sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Tornado ou Chuva de Merda?

Tornado ou Chuva de Merda?

 

Professor Nazareno*

 

        O dia 28 de outubro de 2021 entrará para a triste história de Porto Velho, capital de Roraima. Nesta insólita data, à tarde, antes de mais um temporal típico desta época do ano, um redemoinho se formou e destelhou um ou dois quarteirões no bairro Nova Porto Velho, zona leste da cidade. Houve, claro, alguns momentos de desespero de pessoas que estavam próximas ao fato já corriqueiro. Até aí, tudo bem. Todo mundo que tem o desprazer de morar nesta cidade suja e sem esgotos, já está mesmo acostumado a essas chuvas que prenunciam o inverno amazônico. São temporais fortes e às vezes causam alguns prejuízos pontuais como destelhamentos de casas, quedas de muro e árvores. Porém o vendaval ganhou ares de desastre terrível quando disseram no Jornal Nacional da rede Globo que se tratou de um tornado por causa da destruição causada.

    Eufóricos e se sentindo verdadeiros heróis anônimos, muitos cidadãos filmaram a “catástrofe” e divulgaram seus vídeos nas redes sociais. Entretanto, algumas pessoas achavam que se tratava da chuva de merda que a cidade espera há anos. É tanta desgraça que acontece na capital karipuna nos últimos tempos que só falta mesmo São Pedro nos mandar uma chuva de detritos. Aliás, rede de esgotos essa cidade não tem nem nunca teve. Apenas 1,8 por cento em toda a cidade. Porto Velho, segundo o próprio prefeito Hildon Chaves e também o Instituto Trata Brasil, é um dos piores municípios do Brasil em saneamento básico e água tratada. Das 100 maiores cidades do país, ficamos em 99º lugar. E dentre as capitais do Brasil, estamos na lanterna. Por isso, o inédito temporal, apelidado de tornado, pode ter jogado no ar muitos coliformes fecais.

    De fato, várias pessoas que presenciaram o extraordinário evento da natureza disseram que havia um mau cheiro muito forte no ar. Durante o incomum fenômeno, fala-se que a catinga de fezes, característica de toda a cidade, empesteava a todos os assustados moradores daquele bairro. Sem esgotos, sem água tratada e também sem árvores, a tendência é os temporais aumentarem de força cada vez mais. O prefeito e a SEMA se encarregaram de destruir as poucas árvores da cidade. Há um ano, na Avenida Tiradentes, por exemplo, todas as frondosas árvores que havia foram arrancadas pela raiz “por que estavam destruindo uma rede de esgotos” que nunca teve lá. Agora, está só o buraco, sem jardins, plantas ou algum projeto que substitua o verdadeiro tapete verde que era. Estão destruindo Porto Velho como estão fazendo com toda a Amazônia.

       Não se sabe ainda se o que aconteceu no bairro Nova Porto Velho foi um tornado ou até mesmo uma chuva de merda, lixo e detritos. O fato é que depois do lago da hidrelétrica do Santo Antônio as coisas desandaram de vez por aqui. A conta de energia elétrica está pela hora da morte e a natureza está cada vez mais sendo agredida e por isso se vinga como pode. Porém, a cidade só não fede mais do que a classe política local, que ainda insiste em defender o fracassado e inútil governo de Jair Bolsonaro. Sem ter absolutamente nada de positivo para mostrar no Jornal Nacional, Porto Velho desponta com um fictício tornado somente para poder aparecer para o restante do país como vítima de um fenômeno da natureza. A propalada chuva de imundícies obteve mais atenção do que as mais de 2600 mortes pela Covid-19. Outras chuvas dessa serão vistas, pois funcionam como cortinas de fumaça para ocultar nosso atraso e estupidez.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

CPI das pedaladas fiscais

CPI das pedaladas fiscais

 

Professor Nazareno*

 

