quinta-feira, 24 de março de 2016

Vereadores ganham muito pouco




Vereadores ganham muito pouco

Professor Nazareno*

            Os vereadores de Porto Velho, numa ação mais do que justa e popular, aprovaram recentemente para si mesmos um aumento de quase sete por cento retroativo a um ano e meio. Dos pouco mais de doze mil reais por mês, os legisladores portovelhenses vão ganhar a partir de agora a irrisória quantia de 14 mil e setecentos reais mensais. Uma merreca, uma esmola, uma verdadeira miséria levando em consideração o grande trabalho que a Câmara de Vereadores faz em benefício de toda a população sofrida desta cidade. O Brasil pode até estar em crise econômica e com dificuldades de caixa, mas não é isso que se verifica na “capital das sentinelas avançadas”. Uma das únicas repartições públicas de Rondônia que realmente tem mostrado trabalho e eficiência, este aumento veio apenas coroar um reconhecido êxito.
            Um conhecido colunista local escreveu que “enquanto em outras cidades do Brasil vereadores reduzem seus salários por exigência da sociedade, os de Porto Velho promovem esse aumento absurdo, usando desculpas esfarrapadas que afrontam ainda mais a dignidade da cidadania portovelhense e até as instituições existentes para defender a população desses políticos que conspurcam o nobre exercício da representação popular. Essa decisão da mesa diretora da Câmara Municipal tem cheiro de crime contra a economia pública”. É possível que o jornalista esteja totalmente equivocado com esta nobre e justa decisão dos edis de Porto Velho, pois se o juiz Sérgio Moro tivesse coragem suficiente de trabalhar por aqui, a Câmara de Vereadores seria um dos únicos locais que não seria visitado pelo eminente magistrado.
            Os parlamentares municipais deveriam ser indicados para um Prêmio Nobel pelo muito que têm feito em nosso benefício. Na atual legislatura nunca foi registrado um único escândalo naquela casa de leis. Ali, não há um único integrante que não tenha inúmeros trabalhos prestados à população. Em 2014, durante a enchente histórica do rio Madeira, por exemplo, cada vereador se multipicou por dez ou doze para atender aos atingidos. A nossa cidade hoje está um brinco por causa do incansável trabalho destes honrados políticos. Todos eles, juntamente com o Prefeito Mauro Nazif, têm dado a própria alma para o progresso e o desenvolvimento da “cidade das hidrelétricas”. Por isso, é uma grande injustiça alguém em sã consciência afirmar que é exorbitante o irrisório salário que eles recebem. O povo devia era contribuir com mais verba para eles.
            Dizer que a brava e politizada população de Porto Velho devia reagir à manobra desses políticos aumentarem o próprio salário é uma sandice sem tamanho. O povo de Porto Velho reagir a uma injustiça da classe política local? Aqui, devido ao grande número de benfeitorias feitas fica até difícil convencer a inexistente opinião pública de alguma coisa. Inúmeras ruas asfaltadas, obras pipocando por todos os bairros e avenidas, saneamento básico, água tratada, inúmeras praças, projetos de arborização, logradouros públicos decentes, transportes coletivos de Primeiro Mundo, salários altíssimos para os servidores do município, saúde e educação ímpares, além de incontáveis áreas de lazer é tudo o que se tem visto na cidade. E em tudo tem a mão “divina” destes vereadores. Trinta ou quarenta mil reais por mês ainda seria pouco para cada um deles. Porto Velho sobreviveria sem uma Câmara de Vereadores como esta?




*É Professor em Porto Velho.

6 comentários:

Wilson Lopes disse...

PARABENS! Professor pela crônica irônica, e ironizada podemos dizer e classificar assim, na verdade o Brasil, penso que o único País, de um sistema fajuta que se diz de regime democrático, se o Cidadão quiser tentar melhorar um pouco a Vida, deve entremear pelo o caminho da Política. A pesar de que o filósofo Aristóteles, em seus conceitos, disse ele, que a tal Democracia é um dos piores sistema político...
A maioria das Câmaras de Vereadores, no Brasil podemos comparar como TETA DE MULA, ou mesmo uma MULA, não engravida, não dá Leite, e nem produz coisa alguma, são apenas sugadores dos impostos suados dos escravizados povo brasileiro, e professor ganhando vale compra no final de cada Mês, isso é uma Vergonha!!!!

Miguel Olavo disse...

E ainda sou obrigado de ver uns outdor espalhados pela cidade estampado a seguinte frase: ORGULHO DE SER RONDONIENSSE! Ora faça-me o favor! Sou rondoniensse nato e não vejoa nada de interessante nesta cidade fantasma desprovida de tudo. Moro neste purgatório por motivo de está pagando meus pecados: SER POBRE E NÃO TER ASCENDIDO EDUCACIONALMENTE.

Roberval Leal disse...

Issi é verdade!!!!!!!! Caro amigo, tem que baixar é o salario dos professores, eu até concordo que o meu salário de professor é muitoooooo altooooooo, já tenho alguns prédios alugados, meu carro veio do Japão diretamente,para não dizer que eu preciso de um carrinho - de - mão e não pude ainda comprar.Estamos vendo porque nunca tem dinheiro para pagar um bom salário para os professores e servidores em geral, porque esses servidores não trabalham em Lava - Jato !!

Elias G. Santos disse...

estou domiciliado há 31 anos em porto velho.infelizmente acompanho o profundo descaso o profundo abandono da cidade de porto velho,por todas as gestões municipais que por aqui ja passaram e passam juntamente com os vereadores que simplismente,não fazem nada e que somente aparecem na hora de ludibriar o povo na questão do voto para alcançarem o poder.e a cidade está ai uma porcaria um descaso buraqueiras sem fim.é muito lamentáve.não vejo pespectivas de responsabilidades.

GIL disse...

Esse professor de araque não tem vergonha na cara de pau! ao invés de lutar pelo seu salario fica defendendo vereadores que de graça pra nós é caro. Se trabalhassem p velho seria uma maravilha ao invés dessa podridão de esgotos.

Laércio Medeiros disse...

Excelente texto, Professor Nazareno. A melhor forma de lidar com esses descalabros é usando da mais fina ironia. Mais que isso, imagino que o professor se divirta ao ler os comentários irados daqueles que não conseguem alcançar (compreender) a intenção do texto. Ótimo, mesmo.