sexta-feira, 30 de abril de 2021

Quem matou os 400 mil?

Quem matou os 400 mil?

 

Professor Nazareno*

 

            A pandemia da Covid-19 tem pouco mais de um ano e neste curto período mais de 400 mil cidadãos brasileiros já foram a óbito pela doença. Depois dos Estados Unidos, o Brasil é o país que até agora tem a maior quantidade de mortos. Em número de pessoas infectadas está em terceiro lugar. As estatísticas da catástrofe em nosso país só aumentam e podem, em curto prazo, quebrar barreiras inimagináveis de mortos e infectados, pois estamos ainda no pico da segunda onda de infecções e já se preparando lamentavelmente para enfrentar em pouco tempo uma terceira onda mais perigosa e mais devastadora. Especialistas acreditam que essa próxima fase de mortes chegará ao seu apogeu entre maio e julho de 2021 com médias diárias de cinco ou seis mil óbitos. O número de mortos ultrapassará facilmente 600 mil cidadãos e rumará para um milhão.

            Diante do caos, as perguntas que se fazem naturalmente são: De quem é a culpa  maior por estes números dantescos? Esta carnificina poderia ter sido evitada? Estados e municípios têm culpa? Há muitos culpados, claro, por este estado de coisas ter chegado a este ponto. Vacinação em massa da população teria sido a única maneira conhecida para se estancar esta sangria e acabar com esta terrível mortandade de cidadãos brasileiros. Mas o governo negacionista de Jair Bolsonaro não agiu a tempo para a aquisição de imunizantes. Por isso, uma CPI foi aberta para apurar as responsabilidades. Além de não usar máscaras e incentivar aglomerações, o presidente desqualificou as vacinas, única arma de que dispomos no momento para enfrentar o vírus assassino. Pior: a prescrição de remédios sem eficácia para a Covid-19 pode ter aumentado os mortos.

            Em tese, o governo Bolsonaro tem culpa por todas estas mortes. A necropolítica  adotada por quase todos os integrantes desse governo mostra isso muito bem. O chefe da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, por exemplo, disse que tomou “escondido” a vacina contra ao Coronavírus, pois “queria viver mais”. E por que não se adota essa mesma política de “viver mais” para toda a população que eles governam? Talvez seja porque o ministro Paulo Guedes, que estava ao seu lado, tenha dito na mesma conversa que “muitos brasileiros querem viver noventa ou cem anos e isto inviabiliza qualquer orçamento”. Some-se a esse desgoverno, a teimosia de muitos brasileiros que também fizeram escárnio do vírus e debocharam das medidas sanitárias adotadas. Alguns por ignorância e desconhecimento dos fatos. Outros, por necessidade de buscar o sustento.

            O presidente Bolsonaro é sim o maior responsável por toda esta mortandade de brasileiros durante a pandemia. O governo federal não criou uma coordenação nacional e as vacinas, só agora com quase um ano de atraso, chegam a conta-gotas ao país. A China, nossa principal fornecedora de insumos e imunizantes, tem sido atacada quase que diariamente por autoridades do governo brasileiro e também pelos filhos do desastrado presidente. Todos sabem que Bolsonaro deixou de comprar da Pfizer pelo menos 70 milhões de doses que deviam ter sido entregues a partir de dezembro do ano passado. Também desautorizou seu ministro da Saúde na compra de 45 milhões de doses da Coronavac. “Um manda e o outro obedece” disse pateticamente o general Pazuello na época. Quantas mortes eles deixaram de evitar? Bolsonaro já disse que se deveriam matar uns 30 mil brasileiros. Já matou mais de 400 mil. E não é um genocida.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sábado, 24 de abril de 2021

Negociam-se vacinas!

Negociam-se vacinas!

 

Professor Nazareno*

 

Se o presidente Jair Bolsonaro enganou o mundo inteiro com um discurso mentiroso sobre o meio ambiente, por que também não se pode enganar prefeitos e governadores do Brasil? O “Mito” discursou na ONU e na maior cara de pau ludibriou ali todos os chefes de Estado, ambientalistas e ONGs comprometidas com a defesa da natureza. Fez um discurso “meia boca” e convenceu os idiotas globais. No Brasil, para enganar a todos, basta dizer que se têm vacinas contra o Coronavírus e está-se negociando “a preço de banana” que vai chover prefeitos, governadores e muitos outros políticos, honestos e de mau-caráter, querendo os imunizantes. No desespero e com a alta de mortes nessa pandemia, não vão faltar os salvadores da pátria dizendo que “estão lutando como heróis para salvar o seu povo da morte certa”. Até os honestos vão cair.

