quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Outra retrospectiva sinistra


Outra retrospectiva sinistra

 

Professor Nazareno*

 

            O escritor Zuenir Ventura escreveu o livro “1968: o ano que não terminou”. Na obra, o jornalista fala sobre as atrocidades cometidas pela infame, cruel e nefasta Ditadura Militar que imperou no Brasil entre 1964 e 1985. Comparações à parte, o presente ano de 2020 que ora se encerra tão cedo também não terminará. Em Porto Velho, em Rondônia, no Brasil e no mundo o que se viu foi um rosário de amarguras e desgraças que ficará para sempre marcado nos corações e mentes de quem conseguiu sobreviver a este macabro ano de desventuras. Enquanto o mundo se curvou diante da terrível pandemia da Covid-19, em Rondônia e no Brasil as desgraças se multiplicaram. Primeiro com o Coronavírus e depois com a insensatez, a incompetência, o escárnio, a maldade, o deboche, o desrespeito, a perversidade e o pouco caso dos seus governantes.

            Se Jair Bolsonaro foi uma desgraça que sequer merece ser lembrada na história deste país, em Rondônia também não tivemos nenhum acontecimento digno de ser rememorado. A pandemia, por exemplo, avançou sem tréguas nas “terras de Rondon” e continuou escancarando as deficiências do nosso frágil sistema de saúde. O eterno e inóspito “açougue” João Paulo Segundo de Porto Velho deu prosseguimento à maldade, à crueldade, à irresponsabilidade e também à matança do povo pobre daqui. Isso apesar de ter recebido, só mesmo no papel e nas promessas, uma doação de 50 milhões de reais do Tribunal de Contas do Estado. Não há retrospectiva nenhuma em Rondônia em 2020, pois o filme de desgraças, caos e infortúnios continuou a desfilar suas amostras bizarras como em anos anteriores. E para variar, ainda tivemos os “Lebrões” da vida entre nós.

            Porto Velho não teve nenhuma novidade no horroroso ano que se encerra: continuou suja, fedorenta e imunda, sem redes de esgotos, sem água tratada, com precários serviços urbanos como a coleta de lixo, sem saneamento básico, violenta e sem nenhuma mobilidade urbana. Até as poucas árvores da capital foram exterminadas pela Sema, uma secretaria do município que devia estar preocupada com a preservação do meio ambiente. A partir de agora, o calor vai aumentar consideravelmente numa cidade já quente, abafada e sem ventilação. Pior: os eleitores da castigada urbe deram amostras de estarem perfeitamente conformados e satisfeitos com a desgraceira do dia a dia: prorrogaram por mais quatro anos o sofrimento e a angústia. São hienas rindo ao comer carne podre. Como sempre, boas opções não havia. “Era o diabo ou a mãe dele”.

            É tanto infortúnio, tanto descaso, tanta maldade e tantas misérias no Brasil que sequer temos uma tênue esperança de quando vão começar a vacinar os brasileiros contra a pandemia. Enquanto isso, o mundo civilizado já começou a imunizar seus cidadãos. Em Porto Velho e em Rondônia não se sabe nem o que é vacina nem para que serve. Se o ano de 2020 definitivamente não foi bom para o mundo, imagine-se para o Brasil, para Rondônia e para Porto Velho. Tudo por aqui foi uma tragédia repetida, já anunciada. Não há na língua portuguesa um único adjetivo que qualifique os últimos 12 meses vividos nestes distantes e esquecidos lugares. Como numa guerra fratricida e desumana, os que conseguiram escapar já se dão por vencedores. Nossas mais sinceras condolências aos familiares dos mortos que foram vítimas da cruel pandemia.  Enquanto isso, continuaremos na peleja, pois se 2020 já foi péssimo, imagine-se o que virá depois.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

domingo, 27 de dezembro de 2020

Só "elogios" a Bolsonaro

Só "elogios" a Bolsonaro

 

Don Ernesto*

 

Bolsonaro, seu miliciano desgraçado! Você não entende a pressa pela vacina? É sério mesmo? Morreram quase 200 mil pessoas e você não entende a pressa da vacina? Mais de sete milhões de infectados, outras milhares de pessoas que ficaram com sequelas e que estão reconstruindo com muito sofrimento suas vidas e você não entende a pressa pela vacina? Seu psicopata nojento asqueroso, hospitais aqui no Brasil já têm, de novo, cadáveres no meio de doentes aguardando o IML, cara! Você, seu canalha, é o responsável por levar o nosso país a ser o segundo em número de mortos no mundo. Por que você sempre jogou a favor do vírus. Você trocou duas vezes os dois ministros médicos que tinham o mínimo de sanidade lá no Ministério da Saúde. E efetivou depois de três meses um general “Zé Ruela” que acha que também, que a gente também não deve ter pressa pela vacina. Para que essa ansiedade toda? Foi isso que esse puto falou agora esses dias que a gente está de novo com um número de mil mortes por dia. Hospitais entrando em colapso. E um bando de idiotas se expondo, se aglomerando.

