segunda-feira, 31 de maio de 2021

Quem financia Bolsonaro?

Quem financia Bolsonaro?

 

Professor Nazareno*

 

            Na História do Brasil, depois do ano 1930, pelo menos a cada 30 anos em média, aparece um idiota para presidir o país. O primeiro desses tantãs foi Getúlio Vargas. Um ditador feroz que golpeou as instituições democráticas em 1937 e tempos depois vergonhosamente se alinhou ao Nazismo. Em 1960 foi a vez de Jânio Quadros e suas maluquices. E já sabemos como tudo terminou: o macabro golpe militar de 1964. Em 1990 já na redemocratização, foi Fernando Collor o pateta da vez. Era conhecido como “o caçador de marajás”. E mais recentemente a partir de 2019, Bolsonaro governa os brasileiros. Eleito com a mesma rompante dos imbecis “salvadores da Pátria” que o antecederam, o “Mito” como é conhecido, ainda não se deu conta de que foi eleito. A única coisa que une os quatro pacóvios são as estruturas que financiam suas aventuras.

            Além de serem representantes da direita ou da extrema-direita conservadora e reacionária, Vargas, Jânio, Collor e Bolsonaro sempre tiveram e têm em comum uma legião vergonhosa de seguidores e bajuladores que os mantêm no poder. Todos foram eleitos com um “discurso novo” que de novo nada tinha. À exceção de Vargas, todos os outros foram eleitos prometendo “mundos e fundos” para o país. E em todos os casos praticamente “deram com os burros n’água”, pois não passavam do que eram: ilusões momentâneas de um povo enganado, iludido e cego por mudanças que nunca viriam. Vargas deu um tiro no peito, Jânio renunciou, Collor foi cassado e o povo, sem escolaridade nem conhecimentos da política, continuava sua saga em busca do herói da vez. Desacreditado por 13 anos de um governo esquerdista e ladrão, buscou o “novo”.

Só que esse novo mais uma vez tinha as mesmas “manhas” e “métodos” de todos os outros governos anteriores e bastou a pandemia do Coronavírus para mostrar a real face do governo “Bozo” e da extrema-direita: cruéis, incompetentes e insanos. Mas dificilmente o atual staff cairá. Ele é sustentado pela mesma elite infame que sempre sustentou todos os outros governos que lhe deu guarida. A riqueza do país sempre é direcionada para os mais ricos e poderosos. E os pobres no Brasil que continuem sonhando com dias melhores. Independente de quem esteja no poder, os ricos continuam sempre mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, abandonados e desassistidos. Muitos políticos “apoiam” esses presidentes apátridas, desumanos, genocidas e insensíveis apenas por conveniência. Idiotizado, o povo nada percebe disto.

É muito difícil que Jair Bolsonaro tenha hoje os mesmos 57 milhões de votos que o elegeram presidente do Brasil em 2018. Patinando nas pesquisas e com a popularidade cada dia mais em queda, se as eleições fossem hoje é possível que nem no segundo turno ele estaria. Mas isto não assusta nem um pouco seus financiadores e a sua legião de puxa-sacos. Se houver a necessidade de trocá-lo por outro qualquer, a elite “entrega os anéis para preservar os dedos” e tudo continua como sempre foi. Assim, Jair Bolsonaro, o quarto idiota a nos governar, que se cuide. Parte da mídia reacionária e muitos dos seus fanáticos seguidores, aqueles que dançavam eufóricos nos sinais de trânsito, estão arrependidos e muitos já não o veem mais como “Mito” nem como salvador da Pátria. Se o “Bozo” cair, como caíram todos os outros mentecaptos, os financiadores migram para outro candidato. A nossa riqueza não pode mudar de classe.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Não vá à CPI, governador!

Não vá à CPI, governador!

 

Professor Nazareno*

 

            Juro que não entendi nada. O governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, foi convocado recentemente a comparecer à CPI da Covid-19 do Senado com o objetivo de prestar depoimentos. O governador daqui é um homem íntegro, um político honrado, um cidadão contra o qual não pesa nenhuma desconfiança. Militar de formação, Rocha pode ser comparado aos grandes homens que marcaram a História da Humanidade. Ele tem administrado os rondonienses de maneira ímpar e por isso será eleito e reeleito quantas vezes quiser. Comparar Marcos José Rocha dos Santos ao britânico Winston Churchill, a Mandela, Gandhi ou até ao alemão Willy Brandt seria algo normal. Nesta cruel pandemia do Coronavírus, o bravo coronel liderou os rondonienses da mesma forma que Jacinda Ardern, a popular e competente primeira-ministra da Nova Zelândia.

