domingo, 4 de abril de 2021

Bolsonaro será reeleito

Bolsonaro será reeleito

 

Professor Nazareno*

 

                        Muitas pessoas acreditam que ainda seja muito cedo para se falar em eleição presidencial no Brasil. Mas desde que assumiu o mandato, o atual presidente, que até agora não governou absolutamente nada, não fala em outra coisa que não seja a sua reeleição em 2022. O Centrão, grupo de deputados federais que dá sustentação ao “Mito” e que diante das monstruosidades faladas pelo chefe da nação, sequer pensou em pautar a abertura de um processo de impeachment. Além disso, o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, é aliado de primeira hora do presidente da República. Como o seu antecessor, Rodrigo Maia, que engavetou nada menos do que 61 pedidos de afastamento, Lira vai “empurrando com a barriga” e também se limitando a escrever algumas “notas de repúdio”, que serão ignoradas pelo nosso maior mandatário.

                        Como se não bastasse esse terrível e macabro “jogo de poder”, Jair Bolsonaro tem o apoio certo entre a maioria dos eleitores brasileiros. Cerca de 30 por cento jamais deixariam de apoiar o seu líder. Muitos desses são fascistas de carteirinha e por isso se sentem muito bem representados pelo atual arremedo de presidente. Grossos, mal-educados, ignorantes, desumanos e insensíveis, não votariam em ninguém que não fosse o Bolsonaro. Além do mais, existem no Brasil hoje pelo menos 31 por cento de cristãos evangélicos. Isso dá um total de 66,6 milhões de pessoas. Um número meio que diabólico. E como geralmente o público evangélico vota em quem o seu pastor mandar, não é muito difícil entender quem estas “obedientes ovelhas” vão eleger em 2022. Fazer “arminha” com as mãos dentro de igrejas e nos cultos virou rotina nas eleições de 2018.

                        Por isso, o governo Bozo não para de agradar a este ramo de apoiadores. O ministro Kassio Nunes Marques do STF, indicado para o cargo recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro, liberou celebrações religiosas presenciais em missas e cultos. No Brasil a pandemia da Covid-19 está com tendência de alta total com uma média móvel de mais de três mil mortos por dia. Hoje o país é o epicentro mundial da doença com mais de 330 mil óbitos e quase 13 milhões de infectados. Encher igrejas e templos com fiéis é um convite perfeito para se ter depois um genocídio ainda maior. Só que o vírus é ateu ou não tem religião alguma. Infecta a todos indistintamente que estiverem no seu caminho. Creiam ou não em algum Deus, tenham ou não alguma religião. Dizem as más línguas que o ministro Kassio só apressou o encontro desses fiéis com seu Deus.

            Mas como alguns dos evangélicos são desprovidos de massa cinzenta e de conhecimentos mínimos da ciência, vão acreditar cegamente que o seu Deus matará o vírus ou não permitirá que ele entre em sua casa de orações. Isso até ficarem de frente com a real situação pandêmica: começarem a tossir, ter calafrios, febre e falta de ar. E por compulsão, iniciarem a lotar os poucos hospitais públicos e UTI’s. Bolsonaro, agora sem o apoio incondicional das Forças Armadas nas suas ambições golpistas e antidemocráticas, também, por tabela, agrada aos policiais militares, grupo pouco afeito ao pensamento crítico e questionador. Só não pode esconder que não comprou pelo menos 115 mil doses de vacinas em 2020 e por isso é o responsável direito por muitas mortes de cidadãos inocentes. Mas os que ainda estão vivos não querem saber disso. O “Bozo” é um Deus. Um líder. Um estadista. Um político que não fez pedaladas fiscais.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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