            O Brasil tem hoje, segundo dados oficiais, quase 607 mil mortos pela pandemia da Covid-19. São quase dois anos convivendo com o novo Coronavírus, que trouxe sérios problemas de perdas econômicas e também de vidas humanas de muitos cidadãos brasileiros. Fala-se que o presidente Bolsonaro não tem nenhuma culpa por qualquer uma dessas mortes. Essa CPI criada no Senado para investigar as responsabilidades do governo federal durante a pandemia chega ao seu final, produz e aprova um relatório dito “tendencioso” onde faz sérias acusações ao governo. E segundo esse relatório, o presidente teria cometido pelo menos nove crimes durante a condução da calamidade no país. Porém, o “Mito” de muitos brasileiros já disse que fez tudo o que pôde para salvar a vida de seus cidadãos. Por isso goza ainda de certa popularidade. Ele não é um santo?

Em Manaus muitos cidadãos, alguns deles bolsonaristas ferrenhos e defensores do Bolsonaro, morreram asfixiados enquanto o governo federal mandava uma esquipe à cidade para prescrever Cloroquina e Ivermectina e buscar a criminosa e antiética imunidade de rebanho. Vi numa reportagem um cidadão que vendeu sua única botija de gás para comprar um cilindro de oxigênio para salvar sua mãe, que acabou morrendo sem ar no hospital Delphina Aziz. O sofrimento das pessoas em Manaus e também no Brasil inteiro foi indescritível durante todo o andaço. Já em Porto Velho, por várias vezes, o secretário de Saúde do Estado junto com o governador distribuíram para o povão vários remédios sem nenhuma eficácia comprovada para o vírus mortal. E nas duas capitais, vários candidatos bolsonaristas já dispararam na preferência dos eleitores.

Vergonhosamente durante a pestilência, a roubalheira e a corrupção andaram soltas e de mãos dadas em praticamente todas as unidades da federação. Da Paraíba ao Acre, do Oiapoque ao Chuí, roubaram muito dinheiro que deveria ser investido para salvar vidas de brasileiros infectados pelo vírus terrível. Nos Estados, nos municípios e também no governo federal surrupiaram e desviaram verbas públicas. “O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os oprimidos”, disse certa vez Simone de Beauvoir. E essa máxima se aplica à atual situação do Brasil, pois de um modo geral, os que mais sofreram pela omissão e incompetência do poder público durante o flagelo, são os mesmos que não só defendem essas autoridades como também vão votar e reeleger todas elas. O “gado cego” diz que o “Mito” não tem culpa nenhuma pelo caos.

A CPI da Covid, que muitos chamam de a CPI do Circo, e que também seria ilegal, aprovou seu relatório e indiciou 80 pessoas, dentre elas o presidente Bolsonaro a quem foi atribuído os seguintes crimes: 1. Crime de epidemia com resultado de morte. 2. Crime de infração a medidas sanitárias preventivas. 3. Crime de emprego irregular de verbas públicas. 4. Crime de incitação ao crime. 5. Crime de falsificação de documentos particulares. 6. Crime de charlatanismo. 7. Crime de prevaricação. 8. Crime contra a humanidade. 9. Crime de responsabilidade. São todos eles crimes muito bárbaros e desumanos, mas talvez o presidente não seja processado nem tirado do seu cargo, já que não cometeu crime de pedaladas fiscais como fez a ex-presidente Dilma Rousseff e por isso sofreu aquele golpe dado em 2016. Essa CPI deveria ter investigado se o Bolsonaro deu pedaladas fiscais. Um crime terrível! A Dilma era genocida e também negacionista?

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sábado, 16 de outubro de 2021

A elite na “fila do osso”

A elite na “fila do osso

 

Professor Nazareno*

 

            Parecia uma miragem: no país que é o maior produtor mundial de carnes e de proteínas animais havia em cada cidade uma enorme fila para se pegar osso. Nessas filas, que dobravam quarteirões e estranhamente se formavam diariamente, havia todo tipo de gente à espera do seu “santo ossinho de cada dia”: vereadores, prefeitos, governadores, deputados, senadores, ministros, juízes, desembargadores, artistas, padres, pastores, médicos, jornalistas, funcionários públicos. Os donos desses açougues, que agora estão morando nos cortiços, periferias e também nas favelas, mandavam abrir seus estabelecimentos logo cedo para que pudessem atender bem a todos. Petistas e esquerdistas não iam a essa fila, pois recebiam religiosamente em suas casas fatias inteiras de filé mignon, picanha, alcatra, dentre outras suculentas peças de carne bovina.