            O governador de Rondônia não deveria ir a essa CPI do Senado. Mas se for, ele só terá bons exemplos para mostrar por lá. Em Rondônia quase não houve mortes pela pandemia. Um óbito aqui outro acolá. Mas quase ninguém notou nada. Além do mais, Rondônia nas mãos desse coronel bolsonarista tem vacinado a sua população como nunca. “Aqui só não se vacina quem não quer”, é a cantilena que se ouve diariamente. E tudo graças a esse governo de “Primeiro Mundo”. Desde a primeira vacina no Brasil contra o Coronavírus, Rondônia lidera com folga dentre todos os Estados que mais imunizaram a sua população. Isso sem falar em um milhão de doses que o emérito mandatário “quase” conseguia da Rússia. Há mais de um ano, por exemplo, que não se ouve falar em certo “açougue” da zona sul de Porto Velho. Rondonha é o bicho, mano!

            Desvio de verbas que o governo federal mandou para cá? Nada. Nenhum único centavo deixou de ser empregado de forma correta para salvar vidas de rondonienses. Até hospital novo foi comprado aqui para o povo. Nenhum funcionário público de Rondônia ou mesmo secretário de Estado foi flagrado em desvios de dinheiro federal. Nenhum deles, ninguém. Tratamento precoce para a Covid-19? Também nada disso. O inteligente e equilibrado governador é um homem que acredita cegamente na ciência, por isso jamais teria distribuído qualquer medicamento que não tenha tido comprovação de eficácia tanto pela OMS como por outros órgãos científicos. Com Marcos Rocha, bombeiros, policiais militares, professores e outras categorias do funcionalismo estão rachando de tanto ganhar dinheiro. Rafinha Bastos e Eliane Brum ficariam abismados.

            Nem lockdown existe mais por aqui. Não há mais nenhuma necessidade. Felizes, despreocupadas e muito contentes as pessoas caminham pelas limpas e arborizadas ruas da capital. Porto Velho até se parece com Londres, Auckland ou mesmo Nova Iorque. Na Avenida Jatuarana, no Espaço Alternativo assim como no centro da capital e em muitos outros locais veem-se muitas famílias se descontraindo como se não existisse pandemia nenhuma. E na cabeça de muitos talvez nem exista mesmo. Graças ao brioso coronel e sua feroz equipe, quase todos os cidadãos de Rondônia já estão devidamente vacinados. Por isso a felicidade só abunda. O nosso governador não tem mesmo o que fazer em Brasília em CPI nenhuma. Vá a Brasília, então, e diga a todo o Brasil que Rondônia está livre da febre aftosa. Fato reconhecido até pela Organização Mundial de Saúde Animal. Nem queimadas há mais. Fale tudo isso sorrindo, sem medo de punição.

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


quarta-feira, 26 de maio de 2021

O “Bozo” dará um golpe?

O “Bozo” dará um golpe?

 

Professor Nazareno*

 

            O atual presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, nunca foi admirador de nenhum regime democrático. E também jamais escondeu isto de ninguém. Ex-capitão expulso do Exército por indisciplina, ele ficou pelo menos sete mandatos na Câmara dos Deputados como deputado federal pelo Rio de Janeiro e durante esses 28 anos nada fez a não ser defender a nefasta Ditadura Militar e o golpe de março de 1964, além de desmerecer por completo a democracia e todos os seus líderes. Bolsonaro enalteceu torturadores do regime militar como Carlos Brilhante Ustra e em todas as suas entrevistas nunca escondeu sua simpatia e apreço pela tortura aos opositores, ojeriza às instituições democráticas e ao comunismo. Ele também se mostrou racista, homofóbico e misógino. Apesar de tudo isso, em 2018 foi eleito com mais de 57 milhões de votos.

            No poder, já com quase três anos de mandato, Jair Bolsonaro de um modo geral também pouco ou nada fez em benefício dos brasileiros. Neste tempo, o presidente só se preocupou com a sua reeleição. Assim, incitou o ódio aos oposicionistas, continuou atacando o STF e seus ministros, cortou direitos adquiridos de muitos brasileiros e menosprezou várias vezes a democracia em suas desastradas falas. Com pouca ou nenhuma leitura de mundo, o “Bozo” não conseguiu e nem consegue entender até agora que num regime democrático a governança de uma sociedade é exercida basicamente entre os três poderes constituídos. No entanto, com medo de uma possível punição pelo Poder Legislativo e para não ser cassado, comprou com dinheiro público muitos parlamentares do Centrão, grupo odioso e imoral de políticos corruptos e fisiologistas.

