sábado, 9 de maio de 2015

Dia das Mães para quê?




Dia das Mães para quê?

Professor Nazareno*

Se não existisse o Dia das Mães, a imbecilidade humana não seria tão perfeita como é. Pior do que os porcos e as amebas, o homem cria estas tolices só para enganar otários e simplórios com o objetivo nada nobre de faturar cada vez mais grana à custa da estupidez alheia. É duro ver não só a cretinice de uma data tão estúpida e sem sentido como esta, mas também observar a adoração aos muitos outros dias criados sob medida para preencher o vazio de ideias da maioria dos incautos cidadãos que parecem viajar num mundo de fantasias e totalmente alheios à dura realidade em que vivem. A celebração de mais uma insensatez, criada com o único fim de turbinar as vendas no comércio demonstra a capacidade única do “bicho homem” em usar descaradamente o sentimento alheio disfarçado de penúria e lamentações apenas para benefício próprio.
Mãe não tem dia nem hora. Todo dia, toda hora, todo instante deviam ser dedicados a ela. O mundo inteiro, durante o ano inteiro, comemora esta excrescência absurda sem o menor acanhamento. Existe dia da mãe em janeiro, em fevereiro, março, abril e até em dezembro. Depende da ocasião e do humor do comércio e dos homens. Usa-se a mãe a bel prazer em qualquer parte do mundo e em quase todas as culturas só para se ganhar dinheiro. Mesmo nas sociedades mais civilizadas e mais organizadas do que a nossa não se dispensa a comemoração deste fatídico dia. A ganância sempre fica acima do amor e da coerência. Se fosse somente o dia das genitoras, tudo bem. Aqui há dia para tudo o que é gosto e em muitos deles, pasmem, é feriado. Dia da sogra, dos pais, dos namorados, do estudante, do evangélico, do trabalhador, do professor.
Um absurdo ter dia do professor num país que não valoriza este profissional. Nem o professor e muito menos a educação, já que estas palavras são desconhecidas para a maioria dos brasileiros. Para ter uma religião também se ganha um dia de descanso como se não bastassem os muitos feriados dedicados à religião católica como a Páscoa, o Natal e o Corpus Christi. E mesmo depois do genocídio sistemático em 500 anos, criou-se no Brasil o dia do índio. Ainda bem que já disseram que “todo dia é dia de índio”. Mas as bizarrices não param por aí. Temos o dia da saudade, da mulher, do sogro, do consumidor, das crianças, do irmão, do frete grátis, da pizza, do futebol, do amigo, da avó, do solteiro, do sexo e, claro, dia do orgasmo. Que presente deve-se dar, por exemplo, no dia do sexo? E no do orgasmo, deve-se ser presenteado com o quê?
Embora o senso comum afirme unanimemente que toda mãe é boa, conheço uma que teve três filhos e os abandonou à própria sorte. Um deles, numa lata de lixo e os outros dois, doou-os a pessoas estranhas e nunca mais os viu. Existem mães que são verdadeiras cobras, com todo o respeito às serpentes, claro. Mães deste tipo têm direito a este dia? Mãe de político, por exemplo, tem também direito de receber presentes? Um ventre que coloca no mundo tais criaturas merece homenagens em um dia especial? Talvez, sim, pois não há castigo maior do que passar nove meses com uma desgraça como um político brasileiro dentro de si. Fora de nós eles fazem o que fazem, imagine-se se estivessem dentro do nosso corpo. A EFMM é a mãe de Rondônia, é o que se diz. Mas por que os rondonienses a abandonaram no meio do matagal? Ela é tão sem importância assim? Já que nem toda mãe merece elogios, esse dia nem deveria existir.



*É Professor em Porto Velho.

7 comentários:

Floriano Vieira dos Santos disse...

Putz... Você dessa vez pegou pesado.

Mineirinho, uai! disse...

?!?!?!~Quem está tendo a ousadia de escrever algo tão ruim e assinar como professor Nazareno? Ele NUNCA, gozando de suas faculdades mentais, escreveria tão mal assim... ou isso é spríto di porco que baixou?!

Nely disse...