O presidente do país, padre Júlio Lancellotti, homem de patrimônios inestimáveis, dentre eles incontáveis indústrias, muitas fazendas, inúmeros iates de luxo, infinitos frigoríficos além de várias ‘offshores’ em paraísos fiscais, não gostava muito dessas filas “inconvenientes”. Ele dizia sempre em seus costumeiros discursos de ódio que se “essa mania de se alimentar com ossos bovinos continuar, seu governo pode ter a imagem manchada no exterior”. E ele tinha certa razão, pois não é possível que muitos governadores com suas esposas tenham que ir quase todo dia para a fila muito antes de ir aos palácios dar expediente. Muitos se perguntavam: por que juízes e desembargadores, antes de irem às varas e aos tribunais, têm que passar ali? Militares de altas patentes também são vistos naquelas filas para poder pegar o seu quinhão de osso.

A poderosa elite deste país sempre foi muito injustiçada mesmo. “Sofre igual a sovaco de aleijado”. Em todo governo ela passa por “poucas e boas”. E o pior: entra governo e sai governo e ninguém se lembra desta classe social. O que custava, por exemplo, para essas autoridades criarem uma espécie de ajuda ou até uma “bolsa-osso” para toda essa sofrida gente rica? Por que eles têm que ir a estas filas intermináveis à procura de algo para se alimentar? Os nossos ricos e endinheirados não têm nem nunca tiveram bons planos de saúde, não têm boas escolas e sempre estão à espera dos restos dos pobres e miseráveis. Não fossem alguns pobretões do Brasil, os ricaços estavam à míngua, passando fome. E neste país, pobre tem pena de rico. Daqui a pouco quase mais ninguém da alta sociedade vai poder ir a Paris ou mesmo à Disney durante suas férias.

É só observar como é injusta a estrutura da nossa sociedade. Os médicos são quase todos oriundos das classes mais pobres e “inferiores”. Talvez por isso geralmente eles cobram horrores por uma simples consulta. Juízes, desembargadores, ministros do STF, advogados, ministros de Estado e até os políticos de um modo geral praticamente vieram das favelas e das incontáveis comunidades espalhadas por este país afora. Outro dia, numa sentença inédita, o STJ revogou a prisão de uma perigosa meliante paulistana, moradora de rua, que havia surrupiado de um supermercado algumas mercadorias no valor de 21,69 reais para poder alimentar seus cinco filhos. Antes, a PM e alguns juízes de São Paulo, mostrando que a nossa Justiça é um primor, prenderam e condenaram a ladra, que passou alguns dias no xilindró. É bem possível que se pertencesse à elite, ela jamais teria saído da prisão. Aqui, "o osso é agro, é tech, é tudo". Vamos à fila do osso, mano?

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Brasil, um país sem futuro

Brasil, um país sem futuro

 

Professor Nazareno*

 

            Aos olhos do mundo civilizado, o Brasil de hoje é um pária internacional. De hoje e de sempre. E a culpa não é somente do atual presidente Jair Bolsonaro. De um modo geral, nós nunca fomos levados a sério como nação. Isso apesar de possuirmos a quinta maior área em quilômetros quadrados e a sexta maior população do mundo com mais de 213 milhões de pessoas. Um ex-presidente francês teria dito que “o Brasil não é um país sério”. Há mais de meio século que figuramos entre os países de maior PIB do planeta. Somos hoje um dos maiores produtores de alimentos, temos os maiores rebanhos comercializáveis e somos os proprietários das maiores extensões de terras agricultáveis do mundo. Isso sem falar nos mais de sete mil quilômetros de litoral e uma riqueza incalculável em recursos minerais e vegetais, além de uma vasta biodiversidade.