            Acusado pela oposição de ser o principal responsável pela morte hoje de quase 500 mil pessoas durante a pandemia do Coronavírus no Brasil e com sua popularidade derretendo todo dia, o presidente se vê acuado e aos poucos “vai mostrando as garras” e desnudando de uma vez por todas suas intenções ditatoriais e antidemocráticas. Com suas ações toscas, Bolsonaro infantilmente provoca as Forças Armadas, participa de aglomerações de pessoas, não usa máscara e deixa claro que não vai largar o poder tão fácil assim, mesmo que perca as eleições no próximo ano. Se essas eleições fossem hoje, ele perderia feio para o Lula. Mas como Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos e já escorraçado do poder, o “Bozo” vai certamente inventar uma desculpa qualquer para não deixar o Planalto. Mesmo que isso implique o fim da democracia.

            Bolsonaro nunca teve apreço nenhum pelas liberdades. Por isso faz ameaças para continuar no poder. Inventa, sem nenhuma prova, que as urnas eletrônicas não são confiáveis e que o Brasil deve adotar de novo o voto impresso. Um retrocesso absurdo. O “Bozo” disse que nos Estados Unidos, por exemplo, as eleições em que o Trump perdeu foram fraudadas. Só que lá não existe o voto eletrônico. Até agora não se sabe se as Forças Armadas do Brasil, uma instituição de Estado e não de governo, vão avalizar uma aventura irresponsável do presidente. Um golpe de Estado e o fim da nossa jovem democracia podem estar sendo tramados à nossa vista. Como dificilmente ele evitará uma derrota quase certa numa eleição livre e limpa em 2022, fica mais do que claro que pode tentar golpear nossas instituições democráticas para permanecer no poder. Só resta saber se o mundo civilizado também concordará. E ele ficará no Planalto ou na cadeia?         

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Eu quero me vacinar!

Eu quero me vacinar!

 

Professor Nazareno*

 

Sou rondoniense nato. Nasci nas barrancas do rio Madeira mesmo. Tenho hoje 58 anos. Estou aposentado há três anos, após ter trabalhado no antigo território de Rondônia e depois Estado de Rondônia por mais de quatro décadas. Neste período paguei todos os impostos de mim cobrados para que pudesse desfrutar uma vida melhor na minha velhice, que ora se avizinha. Eram muitos os impostos: federais, estaduais e municipais. Durante todo este período, quase quarenta por cento do que eu ganhava mensalmente eram pagos em taxas. Já contraí a Covid-19, mas uma forma leve. No entanto, já perdi alguns familiares meus vitimados pelo vírus. Se eles tivessem tomado qualquer vacina em dezembro ou janeiro último, provavelmente não teriam ido a óbito. Só que neste período, não existiam vacinas no Brasil muito menos aqui em Rondônia.

Tenho medo de ser infectado de novo pelo Coronavírus, por isso a minha pressa de tomar qualquer imunizante, mas parece que o vírus chegará antes da vacina. Faz mais de um mês, por exemplo, que chamaram em Porto Velho pessoas entre 60 e 64 anos para se vacinar. Neste intervalo de tempo, já vacinaram profissionais da saúde, professores, policiais, integrantes das Forças Armadas, moradores de rua, presidiários, balconistas de farmácias, pessoas com comorbidades, coveiros e funcionários de funerárias. Todo sindicato, todo representante de qualquer classe quer prioridade para vacinar os seus. Até o prefeito da capital, o Dr. Hildon Chaves, já foi também vacinado. Com apenas 52 anos de idade, ele  tem doenças preexistentes. E eu, que passei toda a minha vida sustentando o Estado com impostos, fico de fora. Não tenho esse direito?

Hildon Chaves não é de Rondônia. Por isso, não pagou tanto imposto por aqui. Bem menos do que eu, que estou sem me vacinar e nem sei quando isso vai acontecer. Ele nasceu em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco e prometeu solenemente 400 mil doses de imunizantes para os porto-velhenses. Só que era tudo mentira, conversa fiada, engodo, lorota e enganação de político mesmo. E para piorar as coisas, a prefeitura de Porto Velho trocou um site de vacinação que funcionava muito mal, o imuniza Porto Velho, por outro que funciona pior ainda, o tal de SASI. Aliás, esse último nem funciona. Como não tenho comorbidade nenhuma, não tenho privilégios e estou fora da faixa etária acima dos 60 anos, não tenho a menor ideia de quando serei imunizado. Nascer em Rondônia não dá privilégios, nem direitos. Tudo aqui é só para os forâneos.

