quarta-feira, 6 de maio de 2015

Onde foi que nascemos?





Onde foi que nascemos?

Professor Nazareno*

Desde pequenos nos ensinam a gostar inexplicavelmente da terra onde nascemos. Dizem que devemos ser patriotas e amar o torrão natal sob qualquer pretexto. É o tosco sentimento telúrico, uma espécie de imbecilidade muito próxima do Nazismo e do Fascismo, sentimentos que dispensam quaisquer comentários e que levaram o mundo à guerra e à morte sistemática de mais de 60 milhões de pessoas. Eu, por exemplo, nasci na Paraíba, Nordeste do Brasil, e não tenho o menor amor por aquelas terras secas e áridas. E nunca tive nem tenho inveja de quem tem. Até entendo que existam pessoas que possam gostar daquele lugar, mas não me sinto à vontade quando vejo alguns idiotas mal informadas insinuando que eu devia voltar para lá. Sem nenhum orgulho, Deus me livre de tal castigo. Ninguém merece tal desventura. Buscar o quê?
Por que devemos gostar do lugar onde nos deram a luz? Ninguém explica, apenas afirma-se que devíamos gostar e pronto. E quem não seguir esta regra absurda e estúpida é criticado, censurado, pisoteado e massacrado pelo senso comum. Há quase quatro décadas, por exemplo, moro em Rondônia e Porto Velho. E ainda não aprendi a gostar daqui. Para isso acontecer, acho que se deve morar pelo menos uns mil anos num lugar e como não se vive tanto tempo... Dizer por aí que nasceu em Porto Velho e é rondoniense, vai passar vexame na certa. Já pensou o sujeito na rica e desenvolvida Europa ou mesmo na civilizada Serra Gaúcha dizer que é de Rondônia? É melhor esconder o triste fato. Que razões um indivíduo pode justificar para gostar de um lugar tão desprezível, sujo, longe, mal administrado e tão atrasado? Seria o calor infernal?
O povo”, talvez a desculpa esfarrapada para se ter amor a esta terra seja o povo. Talvez não exista em nenhum outro lugar do mundo um povo como o daqui. Que outros cidadãos teriam o perfil dos rondonienses para eleger, por exemplo, os políticos que elegemos? Que outro povo se acostumou a ter tantas desgraças sem reclamar de nada? O povo de Porto Velho se acostumou a ter migalhas e a viver de migalhas. Os viadutos estão pela metade e sem data para serem terminados. O Espaço Alternativo está também inacabado, a ponte está escura, a rodoviária nova nunca será construída, o aeroporto jamais será internacional, água tratada e saneamento básico nunca serão realidade, as ruas estão esburacadas e imundas, não temos hospital de pronto socorro e os nossos políticos, para combinar com o caos, são “meias” autoridades. Alguns deles, nem isso.
E ninguém reclama de nada. Elegemos essa gente e parecemos satisfeitos e acomodados. Aceitamos tudo sem dar um pio. “Mas aqui tem muito emprego e se ganha bastante dinheiro”, podem argumentar os mais otimistas e desinformados. Ora, com competência, honestidade e coragem, trabalha-se e se ganha dinheiro em qualquer lugar do mundo. A terra não dá nada a ninguém, só o trabalho, às vezes, dá. O máximo que ela pode fazer pelo sujeito é devorá-lo depois de morto e nada mais. Nascemos na cama, na rede, no chão, não importa. O conceito de nação, pátria, Estado dentre outras besteiras é pura tolice, é invenção para enganar otários. Eu não gosto de Rondônia porque não gosto da Paraíba nem do Brasil. Mas se morasse num lugar civilizado eu iria gostar de lá? Talvez sim, talvez não. Não somos exclusividade de lugar nenhum. Somos todos cidadãos do mundo. Mas tente dizer isso a um estúpido que adora o hino nacional.




*É Professor em Porto Velho.

12 comentários:

Estelita disse...

È professor realmente não dá para entender Porto Velho uma cidade tão pequena e ao mesmo tempo tão problemática, parece que o progresso nunca chega. Aqui tem pessoas tão desocupadas que ao invés de tentar resolver o problema da sociedade, ficam preocupados é em destruir a vida dos outros, um recado para esse povo: Desejar o melhor para os seus habitantes é contribuir com a sociedade.

Pedro Alves disse...

Desculpe, professor, mas eu nasci em Rondônia. e por onde já passei, inclusive na serra gaucha sempre disse onde nasci, de onde sou e sempre tive orgulho de assim ser: " rondoniense". Nunca tive problemas com isso. Ok?...

Flávio Souza disse...

