terça-feira, 25 de março de 2014

Deixem o Dr. Mauro em paz!



Deixem o Dr. Mauro em paz!

Professor Nazareno*

            O vereador Léo Moraes do PTB, na sua incansável faina diária, deixou a entender que pode votar o impeachment do Prefeito Mauro Nazif de Porto Velho devido, dentre tantas outras irregularidades, ao escândalo envolvendo as cestas básicas para os desabrigados da enchente histórica do rio Madeira e aos recentes casos de corrupção que se avolumam em órgãos da administração municipal. A iniciativa do nobre vereador é pertinente, pois se for feita uma pesquisa na cidade, verifica-se que o índice de rejeição do atual Prefeito está muito alto e que quase 90% da população local quer vê-lo pelas costas, mas não creio nesta empreitada, pois sigo os ensinamentos do ex-presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, de que “se há um idiota no poder, os que o elegeram estão muito bem representados”. Ou seja, nós próprios.
            E um dos problemas talvez resida neste fato: estamos querendo que as nossas autoridades se comportem e ajam como se fossem governantes do mundo desenvolvido e civilizado. Se estamos agindo como cidadãos de um mundo subsaariano e atrasado, não esperemos que os nossos mandatários façam diferente. Nazif é igual a qualquer um de nós: é brasileiro de nascimento e foi votado por brasileiros também. Lógico que só poderá agir como um autêntico político brasileiro. Podia ser diferente? Além do mais, Porto Velho não é Munique, Londres ou Paris. É uma cidade sem água tratada, sem saneamento básico e cuja maioria da população sujamos diariamente as ruas, as poucas praças e logradouros municipais. Nesta enchente histórica do Madeira, o que mais se observam são garrafas pet, imundícies, carniça e lixo boiando nas águas infectas.
            Léo Moraes devia parar com esta implicância boba e se juntar aos seus pares da Câmara Municipal com o objetivo “nobilíssimo” de conceder títulos de cidadão de Porto Velho para as “outras” autoridades. A atual administração pode até estar parada, mas acho que ele poderia ser muito mais útil se fosse à tribuna para defender e isentar, por exemplo, as usinas hidrelétricas de qualquer culpa por esta enchente histórica no rio Madeira. Aliás, como a maioria dos políticos locais e até nacionais estão fazendo. O maior problema de se exigir do Prefeito Mauro Nazif uma postura de trabalho e esmero é ver Porto Velho limpa, cheirosa e higiênica, coisas que não combinam com “uma cidade que engorda urubus”. Se a nossa capital sempre foi um lugar abandonado pelos seus administradores, por que só o Dr. Mauro teria que fazer tudo diferente agora?
            Mesmo assim, a saída do atual Prefeito pode ser um autêntico “tiro no pé” de nós portovelhenses, uma vez que assumiria em seu lugar o seu vice Dalton di Franco ou então Alan Queiroz, presidente do Legislativo municipal. Ou seja, não mudaria absolutamente nada para nós munícipes. Com o estado de calamidade pública já garantido na nossa cidade, quem cuidaria de nós tão bem como o Dr. Mauro? A inacabada ponte do Madeira e os viadutos na entrada da cidade, o DNIT se quiser que os termine. Quem precisa mesmo destes “elefantes brancos”? A Rua da Beira e a rodoviária nova é atribuição do Estado. E como não há buracos nem lama nas nossas ruas, o Prefeito deve continuar ou então entregar a sua administração ao PT. Incrível: a essa altura, todos já estamos sentindo saudades do “psicólogo do bigodinho”. Feliz, o Candeias conseguiu viver sem Prefeito. Será que sobreviveríamos sem o Mauro Nazif?




*É Professor em Porto Velho.

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