Bolsonaro, você é um vira-lata nojento, cara! Bater continência para a bandeira dos Estados Unidos, mandar um “eu te amo” para o Trump. Você nos envergonha. O mundo todo se mobilizando pra começar a vacinar a sua população. Para salvar a sua gente e você fazendo campanha antivacina. Você é um lunático, cara! Você devia ser arrancado da presidência. Você e essa cambada de lunáticos malucos que estão te ajudando a matar o nosso povo. O ridículo general que está aí no Ministério da Saúde, o Pazuello, disse que a vacina é grátis. Ora, ora, cara! O que é que vocês pensam? Que o Estado brasileiro é de vocês? A vacina não é grátis. Nós brasileiros é que vamos pagar a vacina. Que estamos pagando. Ela está sendo comprada com o nosso dinheiro. Doente, desajustado!

            Você, Bolsonaro, é tão psicopata que, de novo, você está elogiando o Ustra. Um torturador que enfiava ratos nas vaginas das presas políticas que ele pessoalmente torturava. Seu nível de psicopatia é tão grande que depois daquela cena grotesca, quando você votou ainda como deputado naquela palhaçada do impeachment da Dilma, no golpe que vocês deram. Que você homenageou o Ustra como o maior pesadelo da Dilma, que foi inclusive presa e torturada. Aliás, você naquele dia, você tinha que sair algemado do plenário da Câmara. Mesmo depois dessa barbárie que você cometeu agora, de novo, você vem elogiar esse crápula, que é um doente. Era um doente como você. Você definitivamente é um monstro.

Além de toda a vergonha que você faz a gente passar, toda repulsa que você faz a gente sentir, você ainda inspira outros psicopatas por aí. Esses dias, um louco de um bombeiro com uma camisa com uma foto sua, depois de assediar uma mulher, ele sacou uma arma e agrediu um cidadão que tentou defender a moça. Olha o que você está fazendo com o nosso país, cara! Eu estou falando aqui pra você, mas eu sei que não adianta nada. Você não tem empatia nem por ninguém nem por nada. Você usa as pessoas. Essa é a realidade. Vocês são pessoas horríveis. Intelectualmente limitadas. Sociopatas! Não adianta falar nada para vocês, eu sei. Nós temos que na verdade, gente, é arrancar o Bolsonaro e essa corja que tomou o país. Sua hora vai chegar, Bolsonaro! Você vai sair daí e vai responder por cada um dos seus crimes. Ah! Vai! E todos esses daí que estão te ajudando a destruir o nosso país.

 

 

*Don Ernesto é apresentador, músico, cantor e blogueiro.

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Saudade dos pneus velhos

Saudade dos pneus velhos


Professor Nazareno*

 

            Quando o ex-prefeito de Porto Velho, Dr. Mauro Nazif, resolveu comemorar o Natal em Porto Velho com pneus velhos, foi uma galhofa sem fim. As redes sociais foram inundadas de memes e de piadas. O triste episódio ficou para sempre marcado na biografia do velho político, que hoje é deputado federal por Rondônia. Mal sabiam os porto-velhenses que aquela presepada, feita até com boa vontade e com o coração, deixaria saudades diante da atual realidade da cidade: Porto Velho no dia de hoje não tem uma lâmpada sequer que lembre as festas natalinas. Parece uma cidade de ateus ou uma aldeia muçulmana, judia ou mesmo um lugar qualquer do extremo oriente onde a religião cristã não faz parte do cotidiano das pessoas. Assim, Porto Velho segue sua rotina de lama, alagações, abandono, escuridão e sem lugares onde passar as festas.

            A justificativa de que fora o TCE ou outro órgão qualquer o responsável pela derrocada porto-velhense neste Natal de pandemia não cola. Foi má vontade mesmo. Não sei se da administração municipal ou de qualquer outra autoridade responsável. Cidades do interior de Rondônia como sempre se esmeram em mostrar ao público suas mais novas decorações natalinas. Em Ji-Paraná, por exemplo, o Natal é muito bonito de se ver. Cacoal, Rolim de Moura, Vilhena e outras cidades menores capricharam em seus enfeites e luzes. E mesmo vivendo em meio à pandemia do Coronavírus, várias dessas cidades se lembraram de que sua população é majoritariamente cristã e por isso merecia alguma coisa para “se alegrar”. Mas Porto Velho, sempre ela, foi esquecida pelas autoridades e também pelos moradores. Quem pôde, “montou no porco” e caiu fora.