Muitos prefeitos querem ser governador de seus Estados e nesta hora de agonia fazem de tudo para conseguir isso. Governadores querem ser senador. Deputados estaduais querem ser deputados federais. Vereadores querem ir par a Assembleia Legislativa. O próximo ano é um ano de eleições e essa pandemia pode ajudar muito político a subir na vida. Basta ser esperto. Claro que não há vacina nenhuma para se vender. Mas isso é apenas um mero detalhe. É só conseguir os frascos vazios que depois criam-se os rótulos e enche tudo com água mesmo. Só não pode ser água da Caerd, pois esta pode matar o povo de verdade. A seguir, criam-se empresas fajutas e colocam-se propagandas na mídia. Jovens desempregados, mas inteligentes e de boa aparência, fazem visitas aos contatos para comercializar “o produto” e aí está armada a arapuca.

Sabe-se que nenhum laboratório internacional disponibilizou até agora vacinas para entidades subnacionais ou para a iniciativa privada, ou seja, só negociam com os governos federais. Mas pouca gente sabe disso no Brasil. Os brasileiros são muito otários para prestar atenção nestes detalhes. Além do mais, está morrendo de Covid-19 gente demais no país e o desespero já tomou conta da maioria das pessoas. São mais de três mil mortos diários e o número de infectados às vezes ultrapassa os 80 mil por dia. A Covid-19 está totalmente fora de controle por aqui. E num ambiente destes é a coisa mais fácil do mundo fazer negócios. Aliás, bons negócios. Praticamente todos os deputados estaduais vão fechar com o governador que negociar. E quase todos os vereadores também vão apoiar o seu prefeito. Em “negócios” todos eles se entendem.

Numa ação como essa não haverá perdedores. Só o povo mesmo. Mas esse já está acostumado a perder. E se o negócio não der certo, a mídia comprada vai logo botar panos quentes e dizer que “o que valeu foi a intenção”. O político esperto que negociou ganhará apoio de todos e ainda vai dizer: “como eu sou bonzinho, tentei salvar o meu povo do Coronavírus, mas não deu certo. Mas vou tentar tudo de novo”. Ninguém é demitido nem punido. Para mostrar trabalho, a Polícia prende um ou outro e logo a Justiça solta. E dificilmente alguém vai procurar saber se o dinheiro caiu na conta dos falsos vendedores ou não. Dinheiro público no Brasil não tem dono. E ninguém vai dar falta de uma “mixaria” dessas. Enquanto isso, a ambição desmedida dos maus políticos continua fazendo vítimas inocentes. O povo mais pobre e desassistido continua a morrer como insetos sem direito à UTI nem a hospitais. E de novo, vai votar nos seus heróis.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Parabéns ao Bolsonaro!

Parabéns ao Bolsonaro!

 

Professor Nazareno*

 

                O atual presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, considerado por muitos de seus seguidores como um verdadeiro “Mito”, por incrível que pareça, tem algumas qualidades que, para os seus opositores, jamais vão aparecer. A mídia, de um modo geral, também dificilmente vai publicar qualquer coisa neste sentido. Ele é odiado cada vez mais no Brasil e também no mundo inteiro devido a muitas de suas atitudes consideradas irracionais e absurdas. Contra o mesmo pesam também acusações seriíssimas de negligência aliada à incompetência, principalmente pela maneira como está conduzindo a pandemia do Coronavírus no Brasil. No entanto, como “toda unanimidade é burra” é possível se verificar algumas qualidades nele e no seu fraco governo que não são facilmente observadas em muitos dos seus críticos e opositores.

             Bolsonaro tem uma relação muito conturbada com a mídia, em especial com as organizações Globo. E por quê? Fala-se que ele não teria destinado verbas publicitárias para o conglomerado de comunicações e por isso é mostrado nos noticiários somente de forma negativa. Comprar a mídia venal é uma das primeiras coisas que muitos governantes inescrupulosos fazem no Brasil. Talvez essa pouca vergonha seja, em alguns palácios e redações de muitos jornais, uma regra e não uma exceção. Até agora esse defeito e crime talvez não possa ser creditado ao presidente da República. Não há ainda notícias, nestes mais de dois anos de governo, de que ele tenha comprado qualquer jornal, revista, site ou emissora de televisão para noticiar somente as coisas boas que possam existir na sua administração. Assim, Bolsonaro quebrou a regra.