Já o governador do Estado é uma lástima. Passou o tempo nesta pandemia distribuindo remédios sem nenhuma eficácia para combater o Coronavírus. Tudo só para agradar ao presidente Jair Bolsonaro, seu ídolo. Rocha prometeu um milhão de doses para nós. Em Rondônia o número de mortos pela Covid-19 já ultrapassa os cinco mil e nenhuma providência tem sido tomada pelas incompetentes e acomodadas autoridades locais para amenizar o caos. Só falta a Assembleia Legislativa do Estado e as câmaras de vereadores dos 52 municípios pedirem também prioridades para vacinar seus “representantes” em detrimento dos verdadeiros cidadãos rondonienses. Dúvida: quando serão chamadas as pessoas entre 55 e 59 anos que moram e votam aqui para se vacinarem? Esse tal SASI sabe disto e vai mesmo avisar às pessoas? E os rondonienses abaixo dessa idade? Quantos morrerão antes da imunização? Eu quero me vacinar, já!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Vacinação “cu de mãe Joana”

Vacinação “cu de mãe Joana

 

Professor Nazareno*

 

            A pandemia da Covid-19 não dá tréguas ao Brasil. Caminhamos célere já para meio milhão de mortos e quase 16 milhões de contaminados. Enquanto isso, o mundo civilizado já está aos poucos superando a crise sanitária e liberando suas sociedades. Nos Estados Unidos, no Reino Unido, Israel, Nova Zelândia, Portugal e em alguns outros países civilizados, a vacinação em massa de suas populações já vislumbra claros “sinais de liberdade”. Já no Brasil, com o negacionismo tosco de seu governo genocida, piora a situação com uma média móvel diária de mais de dois mil mortos. Não há por enquanto sinais de retração da doença e o país mergulha no caos e nas mortes sem fim. Vivemos um drama horroroso alimentado principalmente pela falta de vacinas, pela prescrição de remédios sem nenhum efeito para o vírus e pelo descaso total do governo.

            Infelizmente está sendo comprovado com a CPI da Covid que o Estado brasileiro não comprou as vacinas quando os laboratórios ofereceram. Muitas mortes teriam sido evitadas. A China, praticamente o único país responsável pelos insumos e também por mais de 92% das vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil, é destratada pelo presidente brasileiro e também por outras autoridades. O país asiático pode, se quiser, parar de mandar essa ajuda à nossa gente. Uma retaliação diplomática que transformaria nossas vidas em um inferno. A terceira onda da pandemia já se aproxima e com a população sem imunidade sofreremos mais perdas ainda. Com menos de 20 por cento de sua população vacinada, o Brasil levará anos para atingir a imunidade de rebanho. Os que tomaram a primeira dose estão à espera da segunda dose, que não tem.

            Em “Rondonha”, a situação da vacinação também é catastrófica. A prefeitura de Porto Velho, cujo prefeito prometeu mentirosamente 400 mil doses para imunizar sua gente, trocou o site “Imuniza Porto Velho”, que funcionava precariamente por outro, um tal de “SASI”, que até agora funciona pior ainda. E o resultado é estarrecedor. Atrasos e mais atrasos na vacinação das pessoas. Estranho, mas o Estado com pouco mais de 12 por cento de sua população vacinada, tem a pior campanha de vacinação do Brasil e sempre está no final da fila quando comparado a outros Estados. Rondônia tem recebido um número pífio de vacinas e quando chega uma remessa, a correria é tanta que não se pode evitar a aglomeração de pessoas querendo se imunizar. Faz mais de um mês, por exemplo, que não convocam os cidadãos entre 55 e 59 anos para tomar o imunizante.

            Já o governo do Estado, “mais perdido nesta pandemia do que cego em tiroteio”, e cujo governador também de forma mentirosa prometeu trazer um milhão de doses para imunizar os rondonienses, pouco ou nada faz para amenizar o sofrimento do povo “otário” e sofredor. Mais de cinco mil mortos pelo vírus até agora e a única coisa que o governador bolsonarista fez foi distribuir remédios sem nenhuma eficácia científica para combater o Coronavírus. Praticamente não há vacinas contra a Covid-19 em Rondônia. As remessas quando chegam é a conta-gotas enquanto cidadãos morrem muitas vezes desassistidos pelo poder público. A única “atração” de Rondônia nesta pandemia tem sido o senador Marcos Rogério, defensor intransigente do negacionista e genocida governo federal na CPI da Covid. Com esta vacinação meia boca “aos trancos e barrancos” brasileiros e rondonienses estão jogados à própria sorte. E a morte é certa.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Bolsolão, o tratoraço do Bozo

