quinta-feira, 28 de maio de 2020

“O Brasil acima de todos”

O Brasil acima de todos

Professor Nazareno*

            Quando o atual presidente da República lançou o slogan de sua campanha, eu nunca tinha pensado que a ficção imitaria a realidade tão rapidamente. “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos” foi o mantra que impulsionou muitos brasileiros de pouco cérebro a conduzir para o poder maior do país um sujeito “sinistro” que até hoje não governou nada e só sabe arranjar polêmicas e confusões. O Brasil sempre foi um país muito mal governado, porém com Jair Bolsonaro está batendo todos os recordes. Defensor da terra plana e que nega a atual pandemia de Covid-19, o “Mito” e sua equipe colecionam confusões a cada declaração desastrada que dá. O Brasil caminha a passos largos para ser o novo epicentro da pandemia. Os números de mortos e infectados não param de crescer. E já somos o vice-campeão dessa evitável tragédia. De quem é culpa?
            Atualmente em número de casos só perdemos para os Estados Unidos, um país também governado por outro lunático, Donald Trump, que tem em Jair Bolsonaro um lambe-botas de primeira hora. Mas não demorará muito para assumirmos a ponta desse “campeonato da morte”. O mundo civilizado, que vê o Brasil somente no verão amazônico por causa das queimadas, antecipou sua visão sobre a nossa decadente pátria por causa do pífio combate que estamos fazendo ao vírus mortal. Nunca um slogan caiu tão bem para um país. Vergonha suprema: vamos desbancar o mundo e seremos o campeão em mortos e talvez em infectados. Tendo à frente (na verdade por trás) um presidente ignorante e broco, que incentiva seus cidadãos a desafiar a quarentena e o isolamento social, a situação no Brasil infelizmente só tende a piorar cada dia que passa.
            A Argentina, que tem um presidente de verdade, está nos dando uma lição de civilidade e coerência no combate à pandemia. Inveja: a firmeza de seu líder maior foi decisiva para os nossos hermanos colherem resultados menos cruéis. Mesmo países como Uruguai e Paraguai dão um baile no Brasil do “líder” Bolsonaro. Com poucos mortos e infectados pelo Coronavírus, Alberto Fernández lidera uma aprovação superior a 93% dos argentinos. Estados Unidos e Brasil coincidentemente foram os países cujos presidentes, no início dessa pandemia, levaram na galhofa todas as recomendações das autoridades mundiais da Saúde. O cruel resultado está aí para todos verem e tirarem suas próprias conclusões. Pior: a grave crise política que o Brasil vive em meio à terrível pandemia indica que tudo pode piorar para nós, os sofridos cidadãos brasileiros.
            Fosse o Brasil um país sério e seu povo fosse instruído e politizado o suficiente, podia-se dizer que a atual crise institucional poderia nos levar a uma feroz guerra civil ou a um golpe de Estado. Mas com um povo semianalfabeto, acéfalo e idiotizado que não sai das redes sociais, o máximo que se conseguirá com sucesso é aumentar a morte aos milhares pelo Coronavírus. Principalmente do “gado” pobre e indefeso. E sem a devida e correta assistência do Estado aos seus cidadãos. Não se devia cobrar e muito menos impor lockdown ou quarentena a ninguém. O povo, de forma consciente e pacífica, fazia a sua parte e ajudava na contenção da doença. Com poucas mortes, a organização da economia se buscaria depois. Foi assim em Portugal, na Nova Zelândia e está sendo nos nossos vizinhos. Só que esses países têm comando forte e respeitado. Sem rumo e sem liderança, ficaremos mesmo “acima de todos”. No número de mortos.



*Foi Professor em Porto Velho.

2 comentários:

Leandro disse...

Cadê você professor? Espero que esteja bem.

Anônimo disse...

Muito bem afirmado professor !!!