            Apesar de toda esta grandeza, de toda esta riqueza, de toda esta pujança, o nosso país patina quando o tema é qualidade de vida de seus habitantes. Com mais de 20 milhões de famintos e miseráveis, o Brasil envergonha o mundo com as suas “filas do osso”. Muitas pessoas daqui vivem bem pior do que os habitantes de muitos países da África subsaariana. Osso, pelanca, restos de animais, pés de galinha, banda de feijão, têm sido a triste dieta forçada de muitos brasileiros famintos. “Pelos campos, há fome em grandes plantações”, diz a letra da música Caminhando de Geraldo Vandré, que por dizer esta verdade vista até hoje, foi preso, torturado e perseguido pela assassina e cruel Ditadura Militar. E não adianta dizer que este ou aquele governo tentou acabar com a nossa eterna miséria. Todos eles, sem exceção, são responsáveis pela tragédia nacional.

            O atual governo de Jair Bolsonaro pouco ou nada fez para enfrentar essa questão da fome e da miséria dos brasileiros. Assim como os governos de esquerda. Nos poucos anos à frente do país, Lula e os esquerdistas se preocuparam apenas em “dar o peixe e não ensinar a pescar”. Os petistas, além de terem roubado como ninguém, não se preocuparam em mudar o país investindo, por exemplo, em educação de qualidade. Nunca houve neste lugar um governo de fato comprometido com as aspirações dos mais pobres. A nossa atual situação de penúria vem se perpetuando com o passar dos séculos. Entra governo e sai governo e a pobreza, a miséria e a fome continuam firmes e fortes como se fosse normal uma grande potência agrícola e grande produtora mundial de commodities ter miseráveis que mendigam o pão de cada dia. Somos vergonha mundial.

Quando não somos governados por fascistas, somos governados por ladrões. Como disse um leitor: “em 2018, a boiada desprezível e ignorante caiu no canto da sereia entoado pela extrema-direita, rica e dominadora, que, há muito tempo, escraviza a classe trabalhadora do país para enriquecer sempre mais. Triste ignorância dos adoradores do ‘Mito’. Agora estão vendo que ele foi apenas um miliciano radical e bandido, escolhido pelos ricos para continuarem no poder”.  O Brasil nunca ganhou um Prêmio Nobel, nunca ganhou um Oscar, praticamente nunca recebeu uma condecoração internacional de que possa se orgulhar. Este país só terá futuro promissor se investir em educação de qualidade para as futuras gerações. Boas escolas, boas universidades, bons centros de pesquisa. Sem isso, seremos o que sempre fomos: NADA. E não adianta quintuplicar a produção de alimentos. Com esta política, sempre haverá fome e miséria.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Os ‘zeróis’ da menstruação

Os ‘zeróis’ da menstruação

 

Professor Nazareno*

 

            O presidente Jair Bolsonaro vetou recentemente a distribuição de absorventes higiênicos pelo governo para as mulheres pobres e em situação de vulnerabilidade. “O Estado não tem de onde tirar os recursos para custear esse projeto”, afirmou o nosso mandatário. O país quase parou. Foi uma comoção nacional e quase todos os políticos, da esquerda até à extrema-direita, fizeram discursos patrióticos e emocionados em defesa das mulheres. Muitos deputados, prefeitos e governadores, contrários ao veto presidencial, já prometeram que vão remanejar verbas para atender a essa demanda “extremamente importante” para o público feminino. Alguns lembraram que o poder público já há muito tempo distribui, sem maiores problemas, o preservativo masculino principalmente durante o período de Carnaval. “Para isso há verbas sobrando”, dizem.