O professor exagerou, mas respeito a opinião dele, aliás mais parece um desabafo por ver a nossa cidade a cada dia mais surrada pelos homens públicos, e também, por parte da população que não ajuda a preservar e também cobrar por mudanças, mas ao contrário, acabam elegendo políticos que não olham com carinho para a cidade. Anotem: no ano que vem voltará 60% dos vereadores. Agora, quem anda pelo Brasil e verifica obras de viaduto modernos e sem esse amontado de terra que fizeram em Porto Velho, com certeza, desanima. Em Manaus, Alagoas, Paraíba, Teresina, Florianópolis, etc dá gosto ver os viadutos simples cortado o céu das ruas, mas em Porto Velho é diferente, preferem um monte de terra, e pior, vejam aquele esqueleto perto da Pemaza, será que combinaram com o dono da empresa que o viaduto ia ou vai passar por cima da Pemaza ?. Pelo amor de deus, salvem Porto Velho.

Wanderlei Azogue disse...

Certamente vc não gosta é de vc mesmo, vive tentando fugir de si, mas onde vc vai vc se encontra e ai tudo está ruim. Compreendo um pouco sua falta de amor próprio pelo fato de ser professor, não pela profissão, mas sim por ser tão desvalorizada, e isso é em qualquer estado do país.

Carlos Caldeira disse...

é osso

Euclides Brasil disse...

Caro "professor" uma pessoa que não ama o lugar onde nasceu não tem identidade nem referencia, gostaria de saber onde é a escola que o Sr. leciona, pois não quero que meus filhos passem próximos da sua pessoa, é por causa de "professores" como você que temos es qualidade de ensino no país; se não tiver satisfeito com Rondonia volte para o buraco de onde saiu

Sandra Ferreira disse...

Professor não confunda maus politicos, administradores irreponsáveis e imcompetentes com o amor que sentimos pelo local que nascemos. Sou rondoniense de vó, pai e mãe parte esta parte do Brasil abençoada que sofre com o desenvolvimento irracional.

Paulão da Silva disse...

KKKKKK ILUSTRE PROFESSOR CABECA CHATA, VC BAIXOU O NIVEL, TSC, TSC, TSC....NAO SABE MANTER O NIVEL EM UMA DISCUSSAO E SE ACHA INJUSTICADO POR NAO TER NASCIDO UM LORDE NORDICO. KKKKKK....VOU DIZER PORQUE VC NAO SE ADAPTA A ESTE PARAISO CHAMADO PORTO VELHO: AQUI SO OS FORTES SOBREVIVEM E VC É UM FRACO CHORÃO. LAVA.

Ivan disse...

Amar a terra onde nasceu (por acaso) é frescura, mas gostar do lugar em que se vive e respeitar o seu povo é o mínimo que espera de alguém que escolhe uma cidade para morar. Já morei por vários anos em outras cidades (estou aqui há 43 anos) delas saí (sou um homem livre) sempre que deixaram de satisfazer os meus anseios. No dia que Porto Velho me incomodar, também irei embora daqui (sou um homem livre). Adorar qualquer hino, ou coisa, é realmente uma estupidez, tão grande quanto aquela que não restringe a adoração a Deus ou aquela que nega respeito aos símbolos nacionais, entre eles o hino do seu país. Não gostar de nada inclui a si mesmo e aí já é um caso que só a psiquiatria e remédios de tarja preta podem auxiliar. . Agora, estupidez mesmo é escolher uma cidade para viver, não gostar dela, nela só ver defeitos e não buscar outra da qual não haja o que reclamar como, por exemplo, a “desenvolvida Europa ou mesmo a civilizada Serra Gaúcha”.

Limaia disse...

SR prof. NAZARENO o Sr falou tudo q tem de verdade nesta zona; parabens.

Eduardo Dutra disse...

Comentarista Euclides Brasil: Eu te informo a Escola onde o Professor Nazareno leciona, há muuuuuitos anos: É a Escola Estadual João Bento da Costa. É a mesma que, há mais de dez anos, consegue os melhores índices de aprovação dos seus alunos concluintes nos vestibulares, tanto em Universidades Federais, quanto em Faculdades particulares, aqui e país afora. É claro que o Professor Nazareno não é o melhor professor da referida escola. Mas todos quantos o conhecem, sabem que o mesmo é fera em Redação, ponto fraco da maioria dos vestibulandos. Seu texto, Sr. Euclides, se fosse corrigido pelo Professor Nazareno, ficaria bem vermelho... pois o senhor não tem noção de pontuação, acentuação etc... Matricule-se no JBC, que aprenderá alguma coisa.

Mineirinho, uai! disse...

Bóóóiiinnnngggg... soa o gongo. E Paulão fortão ganhou de lavada esse round. Senta, fessor; bença. Toma uma cerveja geladinha ( ou um dydyo ), come um tira gosto ( peixe frito do madeira ), pede uns cafunés prá patroa... volte para outro round, mas recuperado. Peça desculpas ao Paulão e, à lá fessor Nazareno ( aquele, não este aqui, irreconhecível e desfigurado ! ), dá tapa na cara dele , manda os governantes se fuderem, Porto Velho e sua imundície chafurdarem no esgoto... mas sem esse rancor de TPM ! Paulão cagou em nós!! Volte, rápido. Eu e seus fãs aguardamos. Se cuida!