            Várias cidades espalhadas pelo Brasil afora fizeram decorações natalinas para alegrar as pessoas. Curitiba, capital do Paraná, que dispensa quaisquer comentários em relação à organização e boa administração, caprichou de novo neste Natal. Por causa do Coronavírus, as pessoas veem toda a decoração natalina sem precisar descer do carro. Não há aglomeração e o glamour encanta a todos com toda a segurança diante do perigo da Covid-19. Em Porto Velho não houve criatividade, não houve iluminação, não houve nada. Até algumas árvores que enfeitavam a cidade e que por isso mesmo podiam ser iluminadas foram arrancadas pelas raízes sem dó nem piedade. Mas a Sema, Secretaria de Meio Ambiente, que não entende muito de preservação ambiental, não poderia mesmo entender de decoração natalina. Natal sem luzes, sem enfeites e sem árvores.

            Para completar a desgraça de quem mora em Porto Velho, só está faltando mesmo a Energisa nos “presentear” com alguma queda da energia elétrica. Aliás, coisa até comum nestes tempos bicudos por que passamos ultimamente. E como São Pedro também se esqueceu deste fim de mundo inóspito, uma chuva torrencial pode cair a qualquer instante durante a “noite de luzes”. E tomara que não seja a “chuva de merda” tão esperada por todos. Passar o Natal batendo carapanã é um mimo que ninguém mereceria em lugares mais civilizados e menos esquecidos pelas autoridades. Será que o povo de Porto Velho merece este esquecimento, esse desdém e toda essa desgraça de quem foi eleito e reeleito para lhe administrar? Do ano passado e de anos anteriores não sobrou uma única lâmpada ou um único enfeite para nos fazer a diferença? Com pandemia e tudo, muitas cidades e muitos países cristãos não se esqueceram do Natal.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

A pior doença de 2020


Foto: Kevin Lamarque/Reuters

A pior doença de 2020

 

Professor Nazareno*

 

            Em pouco mais de nove meses de 2020, a Covid-19 matou quase 200 mil pessoas só no Brasil. Isso é o dobro das mortes relacionadas ao coração, doença que mais matou brasileiros em 2019, por exemplo. É quatro vezes o número de pessoas mortas ao ano pela violência sem controle em nossa sociedade e umas 3,5 vezes o número de óbitos ocasionados por acidentes de trânsito. Nenhum tipo de câncer matou mais do que o Coronavírus por aqui. Porém, a pandemia da Covid-19 não é nem de longe a pior doença a afetar o Brasil neste fatídico ano que ora se encerra. A “desgraça nacional”, deste e de outros anos também, se chama Jair Messias Bolsonaro. Muito pior do que o Coronavírus, esse arremedo de presidente semeou a insensatez, o ódio, a vingança, o atraso, o deboche, a ignorância, o fascismo, a desfaçatez, a luta de classes.

            Muito diferente do Coronavírus, o presidente do Brasil parece estar imune ao impeachment e ao fim de seu esdrúxulo mandato à frente dos brasileiros. Em apenas dez meses, laboratórios do mundo civilizado já iniciaram o que pode ser a vitória final sobre o temido vírus. Mas no Brasil, não há a menor possibilidade de se livrar de um dos piores presidentes da História do país. Na Câmara dos Deputados, o deputado Rodrigo Maia, por razões que a própria razão desconhece, já engavetou dezenas de pedidos de afastamento do “Bozo”. A ex-presidente Dilma Rousseff foi arrancada à força do cargo por ter cometido um crime que quase todos os presidentes, inclusive o atual, cometem. Mas são incontáveis os crimes cometidos por Bolsonaro e seus ministros. Do fiasco nas relações exteriores à devastação do meio ambiente, há mil razões para tirá-lo do poder.

            Jair Bolsonaro imita um treponema amaldiçoado cuja família não sai das páginas policiais por causa das “rachadinhas” e de outros “rolos”. Seus filhos podem ser piores do que os filhos do Lula. O infeliz é como uma bactéria infame e mortal muito pior do que o Coronavírus. É como uma traiçoeira doença que até o momento está incurável e invencível. O Luladrão, o PT, os presidentes militares, a Arena, Paulo Maluf, Eduardo Cunha, Michel Temer, a elite nacional. Em ruindade e estupidez, nenhum chega aos pés dele. Ao semear o escárnio e a intriga, ele destrói famílias inteiras e joga o país no abismo da intolerância como nos piores regimes ditatoriais e teocráticos do mundo. Usa descaradamente a estrutura do Estado para beneficiar e proteger sua família. Avacalha as Forças Armadas, nega a ciência, desdenha do conhecimento e insulta o bom senso.