Bolsolão, o tratoraço do Bozo

 

 

Professor Nazareno*

 

 

O presidente Jair Bolsonaro já foi acusado de ser grosso, fascista, beligerante, truculento, insano, genocida, cruel, sarcástico, dentre tantos outros inúmeros adjetivos nada abonadores. Agora para desespero de seus ainda muitos puxa-sacos, já pode ser também chamado de corrupto. Com medo de sofrer um processo de impeachment, o “Bozo” comprou “a peso de ouro” quase todos os políticos do Centrão, grupo político composto por deputados federais e senadores, fisiologistas e corruptos em sua maioria, que se alimenta de verbas públicas. Segundo denúncias, foram mais de três bilhões de reais de dinheiro público usado para “aliciar” os nobres parlamentares. Essa grana daria, por exemplo, para dar pelo menos 600 reais de auxílio emergencial a 5 milhões de brasileiros. Isso sem falar no tanto de vacinas a mais que o Estado poderia ter adquirido.

O bolsonarismo é uma seita extremista que hospeda o que de pior existe na sociedade brasileira: o fanático religioso, o militar miliciano, o rico racista e violento, o pobre ignorante e o homossexual portador da Síndrome de Estocolmo. E a partir de agora, também o político corrupto do Centrão. Aliás, onde será que Bolsonaro e os seus seguidores aprenderam a desviar verbas? Deve ter sido com o PT de Lula, já que é uma espécie de Mensalão. Os “companheiros” tentaram comprar o apoio de vários deputados federais em 2005 para que as pautas petistas fossem sempre aprovadas dentro do Congresso Nacional. Mas até agora nenhuma bancada do Parlamento falou nada sobre o “tratoraço” do Bolsonaro. O pior é que esse esquema imoral, lesivo à nação e corrupto montado pelo governo teve um orçamento secreto para a compra de apoio parlamentar.

O jornal O Estadão mostrou que o presidente Bolsonaro deu a um grupo de deputados e senadores aliados o direito de impor onde seriam aplicados bilhões de reais, provenientes de uma nova modalidade de emendas. A partir de então foram comprados tratores e outras máquinas agrícolas com preços faturados em mais de 250% acima dos valores de referência fixados pelo próprio governo. Se tudo isso for verdade, não seria corrupção? Claro que é corrupção. E das grandes! É o famoso toma lá dá cá para satisfazer o governo e as bases eleitorais de políticos aliados. Com esse “tratoraço” já podemos chamar Bolsonaro de um presidente corrupto. Mesmo assim, ele não cai tão cedo, pois nenhum dos mais de cem pedidos de impeachment jamais sairá da gaveta do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira. E se fosse o PT e a Dilma Rousseff?

A jornalista Eliane Brum disse que “há algo que o Brasil já perdeu e vai demorar a recuperar. Com Bolsonaro ou sem ele, descobrimos que vivemos em um país em que a maioria acha possível votar em um homem como o ‘Bozo’. Sem nenhum drama de consciência, compactuam com todo o ódio que ele produz. São cúmplices do desejo de exterminar os que são diferentes, apreciam as ameaças e os arrotos de poder, exaltam a ignorância e a brutalidade”. Agora, diante dos fatos e do possível “Mensalão bolsonarista”, temos que também aceitar a corrupção e os desmandos do Bolsonarismo. E haja dinheiro! Não se veem mais os defensores do “Mito” falarem algo para defender o seu ícone. Todos eles estão calados diante das evidências de corrupção do chefe. Na presidência, dizem até que Lula tomava Romanee Conti, um vinho caríssimo. Já o “Bozo” come é picanha japonesa Wagyu de 1800 reais o quilo. E nós? Aplaudimo-los!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Uma nação de abestados


Uma nação de abestados

 

Professor Nazareno*

 

            Há mais de meio século que o Brasil figura entre as dez maiores economias do mundo com um PIB quase igual ao de potências reconhecidas como Itália, Canadá, Reino Unido, França e Coreia do Sul. Há pouco tempo, chegamos ao sexto lugar dentre os países mais ricos do planeta. No entanto, toda esta riqueza é gerada a partir do setor primário. Exportações de commodities pelo agronegócio e a extração de finitos recursos da natureza sempre turbinaram a nossa produção de bens. Porém, com mais de 210 milhões de habitantes, temos uma das piores qualidades de vida, mesmo que o nosso IDH não seja tão baixo assim. São raros os brasileiros que desfrutam dessa riqueza. A nossa monstruosa desigualdade social coloca na mesma nação milionários e miseráveis, reeditando assim a clássica definição de “Casa Grande & Senzala” de Gilberto Freyre.

