Marco
Feliciano: nosso Governador?
Professor Nazareno*
Por enquanto são apenas boatos na
área da política, mas se como diz o velho ditado popular “onde há fumaça, há
fogo”, as possibilidades de o pastor evangélico do PSC paulista e
presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Marco
Feliciano, disputar as eleições em 2014 para Governador do Estado de Rondônia podem
ser levadas mais a sério. Essa hipótese foi levantada na semana passada quando
o eminente pastor esteve em Ariquemes onde pregou para fiéis e se reuniu com
políticos de seu partido. Rondônia só pode ser um lugar abençoado por Deus: morando
há mais de três décadas em terras karipunas, quando “cheguei puxando uma
cachorrinha e hoje sou um homem rico”, nunca entendi por que este Estado
tem tanta sorte assim na área da política. Aqui, sai um governador bom e entra
outro melhor ainda. Deve ser por causa das muitas qualidades do povo
rondoniense, pois pessoas com ancestralidade, honestas, politizadas e
inteligentes só podem mesmo saber escolher corretamente seus líderes.
Se como eminência parda de Jesus e
representante supremo de Deus na terra esse “incontestável guia” nunca
nos decepcionou, certamente como Governador de Rondônia o seu sucesso seria
maior ainda. A vitória dele para nos governar será também a vitória de cada um
dos homens e mulheres aqui nascidos ou que escolheram “de coração” estas
terras para viver. Homem santo, probo, honesto, competente, inteligente,
democrata e guiado por Deus, o Todo Poderoso, Feliciano é uma combinação de
sagacidade, inteligência, jovialidade, liderança, dentre outras tantas
qualidades. Devemos torcer pela sua vitória, pois de agora em diante Rondônia
seria notícia diária no cenário nacional. Por ser muito coerente e justo nas
suas ações, a comunidade LGBT daqui e tantas outras minorias locais já devem
estar festejando a eleição deste guru. Não se sabe ainda, caso ele seja mesmo
eleito, como seria a parada do orgulho gay, mas certamente e para o bem de
todos, a Expovel e o Flor do Maracujá seriam extintos.
Para a alegria e deleite dos irmãos
evangélicos e milhares de eleitores e fãs espalhados pelos quatro cantos de
Rondônia, Feliciano e seus secretários rasgariam de imediato a Constituição
estadual e governariam usando apenas a Bíblia. “Céus de Rondônia” seria
cantado em ritmo gospel. Igrejas e casas de orações seriam criadas em cada
esquina. E como os “irmãos em Cristo” não gostam de riqueza nem são
apegados ao dinheiro, a corrupção do Estado seria eliminada por si só. Por
serem muito cultos, politizados e pregarem abertamente a dialética em suas
ações cotidianas, os seguidores do novo governo comandariam as escolas, o
ensino superior, a arte, a música, a poesia e a cultura. Jovens lendo salmos e
capítulos pelas praças seria o máximo. O apego aos valores familiares, à
tradição cristã e à propriedade seria estimulado. E por terem quase as mesmas
aspirações e também para incentivar e praticar os ideais democráticos, os “irmãos
católicos” até que poderiam participar “preventivamente” do novo
governo.
Se este “grande líder”
aceitar mesmo se candidatar ao Governo de Rondônia e for eleito, nosso Estado
dará um fenomenal salto de qualidade. E quem sabe, teríamos num futuro próximo
um Presidente da República saído do nosso meio. Rondônia progrediria uns três
séculos em ciência, conhecimento, pesquisas, informações, e tecnologia. Além do
mais, a mistura de política com religião tem demonstrado ser algo muito bem
aceito pela comunidade internacional e pelos povos de um modo geral. Com suas
sociedades harmônicas e vivendo em perfeita paz social, atualmente Egito e
Síria são exemplos claros desta excelente combinação. O maior problema, no
entanto, ficaria por conta do pobre eleitor de Rondônia: no meio de tantos
políticos bons, trabalhadores e honestos existentes por aqui, como escolher
corretamente mais um dentre eles? No novo governo, a Câmara de Vereadores de
Porto Velho e a Assembleia Legislativa do Estado, por exemplo, seriam as
guardiãs da moral, da decência, da honestidade e dos bons costumes. Deus só
pode ter nascido em Rondônia mesmo.
*É Professor em Porto
Velho.
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