            Mas parece que a elite nacional, que o colocou no poder, não pensa em tirá-lo agora do Planalto. Não percebeu ainda o perigo que ela corre se começarem os boicotes aos nossos produtos, principalmente os agropecuários e as commodities. Mesmo que o mundo civilizado lhe vire as costas e imponha restrições ao Brasil, Bolsonaro parece se achar invencível no seu ridículo castelo de cartas. Mas bons ventos já sopraram lá da civilidade: seu guru e cúmplice em idiotices, bravatas e maldades já foi devidamente defenestrado da Casa Branca e hoje está “piano” diante da realidade que algum dia fatalmente também baterá às portas de Brasília. Congresso Nacional e STF podem se cansar e o “serviço” pode ser feito por aqui mesmo. E tudo dentro da legalidade, pois precisamos de coerência e de prudência. E apesar de ser um militar, Hamilton Mourão já seria uma boa pedida. Se a Covid-19 pode estar perto do fim, o “Bozo” não é eterno.



  

               *Foi Professor em Porto Velho.                         


segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Rondonha e a santa vacina

Rondonha e a santa vacina



Professor Nazareno*

 

            A insólita e desprezível província rondoniana em solo brasileiro também está sofrendo por causa da pandemia do novo Coronavírus. Porém, aqui a realidade é muito diferente de outros Estados e países do mundo. Temos uma excelente classe política que realmente se preocupa com os seus governados. Por causa das últimas eleições os números de mortes e internações por Covid-19 dispararam e estão quase sem controle. O próprio governador de Rondônia e a sua esposa estão infectados pela doença e internados em um hospital da capital. A situação só não está pior porque os políticos e as autoridades estão trabalhando como loucos para amenizar a caótica situação. Ninguém daqui que contraiu o vírus foi buscar tratamento fora do Estado. Todos, por solidariedade, foram tratados em clínicas e hospitais locais para dar maior credibilidade.

            A Câmara de Vereadores, a Assembleia Legislativa do Estado, prefeituras municipais, Tribunais, Ministérios Públicos e outras repartições oficiais buscam incessantemente condições para ajudar a enfrentar o “vírus assassino”. Por isso, a vacina para os quase dois milhões de cidadãos rondonienses é apenas uma questão de tempo, todos sabemos disto. O prefeito da capital, Dr. Hildon Chaves, por exemplo, não se cansa de viajar a Brasília e a outros centros mais desenvolvidos do país para buscar o que seria a “salvação” de seus comandados. Fala-se até que as inúmeras viagens que ele sempre faz ao exterior são para se certificar de que Rondônia e sua capital Porto Velho teriam prioridades dos laboratórios mundiais quando o imunizante estivesse pronto. Sua amizade com o governador do Estado e o secretário de saúde é impar e só traz o bem.

            “As nossas autoridades trazerem a vacina para enfrentar a pandemia é uma questão de honra e de apreço pelo nosso povo”, é o mantra em que todos os rondonienses e porto-velhenses acreditam. O frenesi das autoridades para conseguir a vacina é tão grande que nem se ouve falar mais dos 50 milhões que o TCE teria doado para reerguer um novo “açougue” na capital. O problema maior da vacina contra a Covid-19, no entanto, é que Rondônia tem quase 60 por cento de “bolsomínions” em sua gente. E se todos virarem jacarés, como será administrado o Estado? Será que esses novos crocodilos não irão proliferar sem controle pelas valas imundas que cortam a capital de Rondônia? Deve ser por isso que a prefeitura municipal está cortando todas as árvores frondosas que margeiam ruas e avenidas. A Sema nega veementemente o fato.

Há relatos de que a Unir, a Universidade São Lucas, a Fimca e outras universidades locais estariam colocando seus reconhecidos laboratórios para fabricar qualquer tipo de imunizante. Todos estão empenhados em salvar o maior número possível de pessoas. Principalmente as que têm título de eleitor. Viver em Rondonha em tempos de pandemia é “outro patamar”. Empatia messiânica: fala-se que as muitas autoridades daqui que se contaminaram com o Coronavírus só não foram para o sistema público de saúde, o mesmo sistema que eles administram, porque queriam que sobrassem vagas para os mais pobres. Outro problema é que falam por aí que a nova vacina tem o chip da “Besta Fera” e quem tomá-la será monitorado pelo país que a fabricou. Um horror ser monitorado pela Alemanha, Estados Unidos ou Inglaterra. Há pressa por aqui para se ver as ruas sendo infestadas de répteis crocodilianos. Vacina, já!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Covid-19, escolha sua cura!