                     Será que governadores, prefeitos e outros “administradores públicos” também já resistiram a essa nefasta tentação nestes tempos de redes sociais e internet? Muitos noticiosos “descem a lenha”, falam mal do “Mito”, fazem propagandas contra ele e seu governo, mas não conseguem viver sem as verbas “imorais e indecentes” de prefeituras e Estados. É aquela velha história do sujo falando do mal lavado. O governo Bolsonaro é uma desgraça que encanta a muito poucos, mas pelo que se sabe, não comprou ainda a mídia para propagar seus “bons feitos”. Mídia que se vende é muito pior para uma sociedade democrática e civilizada do que Jair Bolsonaro e a sua trupe. É muito pior do que foi o ex-presidente Donald Trump dos Estados Unidos, do que foi Hitler e todos os nazistas. É pior do que qualquer outro ditador facínora e sanguinário.

                    Com relação à pandemia do Coronavírus, Jair Bolsonaro sempre foi negacionista e nunca escondeu isso de ninguém. E quem votou nele sabia disto. Ele não comprou de forma hipócrita vacinas no mercado negro para imunizar qualquer pessoa. Nem alardeou aos quatro cantos que iria imunizar qualquer brasileiro. Não deu vãs esperanças aos tolos cidadãos. Foi cruel e desumano? Pode até ter sido, mas em nenhum momento colocou sua reeleição em jogo explorando o desespero e a agonia de seus eleitores. E também não pode esperar ser adulado e ovacionado por ninguém. Além de não ter comprado a mídia, o “Mito” não enganou seus eleitores com compras falsas de imunizantes que jamais viriam para o país. Pouco ou nada fez para os brasileiros nesta pandemia, mas também nada lhes prometeu. Discordo de seu governo em quase tudo e jamais votaria nele, mas há algumas ações em que ele merece receber elogios. Parabéns!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


quinta-feira, 22 de abril de 2021

E agora, senhor prefeito?

E agora, senhor prefeito?

 

Professor Nazareno*

 

            Há um ditado popular muito conhecido que diz: “quando a esmola é grande, o santo desconfia”. Porto Velho, a desconhecida e distante capital do também longe e sem nenhuma importância Estado de Rondônia, comprar e receber 400 mil doses da vacina de Oxford/AstraZeneca para imunizar quase metade de seus habitantes só podia ser mesmo “conversa para boi dormir”, ou seja, uma das maiores mentiras do século. Num momento em que as principais farmacêuticas do mundo não estão dando conta de suas encomendas para deter a ameaça cada vez mais feroz da Covid-19 soou até como piada para muita gente um político desconhecido como o Dr. Hildon Chaves nos trazer esse número de imunizantes. Mas foi isso mesmo que ele, eufórico, prometeu aos tolos porto-velhenses numa solenidade em que afirmou que vacinaria todos acima de 30 anos.

            As lorotas do reeleito prefeito de Porto Velho já são corriqueiras e não enganam mais muita gente. Em 2016, durante a primeira campanha para ser prefeito da capital, ele disse que reconhecia um bandido em apenas dois minutos de conversa. Não só não reconhece como também pode confiar em muitos deles. Ele disse naquela ocasião outras tolices que o fizeram ser eleito prefeito. Confesso que dessa vez eu não estava acreditando nele, mas até que torcia para que esse terrível engodo fosse verdade e desse certo para que todos nós fôssemos imunizados. Achei que ele tinha se superado quando falou publicamente que iria amar, beijar e acariciar a podre e imunda cidade de Porto Velho. Mas duvidei: como uma pessoa vai poder fazer isso num lugar sujo, fedorento, sem esgotos, sem saneamento e que espera a todo instante cair uma chuva de merda?

            Porém, muitos rondonienses não desconfiaram da “jogada” por que já estão acostumados a serem enganados por políticos forâneos. Quando transformaram, por exemplo, o território em Estado “para dar mais importância às sentinelas avançadas”, não disseram a ninguém daqui que “a mais nova estrela no azul da União” era só para ajudar a Arena, o partido dos militares, a aumentar o número de senadores e de deputados federais que votavam a favor do governo. Na construção das hidrelétricas no rio Madeira, a ladainha mentirosa dizia para os tolos habitantes que a energia para os rondonienses ficaria mais barata. Mantra esse que continuou quando “doaram” a Ceron e que a Energisa chegaria para libertar “os destemidos pioneiros” dos péssimos serviços da antiga estatal. Além do mais, “esse negócio de meio ambiente é coisa da esquerda”.