É verdade Lazarento, ops Nazareno tu não deve ter sido parido, deves ter sido cagado. É claro que todos os dias são dias das mães e de tantos outras homenagens. Até concordo que o objetivo maior é o consumo, mas não justifica você vomitar tão grande revolta. A não ser que tenha sido sua mãe a abandoná-lo na lata do lixo. Ela sabia que tinha gerado um ser tão vil como você. Vê se come um pouco mais de açúcar, que se não adoçar sua vida vai adoçar sua boca, ou te dar uma baita diabetes. Ah, e para de escrever sandices.

Tito disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!! |Professor, o senhor não deixou de falar a verdade. Porém, apontar os vícios de uma sociedade viciada de dentro dela é quase como "enxugar gelo". Ainda mais se usar de uma forma tão radiacal e dura. Por razões lógicas e óbias, não comemoro nenhuma dessas datas criadas pelo comércio. Imagine só: os políticos desse país roubam bilhões todos os anos e isso causa todo o desequilíbrio no sistema de serviços públicos. Isso resulta, por exemplo, nas ruas esburacadas e mal sinalizadas e na indústria milionária do tapa buracos, os hospitais são verdadeiros matadouros de pessoas, as escolas são verdadeiras fábricas de jovens delinquentes e sem perspectivas de futuro, etc. O resultado disso é o que vemos aí todos os dias: Caos e miséria social. Dessa forma, como pode um indivíduo em sã consciência comemorar alguma coisa nessa vida, se concidadãos seus estão morrendo no trânsito assassino, nas portas dos hospitais precários, e pelo jovem marginal que partiu para o crime pois não teve nem o direito a cursar um ensino fundamental de qualidade? Comemorações e festejos em meio ao caos e desgraças a toda volta, aqui e no mundo, se assemelham a um comportamento sádigo das pessoas. O mais estarrecedor é enxergar que o povo tem ânimo para vestejar a toda hora, lotando e formando multidões em todos os lugares, porém resistem em se reunir em massa e seguir aos centros de poder políticos pedir a retirada imediata de todos os corruptos que castiagam diariamente seus vizinhos, conhecidos, amigos e muitas das vezes os seus próprios familiares.
Por fim, senhor professor, eu costumo dizer que procuro me manter lúcido em meio a múltidão que dorme num estado de "hipnose", sob a qual situação alguns já assumiram que não querem ser acordados pois a realidade é "dura, feia e cruel", por isso, para muitos,o melhor é continuar "dormindo" que é para não terem que se preocupar e correr o risco de adoecerem, por virem a entender em toda a sua plenitude como é cruel o sistema em que vivemos. De forma resumidamente precária, pode-se dizer que o sistema em que vivemos é resultado da ignorância, que leva ao uso da "lei do menor esforço", que por sua vez sujeita o indivíduo a covardia e ao final surge um ser acomodado, que prefere festejar para não ter que se deparar com a realidade.
Diante disso eu prefiro seguir na minha fé em Deus e não praticar os festejos sem sentido, contudo não perco meu tempo tentando "combater" quem queira comemorar isso ou aquilo.

Paulo Henrique disse...

Muito bem colocada essa observação dele,mas não podemos fazer muita coisa,pois como ele mesmo salienta em seu texto isso já se tornou cultura brasileira.

Mina Silva disse...

Affs... Apesar de concordar com algumas poucas coisas escritas ai eu não posso dizer que gostei do que li. Mesmo que de fato existam pessoas que se aproveitem da situação, você não tem o direito de ser cruel, e sair distribuindo seus sarcasmos por ai não. E esse baba ovo que só sabe adular o cara porque ele é professor. Polpe-me

Letícia Luiza disse...

Concordo em partes; É certo que a mídia utiliza-se de artimanhas para convencer a grande maioria, que como foi citada, viaja em realidades fantasiosas a fim de esquecer seu sofrimento. Nada diferente de Fahrenheit-451, mas ao invés dos dispositivos nos ouvidos, os"besouros eletrônicos", estão os celulares, computadores e tvs. Entretanto, preciso salientar que uma mãe não é responsável, em sua grande parte, pelo resultado que se observa em seu filho já consciente e responsável por si mesmo,como o senhor citou os políticos -acho necessário acrescentar as exceções, pois toda generalização é burra. Sendo um indivíduo que decide e age por si só, sua família pouco tem a ver com sua conduta.