Covid-19, escolha sua cura!

 

Professor Nazareno*

 

A pandemia da Covid-19 não dá tréguas. Faltando poucos dias para o final do ano de 2020, no Brasil já são mais de 183 mil mortos e a cifra de infectados ultrapassa os sete milhões. No mundo todo são quase 75 milhões de contagiados pelo novo Coronavírus com um total de mortos que ultrapassou um milhão e 600 mil pessoas. Em Rondônia o número de infecionados beira as 100 mil pessoas com quase dois mil óbitos. Demonstrando “” um pouquinho de preocupação com estes números alarmantes, autoridades brasileiras podem disponibilizar para os sofridos e assustados habitantes várias maneiras para enfrentar a catástrofe. Por isso, não deveria haver discussões sobre a obrigatoriedade ou não de se vacinar. Vivemos em uma democracia e cada cidadão tem o direito à livre escolha. O STF obriga a vacinar, “mas não há vacina para todos”.

Além do mais, o governo pode ter à sua disposição vacinas dos mais respeitados laboratórios e universidades do mundo. Universidade de Oxford, Pfizer, BioNTech, AstraZeneca, Instituto Gamaleya de Moscou e universidades chinesas disponibilizam suas descobertas para o mundo com o objetivo de deter a ameaça do vírus. As pessoas que tiverem confiança nestas instituições devem fazer o possível para receber a imunização assim que a mesma for disponibilizada em seus países. Por incrível que pareça, mas ainda há pessoas que acreditam na ciência e nas pesquisas! Entretanto, há muitas outras maneiras de combater e aniquilar esse sinistro vírus. A ozonioterapia, por exemplo, é um método bastante utilizado por muitos dos seguidores do atual presidente brasileiro. Aplica-se Ozônio no reto das pessoas que creem nisso e tudo está resolvido.

Como Jair Bolsonaro é um pesquisador de fama mundial e um homem de rara inteligência, há também a opção de se medicar com os remédios já prescritos por ele. A famosa Cloroquina, droga indicada para a cura da Malária, mas rejeitada por pesquisadores do mundo inteiro como boa para a Covid-19, pode ser uma excelente opção de cura. Ivermectina, Dexametasona, Azitromicina e banhos de sol compõem o “Kit Covid” do “Bozo”. “Nada de vacina. Eu mesmo não vou me vacinar”, disse ele recentemente para delírio de seus seguidores fanáticos. Fato: o governo do “Bozo” não consegue entender a ansiedade e a pressa de muitos brasileiros em querer uma vacina de maneira tão rápida para enfrentar a doença. “Depois de termos a Cloroquina, é uma tolice as pessoas correrem atrás de vacinas produzidas em países comunistas”, disse.

Além dessas opções de cura para a Covid-19, ainda há as igrejas evangélicas com seus pastores e cultos milagrosos. Você entra em uma dessas igrejas, pede uma bênção ao pastor e é imediatamente atendido. “Orou, o vírus desaparece na hora”. Há relatos de muitas pessoas evangélicas que já foram curadas por obra do pastor, de suas orações e da própria fé. “Vacina para que, se nós temos Jesus e o pastor do nosso lado?”, afirmam muitos fieis. Outra possibilidade de cura são as igrejas católicas com suas promessas. Fazer uma promessa com o santo devoto é decretar a morte de qualquer vírus. O próprio papa Francisco está tão seguro disto que não tem tomado muitas precauções para evitar a doença. “É tanta Nossa Senhora que o vírus até sente medo”, creem muitos católicos. Como se vê, a Covid-19 pode estar com os dias contados por aqui. E cada um tem a livre escolha para decidir como será a sua cura. Isso é o Brasil.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Ponte inútil e sem nome

Ponte inútil e sem nome

 

Professor Nazareno*

 

            Rondônia tem uma ponte sobre o rio Madeira em Porto Velho. A rigor, esta obra faraônica, que custou uma fortuna do pobre contribuinte, não serve para absolutamente nada. A única “serventia” visível é que na capital dos rondonienses, por causa da suntuosa e desnecessária obra, aumentou o número de suicídios. E como não existe estrada do outro lado, sua função é muito próxima de zero. A caríssima ponte até agora sequer serviu para subsidiar a farinha de mandioca, comida típica da região, que se produz do outro lado do rio. É um elefante branco sem utilidade ou préstimo. Ficou escura por seis anos e hoje quase não é mais visitada. Nem para fazer “fotinhas” para postar nas redes sociais os porto-velhenses a usam mais. A ponte de Porto Velho, além de ser uma homenagem ao desperdício de dinheiro público, nada trouxe de benefícios.