            O Dr. Hildon Chaves até que teve boas intenções com esta sua atitude. Mas pode pagar um preço muito alto pela decisão. Não perceber as delicadas circunstâncias de se conseguir imunizantes neste momento tão difícil, pode fazer com que muitos eleitores porto-velhenses não acreditem mais nele. Como eleger para governar o Estado alguém que não pesquisa a fundo suas escolhas? “Muito mal na fita” e se essa infeliz ideia partiu dele, o prefeito agora precisa pedir desculpas públicas a todo o povo desta cidade que nele acreditou ou então demitir sumariamente as pessoas que o fizeram cair em mais esta mentira. Sem saída e vendo seus concidadãos morrerem todo dia feito formiga pela Covid-19, os simplórios rondonienses agora depositam suas vãs esperanças no governador bolsonarista do Estado. Marcos Rocha foi mais ousado e prometeu um milhão de doses da vacina russa Sputnik V. Mas se também for mentira, elegem os dois.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 19 de abril de 2021

A Cloroquina me salvou

A Cloroquina me salvou

 

Professor Nazareno*

 

            Não entendi ainda o porquê de tanta discussão em torno de um medicamento milagroso como a Cloroquina. Eu, o Professor Nazareno, já fui salvo pelo menos duas vezes por esta droga abençoada. A primeira vez foi em 1988. Fui pescar na boca do rio Machado em Calama e lá contraí uma malária terrível. Duas cruzes de Vivax foi o  diagnóstico que recebi. Fui tratado na época com 10 comprimidos de Cloroquina associados a 20 comprimidos de Primaquina. “Foi tiro e queda”. A malária sumiu com febre e tudo. Já a segunda vez que este “santo remédio” me salvou foi no ano 2000, ou seja, doze anos depois. Estava em Curitiba e uma segunda malária Vivax me consumia por dentro quando médicos do Cemetro de Manaus prescreveram-me o medicamento. Devia tomar 10 cápsulas em três dias seguidos. De novo fui salvo. Nada sinto até hoje.

            Alguns dos poucos leitores meus têm hoje o desprazer de ler meus textos só por causa dessas doses de Cloroquina que tomei. Claro que algumas outras pessoas dizem também que foram as orações que elas fizeram para que eu escapasse.  Já pensou Deus, o Todo Poderoso, sair do céu só para me salvar? Ou eu sou muito importante ou é esse Deus que não tem importância nenhuma. Mas na dúvida, dei total crédito aos dois tratamentos. Por isso, fico chateado quando falam mal da Cloroquina e também das rezas, fé e orações.  Lembro-me de que na época tomei um remédio para vermes e outros parasitas. Deve ter sido a Ivermectina mesmo. Outro remédio santo, mas indicado para lombrigas. Para um vírus como esse Coronavírus, em tese, não há remédios. Somente vacina. E essa, se depender dos governos que temos, ainda demora.

            Como eu não sou médico, não indico esses dois medicamentos para ninguém. O meu organismo certamente é diferente do de outros pacientes e reage também de forma diferente quando submetido a determinados tratamentos. Só que quase cem por cento dos médicos indicam Cloroquina para malária e Ivermectina para vermes e lombrigas. Aliás, a Cloroquina, que também é indicada para artrite reumatoide e Lúpus, tem reações adversas muito fortes em determinadas organismos. Associada a outras drogas, pode atacar em algumas pacientes o sistema hepático podendo causar hepatite, problemas renais, perda de pele, de cabelo e até síndrome de Stevens & Johnson. Foi o meu caso. Agora ser tratado com fé, reza e orações aí é outro departamento que só os padres, pastores, fiéis e outros seguidores, fanáticos ou não, vão poder explicar melhor.

            Prescrever remédios sem eficácia comprovada é de uma irresponsabilidade sem tamanho. Não só pode levar pessoas à morte como também causar sérios transtornos a determinados organismos. Mas isso é coisa do gado, seguidor do Bolsonaro. Tratamento precoce para um vírus também não existe. A OMS e muitas farmacêuticas de fama mundial não recomendam e afirmam que não há nenhuma comprovação da eficácia de droga alguma contra o Coronavírus. Até agora, só a vacina mesmo. Coisa que o governo federal do Brasil demorou um ano para conseguir comprar as primeiras doses levando à morte muitos cidadãos do país. Além do mais, já são mais de três milhões de mortos no mundo com 141 milhões de infectados pelo vírus. No Brasil, se aproxima de 400 mil óbitos com quase 14 milhões de infectados. E por que o mundo civilizado não usou até agora esse tratamento precoce? É que só os tolos confundem malária com Coronavírus.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


quinta-feira, 15 de abril de 2021

Um milhão e 400 mil mentiras?

Um milhão e 400 mil mentiras?