            Não se pode discutir a importância do uso de absorventes íntimos pelas mulheres. Principalmente as presidiárias e também aquelas que não têm de onde tirar recursos para arcar com mais esta despesa em seus apertados orçamentos. Muitas meninas das classes pobres, por exemplo, perdem aulas quando estão menstruadas. Não há dinheiro sobrando para comprar absorventes. Algumas usam papel higiênico, sacolas de supermercados, miolo de pão e até panos velhos. Todas elas correm sérios riscos de contrair infecções, desenvolver alergias e infertilidade, que em casos mais graves pode levar até ao óbito. Mas a discussão maior não é esta. O governo deveria aumentar o salário mínimo ou então criar melhores condições para aumentar o orçamento familiar dos brasileiros. O nosso menor salário é de apenas 190 dólares. Uma vergonha infame.

            O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já disse que o veto do Bolsonaro a esse projeto do absorvente feminino “é candidatíssimo a ser derrubado”. Ou seja, a nata dos políticos brasileiros se uniu em prol de um objetivo nacional e inadiável: proteger a menstruação de parte das brasileiras de baixa renda. Enquanto isso, muitas dessas mesmas brasileiras continuam frequentando as “filas do osso” espalhadas pelo Brasil a fora. Várias delas se alimentam de pelancas, pés de galinha e osso. Há muito tempo que a fome e a miséria “ virou rotina” nas classes sociais menos abastadas deste país e ninguém, absolutamente ninguém, toma providência. A questão do absorvente feminino virou uma “cortina de fumaça” para esconder problemas mais urgentes da nossa sofrida população. A inflação galopante no atual governo condena muitos a mais pobreza ainda.

            Incompetente, o “Mito” já disse que não há o que fazer para debelar a alta dos preços que assombra o país. Ou seja, a transferência de renda dos pobres e miseráveis para as classes mais abastadas neste governo insano e monstruoso continuará “na cara das autoridades”. Em vez de mostrar exagerada preocupação com a menstruação das mulheres, a classe política do Brasil deveria lutar para combater as vergonhosas filas de pessoas mendigando ossos e pelancas para poder se alimentar. A luta para diminuir a nossa monstruosa desigualdade social e as nossas injustiças traria muito mais efeitos positivos para os cidadãos e cidadãs deste país. Um salário mínimo de 800 ou mil dólares mensais acabaria com grande parte da miséria em que vivemos. E daria também para comprar, com sobras, os absorventes femininos. Os nossos políticos já usaram de tudo para se promover e ganhar votos. Mas usar menstruação é a primeira vez que se vê.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Paulo Guedes, nosso herói!

Paulo Guedes, nosso herói!

 

Professor Nazareno*

 

Por que Jair Bolsonaro ainda não demitiu o Paulo Guedes? Essa pergunta precisa ser respondida urgentemente pelo “gado”, que apoia e segue o presidente da República. O cidadão que cuida da economia do Brasil transferiu seus quase 10 milhões de dólares em investimentos para fora do país. O presidente e os bolsonaristas, de um modo geral, vivem dizendo que os brasileiros precisam ser patriotas. Qual é então o grau de patriotismo do nosso ministro da Economia, que não investe sua riqueza no próprio país em que é o responsável maior pela condução das finanças? O povo brasileiro pobre hoje sobrevive de pelanca, sopa de osso e pé de galinha por causa do dólar alto, da inflação e do desemprego. Mas o ministro da Economia do Brasil, que tem dinheiro aplicado numa Offshore lucrativa no exterior e já desdenhou de todos, continua tranquilo no seu cargo.

Paulo Guedes não confia no Brasil muito menos na sua própria política econômica. Fanfarrão e espetaculoso, ele coleciona uma série de declarações polêmicas: disse, dentre outras coisas, que achava um absurdo as empregadas domésticas estarem viajando para a Disney todo ano. “Isso tem que acabar”, vaticinou. Depois chamou os funcionários públicos de parasitas e festejou quando os salários destes foram congelados por dois anos. “Já tratei de colocar uma granada no bolso do inimigo, disse ele naquela fatídica reunião ministerial de 22 de abril de 2020. Ter uma offshore no exterior não é ilegal. Basta informar à Receita Federal e aos órgãos de fiscalização do país. E Guedes fez isso. Ele e também o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Mas é estranho, imoral e antiético, já que eles respondem pela nossa política econômica.