            O desajeitado trambolho custou na época pelo menos 310 milhões de reais. Quase 140 milhões de dólares na cotação de então. Dinheiro mais do que suficiente para vacinar toda a população do Estado de Rondônia contra o Coronavírus. E ainda teria sobrado muito dinheiro para terem criado, por exemplo, uma faculdade de Medicina estadual com pelo menos 200 vagas por ano. Nossos jovens em vez de serem médicos, ficam deslumbrados olhando aquela porcaria inútil. “O pôr do sol visto da ponte é algo incrível” falam muitos idiotas que não sabem para que servem os recursos públicos. Se não existe estrada que liga Porto Velho a Manaus, então a ponte continua sendo desnecessária. Pior, a geringonça ainda não tem nome. Newton Navarro é a ponte que liga Natal às dunas da cidade. Já a famosa ponte de Lisboa tem nome: Vasco da Gama.

 Ponte Hercílio Luz em Florianópolis. Apesar de ter sido um ditador cruel, genocida e sanguinário, Artur da Costa e Silva empresta seu nome à Rio-Niterói, a mais famosa dentre as pontes do Brasil. Ponte Golden Gate nos Estados Unidos. Toda ponte do Brasil e também do mundo tem um nome. Podíamos batizar a daqui de ponte deputado Múcio Athayde. O “Homem do Chapéu” para quem não sabe foi um deputado federal por Rondônia. Um dos mais votados na História deste Estado. Outros nomes também bastante sugestivos seriam o do deputado José Eurípedes Clemente, o Lebrão ou mesmo o de Geraldo da Rondônia. São políticos exemplares, figuras ímpares e que representam muito bem este Estado. Se tivesse a oportunidade, eu colocaria outro nome: ponte Rafinha Bastos. Foi esse humorista que definiu muito bem o que é Rondônia.

Porém, nomes rondonianos não faltariam na lista: Carlos Ghosn, Maurício Bustani ou mesmo o “Deus” de Rondônia, coronel Jorge Teixeira. E até mesmo ponte Presidente Jair Bolsonaro. Sim, o “Bozo” goza de grande popularidade entre a matutada, os reacionários e muitos dos “pseudo” jornalistas de Rondônia. Já pensou também ponte governador Marcos Rocha ou ponte prefeito Hildon Chaves? Acho que combinaria, já que os dois pouco ou nada fizeram de útil até agora por Porto Velho nem por Rondônia. Porto-velhenses e manauaras, com a mesma mentalidade beiradeira, gastaram horrores para fazer pontes inúteis e eleitoreiras. Em Manaus, torraram um bilhão e 300 milhões de reais para fazer uma ponte que não tira a cidade do isolamento com o resto do país. O ideal mesmo era mandar implodir essa porcaria, já que não serve para nada. Enquanto não sair a BR-319, que selará o fim da Amazônia, é tolice fazer essas pontes fantasmas.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

 

domingo, 13 de dezembro de 2020

Prefeito “desarborizador”

Prefeito “desarborizador

 

Professor Nazareno*

 

Falar mal de Porto Velho é uma das coisas mais fáceis do mundo. E nem precisa dar sugestões para a melhoria da cidade, pois aqui o lodo já é paisagem natural. O lugar parece que nasceu para ser podre e imundo mesmo. O Instituto Trata Brasil não se cansa de publicar o ranking das piores cidades do Brasil em saneamento básico e água tratada. Com mais de cem anos de existência, essa cidade fica sempre nas últimas colocações. Uma voltinha pelas esburacadas ruas sente-se logo a catinga de água podre que escorre das muitas valas a céu aberto. A Avenida Jorge Teixeira, por exemplo, porta de entrada da capital, é um esgoto nojento, sujo e fedido. Do centro à periferia, dos bairros nobres às favelas o que se percebe é muita sujeira, lixo, ratos, urubus, falta de esgoto e muita merda. Entra prefeito e sai prefeito e essa cruel realidade infelizmente não muda nunca.

Outro problema terrível por aqui é a falta de arborização. Mesmo se situando no meio da maior floresta tropical do mundo, Porto Velho é uma cidade sem árvores e sem organização urbanística nenhuma. O calor no verão é de matar qualquer cristão. E nenhum prefeito até hoje se preocupou em arborizar a cidade. Pelo contrário, arrancam sem dó nem piedade as poucas árvores que há. Fala-se que no início da década de 1970, o então prefeito nomeado de Porto Velho, Odacir Soares, teria mandado arrancar todas as árvores centenárias da Avenida Sete de Setembro bem no centro da suja, quente e desarborizada capital. Não sei se é verdade, o fato é que se ele não fez isso pelo menos é lembrado assim até hoje. Infelizmente esse pouco caso com a natureza não é coisa só do passado. Agora foi o prefeito Hildon Chaves que protagonizou uma nova destruição.