 

Professor Nazareno*

 

            Com todo o respeito ao esfíncter anal, mas Buraco Quente é uma espécie de “cu do mundo” sem eira nem beira. Sem nenhuma importância na já carcomida e podre realidade nacional, o lugar tem na sua desprezível e mentirosa classe política uma de suas piores mazelas. Durante a pandemia do Coronavírus, o vírus faz a festa nos pobres e desassistidos habitantes dessa terra de sofridos habitantes. A mortandade pela Covid-19 é tanta que até o maior cemitério do lugar lotou muito antes do tempo. Cruel e tosca realidade: em Buraco Quente é proibido morrer, pois não há mais vagas nos cemitérios locais. E como “desgraça pouca é meio de vida”, Zé das Beiradas, um famoso político, disse ter comprado várias doses de vacinas da Injeção-de-vento. Só que o laboratório desmentiu que tenha feito qualquer venda para estados e municípios. Era tudo mentira?

            Quando anunciou a lorota e conversa fiada, Zé das Beiradas estava eufórico. Pretenso candidato a cargos políticos mais altos no lugar, o “esperto” político prometeu solenemente trazer essas doses de vacina da Injeção-de-vento para, segundo ele, “vacinar todos os cidadãos buraco-quentenses a partir dos 30 anos”. Com toda a rompança que lhe é peculiar, disse que muitas pessoas de Buraco Quente seriam imunizadas. Mas será tudo fraude? Será apenas “aluguel” de político interesseiro que visa voos mais altos na política? Só que, desesperados, os pobres coitados e tolos eleitores acreditaram nele. Passados quase 40 dias, nada dessas vacinas, que já foram para as calendas gregas. Diante da agonia geral, muitos ali acham que estes imunizantes ainda vêm. “É tudo só uma questão de tempo, logo seremos todos imunizados”, fala-se.

Porém, agora menos cidadãos creem na vacina do político. E para não ficar para trás, o chefe maior de Buraco Quente, um apagado e decadente militar negacionista, também resolveu fazer promessas. E foi mais além: prometeu 2,5 vezes mais doses. Agora, do laboratório Vacina-de-água, a H2O I, que ainda não tem sequer a autorização para uso no país. Mas isso não é problema, já que a vacina não virá mesmo para o longe rincão. O militar decadente gosta de distribuir Cloroquina e Ivermectina para as pessoas leigas e burras na vã esperança de se deter um vírus usando o inútil e não recomendado “tratamento precoce”. Fiquei emocionado de poder ajudar a vencer esta terrível doença. Vamos obedecer o (sic) tempo necessário para ficarmos imunizados e não tenho dúvidas que, se Deus quiser, teremos um Buraco Quente pujante de novo”, disse.

A expectativa maior desse político sonhador é de que sejam vacinados todos os maiores de 18 anos ainda no primeiro semestre de 2021. Na proposta à farmacêutica, o prazo de chegada das vacinas foi na segunda metade de abril. Ou seja, até agora nem as doses de vacinas de um e talvez nem as doses do outro. Engraçado é que eles não sabiam das muitas dificuldades de se importar essas vacinas nas atuais circunstâncias? E mesmo assim preferiram correr o risco de mentir para o povo? Por isso, qualquer pessoa agora pode prometer trazer “de qualquer laboratório do Acre ou da Bolívia” quantos imunizantes quiser para salvar os buraco-quentenses. Mas se não vierem, não tem problema nenhum: o desesperado e acomodado povo eleitor de Buraco Quente, incentivado pela mídia venal, aceita tudo calado sem dar um pio: já está acostumado a ser enganado pelos forâneos. Será que já existe uma vacina de capim para a Covid-19?

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


terça-feira, 13 de abril de 2021

Cadê as nossas vacinas?

Cadê as nossas vacinas?

 

Professor Nazareno*

           

            Por causa da Covid-19, fico a maior parte do meu tempo útil em um retiro (jamais espiritual) numa chácara bem próxima à cidade. Devido às precariedades tecnológicas do lugar, quase não recebo notícias da minha “amada” Porto Velho, capital de Roraima. Outro dia, um amigo meu me falou que em breve eu estaria saindo desse bom autoexílio, pois receberíamos doses cavalares de vacinas contra o Coronavírus. Exatamente no dia 12 de março, há um mês, portanto, Dr. Hildon Chaves, o prefeito da capital, prometeu solenemente pelo menos 400 mil doses de vacinas da Universidade de Oxford/AstraZeneca para segundo ele “imunizar todos os porto-velhenses acima de 30 anos”. Feliz: como eu tenho mais de sessenta, claro que serei vacinado logo, logo. Mas não é só isso, não! O governador do Estado, o coronel Marcos Rocha, triplicou a oferta.