            Entretanto o mais surreal do Brasil são os brasileiros. Mistura insólita de brancos, negros e índios tem-se por aqui um dos povos mais abestados de que se tem notícia. Por isso, quase tudo neste país é motivo para essa gente sem nenhum “pedigree” ficar de boca aberta ou então comemorando a sua própria desgraça e a felicidade alheia. Sem nenhum prêmio Nobel conquistado ou qualquer outra honraria internacional de renome como o Oscar, por exemplo, os brasileiros antes até que saíam às ruas, mas somente para comemorar títulos no futebol, coisa que hoje já não se faz tão frequentemente devido ao fracasso de seus clubes e da própria seleção nacional. Com a pandemia do Coronavírus, a cruel realidade obviamente bateu com força na porta dos estúpidos “brazucas”. Já somos os vice-campeões em número de mortos e infectados.

            Mas é na política, no entanto, que muitos dos brasileiros mostram a sua maior estupidez e imbecilidade. Em 2018 pelo menos 57 milhões de cidadãos votaram em Jair Bolsonaro, o atual presidente do país, que é uma espécie de aprendiz do Fascismo e das práticas antidemocráticas. Grosso, estúpido e sem nenhum conhecimento da realidade que o cerca ele ainda é adorado por grande parte dos seus eleitores. Já outros 47 milhões de “ineptos” votaram em Fernando Haddad, uma espécie de “poste” do PT e de Lula, um ex-presidente sem nenhuma expressão, rústico, semianalfabeto e que abriu os cofres públicos para amigos, empreiteiros e toda a sorte de corruptos e ladrões do Erário. Mas no próximo ano, os dois candidatos idolatrados, que polarizam a discussão política, são justamente Lula e Bolsonaro. Ou seja, é a reedição de tudo o que não presta no país.

            De um modo geral, os brasileiros são mesmo um povo tosco e abestado em sua grande maioria, e que sequer conhece a sua própria realidade. Muitos falam mal da Rede Globo, por exemplo, mas saíram às ruas para comemorar o final do BBB. Uma tal de Julieta ganhou 1,5 milhão de reais e muitos paraibanos arreganharam os dentes de tanta felicidade. O “Bozo” inaugurou uma ponte lá nos confins do mundo para deleite de rondonienses e acrianos, que ainda acreditam em duendes, dia das mães, Natal, Deus e Papai Noel. Devido à má condução do país durante a pandemia da Covid-19, foi criada uma CPI no Senado para investigar só os erros do governo e não para tentar diminuir o grande número de mortos. Muitos brasileiros ficarão mais felizes se o presidente for punido e não se conseguirem trazer mais vacinas e mais insumos para combater o vírus.  Patetas, ficamos à espera de vacinas produzidas em outras nações de um povo mais útil.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Outra ponte escura e inútil

Outra ponte escura e inútil

 

Professor Nazareno*

 

            O dia 7 de maio de 2021 entrará para a tosca História do Acre, o nosso charmoso e belo Estado vizinho. A partir desta data, finalmente os acrianos se ligarão por terra ao  restante do país, fato que esperavam desde 1904 quando o Brasil teve a infeliz ideia de tomar dos bolivianos o insólito lugar. O fato triste é que para isso, terão que se ligar primeiro a Rondônia, outro Estado também sem nenhuma importância ou futuro na realidade do Brasil. O “Bozo”, o bizarro presidente, falando suas asneiras de sempre, esteve presente às solenidades lá na distante vila do Abunã, o sovaco do Brasil. Como a ponte de Porto Velho, a que liga o nada a coisa alguma, essa do Abunã é igualmente escura feito breu, embora tenha custado aos contribuintes quase 200 milhões de reais. Sua inutilidade é visível e tomara que não sirva só para aumentar o número de suicídios.

            Fazer pontes grandes, caras e inservíveis é uma constante aqui na Amazônia. Nossos políticos se esbaldam com essa prática. Em Manaus no Amazonas, por exemplo, gastaram um bilhão e trezentos milhões de reais para ligar a capital amazonense à simpática vilazinha do Cacau Pirera em vez de terem usado toda essa dinheirama para tirar o povo de Manaus do eterno isolamento. Depois muitas pessoas ficam dizendo que a BR-319 será a redenção do Amazonas, pois ligará o Estado ao restante do país. Se os manauaras quisessem mesmo se ligar por terra ao Brasil teriam feito a sua ponte na direção da estrada que já existia e não para ligar sua capital ao nada. Porto Velho já tem a sua ponte, antes também escura, que para nada serve até hoje. Nem o preço da farinha de mandioca, comida típica dos beiradeiros, a engenhoca inútil e cara conseguiu baixar.