Mais de 100 árvores, que formavam um lindo tapete verde na Avenida Tiradentes, foram simplesmente devastadas e arrancadas pela raiz. A Sema, secretaria que deveria defender o meio ambiente, justificou a insensatez dizendo que aquelas árvores não eram adaptáveis para o meio urbano e que suas raízes estavam ameaçando casas e construções. Mas não mostrou nenhuma residência ou outro prédio que estava prestes a cair por causa delas. Será verdade? E a lorota de que as raízes podem danificar a rede de esgotos? Como assim, se não há esgotos por lá? Nem lá nem na cidade inteira. A sombra, o bate-papo, o ar mais puro, coisas boas que ironicamente a própria Sema reconhece, não mais existirão ali. Dizem que vão plantar outras árvores no lugar. Quem nos garante que daqui a 30 anos os “sábios” do futuro não vão também exterminá-las?

Estranho é observar que esse “genocídio botânico” aconteceu logo depois das eleições. Por que será? Por que não fizeram a desgraceira antes? Os moradores do bairro Pedacinho de Chão e adjacências foram consultados? Lamentável, mas demorará mais uns 30 ou 40 anos para voltarem os benefícios proporcionados por aquelas saudosas árvores. Não é exagero, elas davam um aspecto de Primeiro Mundo à suja e maltratada capital. Quem vendeu essas árvores para a prefeitura plantar no passado? E quem venderá agora as “árvores corretas”? Sem esgotos e sem água tratada, Porto Velho sucumbe também sem árvores. Porém, os puxa-sacos do prefeito inundam as redes sociais dando razão ao alcaide sem lembrarem que o calor só vai aumentar numa cidade já quente. E não reclamem! Se esse prefeito fosse governador, pobres florestas daqui! Coitado do nosso meio ambiente! Vá morar em Miami, homem! Mas leve a Sema junto!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Agonia em Buraco Quente

Agonia em Buraco Quente

 

Professor Nazareno*

 

            Buraco Quente é uma província das mais atrasadas de certo país do Terceiro Mundo. Por ser subdesenvolvida e muito distante dos grandes centros mais civilizados, as poucas coisas que funcionam no lugar são contadas nos dedos. “Tudo por aqui é a cu de cavalo”, afirma um antigo morador. “Nunca fomos governados por um filho da terra”, diz outro. Na verdade nem a província nem a sua suja e imunda capital tiveram esse tosco privilégio em toda a História. Os forasteiros às vezes chegam totalmente desprovidos de recursos financeiros e aos poucos vão tomando conta de tudo. Os melhores empregos, as melhores casas e as melhores terras são doadas a forâneos como se os habitantes locais não tivessem nenhuma capacidade para assumir parte dos recursos provinciais. Depois, muitos deles entram na política e a partir daí é só roubo.

            Hoje, Buraco Quente vive dias de tormentas com a pandemia do Coronavírus. Para eleger “os de fora”, como sempre, muitos cidadãos “buraco-quentenses” saíram às ruas em alegres passeatas intermináveis numa verdadeira adoração messiânica. As aglomerações aconteceram normalmente durante os dois turnos das eleições. Não deu outra: a pandemia se alastrou feito fogo em capim seco. E por falar em fogo, é durante o verão da região que o sofrimento aumenta entre os moradores. Cortinas de fumaça das queimadas atormentam de crianças a velhinhos. E sem hospitais decentes na região, todo ano o caos se instala. E agora com a Covid-19 vive-se um verdadeiro inferno na terra. Não há vagas nem médicos nos poucos hospitais públicos. Por isso, muita gente está morrendo feito inseto. Os poucos que podem, “montam no porco” e vão para fora.

            Buraco Quente infelizmente fica mais quente a cada dia que passa. Árvores frondosas das cidades são arrancadas para delírio de muitos moradores. Os “sábios” das repartições públicas, que deviam cuidar do meio ambiente, dizem que as raízes dessas árvores danificam as redes de esgotos como se houvesse esgoto nestas cidades imundas. Porém o cidadão local, que já está acostumado a viver de mentiras e enganações, pode ser ludibriado mais uma vez. Autoridades agora estão prometendo na maior cara-de-pau trazer a vacina contra a Covid-19 para “aliviar o sofrimento dos habitantes daqui”. Enquanto países civilizados e desenvolvidos já iniciaram a imunização de suas populações, vacina em terras distantes não passa de deboche e chacota até de quem preside o país. Claro que tão cedo não terá vacina neste fim de mundo esquecido e sujo.