            O militar bolsonarista prometeu um milhão de doses da vacina russa Sputnik V, que sequer foi aprovada pela ANVISA, para imunizar muitos rondonienses ainda neste mês de abril. Entre euforia e pessimismo ponderei que bastou eu sair de Porto Velho para as coisas começarem a funcionar. Nenhuma capital do Brasil e nenhum Estado do país conseguiu ainda a proeza de imunizar quase todos os seus habitantes. O que temos até o presente momento em Rondônia é uma vacinação quase parando, pífia e a conta-gotas que se continuar neste ritmo lento e imoral só nos imunizará daqui a uns quatro ou cinco anos. Aí já será tarde demais, pois o vírus infame se modificará tanto que imunizante nenhum lhe fará mais efeito. Hildon Chaves prometeu dez dias para imunizar todos. E Marcos Rocha disse que em pouco tempo resolveria todo esse caos.

            Rondônia tem hoje 1,7 milhão de habitantes segundo o IBGE. Logo, para imunizar todos daqui seria preciso ter pelo menos 3,4 milhões de doses. Mas as vacinas prometidas pelos dois “otimistas” políticos já dariam para imunizar quase a metade da nossa população. Somando-se com as pessoas já imunizadas pelo governo federal, estaríamos muito próximos da imunidade de rebanho e talvez assim conseguíssemos neutralizar o vírus maldito. Marcos Rocha e Hildon Chaves jamais receberam um voto meu. As suas ideologias e posições políticas me dão “nojo e asco” e dificilmente eu escolheria um dos dois para qualquer cargo público. Mas torço aqui para que dê certo esse propósito e essa resolução que eles tomaram para o bem de todos os rondonienses e porto-velhenses. E tomara que não seja apenas uma “esperta” decisão à cata de votos.

            Se essas vacinas chegarem mesmo a Rondônia, será muito difícil escolher quem será o nosso próximo governador. Dr. Hildon já prometeu amar, beijar e acariciar Porto Velho, coisa que nunca fez. Mas trazendo quase meio milhão de vacinas entrará numa eterna lua-de-mel com a população local. Já Marcos Rocha se redimirá de uma vez por todas com os rondonienses. Deixa para trás o negacionismo anacrônico e estéril, o ridículo “tratamento precoce” contra a Covid-19 e principalmente a adoração que tem pelo desumano e insensível presidente Bolsonaro para, enfim, fazer algo útil durante esta pandemia. Tomara que estes dois cidadãos não estejam mentindo nem embromando o acomodado povo deste lugar. O rondoniense não pode mais ser enganado por políticos forâneos como fizeram com as hidrelétricas e tantas outras coisas. Eu quero me vacinar! Pode ser a vacina do Dr. Hildon ou a do Marcos Rocha. Mas cadê essas vacinas, gente?

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Será Deus Onipresente?

Será Deus Onipresente?

 

Professor Nazareno*

 

            Quando o homem criou Deus, deu-Lhe três adjetivos inatingíveis e inalcançáveis para os seres humanos: Ele seria onipotente, onisciente e onipresente. Ou seja, teria poder acima de tudo e de todos, teria consciência, saberia de tudo e estaria ao mesmo tempo em todos os lugares. Com o passar do tempo, no entanto, essas características que o homem deu a Deus ao inventá-Lo, estão aos poucos sendo questionadas. Depois do dilúvio e das muitas pestes que assolaram e ainda assolam a humanidade, muitas pessoas se perguntam para que serve tanto poder num único ser. As incontáveis mortes causadas por estas catástrofes poderiam ter sido evitadas para acabar com tanto sofrimento. Falar da Sua onisciência é outra coisa que também incomoda. Será que Deus não sabia das más consequências para o Brasil com a eleição do Jair Bolsonaro?

            Como um Ser com tanto poder e onisciência permitiu que um sujeito como o “Bozo”, por exemplo, fosse eleito presidente?  O Bolsonaro é uma desgraça para o Brasil. Sua maldita eleição não pode ter sido uma obra divina. Tremo só de pensar: será que Deus é conivente com o “Capitão”? Não só com o presidente do Brasil e os seus bajuladores, mas também com tantos padres, papas, pastores evangélicos e políticos de um modo geral. Durante as campanhas políticas o nome Dele é usado em quase todas as circunstâncias. Na eleição do Bolsonaro tivemos o mantra: “Deus acima de todos”. Aliás, a trilogia “Deus, Família e Pátria” tem sido usada para tudo desde que o homem tomou consciência de sua estada neste planeta. E infelizmente em nome dessas três “criações humanas” tem-se praticado toda a forma de maldade e de mortes de pessoas.