            Essa ponte do Abunã, inaugurada com toda a pompa e gala pelo falastrão presidente Bolsonaro, é também totalmente desnecessária na já ordinária realidade do país. Nada vai mudar para ninguém a existência daquele estorvo ou a ligação por terra entre esses dois Estados longínquos, atrasados e distantes. Além de não existir nenhuma civilização nas proximidades, exceto as perdidas e remotas vilazinhas de Abunã e de Vista Alegre do Abunã, os recursos gastos com o trambolho não serão tão cedo recompensados aos combalidos cofres públicos nacionais. Juntando-se Rondônia e Acre, toda a riqueza produzida pelos dois Estados sequer chega a um por cento do PIB brasileiro. A população das duas unidades da Federação mal ultrapassa os 2,5 milhões de habitantes. Isso não é nem a metade da população da grande Fortaleza lá no Ceará.

            O bolsonarista governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, que também estava na festa de inauguração da inútil e escura ponte do Abunã, devia se envergonhar de o Estado que ele governa não ter uma universidade estadual. Já o prefeito de Porto Velho igualmente deveria lamentar o fato de administrar a capital mais suja e imunda do país. A “cidade das pontes” não tem sequer um hospital de pronto socorro decente e durante esta pandemia do Coronavírus conta com mais de dois mil mortos. Enquanto isso, essa já é a segunda ponte de uma cidade que não tem nenhuma mobilidade urbana, saneamento básico, arborização nem água tratada. Em vez de pontes sem serventia, que em nada vão melhorar as nossas vidas, as autoridades daqui deveriam comprar vacinas de verdade para compensar os mentirosos pedidos de 1,4 milhão de doses que eles nos prometeram e não cumpriram. Será que vão construir uma terceira ponte em Rondônia?

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


quinta-feira, 6 de maio de 2021

Copaíba mata o Coronavírus

Copaíba mata o Coronavírus


Professor Nazareno*

 

            Não há nenhuma comprovação científica muito menos experiências foram feitas por universidades, laboratórios ou centros de pesquisa para se comprovar que o óleo de copaíba é um remédio muito eficiente para se combater o Coronavírus. E nem precisa comprovar nada, pois a copaíba é um santo remédio reconhecido em toda a Amazônia e por isso “deve ser muito bom” para enfrentar qualquer ameaça à saúde das pessoas. Óleo de copaíba cura feridas, acaba com o mau hálito, é bom para piolho e caspas, hidrata a pele, melhora a digestão de um modo geral. Dentre os diversos benefícios desse óleo para a saúde humana verifica-se também que é um potencial antisséptico e antitetânico. É expectorante: a aplicação de gotas do óleo misturado com mel ajuda na expectoração. Em infecções: muito usado nas inflamações de garganta e de amigdalite.

            Se tem tantas indicações medicinais assim, deve ser bom para combater o “mal do momento”, devem raciocinar algumas pessoas idiotas sem o menor conhecimento de virologia, imunologia ou infectologia. Mas já há relatos de pessoas infectadas pelo Coronavírus que tomaram algumas gotas de óleo de copaíba e “teriam ficado boas” da Covid-19. O fato é que de cada cem pessoas contaminadas pelo Coronavírus, pelo menos uns noventa por cento contraem a forma “fraca” ou assintomática da doença e ficariam boas e restabeleceriam sua saúde, mesmo que nesse intervalo de tempo tivessem tomado apenas água do filtro. O mesmo acontece com a Ivermectina e a Cloroquina, drogas essas já totalmente descartadas pela OMS para deter o Coronavírus. Essas drogas e a água comum apresentam o mesmo efeito sobre a Covid-19: nenhum.

            Então, por que o presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores insistem em prescrever estes remédios sem nenhuma eficácia como “tratamento precoce” para deter a ameaça viral? Simples: porque tomando essas drogas, água do pote ou nada, não haverá nenhuma redução nem no vírus nem na doença. Com a “vantagem” de que a Cloroquina pode, em algumas pessoas, ter violentas reações alérgicas. Ou seja, para a Covid-19 água é um medicamento melhor do que a Cloroquina. E nesta pandemia, o objetivo do “Bozo” é atingir a imunidade de rebanho. Só que para isso, pelo menos seis milhões de brasileiros podem morrer. Porém, a meta desse governo genocida é que o “o maior número de cidadãos beneficiários do Estado deve mesmo sair de cena”. Paulo Guedes, o ministro da Economia, já disse que o brasileiro quer viver muito. E não deve!

