sábado, 19 de novembro de 2016

Hildon Chaves: “início pífio”

Hildon Chaves: “início pífio”

Professor Nazareno*

Se for mesmo verdade que o futuro prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves do PSDB, já escolheu o seu “novo staff para administrar pelos próximos quatro anos a pior capital do Brasil em qualidade de vida, chega-se à triste conclusão de que esta fedida cidade é mesmo uma dádiva de Deus ao contrário e que não restam dúvidas de que Satanás é mesmo o seu protetor maior. O “Gabinete Naftalina” ou “Museu dos Espantalhos”, segundo várias publicações da mídia local, traz uma relação sinistra de nomes velhos e conhecidos da política e da administração local que, em tese, são também corresponsáveis pelo estado de penúria em que se encontra a capital. Porto Velho não se transformou de uma hora para outra na latrina que é: foram anos de descaso, péssimas administrações e incompetência que nos transformaram nesta favela.
Com mais de 510 mil habitantes, a maior e pior favela do Brasil agoniza há mais de 100 anos sob a batuta de péssimos administradores. Nunca se entenderá por que ainda tem status de capital, já que dentro do próprio Estado de Rondônia há cidades muito mais bonitas, cuidadas, centralizadas e limpas do que ela. Além disso, geograficamente é a mais distante cidade de Rondônia em relação aos grandes centros mais civilizados do país como Brasília, Goiânia e São Paulo. Com apenas dois por cento de saneamento básico e percentual ínfimo de água encanada além de muita sujeira e abandono, a capital dos “destemidos pioneiros” nunca deu a nenhum de seus habitantes a menor condição de moradia. Corre o risco de na posse do novo prefeito, ter pouca gente para a festa: são férias de fim de ano. E quem pode “monta no porco” e cai fora.
Mas pensando bem: quem o Dr. Hildon escolheria para lhe ajudar nesta missão quase impossível? Quem estaria disposto a servir de kamikaze nunca época de vacas tão magras? Não há nem nunca houve, nos limites deste Estado, ninguém com competência para tão árdua tarefa. Com mais de um século de existência, Porto Velho nunca teve um único prefeito nascido em suas terras. Fala-se até que o próprio Estado de Rondônia nunca foi governado por um filho seu. Então, o jeito é partir para as gambiarras mesmo ou então trazer alguém de fora. O Brasil está cheio de aventureiros e gente de toda espécie, mas duvido que um sujeito, por mais filantropo que seja e que more em Curitiba, no litoral do Nordeste ou na Serra Gaúcha tenha tanta coragem para enfrentar lama podre no inverno e fumaça e poeira sufocantes no verão. Vem, mas sem a família!
Mas não sejamos injustos: o futuro alcaide até que poderia, sim, contar com a competência da terra. Carlos Ghosn, executivo reconhecido no mundo inteiro pelo seu magnífico trabalho na Renault e na Nissan bem que poderia dar uma mãozinha na administração desta currutela. Nascido em Porto Velho, o executivo talvez nem mais saiba o nome do lugar onde dizem que ele nasceu. Maurício Bustani seria outra “prata da casa” que poderia ajudar seus conterrâneos a sair do eterno lodaçal. Mas como localizá-los? Alguém sabe a última vez em que eles pisaram aqui? Competentes, esses ilustres rondonienses criariam a “Secretaria de Bichos Mortos” e jamais teriam deixado, por exemplo, que o rio Madeira invadisse calmamente o pequeno e inútil acervo histórico na grande enchente. Força, Dr. Hildon! Não ouça os falastrões. Ponte escura, viadutos, Espaço Alternativo inacabado serão ecos do passado. Natal no escuro? Jamais.




*É Professor em Porto Velho.

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