O governo do “Mito” Jair Bolsonaro já acabou, faz tempo. Hoje as pesquisas de intenção de voto lhe dão algo em torno de 23%. E se continuar assim, dificilmente ele irá para o segundo turno nas próximas eleições. Os escândalos pipocam todos os dias em Brasília. A inflação já beira os dez por cento. A vergonhosa fila do osso nas grandes cidades virou rotina e a fome voltou com força a muitos lares brasileiros. A Covid-19 já ceifou mais de 600 mil vidas e a CPI da Covid vai indiciar o presidente assim como vários de seus seguidores, ministros e ex-ministros. Por enquanto, não há mais esperanças para os brasileiros. E como se não bastassem as nuvens negras no Planalto, Paulo Guedes, atolado no pântano da offshore das Ilhas Virgens Britânicas, manda cortar 90% dos recursos para as bolsas e projetos de pesquisa científica. O caos é aqui.

A desvalorização do real frente ao dólar sempre foi defendida e também muito bem utilizada pelo nosso ministro da Economia. “Eu não estou preocupado com a alta do dólar”, disse ele certa vez. Entre janeiro de 2019, quando Guedes assumiu a economia do Brasil, e hoje, as suas aplicações no exterior lhe renderam mais de 16 milhões de reais. Isso dá cerca de meio milhão de reais em ganhos mensalmente. Para os governados pelo Bolsonaro e pelo Paulo Guedes só restam a fila do osso, a fome, o desemprego, a agonia e o desespero. “O dólar só chega a cinco reais se eu fizer muita besteira”, explicou o Paulo Guedes. Ele mesmo previu as besteiras que ia fazer com o nosso dinheiro. No final das contas, chega-se à macabra conclusão: esperto é Paulo Guedes, pois não ia deixar seu dinheiro aplicado num país em que o ministro da Economia é ele mesmo. Ainda assim, muitos bolsomínions cegos dizem: ele é um herói.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

O Bolsonaro não é o culpado!

O Bolsonaro não é o culpado!

 

 

Autor Desconhecido*

 

 

Ele é um escroto, mas não o culpado. O culpado é o meu parente, o meu vizinho, o meu amigo. O atual presidente sempre defendeu a ditadura e a tortura... Sempre defendeu a sonegação de impostos. Sempre foi racista, homofóbico, xenófobo e preconceituoso. Não tinha plano de governo. Nunca foi sociável, nunca respondeu a uma pergunta, não compareceu a um debate sequer. Ele sempre foi assim, sempre! O verdadeiro culpado é o meu parente, o meu vizinho, o meu amigo que votaram nele. Ele disse sempre que não entendia de economia.

Ele sempre chamou índios e quilombolas de vagabundos. Ele sempre falou que, se eleito, índios não teriam um centímetro de terra. Sempre defendeu a caça de animais selvagens e a liberação dos agrotóxicos. Várias vezes demonstrou que não gostava do povo, do povo mesmo. E fez várias manifestações contra os pobres. Defendia abertamente que a mulher deveria receber um salário menor que o do homem. E mesmo assim, a tua parente, a tua vizinha e a tua amiga votaram nele. Ele sempre foi contra a educação pública. E mesmo assim, a minha amiga, que é professora, votou nele.

Sempre foi contra a quase tudo que é público, e mesmo assim o meu vizinho, funcionário da CEF e o outro funcionário dos Correios, votaram nele. Ele não sabe conversar e mesmo assim, o meu parente metido a "intelectual" votou nele. Ele se diz Cristão, mas defende armas, grupos de extermínio e passou a campanha apontando arminha para todos os lados. E os meus parentes, vizinhos e amigos que não saem da igreja e que para tudo dizem: "Glória a Deus, Graças a Deus, Aleluia e em Nome de Jesus", votaram nele.

Todas as conquistas sociais estão indo para o espaço. E os nossos parentes, nossos vizinhos e os nossos amigos ainda defenderam a reforma da Previdência que é tão maravilhosa que os políticos, militares e o judiciário não farão parte dela. De uma coisa Bolsonaro não tem culpa, ele não enganou ninguém. Todos sabiam quem ele realmente era. Os que não votaram nele, não votaram com convicção. Os que votaram nele votaram com convicção.