Com a pandemia da Covid-19 outros questionamentos sobre Deus afloraram. Ele não acabou ainda com esse vírus maldito por que não pode ou por que não quer? Se Ele é onipresente, e por isso está em todos os lugares ao mesmo tempo, por que tantos fiéis se arriscam e teimam em ir à igreja ou ao templo em vez de ficar rezando em casa? Para quem Nele acredita, pode ter a certeza de que “toda casa é um altar de Deus”. O Todo Poderoso deve estar na igreja, no templo e também dentro de qualquer residência. No auge da pandemia no Brasil com cerca de 350 mil mortes e mais de 13 milhões de infectados, a hora agora é de salvar vidas e não de se arriscar indo a ambientes fechados cultuar o inexistente. Foi preciso que o STF interviesse para que os fiéis entendessem o óbvio. O vírus é sinistro! Será que é Deus que está chamando essa gente ao suicídio?

Se os fiéis fossem mais inteligentes, salvavam suas próprias vidas e preservavam suas famílias de forma bem mais simples. Bastariam fazer um Pix, uma TED ou um DOC para a sua Igreja, padre ou pastor e rezavam de casa mesmo sem o risco de contágio dentro de igrejas e templos lotados de gente muitas vezes infectada. A filosofia da religião no Brasil parece ser essa, infelizmente: o padre e o pastor, vacinados. Os templos e igrejas, liberados. Os dízimos e ofertas, já devidamente arrecadados e os fiéis, quase todos eles, entubados ou morrendo nas filas de UTI’s sem vagas. O negacionismo brasileiro tenta imitar o bispo católico Álvaro Ballano durante a gripe espanhola e, cem anos depois, se torna muito pior do que ele, pois não há notícias de cobranças de dízimos nem de “tratamento precoce” para um vírus por parte do religioso espanhol. Deus pode até ser onipresente, mas foi em nome Dele que elegeram os políticos atuais.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


terça-feira, 6 de abril de 2021

PT e Lula: corrupção abençoada

Bons tempos da corrupção


Professor Nazareno*

 

            Fala-se abertamente que no atual governo de Jair Bolsonaro não existe corrupção nem roubalheira do dinheiro público, apesar das “rachadinhas”, do Queiroz e da mansão de seis milhões de reais de Flávio Bolsonaro, filho do presidente. Já durante os governos de Lula e do PT, dizem que a corrupção andava solta nos labirintos de Brasília. O roubo nos governos petistas se verificava em quase todas as repartições públicas do país. O PT se especializou em desviar verbas, roubar o Erário, pagar propinas a empreiteiros, comprar políticos da oposição, como no caso do Mensalão e de tantos outros escândalos já comprovados. Mas se todas estas análises forem verdade, não é uma boa notícia para o Brasil. É que se observando a sociedade brasileira de hoje vê-se que com os ladrões petistas o povo consumia mais, gastava menos e vivia melhor.

            Hoje em dia com um governo honesto e transparente, que não rouba nem admite corrupção, um botijão de gás custa em torno de 110 reais. Na época do Lula e dos ladrões petistas, que dilapidavam a Petrobras, custava apenas 45 reais. O preço da gasolina na época da roubalheira petista era em torno de dois reais e meio. Agora já ultrapassa os seis reais e com tendência de aumentar ainda mais. O preço do dólar na era do PT nem se compara ao preço de hoje deste Brasil sem corrupção e sem roubalheira. O Brasil entre 2009 e 2012 chegou a ser a sexta potência econômica do mundo superando países como o Reino Unido e a Itália. Hoje, num ambiente sem corrupção e sem roubos das autoridades bolsonaristas, somos a décima segunda e vamos terminar este ano em décimo quinto lugar perdendo para a Rússia, Coreia do Sul e a Austrália.

Quando em 2011 e 2012, Lula, Dilma, Antônio Palocci, Renato Duque e os petistas em geral estavam saqueando a Petrobras e roubando todo o Estado brasileiro, o salário mínimo do nosso país era pouco mais de 326 dólares norte-americanos. Hoje, com toda a honestidade do atual governo, o menor salário está apenas 183 dólares e como o dólar não para de subir em relação ao real, vai cair ainda mais. O atual governo do Brasil é decente, íntegro e não se vê mais corrupção em Brasília nem nos Estados, mas o número de pessoas que passam fome no país já supera a marca de 27 milhões de pessoas. Quando o PT roubava e saqueava a nação, esse número não chegava aos quatro ou cinco milhões. O preço da cesta básica em São Paulo, por exemplo, hoje está custando até quatro vezes mais com o governo honesto do que custava com os petistas.

