

Dream Lusec

Quando foi anunciado que Bin Laden foi morto. Logo retruquei. Ele foi morto ou foi assassinado? Me perguntaram qual a diferença e tentaram me justificar a morte do Bin. Bom.... lendo o seu artigo. mostra claramente a resposta de minha pergunta.

inacio acco

concordo em genero e grau,talves um dia eles nos devolvam20 anos de democracia q n0s roubaram;em nome da propia democracia.