 

 

 

 

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domingo, 3 de outubro de 2021

Precisamos dos ladrões!

Precisamos dos ladrões!

 

Professor Nazareno*

 

            Diz a lenda que entre 2003 e 2016 o nosso país foi governado por ladrões e corruptos. Entre os dias 1° de janeiro de 2003 e 16 de abril de 2016, quando a elite do país se organizou de forma sorrateira para tirá-los à força do poder, esses ladrões nos governavam sem maiores transtornos. Foram, portanto, 13 anos, três meses e 16 dias, de governos mais progressistas. O PT e as esquerdas estiveram à frente dos nossos destinos políticos com Lula, que governou por dois mandatos, e Dilma Rousseff, que assumiu o resto do tempo e foi sumariamente tirada do poder. Neste período, dizem os falsos analistas, o Brasil esteve muito perto de se tornar um país de ideologia socialista, a família correu sérios perigos e a nossa bandeira quase que fica vermelha, igual à da atual conta de energia elétrica. Entretanto, é preciso analisar esse período com atenção.

            Enquanto os esquerdistas estavam depenando as finanças do país, o preço do litro da gasolina era de apenas R$ 2,70. E mesmo assim isto fazia muita gente ir aos postos para criticar e fazer comícios contra o governo. “A Petrobras está sendo roubada e saqueada na cara de todos nós. Precisamos reagir a este descalabro”, diziam os oposicionistas daquela época. Hoje, depois que a estatal do petróleo foi saneada e o roubo deixou de acontecer no atual governo, o litro de combustível já passou dos sete reais em alguns Estados do país. E não se vê ninguém reclamar. Como eu gostaria que a Petrobras fosse roubada e saqueada de novo. Antes, poderia encher o meu tanque sem problemas. Hoje, coloco vinte reais de gasolina e logo se acaba. Naqueles tempos de roubalheira, eu comprava uma botija de gás por 30 ou 35 reais. Hoje custa mais de 130.

            Seria muito bom para o Brasil que Lula, os esquerdistas e todos os outros ladrões do Erário voltassem logo ao poder. Estávamos nos acostumando a fazer uma boa e farta feira com 200 ou 300 reais. Hoje sequer pode-se comprar um litro de óleo ou outras mercadorias. Todo final de semana eu fazia churrasco com os amigos. A carne de primeira custava entre oito e doze reais o quilo. E não existia a fila do osso como agora. Nos tempos dos ladrões e corruptos nunca se ouviu falar nisso. O povo comia era carne mesmo. Esses ladrões têm que voltar o mais rápido possível para governar o Brasil e dar alegria ao povo sofrido. Temos mais de 15 milhões de desempregados e cerca de 20 milhões vivendo abaixo da linha da pobreza, na miséria absoluta. Mas agora a nossa bandeira não é vermelha, estamos mais distantes do comunismo e a família está salva.

            Por favor, senhores ladrões do dinheiro público no Brasil! Voltem a nos roubar. Quando vocês nos subtraíam e nos enganavam, não havia brigas entre os poderes. O Supremo vivia uma lua de mel interminável com o Executivo e com o Legislativo. Tanques de guerra, obsoletos e fumacentos, jamais circulariam pela capital do país para ameaçar alguém ou outro poder. E os preços da cesta básica não eram tão altos como são hoje. A impressão que eu tenho é que quando o meu país está sendo roubado, eu estou vivendo melhor, embora não compactue com os trambiqueiros nem com a roubalheira e a corrupção. O país era saqueado todo dia, mas um carro zero podia ser comprado por 30 mil reais ou menos. Hoje por 70 mil não se compra mais. Fala-se em três anos sem corrupção no governo federal. Mas três anos também de muita fome, miséria, desemprego e inflação. Devolvam os meus ladrões e nossa bandeira vermelha!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.