Os governos do PT deram incalculáveis prejuízos à nação. Eles faliram o Estado. É o que se diz. Mas nem pandemia havia. Já o governo correto de Jair Bolsonaro e dos bolsonaristas só dá lucros. A felicidade é geral. Porém o Brasil parece que só dá certo quando é roubado, quando é destruído pela corrupção. Honestidade pode até ser uma coisa boa, mas com ela passamos fome e ficamos mais pobres. Ainda assim, quero ter o meu poder de compra recuperado no meio de tantos ladrões. Por isso, pelo amor de Deus, volte a governar este país, Lula! Chame toda a sua turma de larápios petistas e esquerdistas para nos administrar o quanto antes. Quero comprar um bujão de gás sem ter que reclamar do preço e também encher o tanque do meu carro com gasolina boa e barata. Entrem, governem e roubem de novo a Petrobras. Roubem o país todo. Assaltem o Erário. Só assim os combustíveis baixam de preço, a inflação regride, a fome diminui.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

domingo, 4 de abril de 2021

Bolsonaro será reeleito

Bolsonaro será reeleito

 

Professor Nazareno*

 

                        Muitas pessoas acreditam que ainda seja muito cedo para se falar em eleição presidencial no Brasil. Mas desde que assumiu o mandato, o atual presidente, que até agora não governou absolutamente nada, não fala em outra coisa que não seja a sua reeleição em 2022. O Centrão, grupo de deputados federais que dá sustentação ao “Mito” e que diante das monstruosidades faladas pelo chefe da nação, sequer pensou em pautar a abertura de um processo de impeachment. Além disso, o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, é aliado de primeira hora do presidente da República. Como o seu antecessor, Rodrigo Maia, que engavetou nada menos do que 61 pedidos de afastamento, Lira vai “empurrando com a barriga” e também se limitando a escrever algumas “notas de repúdio”, que serão ignoradas pelo nosso maior mandatário.

                        Como se não bastasse esse terrível e macabro “jogo de poder”, Jair Bolsonaro tem o apoio certo entre a maioria dos eleitores brasileiros. Cerca de 30 por cento jamais deixariam de apoiar o seu líder. Muitos desses são fascistas de carteirinha e por isso se sentem muito bem representados pelo atual arremedo de presidente. Grossos, mal-educados, ignorantes, desumanos e insensíveis, não votariam em ninguém que não fosse o Bolsonaro. Além do mais, existem no Brasil hoje pelo menos 31 por cento de cristãos evangélicos. Isso dá um total de 66,6 milhões de pessoas. Um número meio que diabólico. E como geralmente o público evangélico vota em quem o seu pastor mandar, não é muito difícil entender quem estas “obedientes ovelhas” vão eleger em 2022. Fazer “arminha” com as mãos dentro de igrejas e nos cultos virou rotina nas eleições de 2018.

                        Por isso, o governo Bozo não para de agradar a este ramo de apoiadores. O ministro Kassio Nunes Marques do STF, indicado para o cargo recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro, liberou celebrações religiosas presenciais em missas e cultos. No Brasil a pandemia da Covid-19 está com tendência de alta total com uma média móvel de mais de três mil mortos por dia. Hoje o país é o epicentro mundial da doença com mais de 330 mil óbitos e quase 13 milhões de infectados. Encher igrejas e templos com fiéis é um convite perfeito para se ter depois um genocídio ainda maior. Só que o vírus é ateu ou não tem religião alguma. Infecta a todos indistintamente que estiverem no seu caminho. Creiam ou não em algum Deus, tenham ou não alguma religião. Dizem as más línguas que o ministro Kassio só apressou o encontro desses fiéis com seu Deus.

            Mas como alguns dos evangélicos são desprovidos de massa cinzenta e de conhecimentos mínimos da ciência, vão acreditar cegamente que o seu Deus matará o vírus ou não permitirá que ele entre em sua casa de orações. Isso até ficarem de frente com a real situação pandêmica: começarem a tossir, ter calafrios, febre e falta de ar. E por compulsão, iniciarem a lotar os poucos hospitais públicos e UTI’s. Bolsonaro, agora sem o apoio incondicional das Forças Armadas nas suas ambições golpistas e antidemocráticas, também, por tabela, agrada aos policiais militares, grupo pouco afeito ao pensamento crítico e questionador. Só não pode esconder que não comprou pelo menos 115 mil doses de vacinas em 2020 e por isso é o responsável direito por muitas mortes de cidadãos inocentes. Mas os que ainda estão vivos não querem saber disso. O “Bozo” é um Deus. Um líder. Um estadista. Um político que não fez pedaladas fiscais.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.