            “Com muitos brasileiros mortos, pela pandemia ou por outras doenças, o Estado começa a dar lucros e não precisará mais gastar tanto com benefícios”, raciocinam muitos bolsonaristas. Essa postura macabra pode explicar por que essa gente age assim durante estes tempos de pandemia. “Não use máscara, não use álcool, pode se aglomerar à vontade, não faça nenhum distanciamento social, não se vacine”. Essas são as recomendações corriqueiras de um governo cujo presidente não aceita a pecha de genocida. Além do mais, Jair Bolsonaro e seus ministros continuam diariamente “detonando” a China, nosso principal parceiro comercial e também o país responsável por mais de noventa por cento das vacinas e dos insumos para deter, de fato, a Covid-19 no Brasil. Se os chineses saírem de cena, ficaremos abandonados à própria sorte num momento em que a Covid-19 já está fora de controle. Aí nem a copaíba vai nos salvar.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Perfil rondoniano em 2171

Perfil rondoniano em 2171

 

Professor Nazareno*

 

            Estamos no futuro! O ano é 2171, a exatos 150 anos de hoje. E por incrível que pareça, Porto Velho e Rondônia, apesar de tudo, ainda resistem no tempo. A capital dos rondonienses continua lá no futuro ainda suja, imunda e mal administrada. É uma espécie de oásis em meio a grandes extensões de terras arenosas e inservíveis. Árvores não há. A floresta amazônica deu lugar a areões improdutíveis e estéreis. Todos os rios da região secaram. O outrora imponente rio Madeira não passa de um pequeno filete de água suja que só serve para transportar o esgoto produzido pela cidade. Urubus e ratazanas infestam as ruas quase sem vida. Em uma escola pública, um professor diz a seus alunos o que foi a pandemia do Coronavírus ocorrida há um século e meio e que teria matado no Brasil três milhões de pessoas. Só em Rondônia, foram 30 mil mortes.

            O professor, depois de ter saído de uma greve de 400 dias por melhores salários, tenta explicar a seus alunos que em Rondônia, alguns homens públicos tentaram acabar com a pandemia usando a fumaça de solda elétrica e por isso serviram de galhofa no resto do país. Disse também que o governador do Estado na época era um negacionista e fazia de tudo para adular ao presidente da República, por isso vivia muito confuso: não sabia se usava os protocolos prescritos pela ciência ou se lambia botas de seu “chefe”. Bisonhamente, o mandatário estadual e o seu secretário de Saúde faziam rotineiros “pit stops” para distribuir remédios sem nenhuma eficácia e não recomendados pela ciência para deter o Coronavírus. O professor explicou também que a pandemia serviu para que um famoso “açougue” que existia na capital fosse totalmente ignorado pelos pacientes.

            Emissoras de televisão de Rondônia e também alguns sujeitos metidos a “jornalistas” durante a pandemia faziam irresponsavelmente propagandas de um “tratamento precoce”, igualmente sem nenhuma eficácia, só para confundir os idiotas e ajudar dessa forma na venda de remédios. Só que a mídia, quase toda ela vendida aos políticos de plantão, servia, como sempre, somente aos interesses dos poderosos. O cuidadoso professor explicou que a pandemia do Coronavírus teve consequências relativamente iguais às outras pandemias: depois da Peste Negra veio a Inquisição. Depois da Gripe Espanhola veio o Holocausto e depois da Covid-19 veio a reeleição, várias vezes no Brasil, de candidatos da extrema-direita. O conservadorismo floresceu no país por quase um século mandando e desmandando na população e nos costumes.

             O governo do Brasil, durante a pandemia da Covid-19, esconjurou as vacinas do mundo inteiro e turbinou a produção de Cloroquina, remédio cientificamente reprovado pela OMS como sendo inútil para combater o vírus. Milhões e milhões de doses de vacinas, que poderiam ter salvado muitas vidas, foram rejeitadas sistematicamente pelo presidente, que na época foi acusado de genocida. Jair Bolsonaro da extrema-direita era o nome do mandatário do Brasil no ano de 2021. Ele fazia escárnios e debochava dos cidadãos mortos pela doença. Falava que a pandemia, temida no mundo inteiro, não passava de uma gripezinha e pedia aos familiares dos mortos que “parassem de frescura e de mi mi mi”. Toda vez que falava estas asneiras ele era aplaudido e sempre mais admirado pelos milhões de fãs. Já na Rondônia de 2171 o governador, sargento José Rocha Santos e seu vice Dr. João Lima Cassol Chaves mandaram prender o professor.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.