            Bons tempos eram aqueles em que os habitantes “buraco-quentenses” morriam de malária, verminose, diarreia, curuba e outras doenças “de pobre” e quando adoeciam eram atendidos num “açougue”. Com verões cada vez mais quentes e com a pandemia exterminando seus moradores, Buraco Quente pode enfrentar brevemente o seu ocaso. Parece que o seu triste fim se aproxima a passos largos. “Aqui, só se tem agonia feito sapo”, resume um desolado habitante daquela curva de rio. E como cada vez mais chove menos na região, a tão esperada “chuva de merda”, para a tristeza geral, pode até nem acontecer na capital da província. Diferente dos lugares civilizados e modernos do mundo, muitos dos “felizes” moradores de Buraco Quente vivem com a assombrosa possibilidade de esta pandemia nunca mais se acabar. E por isso, já se pensa até em mudar o nome da arcaica província: “Bolsonarópolis”. É o otimismo em meio à agonia.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Vacina contra o “Bozo”

Vacina contra o “Bozo

 

Professor Nazareno*

 

            A Covid-19 avança sem tréguas pelo Brasil. Antes mesmo de encerrar a primeira onda da pandemia, nosso país já enfrenta a segunda onda, que está sendo mais forte e mais devastadora. São quase 180 mil mortes, sete milhões de infectados e os números não param de crescer. Os hospitais voltaram a ficar lotados em todos os Estados e as vagas de UTI praticamente já não existem mais. As eleições em dois turnos, que reuniram milhares e até milhões de participantes e principalmente o negacionismo de algumas autoridades, assim como a relutância de muitas pessoas em não obedecer ao distanciamento social fizeram a doença crescer de forma alarmante. Já infectado pelo vírus, o presidente do país faz pouco caso, debocha dos doentes e mortos e em nada contribui para diminuir o sofrimento de milhões de seus cidadãos. Merecemos isso?

            Para todo o Brasil e os brasileiros, de um modo geral, Jair Bolsonaro e os bolsonaristas são uma praga muito pior do que o Coronavírus. É a pior de todas as doenças já vistas. Não há vírus pior do que ele e seus seguidores. Mesmo assim, o “Bozo” não vai cair tão cedo. Dificilmente sairá da presidência da República. A cada frase desastrada, a cada chacota, a cada deboche parece que ele se fortalece ainda mais. E por quê? O poder que o colocou onde está é o que lhe segura firme e forte e também lhe garante a governabilidade. A direita brasileira está se beneficiando com “o passar da boiada”. Nunca na História deste país, a elite se beneficiou tanto como agora. Por isso, o Bolsonaro não só terminará o seu mandato como tem sérias chances de se reeleger e também de fazer seu sucessor lá no distante ano 2026. Isso, apesar das últimas eleições.

            Enquanto isso, líderes de países civilizados como Inglaterra, Rússia e Alemanha, por exemplo, já iniciaram a vacinação em massa de seus cidadãos. A seriedade é tanta no mundo desenvolvido que no Reino Unido não foi a Rainha e seu esposo os primeiros a serem vacinados. Na Rússia o prestigiado Instituto Gamaleya de Moscou já assegurou que tem vacina para todos os cidadãos do país. França, Estados Unidos, Itália, China, Canadá, Portugal dentre outras nações já estão preparadas para começar a imunização de cada habitante de seus países. No Brasil, o “Bozo” não só politizou a vacina como está em briga constante com o governador de São Paulo. João Doria, que também faz uso político da vacina e se diz inimigo político do presidente, afirma que a partir de janeiro próximo começará a imunização de todos os paulistas. O resto do Brasil só olha.

            E num fim de mundo como Porto Velho e Rondônia? Aqui não há a menor perspectiva de tão cedo vacinar a população. Muitas mortes ainda serão contabilizadas. Vacinar um milhão e oitocentos mil matutos rondonienses custaria, na melhor das hipóteses, mais de 36 milhões de reais. Dinheiro que as autoridades daqui dizem que não existe. A incompetência, o pouco caso e a má vontade dos nossos governantes jamais serão cobrados em tempo algum. Temos que esperar a boa vontade do Governo Federal se quisermos ter acesso a qualquer tipo de imunização e não se sabe para quando. Enquanto isso, o “Tonhão” nos espera. Já imunizados para a doença, Marcos Rocha e Bolsonaro “não estão nem aí” para o restante da população. “Se tiver vacina, tudo bem. Se não tiver, tudo bem também”. Deve ser o raciocínio deles. Bom seria que o povão se conscientizasse e se vacinasse contra esse tipo de gente nas próximas eleições.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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